sexta-feira, 26 de julho de 2013

ZOINHO NO SALÃO


Todo sábado, pela manhã, é assim: Logo depois do café, o Prefeito Neto, ainda com o gosto das bolachas e da margarina na boca, abre o Jornal Aqui e pergunta:” Jornal, jornalzinho meu, existe alguém mais bonito que eu?” E vem a resposta, como um manjar servido na bandeja: “Não, Sr. Prefeito. Mas tem o Zoinho aí que não sai do salão de beleza”.  Esta ressalva, quase desnecessária, bota uma pulga atrás da orelha do nosso Prefeito e lhe impõe a fidelidade daquela leitura semanal. Não é nada, não é nada, é mais um exemplar vendido nas bancas. Até lá, cada vez que ele passar por um espelho, lhe perguntará: “Será que o Zoinho ficou mais bonito do que eu?” Evidentemente, o sagaz leitor já sacou que esses cuidados do prefeito são puro desperdício -  ele não disputará a próxima eleição e nem a próxima da próxima. Então, pra que esquentar? E, cuidando também que se o prefeito não se preocupa com o PCCS da turma, se não esquenta com a saúde dos munícipes ... se não se preocupa com essas coisas grandes, não há de estar preocupado com a beleza do Zoinho. Assim, concluirá logo que esta postagem é uma absoluta falta de assunto do cronista. Mas eu reverbero "Incauto leitor, não procure sentido no que os políticos fazem. Este é o atalho que tem levado muita vaca para o brejo". E mais não direi porque no duro, no duro mesmo o tudo que sei é que o Neto vai empurrar o Paiva para sucedê-lo no 17 de Julho. O Paiva vai se aconselhar com o Ítalo Granato que não negará fogo. Até enfeitará o pavão: “Vai, sim! Só lá no Rio de Janeiro eu te arrumo uns vinte e um mil votos; só na Avenida Almirante Barroso... Ainda tem a Rio Branco, a Presidente Vargas... Você já viu como o Rio de Janeiro tem avenidas, né?” E virá o Zezinho da Ética com os seus seis escudeiros e o Padre Juarez com o seu “Em nome do Paiva, do Filho e do Espírito Santo". E o Aqui falando: “Que menino mais lindo, meu Deus do céu!”


No início do governo Dilma Rousseff quase cheguei vê-la como presidente do sindicato das domésticas, de tanto que acreditei naquela faxina que ela propunha. Caía-lhe muito bem nas mãos a vassoura o esfregão e o balde. Nunca vi tanta naturalidade. Pois é. Enganou todo mundo. Sete ministros exonerados... Que tontos fomos! Nem me lembrava de que 7 é número de mentiroso.  Bastou apenas alguns meses e olha lá o Lupi todo serelepe trocando figurinhas com a D. Dilma, de novo. Ele tapava a boca para perguntar e ela tapava a boca para responder.  Não dava pra fazer a leitura labial. Mas eu suponho que o Lupi tava falando grosso. Também, pudera! Até o Pallocci defenestrado desonradamente duas vezes e está cotadíssimo para voltar. Assumirá, provavelmente, o lugar da Dona Hoffmann – Casa Civil – aquela que tem um nariz feito pelo Dr. Hollywood. Muito bem feito o nariz dela.  Ela vai se candidatar ao Governo do Paraná. A dúvida é se o Pallocci vai aceitar – a Dilma está muito queimada e o Pallocci quer melhorar a imagem. Foi ela  quem mais perdeu com esse movimento nas ruas. Primeiríssimo lugar. E Serginho Cabralzinho em segundíssimo. Isoladíssimo! Eles dois apoiaram o Neto. Parece até que é castigo. Mas tem um grupo aí que pretende tirar vantagem desse imbróglio.  Propuseram o fim das reeleições com a prorrogação de um ano em cada um dos mandatos atuais. Muita gente pulou. Uns de alegria e outros de protesto. O presidente da Câmara não vai querer perder essa boca assim, não. Ele disse que já é deputado há 42 anos. Tá acostumado. Está cheio desses casos, aí. O presidente do Senado também é contra. Já até, uma vez, renunciou a presidência para não ser cassado e voltou, logo depois. Pra ele a vida assim ta uma beleza. Pra que mudar, né? A idéia, entretanto, vem ganhando fôlego. E, agora, a proposta foi robustecida com mais um outro ano aos atuais mandatos. Não demora muito, chegam ao mandato de oito anos, sem nenhuma reeleição.  Prefeitos queimadísimos teriam uma sobrevida. Dilma ganharia com isto. Até o Sergio Cabral, que tem medo de ir para a cadeia no final do mandato seria favorecido. 


CORRESPONDENCIAS

Elson, bom dia! Vamos começar o debate no seu Blog sobre a compra da CSA (Itaguaí) pela CSN (VR). Seus aspectos positivos ou negativos, seu viés políticos, econômicos e sociais. A coisa se repetiu meu caro e da mesma frase de Trotsky: "A história se repete primeiro como tragédia, depois como farsa"! Ou (no caso) seria o inverso?? Se isto acontecer as coisas ficarão muito ruins mesmo em VR, seja social e principalmente econômica. Não é a apologia ao caos, mas uma verdade que temos que enfrentar e nos prepararmos. Abraço Anarquistas. (Anomimo)

As portas do blog estão abertas. E consideramos mesmo que este como tantos outros assuntos devem ser discutidos. Quando a Nestlé quis comprar a Garoto a CADE se pronunciou contra. Podemos encontrar naquela decisão argumentos que fortaleçam esta discussão. Que venham as matérias! Abraços (Elson)
 
Meu Caro Anarquista, vejo que o Aécio Bagaceira do Leblon está querendo inovar de grande homem branco. Agora o Espírito que Anda, o Fantasma político quer "anastaziar" o Brasil com idéias RE VO LU CIO NÁ RI AS, acho que é assim que se separa, com o mote de reeleição jamais. Tenho que te copiar: CRUZ CREDO!!! É despentear o careca. Ô meu Deus, se ele é revolucionário, homi de bem, nóis tá f....o. Vou chamar o Roberto Jefferson, Zé Stálin e os anões do orçamento. Menos, Aecinho do Leblon Manguaça Bagaceira Purinha, menos. Saudações Anarquistas!


Faltou nessa turminha aí o Genoíno, Pallocci, Lula e aquele senador Eduardo Azeredo criador do mensalão mineiro. Tem mais, o Aécinho netinho do Tancredo, é amigo do Serginho Cabralzinho filho do Cabralzão. Bastou. (Elson)


Elson, meu Querido ANARQUISTA da Silva. Mas quem seria esse Adelson? Você está falando dele como se fosse de Stálin, Hitler, Bush, Golbery e seus meninos de matar! Pergunto: Quem é o Sr. Adelson, pois ninguém está entendendo nadica!! Saudações Anarquistas!!!


Caríssimo Anônimo, o Adelson, em matéria de grandeza histórica, é um pigmeu, um liliputiano no país das maravilhas. Ele é um cara que juntou um monte de gente para acabar com uma reunião de quatro octogenários. E isto me lembra uma anedota mais ou menos assim: Um cara viu na vitrine de uma loja um trenzinho a pilha. Pegou de um pedaço de pau, quebrou o vidro e quebrou o brinquedo. Perguntaram por que ele fizera aquilo e ele falou - "Isto está quietinho aí dentro enquanto tá pequeno; deixa ele crescer pra ver só uma coisa". (Elson)

terça-feira, 16 de julho de 2013

O RESGATE DA DODORA



Nunca mais que eu soube do Jonas Martins, Prefeito de Barra Mansa. Também, não era pra menos. Há umas três ou quatro semanas que não leio o jornal Aqui. Por isso é que eu fico meio por fora assim da vida desses nossos vizinhos do Leão do Sul. Aqui, em Volta Redonda só se fala no Neto, que é o nosso Prefeito. E com amplas razões. O bispo não vê, o padre não vê, o Dário de Paula não vê... Mas o Neto pisa muito na bola. Cruz credo! De sorte que não sobra tempo pra se falar de ninguém mais. Eu, por exemplo, não tenho falado da Câmara Municipal de Volta Redonda. A América Thereza até mandou acender uma vela. Mas tudo é fruto exclusivo da falta de tempo. Deixa dar uma folguinha aqui pra ver só uma coisa. Um dia desses eu vi alguém tentando explicar para que servem os vereadores. Eu pensei com os meus botões – “não vou nem ler... deve ser coisa de um pândego, um ilusionista, um mágico desempregado. O circo não ta dando mais e aí vira cientista político. Mas o que eu queria falar mesmo é que não perco muito quando deixo de ler o Aqui. O Luís Alfredo, seu diretor, é muito repetitivo. Ele não muda. Dizem que em time que está ganhando não se mexe. Acho que é este o caso. Ele não é mesmo louco de mexer. Uma outra que mudou de uma vez por todas e não volta atrás é a Maria Aparecida Paraíso. Nem roncando trovoada. Era ela quem se deitava no portão da garagem impedindo a passagem dos carros, nas greves municipais. Era uma antiga militante e adquirira, enfim, esse posto máximo da carreira sindical que é a de fazer greve deitada. Uma barbada. Aparecida parecia um cãozinho de Pavlov. Mal ouvia a palavra “greve” começava a bocejar. Ela corria logo, se deitava ali no chão e atingia o seu nirvana. Que delícia viver. Não me lembro se ela levava travesseiro, mas me lembro muito bem de que ela dormia tranqüila. Às vezes, chegava até assobiar. Mas dali ela não passaria jamais. Era o topo da carreira de sindicalista. O outro lado era mais promissor. Um dia, ela não resistiu mais. Deixou de ser um comandante onde estava para ser um recruta do outro lado: Foi de mala e cuia para o lado do governo. Não volta mais. De jeito nenhum! Tanto que, nesse tal Dia Nacional de Luta, fui ver se ela andava por lá. Não seria nada demais. Era uma greve de mentirinha. Ela não apareceu. Teve medo de uma recaída. Besteira. Eu acho que ela está definitivamente curada.




Esse que era para ser o Dia Nacional de Lutas, Mobilização e Greves serviu apenas para atrasar o pagamento do meu cartão. Os bancos fecharam as portas. Ninguém ganhou nada com isto, a não ser aquele pessoal lá em São Paulo flagrado recebendo R$ 70,00 pela participação. Aqui, ganhou a nossa Dodora pelo resgate do seu prestígio. O pessoal aqui que vive zombando dela com o pequeno séquito que a acompanha em cada manifestação que ela faz. Dodora tem três fies seguidores, que a acompanham há bem uns vinte anos. Parece que trinta. Pode zombar quem quiser da sua liderança... eu mesmo, já me ri muito vendo-a pegar o megafone para falar com seus liderados. Era muito exagero. Não precisava nada daquilo. Não precisava sequer levantar a voz. Podia falar, conversando. Dodora é exagerada. Pois bem, agora juntaram-se a CUT, o PT, o PSTU, a UNE, o MST... Cinco pessoas. Cada um com sua bandeira. Cinco pessoas. Cheguei até pensar que era a turma da Dodora, mas com cinco pessoas não podia ser. Afastei logo aquela confusão da cabeça. Mas muita gente tem feito confusão com esses movimentos nas ruas. O senador Aécio Neves, o jovem (57 anos de idade) propôs o fim das reeleições – de todas elas, desde Presidente da República até vereadores. Ótimo isto. Tomara  que pegue. Mas vai precisar de muita gente ajudando o Aécio, o Jovem. O PSDB é o partido Fernando Henrique Cardoso que comprou a própria reeleição e com dinheiro público.  Vamos ver. Tem muita gente com a cabeça rodando.



Em 12 de julho de 1998, a Seleção Francesa se tornou campeã mundial de futebol pela primeira vez na vida. Dizem que lhe custou o olho da cara. Meu amigo até sabia o preço. A Canarinho tava boa pacas, mas não jogou a metade do que sabia. Nem um décimo! Apanhou de 3x0. De nada adiantou  Galvão Bueno gritar “Vai que é sua Tafarel”. A bola beijou nossas redes três vezes e nós não fizemos nem um golzinho pra remédio. França tinha Zidane, Karembeu, Petit, Guivarc’h e outros. Mas isto era muito pouco para enfrentar um time que tinha Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Cafu, Roberto Carlos... o Brasil era o favorito mas quem dominou foi a França – dois gols de cabeça feitos por Zidane. O Brasil favorito passeou em campo, como a Espanha, agora – 15 anos depois – que era favorita e apenas passeou em campo. Brasil devolveu os mesmos 3x0. Dois gols de Fred, um dos quais deitado. A França não podia perder aquele jogo; o Brasil não podia perder este, agora. Vou conversar com o Anônimo a respeito.    


CORRESPONDENCIA


Elson, bom dia! Você está cada vez mais ANARQUISTA. Salve! Salve! Salve! No caso dos médicos tem que verificar cada caso, pois em muitas comunidades aqui em Barra Mansa e Volta Redonda tem “Dotô quem nem aparece para trabalhar e no final do mês aparece dispensa médica, dada por outro Dotô”. Então, meu Amigo, como o negócio é ‘ESGOELAR” (sinônimo de protestar), me vejo obrigado a bradar: “MEDICOS, VEM, VEM TRABALHAR, VEM!!! Rsrsrsrsrs. ABAIXO A PROIBIÇÃO!!! Saudações anarquistas!!! Anônimo.

Meu caro anônimo, sou do tempo que o Pasquim chamava os médicos de a máfia de branco. Era cada caso de arrepiar gato de porcelana. Não mudou nada. Quer dizer, mudou o cliente, mudou o dotô mas suco de laranjas nas veias tem de monte. A gente ta cansado de ver.  A Dilma só não pode pensar que trazendo os gringos vai resolver o problema da saúde. Isto é outro papo. Eu só fico meio assim é quando Frei Beto mete o bico. Sei lá. Quem sabe ele tomou muita pancada na cabeça no tempo da ditadura e ficou meio lelé? Quando eu me lembro disto fico com pena dele. Não descarto esta maldade. Como não descarto a vinda dos cubanos. Isto mais em sua homenagem. Muito bem analisado. (Elson Sepulveda)

Precisamos que este blog mantenha as portas abertas pra gente divulgar as falcatruas do Ataíde. Ele publicou o edital de convocações para a nova eleição da  diretoria muito bem escondido. A gente descobriu e se inscreveu. Mas ele não parou. Ele tem uma missão que não é só dele – a Secretaria de Planejamento está fazendo o que pode para ajudá-lo, dando-lhe um material de propaganda que não é ele quem escreve, e nem o lê depois pelo simples fato de ser analfabeto. Agora, ele tenta impugnar nossa Chapa 2. Ele abriu o seu envelope de inscrição para conferir os nomes inscritos ali e ameaçá-los um a um. E pior ainda uma comissão composta, escolhida e nomeada por ele impugnou a Chapa 2 que era encabeçada pela Penha Puello. (Maria Silva, funcionária municipal)


Pois é, Maria. Este moço está com a síndrome do Obama está vasculhando as intimidades dos outros. Coisa feia e imprópria para uma liderança pública. Mas o Ataíde só chegou essa presidência com a morte do Puelo; e só será mantido aí com a morte do sindicato. Portanto “não deixem o sindicato morrer, não deixem o sindicato acabar, o Ataíde não sabe nem ler, o Ataíde vai ter que rodar...” Abraços. Cuidado com os votos dos comissionados. Eta praga! (Elson Sepulveda)

terça-feira, 9 de julho de 2013





O Ananás, aquela besta – todos o tratam assim -, diz que vai votar no Athayde para o sindicato do funcionalismo. Uma mulher ao lado diz: “Cruz credo! Te esconjuro!” Mas ele não se intimida porque não diz isto da boca pra fora; diz com convicção. E ainda reforça com uma aprovação  definitiva, irrevogável: – “eu só voto em quem o Neto indica”. É muita, muita coragem. E olha em volta para ver se tem alguém espiando. Sempre tem. Há sempre um Zézinho da Ética, no pedaço. Mas o Ananás tem também seu lado cívico. Se ele pudesse,  juntava um punhado de gente e tirava o Jonas Martins da Prefeitura de Volta Redonda. É a sua bandeira para as passeatas. Isto mesmo! Ele pensa que o Jonas é que é o nosso prefeito de tanto que lê o jornal Aqui. Traz muita confusão essa incurável antipatia que ele tem pela grande mídia; ele só lê jornalzinho. Quanto menor, melhor. Por isso é que ele só lê o Aqui e um ou dois jornais colegiais. Ah, parece que lê também o blog do Adelson Vidal Alves. Mas eu não tenho provas. Digo isso só por causa das bobagens que ele diz. Mas, mas, às vezes, não tem nada a ver. Afinal, tem muita gente tonta, neste mundo. Espero em Deus não estar ferindo susceptibilidades comparando as idéias do Ananás com as do Adelson. É tudo gente do Neto. Só que o Adelson é comissionado; o Ananás está na fila.


Frei Beto tem uma fé muito maior do que o grão de ervilha. Invejável! Chega a ser um defeituoso, um abusado. Peca a mais não poder por conta dessa propriedade particularíssima. Não cuida do que diz, do que pensa, do que faz. Essa imensa fé o estraga, portanto. Há poucos dias defendia com  ardor e uma irresponsabilidade juvenil a vinda dos médicos cubanos para o Brasil. Aí veio a carta da Dra. Juliana Cardoso que bombou na internet e minguou seus planos. Frei Beto meteu o rabo entre as pernas, mas é por pouco tempo. É a conta de rezar uma Ave Maria e meio Pai Nosso e já se julgará penitenciado. Chico Buarque é parecidíssimo com ele. No Oi Casagrande, apoiou Dilma: “É um governo que fala de igual para igual: Não fala fino com Washington e não fala grosso com a Bolívia e o Paraguai.” Leonardo Boff, ao seu lado, até babou na gravata e chamou o cantor de Anjo Gabriel. Agora, devem estar os dois também com os devidos rabos recolhidos. Dilma Rousseff está falando em falsete com Obama. E rosnando com peão. É que o Obama está enfurecido com Edward Snowden, que espalhou pro mundo todo que o presidente tem o vezo de escutar conversas alheias. Já grampeou até telefones brasileiros. Edward falou e deu no pé dos EUA. Está no aeroporto de Moscow. Dali não o deixam sair. Obama está de olho e já disse quem acolher o moço ta MP sal. A Venezuela ofereceu asilo ao rapaz e apelou para a comunidade internacional contra essa barbaridade. D. Dilma não quer nem saber; fechou-se em copas. Não é boba de desagradar o presidente enfurecido. No entanto, na outra ponta do novelo, como engrossa! Na última reunião com líderes sindicais no Planalto foi assim. Fala daqui, fala dali um dos presentes quis fazer xixi. Muito natural. O segurança o mandou desapertar-se no andar lá de baixo. E explicou que a presidenta fica furiosa com o barulho da descarga. Com isto ela se aborrece...





O dia em que Dilma cuspiu no rosto de 370.000 médicos brasileiros





Juliana Mynssen da Fonseca Cardoso
Há alguns meses eu fiz um plantão em que chorei. Não contei à ninguém (é nada fácil compartilhar isso numa mídia social). Eu, cirurgiã-geral, ‘do trauma’, médica ‘chatinha’, preceptora ‘bruxa’, que carrego no carro o manual da equipe militar cirúrgica americana que atendia no Afeganistão, chorei.
Na frente da sala da sutura tinha um paciente idoso internado. Numa cadeira. Com o soro pendurado na parede num prego similiar aos que prendemos plantas (diga-se: samambaias). Ao seu lado, seu filho. Bem vestido. Com fala pausada, calmo e educado. Como eu. Como você. Como nós. Perguntava pela possibilidade de internação do seu pai numa maca, que estava há mais de um dia na cadeira. Ia desmaiar. Esperou, esperou, e toda vez que abria a portinha da sutura ele estava lá. Esperando. Como eu. Como você. Como nós. Teve um momento que ele desmoronou. Se ajoelhou no chão, começou a chorar, olhou para mim e disse “não é para mim, é para o meu pai, uma maca”. Como eu faria. Como você. Como nós.
Pensei ‘meudeusdocéu, com todos que passam aqui, justo eu… Nãoooo….. Porque se chorar eu choro, se falar do seu pai eu choro, se me der um desafio vou brigar com 5 até tirá-lo daqui’.
E saí, chorei, voltei, briguei e o coloquei numa maca retirada da ala feminina.
Já levei meu pai para fazer exame no meu HU. O endoscopista quando soube que era meu pai, disse ‘por que não me falou, levava no privado, Juliana!’ Não precisamos, acredito nas pessoas que trabalham comigo. Que me ensinaram e ainda ensinam. Confio. Meu irmão precisou e o levei lá. Todos os nossos médicos são de hospitais públicos que conhecemos, e, se não os usamos mais, é porque as instituições públicas carecem. Carecem e padecem de leitos, aparelhos, materiais e medicamentos.
Uma vez fiz um risco cirúrgico e colhi sangue no meu hospital universitário. No consultório de um professor ele me pergunta: ‘e você confia?’.
‘Se confio para os meus pacientes tenho que confiar para mim.’
Eu pratico a medicina. Ela pisa em mim alguns dias, me machuca, tira o sono, dá rugas, lágrimas, mas eu ainda acredito na medicina. Me faz melhor. Aprendo, cresço, me torna humana. Se tenho dívidas, pago-as assim. Faço porque acredito.
Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com mais qualidade. Com mais macas. Com hospitais melhores, mais equipamentos e que não faltem medicamentos. Um SUS melhor.
Briguei pelo filho do paciente ajoelhado. Por todos os meus pacientes. Por mim. Por você. Por nós. O SUS é nosso.Não tenho palavras para descrever o que penso da ‘Presidenta’ Dilma. (Uma figura que se proclama ‘a presidenta’ já não merece minha atenção).
          Mas hoje, por mim, por você, pelo meu paciente na cadeira, eu a ouvi.
A ouvi dizendo que escutou ‘o povo democrático brasileiro’. Que escutou que queremos educação, saúde e segurança de qualidades. ‘Qualidade’… Ela disse.
E disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil….
Para melhorar a qualidade…?
Sra ‘presidenta’, eu sou uma médica de qualidade. Meus pais são médicos de qualidade. Meus professores são médicos de qualidade. Meus amigos de faculdade. Meus colegas de plantão. O médico brasileiro é de qualidade.
Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade. O seu governo é que não tem qualidade.
O dia em que a Sra ‘presidenta’ abrir uma ficha numa UPA, for internada num Hospital Estadual, pegar um remédio na fila do SUS e falar que isso é de qualidade, aí conversaremos.
Não cuspa na minha cara, não pise no meu diploma. Não me culpe da sua incompetência.
Somos quase 400 mil, não nos ofenda. Estou amanhã de plantão, abra uma ficha, eu te atendo. Não demora, não.

Não faltam médicos, mas não garanto que tenha onde sentar. Afinal, a cadeira é prioridade dos internados.

Hoje, eu chorei de novo.“