sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Fichas Limpas X Fichas Sujas




Deley não foi cassado por corrupção; ele foi cassado por burrice.  Hoje, poucas semanas depois, olha ele aí, de novo, pedindo votos na rua.  Tá certo. Aliás, bem postas as coisas, o Deley até que deixou no barato. Um bom advogado lhe restituiria os dias do mandato perdidos com esta arbitrariedade. Aos burros nada se deve imputar, diz o Evangelho. Há 20 séculos, Cristo padecente lá na cruz ainda encontrou forças para pedir pelos ignorantes: “Pai, perdoai-lhes que eles não sabem o que fazem”. Deley se enquadra como uma luva nessa bem aventurança. Todo mundo sabe que ele foi cassado como burro e não como corrupto. E isto faz toda a diferença. E como o faz! Eu, sinceramente, se fosse ele teria apelado para os sentimentos cristãos dos juízes. Mas, coitado, ele não se lembrou nada disto. Entregou as chaves das gavetas, do gabinete e voltou humildemente para casa. Também ta escrito que os humildes serão exaltados. Quem sabe? Ele vem cheio de gás. Já com o Prefeito Neto o buraco é mais embaixo. Neto ta cassado e não é por burrice, não. Dizem até que foi esperteza demais. Parece. O próprio tribunal lhe concedeu uma liminar que lhe tem servido de canudo para continuar respirando. Neto é tinhoso. Não entregou as chaves das gavetas, da porta e muito menos a do cofre. Acho que é isto que ele chama de é qualidade de vida. O Zoinho, coitado, tinha esperança de substituí-lo. Por três vezes mandou lavar o terno da posse. Agora, ele próprio tem o baraço no pescoço. A Lei da Ficha Limpa é assim mesmo. Trabalha no varejo. De vez em quando pega um para Cristo. Em Volta Redonda, é difícil um que não esteja na fila. Gotardo, Baltazar, Loureiro, Paiva estão. Até a Inês Pandeló, que comunga todos os domingos, tinha um pecadilho escondido do padre - ela tomava dinheiro dos assessores, dizem. Coisa muito feia.  Ela não conseguiu se explicar e até entregou os pontos, no primeiro tempo. Não disputa mais a reeleição. Preferiu agarrar-se à candidatura de Lindberg, que não vinga. Mas o homem é senador e sempre sobra sempre um qualquer. A América Tereza, vereadora, declarou ao tribunal que vai gastar R$ 9 milhões. Enfim, tá todo mundo ganhando. Só não estamos ganhando nós os fichas limpas. 


CARTAS


“Quanta besteira! Percebe-se que nunca leu Gramsci na vida. Ou leu através de Olavo Carvalho” (Adelson Vidal)


Transcrevo o comentário de Adelson Vidal, inclusive os erros de sintaxe.  Se ele lesse Olavo de Carvalho pelo menos aprenderia escrever. Fica aí perdendo tempo com Emir Sader que escreve Getúlio com LH, Getulho, e com o intelectual Fernando Haddad que escreve cabeçalho com RIO (cabeçário). No Brasil, é assim mesmo: Há um profundo desrespeito ao conhecimento. Veja um dos elogios do Adelson Vidal ao autor Rubem Alves: "Ficou fascinado ao conhecer a Escola da Ponte em Portugal, uma escola que não há a divisão de classes e turmas que conhecemos, não existe professores, nem os programas de conteúdos". Este texto é do Adelson Vidal, em que respeito, insisto, os solecismos. Ora, este discípulo de Gramsci, não percebe que uma escola onde não há mestre, nem conteúdos não é nem pode ser uma escola. Mas está perdoado. Sei que ele não faz isto por maldade; é por burrice mesmo. (Elson Sepulveda)


domingo, 6 de julho de 2014

VEJA, ILUSTRE CAVALHEIRO, O BELO TIPO FACEIRO AO SEU LADO


Ilustração Blog Mudança e Divergência
Maluf, definitivamente, veio para explicar e não para confundir. Tá tudo junto e misturado. Quando ele falou que também é de esquerda,  minha vizinha teve um estalo – “Ah, então é isso???” Ela é eleitora da esquerda. Há meio século vota na Dodora. Mas, agora, eu não sei, não; ela anda muito agradecida ao ex-governador de São Paulo. Foi ele quem lhe tirou a venda dos olhos. Deus, guarde o Maluf! Enfim, ta todo mundo sabendo que esse negócio de esquerda é uma baita de uma corrente que pega gente. Uma corrente que vai desde Fernando Henrique Cardoso, o mais culto dos nossos ex-presidentes, até o Lula na outra ponta. Antonio Gramsci foi quem os fez irmãos. Karl Marx tinha na guerra uma via expressa para o comunismo. Gramsci, ao contrário, achava um desperdício perder tanta mão de obra assim. Não! Precisava mantê-la viva e trabalhando. Bastava emburrecê-la. E, depois, era só fazê-los carregar as pedras. Este projeto seria implantado com dois tipos de agentes – o intelectual orgânico e o idiota útil. O primeiro grupo, através de jornais, revistas, rádio, TV – enfiaria minhocas na cabeça do segundo. Ao fim e ao cabo,  famílias,  igrejas, escolas, sindicatos e  partidos políticos virava uma coisa só. Só ouviriam a voz do dono. E, talvez, fizessem uma burocrático pedido de desculpa aquelas montanhas e montanhas de cadáveres que deixaram no seu rastro: “Estamos construindo um mundo novo. Desculpe a nossa falha.” E assim se faria uma sociedade incapaz de se julgar a si mesma. Não haveria mais culpados ou inocentes. Ou será que o distintíssimo leitor ainda vê alguma diferença entre o PSOL e o DEM? Atentai para os exemplos: O Sr. Evaldo Pontes da Silva foi exemplar. Amigo e vizinho do ex-bispo Waldir Calheiros quis louvá-lo mais uma vez aos pés da sua estátua, recém inaugurada: o bispo “tinha a coragem e a garra do Lampião”. Ora, Lampião era um bandido. Estaria o Sr. Evaldo fazendo confusão, colocando os dois num mesmo saco? Não! Nada disto. É que o Evaldo é um homem absolutamente inserido no seu tempo. Perdeu o senso. Lorenzo Aidé lança um pouco de luz sobre o facínora: "Um homem armado invade uma casa  em busca de comida. A dona, humilde viúva da zona rural, não tem o que oferecer. Tomado por um ataque de fúria, o invasor dá uma surra na mulher e depois se volta para o jovem filho da viúva, que presencia tudo. Põe então em prática seu gosto por rituais de sadismo gratuito: enfia o órgão genital do menino numa gaveta e a tranca com chave. Depois, ateia fogo à casa. Desesperado, o rapaz é obrigado a cortar o próprio pênis para salvar a vida. O facínora responsável por esse crime hediondo é hoje um mito nacional: Virgulino Ferreira, vulgo Lampião" Revista de História da Biblioteca Nacional). Basta? Tem muito mais: A antropóloga Luitgarde Cavalcanti (A derradeira gesta: Lampião e Nazarenos guerreando no sertão (2000)) diz que Lampião permaneceu 22 anos no crime só porque servia  à classe dominante. O êxodo provocado por suas crueldades refez o latifúndio no sertão nordestino. Somente após 1960, com a ascenção da esquerda no Brasil, a literatura de cordel muda o destino da sua alma, mandando-a para o céu. Antes, ele era tido como uma pessoa muito má e invariavelmente, mandado para o inferno. Pois é, o Sr. Evaldo é um gramsciniano sem o saber. 



“AGORA É NÓIS”
Capítulo 4

Ilustração revista Veja

“Vinde a mim, vós que tendes fome?” Foi, mais ou menos, isto que se ouviu da boca do Presidente Lula no dia da posse. Também, não era pra menos. Havia muito tempo que a igreja vinha catequizando militantes como quem arrebanha devotos. Santos e políticos se confundiam. Muita gente boa acreditava fielmente que Lula ia fazer a multiplicação dos pães. E ele reforçava a impressão: “País que conta com tantas terras férteis e com tanta gente que quer trabalhar não deveria haver razão para falar em fome”. Nascia o Fome Zero. Envolveu  todo seu ministério. Em breve, iriam todos lançar o projeto lá em Guariba, no Piauí. O mais baixo IDH do Brasil.

Que viessem todos os que tinham fome. O convite estava feito, mas não se sabia quantos eram os convidados. Para Lula, entretanto, isto pouco importava. Lula é Lula e Frei Beto é seu profeta. Lula mesmo estimou esse número em 44 milhões de boca – número maior do que a população do RJ, MG e Espírito Santo juntos. Nas contas da OMS eram 7 milhões. Criaram, então, um cadastro central que seria abastecido pelas secretarias estaduais de assistência social. Funcionários das prefeituras saíram enfim buscando e contando os famintos de cada município.

Em panela que muitos mexem não fica bom o refogado. Não deu outra. Até dezembro estavam contados e documentados 5,5 milhões de famintos, mais 5 400 sem nem ao menos o registro de nascimento. Esperava-se um número maior para este segundo grupo. Nem os próprios operadores da contagem o acatava. Frei Beto ficou de boca aberta. Mas logo se recuperaram porque os dados no Brasil não são mesmo confiáveis. No censo de 2001, o IBGE revelava que 22,8% dos mortos ainda figuravam como vivos, nos nossos registros.

Na concepção petista, é preciso que um perca para que o outro possa ganhar. Quem teria que morrer para o Fome Zero nascer? Resolveram matar a comopra de 36 F16. Era um projeto autorizado desde 2001. Coisa do governo passado, Fernando Henrique Cardoso. A FAB ficaria sem os seus caça. Muita gente aplaudiu: Avião não enche barriga! Nem se davam conta que era uma compra diferente. Comprar jatos não é como comprar feijão. Não é só botar um saco no carrinho e pagar no caixa. Uma encomenda dessas leva 4 anos para ser atendida e só é paga contra entrega da mercadoria. E não pára aí. Havia, enfim, mil argumentos para o Ministro da Defesa defender a sua FAB, mas ele só pensava naquilo. Depois, Lula não parecia estar de brincadeira. Ele próprio abrira mão do passeio à guariba com os seus 29 ministros mais os costumeiros papagaios de piratas. Era preciso economizar para o Fome Zero. E até apelou para a ajuda do povo. Sem o povo não se vai a lugar nenhum.
Era o terceiro apelo ao povo, na nossa história recente. Em 1932, Revolução Constitucionalista, pediram para o “Dê ouro para o bem de são Paulo”. A guerra acabou e construíram um prédio com o dinheiro arrecadado. Em 1964 foi a campanha “Dê ouro para o bem do Brasil.” Casais, cheios de ardor patriótico,  trocavam suas alianças de ouro por outras de latão, acompanhadas de um diploma de colaborador. Levantaram 400 kg de ouro de que nunca se soube em que foram usados. Do Fome Zero se soube menos ainda.
A Mercedez Benzz deu um caminhão para o transporte de alimentos. A Organização das Cooperativas Brasileiras doou 24 mil toneladas de alimentos. Gisele Budchen entregou a José Graziano, ministro de combate à fome,  o seu cachê por um desfile. O cheque era para o Fome Zero. O ministro o sabia. Entretanto, só o depositou 40 dias depois... A campanha ia de vento em popa.

Eram de fato bons os ventos. Dinheiro já não faltava. O Caso AGF ilustra bem o caso. Desde 1991 essa empresa lutava contra o pagamento de uma dívida de R$ 46,4 milhões. Esgotados todos os recursos judiciais, já não tendo mais como apelar recebeu o perdão do próprio credor, que anulou sua dívida. Não quis receber nenhum centavo. O governo federal era o  autor da ação. 

domingo, 22 de junho de 2014

AGORA, SÓ DAQUI A SEIS MESES




Deu no jornal Tempo que, em Santa Maria (RS), há uma lei que proíbe latidos de cachorros após às 22horas. Eu acredito. Tenho visto muitas coisas neste mundo. Na nossa Câmara Municipal quiseram inventar uma tal de Tribuna Livre. Lá, o mais comum dos mortais poderia usar da palavra. Parece que opunham restrição ao uso do palavrão. No mais, a palavra era livre. A Câmara Municipal anunciaria previamente o orador da noite: Hoje, com a palavra, Zé das Couve. Imagina as mudanças na vida do povo após esse discurso. Nenhuma! Vejo o povo falar nos ônibus, nas filas do banco, nos supermercados e nada. Foi muito bom, portanto, os vereadores  Tigrão, Simar, Francisco Novaes, Francisco Chaves, José Augusto, Neném, Pedro Magalhães, Maurício Batista, Adão Henrique, América Tereza e Dinho votarem contra o projeto. O nosso legislador de controle de qualidade. O negócio não é apenas produção. Segundo o Tribunal Federal de 2000 a 2010 foram criadas 75 517 leis no país. Uma média de 20 novas leis por dia. Com Sol ou com chuva; com jogo do Brasil ou sem jogo do Brasil, a cada dia 20 outras novas leis. Está ficando difícil. Já existe dia dos médicos até o dia do pedreiro meia-colher. É, portanto, muito natural que vereadores, de vez em quando, dêem um pulo no lixão da câmara à cata de alguma mangonga. Tal se deu com o Vereador Jari que achou essa Tribuna Popular. Aparentemente é uma bobagem. E, aqui, as aparências não enganam. É mesmo uma bobagem! Talvez nem o próprio Jari tenha a mais pálida vontade de aprová-la. Só assim poderá voltar com ela a cada seis meses e, assim, vir vivendo. O Paiva foi esperto. Passou todos os seus mandatos botando e rebotando esse projeto em pauta. Uma vez me encontrei com Ítalo Granato, pedindo votos para o Paiva. No centro de uma rodinha de eleitores ele explicava que votava no Ratinho porque ele defendia a criação da Tribuna Livre. Ele chama o Paiva de Ratinho. O Ítalo sabe muita coisa que eu não sei. O que sei mesmo, com toda a certeza, é que esse projeto tem ajudado muita gente boa. No tempo do Sarkis já era uma idéia velha. Mas, naquele tempo, até fazia sentido. Éramos todos mais ingênuos. Havia três vereadores muito moleques – Luís Carlos Sarkis, Julio Ferreira e Vander Lucas. Todos imberbes. O Vander Lucas, na verdade, tinha uns bigodes a La Nietzche. Mas, espiritualmente, era um glabro mancebo.    Vander Lucas se tornou dono de uma funerária; Luis Carlos Sarkis chegou a Presidente da Casa. Está lá na parede o retrato dele. Rechonchudinho. Precisa de ver.  Julinho Ferreira perdeu a eleição pra prefeito e foi morar nos Estados Unidos. Também, apenas a Maria de Lourdes Lampert acreditava na candidatura dele; ela era sua vice. Naquele ambiente de sadia molecagem, Aristides Martins quis colocar fraldas nos cavalos e alguém falou na tribuna do povo. Zezinho da Ética correu e entrou na fila da inscrição, onde está há trinta anos. Zezinho é eterno. Ele é assim como uma Dodora com certificado de reservista. 


AGORA É NÓIS!

Capitulo II



Na campanha e na posse de Lula, a palavra que mais se falou foi “mudança”. Luciano, da dupla com Zezé de Camargo, era quase um coqueiro naquela paisagem. Falou do seu “Orgulho em participar do momento de mudança no país... quero contar essa história aos meus filhos e netos no futuro”. O cantor Gilberto Gil não deixou por menos. Esqueceu o seu jeitão de baiano e saiu em desabalada corrida do palco. Ia tomar posse também. Arranjara um bico no novo ministério – Ministro da Cultura. No seu discurso, usou palavras como “transculturativas”, “ouriçar planetariamente”... palavras que não querem dizer absolutamente nada. E, pior ainda. Embora só ele as empregasse já eram palavras muito usadas. Haviam até figurado em programas de humor. Chico Anísio muito se serviu delas no seu Chico Total, na TV. Nisto, Gilberto Gil não mudara.
Toda a turma estava Ciro Gomes, Ministro da Integração Social, prometia acabar com os transtornos das chuvas cíclicas; Cristóvão Buarque, Ministro da Educação, prometia acabar com o analfabetismo; Palocci, Ministro da Fazenda, prometia acabar com a pobreza; Lula, o presidente de todos nós, prometia acabar com a corrupção. Enfim, era barba, cabelo e bigode. Antes de mim, o caos. Tudo tem seu tempo e o de Ciro foi o mais curto. Duas semanas depois da sua promessa , novos desabamentos ocorreram em Minas Gerais. Foram vinte e seis mortos, setenta e quatro feridos, setecentos e setenta e quatro desabrigados e umas duas dezenas de desaparecidos o saldo da tragédia. Tres ministros foram prestar solidariedade aos mineiros. No meio deles, Ciro Gomes.
Na manhã seguinte, 500 garis cuidavam da limpeza na Esplanada. Um punhado de bandeirinhas do PT, faixas alusivas ao presidente, cartazes, santinhos tinha que ser removido. E, ainda, havia um jardim para ser replantado. Na frente da Granja do Torto ainda havia gente. O Presidente receberia visitas oficiais em casa. Hugo Chávez foi o primeiro a chegar. Reclamou da greve geral que enfrentava em seus país, pediu ajuda pra enfrentar a oposição e falou, também, da Petroamérica, uma integração das empresas de petróleo. O último visitante foi Fidel Castro que terminou cerrando a janta. Fidel estava como que na própria casa. Assistira a posse de Cristóvão Buarque ao lado de Maluf e ACM. Não consta que tenha se sentido incomodado. Lá fora, os talibãs do PT não toleravam aquela aproximação. Aguardavam na saída. Queriam aplaudir o cubano e hostilizar os brasileiros. É da vida.
Quinze dias depois, junto com aquelas chuvas que caíam em Belo Horizonte, um banho de água fria desabava sobre a massa trabalhadora. Jaques Wagner, Ministro do Trabalho, dizia à Folha de São Paulo da sua intenção de extinguir a multa de 40% nas demissões desmotivadas: "A forma melhor seria não ter esse ônus na demissão". A CUT chiou, a Força Sindical chiou. Foi um auê! Até o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Francisco Fausto,  soltou os cachorros: “Ela é inegociável. O ministro terá de voltar atrás, porque disse uma bobagem". E ele voltou.

Antes que se recuperassem o fôlego, um novo rebuliço: Lula ia mexer na Previdência. Iniciariam as conversas em fevereiro e até junho o projeto estaria prontinho no congresso. O Presidente tinha pressa. Queria ver sua nova lei funcionando em 2004. Ano Novo, Vida Nova. Marco Aurélio de Mello, Presidente do Supremo Tribunal Federal, considerou aquilo uma brutalidade. Para ele, qualquer mudança que não respeite direitos adquiridos só pode ser feita por uma revolução contra o estado de direito estabelecido: "Não chego a dizer que são propostas demagógicas, mas você só pode fazer isso quando vira a mesa e há uma revolução do poder constituinte originário", declarou Mello, ao jornal O Estado de S. Paulo. Lula diz que vai debater com a sociedade. Mas, nos bastidores, ele sabe direitinho o que quer. Até se diz que todas categorias de servidores do país serão incluídas na reforma mesmo que eles tenham que abrir mão de benefícios. E ainda estávamos na primeira quinzena do seu mandato.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

NOTAS

           Ao estimado leitor,
            Pretendo, aos poucos, colocar este blog em dia. Aviso que nem o Lula, nem o Neto, nem o Zezinho da Ética tem nada a ver com esses atrasos. São contingências da vida que espero resolver aos poucos, como estou resolvendo. Aproveito para outras explicações. Um amigo. Eloy Marcondes, me sugeriu que fizesse um retrospecto do governo do PT. Achei interessante e devo fazê-lo em capítulos. Assim, se explica a segunda nota dessa postagem. Outros capítulos virão. A primeira nota é minha versão municipal do Lepo, Lepo. Nós também dançamos. Abraços

Neto, Neto

 
Ah... quase que prometeu chover
Tá todo enrolado
Com mandato cassado
Ah... Não tem pra onde correr
 
Tá sem deputado
Já lhe tomaram o cargo
Agora, é só mandar ele embora
 
Sai, sai, sai, sai, sai da cidade!
Sai o Prefeito e sai o vice
Mas sai de verdade!...
 
Ele não tem cargo
É só xaveco
Quem ficar com ele é só porque gosta
do seu
rá, rá, rá, rá, rá
Lepo, Lepo
É tão gostoso o colo do
rá, rá, rá, rá, rá
Neto, Neto
 

CAPÍTULO I

É NÓIS, AGORA!




O medo andava assustado naqueles dias. O Lula, Profeta de Garanhuns, bem avisara que a Esperança ia botar o medo para correr.  Xô Regina Duarte! Havia 13 anos que a Namoradinha do Brasil mostrara o seu pânico com aquela história do Lula Presidente do Brasil. Muita gente boa se solidarizou com o susto da moça. Ela era linda! Oito anos depois, veio a vez de Mário Amato, Presideente da FIESP – homem sisudo, vivido – mostrando medo também e que não estava sozinho. Disse que 800 mil empresários deixariam o Brasil, caso o PT ganhasse a eleição federal.  Mais outros quatro anos se passaram e a gente viu que cara feia, cara bonita adianta pouco e, às vezes não adianta nada. Luíz Inácio da Silva, se tornaria o nosso 39º presidente.
Muita coisa havia mudado. Muita mesmo! Agora tudo virou festa. Num palco Zezé de Camargo e Luciano, Fernanda Abreu, Zeca Pagodinho, Maria Betânia, Gilberto Gil, Bateria da Mangueira estavam afinadíssimos com o povo que cantava, gritava, dançava, pulava e aplaudia. E o delírio ainda mais cresceu quando o novo  presidente passou num Rolls Royce aberto, rumo ao parlatório. O automóvel ziguezagueava, no meio da multidão. A poucos metros dali, a faixa presidencial o aguardava e ele a vestiria sob o olhar emocionado de 120 mil pessoas. Uma platéia de Fla X Flu. Pra andar um pedacinho daquele levou o maior tempão. Às vezes, era parado pelas pessoas, e até pelo enguiço mecânico. E lá ia o carrinho. Getúlio Vargas o ganhara de presente da Rainha da Inglaterra em 1952. Estava fora de uso e teve que ser empurrado, no trajeto.
Aquilo mexia com o imaginário. Um homem trocando o piso sujo da fábrica pelo asséptico tapete do palácio era de uma simbologia vasta. Servia como bom exemplo para o capitalismo – o homem que se fez a si mesmo. O flagelado que chegou a presidente. Mas sob o olhar daquela gente na capital era um novo que nascia. Em cada olhar se via: “Agora, é nóis!” Tanta gente que sentara naquela cadeira – civis, militares, médicos, advogados, engenheiros... – e uma demanda popular foi só se acumulando. Agora, se ia ver uma coisa só.  Agora, seria uma enxurrada.
A Reforma Agrária era um desses exemplos. Na década de 1950 ela já aparecia em discursos políticos. Em 1962, Jango Goulart a encampou com tanta força que muita gente passou a pensar que a reforma agrária era uma invenção dele. Os comunistas já a haviam tentado e abandonado. Aqui, até o PSD, partido dos latifundiários,  a defendia e apresentara projeto para legalizá-la. E o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), a colher-de-pau que o governo americano metia no Brasil, a promovia nos seus simpósios.
Havia, entretanto, um muro separando aquela gente toda. Era o Artigo 141, parágrafo 16 da Constituição: "É garantido o direito de propriedade, salvo caso de necessidade ou utilidade pública no Brasil. Ou por interesse social mediante prévia e justa indenização em dinheiro". A indenização a dinheiro era que pegava. A esquerda pensava diferente. João Pinheiro Neto, presidente da SUPRA, apresentou um  projeto ao governo: "Desapropriação 20km de cada lado das rodovias federais, das rodovias e rios navegáveis"  . No dia 13 de agosto de 64, Jango o assinou, no comício da Central. Foi aprovado pelo Congresso. Até aí morreu o Neves. Mas outros presidentes continuaram a idéia. Castelo Branco, por exemplo, criou o INCRA e o Estatuto da Terra e encaminhado um projeto de reforma agrária.

Havia, também, demandas impopulares esperando a vez. Fernando Henrique Cardoso promovera algumas delas. As mais pesadas foram as privatizações, que viraram seu epítome. É só falar em privatização que se lembra de FHC. Mas esse negócio de privatizar começou mesmo com o Collor de Melo. E, ao contrário do que muita gente pensa, foi Itamar Franco quem privatizou a CSN. FHC apesar da sua empáfia não fez tudo. Durante oito anos lutou para suspender a idade mínima da aposentadoria. Não o conseguiu. Esta reforma estava também na fila. 



 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

VOCES PRECISAM ACREDITAR EM MIM





Talvez o estimado leitor não tenha se dado conta de que Uóxinton Granato e América Teresa não são a mesma pessoa. Os políticos são os únicos culpados por isso, de tanto que se repetem nos gestos, nos gostos, nas palavras. Entretanto, se digo que os políticos são todos iguais, sei de uns que são iguaisinhos. Por exemplo, os dois legisladores municipais. Mas não nos prendamos nas aparências. Teresa é uma, Granato é outro e o Conrado é um outro ainda. Há, enfim, um monte dessas réplicas por aí. Quem os torna assim é uma entidade chamada Presidência da Câmara Municipal. Botou o bumbum naquela cadeira o bicho incorpora impiedosamente. O bicho é sempre o mesmo. O que muda é o cavalo. Ou o cambono como o dizem os iniciados. Quem viu a América Teresa naqueles dias sabe do que estou falando. Ela se julgava imbatível. Pensava até que era mais do que a Dodora. Logo quem!!! Dodora, Presidente do SEPE há cinco gerações. Foram muito turbulentos aqueles dias. Dodora segurava o funcionalismo de um lado e a América Teresa segurava os vereadores, do outro. Só o prefeito é que estava de mãos desatadas. As duas fizeram, portanto, um trabalho importante. O Prefeito de tão agradecido mandou que tomassem conta da vereadora. A Guarda Municipal montou acampamento de frente a casa dela e lhe batiam continência. Com a segurança da Dodora ninguém se incomodou, não. Acham que ela já está cascuda. É claro que Uóxinton Granato vendo uma coisa dessas falou com os seus botões “Eu também quero!” E a última terça feira lhe veio como encomenda. Um menino com o seu carrinho-de-mão vendia mandiocas lá na Amaral Peixoto. A Guarda Municipal apareceu e foi um rolo só. O menino, que abusado aquele menino, não tinha alvará para vender mandiocas. Leva a mandioca ou levam o menino? Juntou gente. Uns achavam isto, outros achavam aquilo. Um soldado da PM se aproximou. Uma inspetora da municipal chegou junto. Segundo disseram ela deu uns tabefes no menino. O caso foi parar na 93ª DP. Em seguida foi para o Conselho Tutelar. Levaram-no enfim para a Câmara Municipal. Aí, os vereadores que estavam sossegadinhos lá no canto deles de repente aquele estrupício. “É sempre a guarda!” um vereador falava. “É sempre a guarda!”, um repetia. E porque falavam a mesma língua resolveram trancar a pauta até que o Prefeito desse um jeito nisto. Mas o Granato que só compareceu à Câmara no dia seguinte quis ver o filme a partir do início. Destrancou a pauta, convidando os colegas para tomar um café com o prefeito. Irem conversar um bocado. De uma boa conversa ninguém escapa.







Se acaso você precisar de um poste, fale com o Lula. Ele está rifando o Alexandre Padilha.  Marta “Relaxa e Goza”, também conhecida como Marta Suplicy, já está no aquecimento. O Padilha até que vinha todo animado, mas no seu caminho tinha um doleiro, tinha um doleiro no seu caminho. Coisa chata! Aí, não tinha outro jeito. Lula meteu, de novo, a mão na cartola e saiu o nome dela – D. Marta. Parece pouco, quase nada, mas é o melhor que se tem. O público interno se sente bem servido. Emídio de Souza, presidente do diretório estadual, endossa: “Melhor do que uma Marta, só duas Martas.”  É verdade que, acima dela, tem o Lula. Mas este ta aí é pra coisas maiores.Acima dela, só tem o Lula que está aí pra coisas maiores. Apenas D. Marta deve se sentir um tanto encafifada com esta preferência e se beliscar perguntando: “Mudaria o PT ou mudei eu?” Quem sabe? Ela fora derrotada duas vezes no Estado – Pelo Zé Serra e pelo Kassab. Depois perdeu em duas eleições familiares, dentro do próprio PT – uma para o Mercadante e outra para o Fernando Haddad. Fernando Haddad? Quem é Fernando Haddad? A única coisa que se sabia dele é que escreve “cabeçário” em vez de cabeçalho. E, por ironia do destino, era Ministro da Educação na Reforma Ortográfica. E a Marta andou perdendo pra gente assim... Mas valeu a resignação. De derrota em derrota, chegou a vez dela de novo. E, se muito não me engano, ta vindo uma outra substituição por aí. Será a Dilma  cedendo a vez para o Lula. Chamaram as pesquisas pra ver se salvam a moça. Pesquisa é assim: quando não cai na galhofa, atrai votos. Carlos Augusto Montenegro, dono do IBOPE, não nenhum dos candidatos mais forte do que o outro. Em entrevista à Veja e à Tribuna, foi taxativo: O PT não ganha a eleição com Dilma e, talvez, nem mesmo com a sua substituição por Lula. Não era mais preciso, mas resolveu ir em frente: disse que o PT está em decomposição. Foi longe. Eu achei. Afinal, o IBOPE tem contratos de R$ 4,2 milhões com o Planalto. Na semana seguinte, se redimiu. Veio um milagre daqueles que, abaixo de Deus, só o Montenegro pode fazer: Dilma saltou de 30% para 38% na preferência eleitoral. Está tudo lá registrado no TSE sob o protocolo BR-00120/2014. E, outro milagre, a pesquisa foi custeada pelo próprio IBOPE. Coisa muito bonita esta de querer a verdade e ainda custeá-la. É bom ter o povo bem informado. O problema é que o instituto vem errando muito. Seja, por exemplo, a última eleição municipal para Manaus. O IBOPE apontava empate técnico entre – Arthur Virgílio e Vanezza Graziotin. As urnas, entretanto, deram 32% a mais de votos para Arthur. Os fatos desmentiram o IBOPE. Agora, o IBOPE desmente o IBOPE. Já estamos pertinho de ver onça largar da cria.


domingo, 18 de maio de 2014

ACUDIRAM TRES CAVALEIROS...




Haverá sempre um homem que, por mais que sua casa desmorone, ele tem os olhos voltados somente para o mundo.  São os nefelibatas. A frase é de Ernesto Sábato, escritor argentino. Mas posso fazê-la nossa também sem cometer exageros. Ela cabe perfeitamente dentre nós voltarredondenses. Com folga até.  Só no Governo Neto há três dessas tristes figuras. Antes, porém de citar-lhes os nomes, digo-lhes que não se aborreçam. Esse negócio de viver com a cabeça nas nuvens é uma coisa muito gostosa. Vejamos, então, esses tres nomes:  o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal e o Jornal Aqui. A administração municipal se desmorona, falta água em toda cidade, o funcionalismo em véspera de greve, a saúde doente e o Jornal Aqui preocupado com a agenda que a prefeitura de Barra Mansa distribui aos empregados. Não é diferente com o Zezinho da Ética em cujas mãos drapeja uma única e solitária bandeira. É contra o Governo Alkmin (Bem feito! Quem mandou o Alkmin não ser do PT... estaria ungido.). Adelson Vidal também foge - troca a nossa cidade pelo Programa da Regina Casé. Com muita coragem e absoluta sinceridade proclama:  “Eu aumento, mas não invento”, feito Nelson Rubens, quem sabe, seu patrono. É possível que algum incauto leitor afirme que nenhum dos tres citados é gente do governo municipal e que, portanto, viajei na maionese. Eu responderia , entretanto, que nessa história de ser ou de não ser do governo há insondáveis mistérios. Há até daqueles que têm um pé no governo e o outro pé no desgoverno. Mas isto não os impede de caminhar e saudar seus amigos. Há gente de todo tipo. Seja, por exemplo, Dra. Suely Pinto.  Quem vê assim nem diz que puseram outra pessoa no lugar dela na Secretaria de Saúde. Dra. Marta Magalhães tá lá. Só que a Dra. Marta Magalhães é cuspida e escarrada a Dra. Suely. Tanto que ela quer nossos médicos como monitores dos colegas cubanos recém chegados à cidade. Entrem ambos no mesmo consultório, ao mesmo tempo e atendam o mesmo paciente. O médico brasileiro vai e cola o ouvido nas costas do paciente e lhe manda falar 33. O paciente fala uma, duas, tres vezes, por insistencia do examinador que,, logo empós, limpa o pigarro da garganta e diz para o outro - "Agora é sua vez." O cubano vai e escuta uma, duas, tres vezes. Tudo igualzinho. Limpa o pigarro e devolve o paciente: "Agora é sua vez". E o pior é que um tutorado ganha quase tanto quanto dois médicos e tem uma carga horária menor. E aí é que aparecem o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal e o Jornal Aqui, que muita gente supõe inuteis. São os nossos cavaleiros de Granada que, como nas palavras de Cervantes:  “Alta madrugada saíram em louca cavalgada, brandindo lança e espada. Para quê? Para nada...” 




A conversa ainda estava na sala e o pessoal lá da coxia de orelha em pé, matutava. Eram os vereadores de São Paulo ouvindo falar que lá em Brasilia iam criar uma certa comissão nacional da verdade pra passar metade do Brasil a limpo. Iam investigar os crimes militares. E só. O outro lado da história era um rolezinho de jovens correndo atrás da utopia, conforme diz a Professora Marlene Fernandes. Uma investigação assim, tem tudo para render votos - os militares são um bom saco de pancada. Como não tinham nada a perder, esses vereadores criaram logo a sua comissão municipal da verdade. Escolheram o caso JK para investigar. O que JK tem a ver com São Paulo? Nada. Ele não nascera em São Paulo, não fizera política em São Paulo e morrera no Rio de Janeiro... Aos 76 anos de idade não era nenhuma jovem ameaça ao regime que se esgotava... E daí? Isto servia apenas para mostrar como os militares eram malvados. Concluíram, enfim, como haveria de concluir que o Presidente Juscelino Kubitschek e seu motorista Geraldo Ribeiro tiveram suas mortes por homicídio doloso, na Rodovia Presidente Dutra, Rio de Janeiro. Encaminharam seu relatório. Pedro Dalari, entretanto, ao recebê-lo não quis deixar o seu na reta. Examinou cuidadosamente todos os documentos recebidos. Como quem conta um conto acrescenta um ponto ele sentiu logo que a verdade não era bem aquela : “Não há documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise, qualquer elemento material que, sequer sugira que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinados, vítimas de homicídio doloso”. O problema é o ânimo com são formadas essas comissões.  Muitos partem de um princípio de que a ditadura militar era um confronto entre bandidos e mocinhos. Também foi assim em Volta Redonda com a Comissão da Verdade de Jerônimo Teles. Já-já haverá quem proponha a Comissão da Verdadíssima. 








Não entregamos o Cesare Batisti fiando, talvez, que,  por burrice ou vingança, os italianos também ficassem com o nosso Henrique Pizzolato pra lá. Mas a Itália, primeiro mundo, está muito acima de nós, das nossas expectativas. O procurador Alberto Candi, encarregado do fato, não teve nenhuma dúvida e ligado as antigas convenções recomendou - quem pariu Mateus que o embale. Este foi o seu encaminhamento à coorte de Bolonha. Pediu a extradição do peralta do Henriquinho, que anda tão assustado que só faz rezar lá no Hemisfério Norte. Quando ele vê a cara do Genoíno nos noticiários até se benze com a mão esquerda. Genoíno tá um trapo. Pediu ajuda, uma vaquinha e lhe deram um rebanho inteiro. É generosa a esta irmandade. Entretanto, não adiantou muito. Genoíno está desacorçoado. Anda muito longe daquele homem valente de punho cerrado para cima, desafiando corajosamente os limites da ignorância. Agora, taí. Mas eu não lhe boto o dedo na boca não, que não sou tonto. Pizzolato não quis esperar um fim assim e deu no pé para a Itália. Mas não está garantido. Vão mandá-lo de volta. Pizzolato é ex-diretor do Banco do Brasil, condenado a 12 anos de cadeia pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. É um baú cheiinho de informações. Até a boca. Vale quanto pesa. Sua defesa faz das tripas coração para mantê-lo na Itália. Até apela para sentimentos humanitários dizendo que as nossas penitenciárias são péssimas. Longe, muito longe dos ressorts por onde seu cliente tem andado a custa do erário. Pizzolato fica rezando sozinho pelos cantos. Genoíno não enganou os médicos; Pizzolato tenta enganar a Deus... E ambos enganam gente assim feito o Professor Doricélio Pinheiro que não cabe dentro de si com a Copa que está vindo aí. 







domingo, 27 de abril de 2014

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO





Anda tão desacreditada esta Câmara Municipal que, de vez em quando, o Prefeito põe a turma dele para brigar com a turma dele. Aproveita o vácuo. Mas é tudo de mentirinha. Claro! É só pra inglês ver – a base parlamentar contra a base administrativa. Lincoln Botelho, Paulo César Barenco e major Luis Henrique de um lado; América Teresa, Conrado, Neném e mais quinze do outro. Querem dar a impressão de que são diferentes. É uma questão de sobrevivência. A vida é mesmo assim: Em ano de eleição vale tudo menos perder a eleição. O Prefeito sabe disto e libera o pessoal. Podem xingar à vontade, desde que não metam minha família no meio. E a família do Prefeito não é pequena, não. A América Teresa faz isto com uma precisão cirúrgica. Eu soube de fonte limpa que ela está fazendo um curso de xingar prefeito com o Baltazar, que – conforme sabemos – é um mestre nesse tipo de destampatório. É que tudo tem sua hora e a vereadora cismou que chegou a vez dela. Quer ser deputada federal. Pode parecer muito, mas ela tem grandes projetos: Uma casa na praia, um carro moderno e uma fazenda é pinto perto dos seus sonhos! E ainda tem que arranjar a família... Se bem que o Conrado vem se dando bem esse danado. E isso só como vereador. Eu conheço o Conrado desde o tempo em que ele fazia cocô na fralda. Mudou muito. Honra seja feita – trabalha bem a turma. Não precisa de ajuda. Por isso eu acho um desperdício o Baltazar ensinar o pulo do gato para Teresa. Ele tem um ódio sincero ao Neto e pode prestar um desserviço a si mesmo. No período pré-diluviano foram amigos. Muito amigos mesmo! Uma vez até bateram na porta da minha casa, pedindo votos. Na verdade, era só o Baltazar quem falava: “Neste você pode confiar. Eu assino embaixo!” E o Neto fazia cara de sério. O Neto é muito gozado, gente! Só vendo, só vendo! Mesmo agora, tanto tempo depois, eu me lembro da cara dele e fico rindo. Parecia até que ensaiavam o número sob a direção do Bernardo Maurício, nosso decano em interpretação cênica. Caprichavam. Mas o casamento durou pouco. O Baltazar se arrependeu feio. E, agora, vive pedindo a Deus forças para refazer aquela mesma caminhada desmentindo aquilo tudo que falara então. Mas é casa pra dedéu. Da minha parte, ele está dispensado desses cuidados. E, depois, tá todo mundo sabendo da verdade apesar do Jornal Aqui. Tanto que a Teresa tá assim de bico torcido. É o modelito da estação.



Há mais de 30 anos conheço o Ananás. Já o apresentei aqui algumas vezes e aviso sempre que ele é mais conhecido como Aquela Besta, por merecimento. Pois bem. Eu o conheci distribuindo santinhos numa campanha eleitoral. Pedia votos para Jandira Feghali, candidata a deputada estadual. E como que encantado explicava aos eleitores que abordava: “Ela é morena, cabelos longos, alta, bonita e jovem”. Era tudo que ele sabia da moça e, segundo suas convicções bastava. Há muito marmanjão que vota assim. Mas nem todos. Em caso contrário, não haveria a América Teresa, a Ines Pandeló e a Cida Diogo. E, se formos botar os pingos nos is nem mesmo a Jandira Feghali haveria mais. E, no entanto, ela está na área: A mesma tez morena, o mesmo cabelo longo e trinta e poucos anos a mais no lombo. De qualquer forma, continua vivendo às nossas expensas, como deputada federal. O Brasil se permite essas dicotomias: A política não é profissão, mas os políticos são profissionais. Até aposentam. Daí esse cuidado permanente para defenderem o espaço que entendem como seus próprios. Assim, a deputada como toda a esquerda, farejou na Rachel Sheherazade uma ameaça. Achou que a moça estava roubando o seu discurso de apologia da violência porque julgara compreensível populares no Rio de Janeiro terem amarrado um ladrão no poste. Foi um pânico, uma histeria na esquerda. Alguém mexeu no meu queijo. Soltaram os cachorros. Jandira Feghali e Ivan Valente, do PCdoB e do PSOL respectivamente – primos pobres do PT-, se puseram a freqüentar os corredores palacianos federais. Foram ao Procurador Geral da República e deram as cartas: “Que a moça seja demitida ou que se casse a concessão do SBT”. E, que se suspendessem os pagamentos da verba publicitária até que se resolvesse a questão. Vejo as pessoas defendendo Sheherazade, mas não vejo ninguém acusando esses dois deputados. Enquanto o crime deles me parece muito maior. Se é que Sheherazade cometeu algum crime. Eles nem processaram a moça, sequer. Foi julgamento sumário. Colocaram o Estado a seu serviço. E, cá pra nós, militante do PCdoB ficar arrepiado com incitação à violência é uma mui suspeita susceptibilidade... O PCdoB estava enfiado até o gogó na guerrilha do Araguaia. E seus membros, entre outras mortes, mataram um menino de 17 anos de idade na frente dos pais, cortando-lhe inicialmente a orelha. E o Ivan Valente também não pode rir da Jandira não que o seu partido, PSOL, foi lá na Papuda dar a mão amiga ao terrorista Cesare Batisti, condenado por quatro assassinatos na Itália. E, mais recentemente, tinha alguns dos seus meninos envolvidos no assassinato do jornalista da Bandeirantes morto em serviço, cobrindo passeata. 






Concluiu que elas não eram nenhum recurso de camuflagem e se deu por feliz. Agora, um século e meio depois, vem o Tim Claro da Universidade da Califórnia e começa a observar a zebra e os seus parentes mais próximos – o cavalo, o jumento e o asno. Viu que a região habitada pela zebra é totalmente inóspita para estes outros três animais. Se o cavalo, o asno e o jumento quisessem ser seus vizinhos não sobreviveriam. Essas regiões são infestadas de moscas sugadoras – tsé-tsé, muriçoca – que são inofensivas às zebras e fatais aos outros três. Tim Claro percebeu que aquelas moscas não pousam em  superfícies listradas. O trabalho está na revista Nature Commuications. Estou louco para mandar essa postagem para o prisioneiro José Genoíno. Assim ele se sentirá mais confortável naquele seu uniforme da Papuda.



domingo, 20 de abril de 2014

O Jerico já não é mais dono das suas próprias idéias





Quem dera se se tivesse pelas crianças o mesmo amor que se tem pelas idéias! Não haveria órfãos neste mundo de meu Deus. E - contrariando o adágio popular - mesmo os filhos feios teriam seus pais conhecidos e orgulhosos. Não sei se o estimado leitor já se deu conta de que não nenhuma idéia abandonada por aí. Não há mais idéia de jerico. Mesmo que ela nasça da cabeça de um asno vem logo um esperto adotando-a de lhe dando o nome de família em cartório. Como profetizou Caminha: "Nesta terra tudo que se planta dá". Diz-se que jaboticaba só dá no Brasil. Mas não é esta a nossa única exclusividade. No campo das idéias, também somos assim: O Brasil é o único país do mundo que leva o comunismo a sério. Não se espante, portanto, o leitor com este bando de gente e a decantada transposição do Rio Paraíba do Sul. O Alkimim quer puxar  água do Rio Paraíba e o Zezinho da Ética não quer deixar. Ora, vejam só! A briga promete muito pano pra manga e, quiçá, votos na eleição. O bicho tá pegando. Começou a juntar gente de um lado e de outro. E veio a Câmara Municipal de Iatiaia e, com ela outras câmaras vizinhas: Quatis, Porto Real e Resende. Tá crescendo pro lado de São Paulo também. O Governador Alkimim está desesperado e correu pros braços da Dilma, mesmo sabendo que não é aconselhável aceitar abraço de afogado. Mas ele não tinha escolha, coitado. O bispo de Volta Redonda até riu dele. Zombou mesmo: "Correu pros braços da mamãe." Sei não. Talvez o bispo preferisse mesmo era o ver incendiando ônibus, apedrejando vitrines ou saqueando lojas feito os meninos do Freixo. Nunca se sabe. O que se sabe mesmo é que é ano de eleição. E, como disse a Dilma Rousseff – “em época de eleição a gente faz o diabo”. Zezinho que se cuide. Logo, logo, vão aparecer por aí, batalhões de candidatos reivindicando a paternidade dessa idéia anti-cristã de não se dar água a quem tem sede. O governador quer é 2% dessas águas. Ele já retira 50% do rio Piracicaba; não quer secá-lo de vez. Evidentemente, fica o medo com o previsível crescimento das nossas indústrias e população no futuro. Devemos então disciplinar o uso do rio. Todas cidades tem que fazer o tratamento de esgoto. O Zezinho podia começar por aí e nem precisava ir muito longe. Começava por Volta Redonda mesmo, onde o Prefeito Neto construiu a sede da Defesa Civil dentro do leito do rio. 





O Conselheiro Acácio deixou as páginas do velho Eça de Queiroz e foi morar no Planalto. Está lá em Brasilia trocando figurinhas com Dilma Rousseff. Não foi ninguém que me disse nada disto. Eu é que conheço o moço e sua conhecidíssima  obra. Pelo dedo se conhece o gigante. A Copa do Mundo de futebol no Brasil é coisa dele - a criação, a organização e a justificação. Entregou tudo prontinho ao governo. E assim, foi-se enfiando dinheiro nela. Só o Estádio Mané Garrincha engoliu R$ 1,6 bilhão. Se a gente for um desatento como o Ministro Aldo Rabelo pode não só considerar isto muito bom, mas até como um excelente exemplo para tampar a boca de uns derrotistas que tem por aí - Você, por exemplo, contribuinte-eleitor,  que, no final, paga o papo e a laranja, é um deles. Segundo, o Tribunal de Contas, feitos os últimos acertos o Mané ficará por R$ 1,9 bilhão. Acreditam os acacianos que isto é investimento. Que iniciada a competição o dinheiro voltará aos borbotões. Parece até que é o Vereador Maurício Batista quem faz essas contas. Em um ano inteiro, pleno de grandes e concorridos eventos, o Estádio Mané Garrincha arrecadou R$ 2,871 milhões. As contas de água e luz somaram R$ 1,5 milhão e ficaram nas costas do Estado. Portanto, o Poder Público arrecadou R$ 1,371 milhão. Isto com 30 megaeventos. Quase um a cada semana e meia. Estiveram lá o show da Byonce, o jogo Flamengo X Santos, despedida do Neymar, o jogo da abertura da copa das copas... Imagina que reproduzam como coelhos tantos bem sucedidos governos como este, e que venham repetidos em cascatas novas Beyonces, novos Flamengos X Santos, novas copas a se perderem nos séculos futuros. Ainda assim, o estádio levaria mais de mil anos para devolver aos cofres públicos o dinheiro que com ele foi gasto. E ainda vem a olimpíada...


NOTA
Estes textos já estavam prontos para publicação no domingo passado. Pensava colocar mais dois textos mas não tive nenhuma condição de fazê-lo. A postagem abaixo que  minha mulher fez no face como os comentários seguintes explicam melhor o que houve:

Marlene Sepulveda: Uma rosa com amor para o meu cunhado Emerson Sepulveda. Partiu hoje. Está nos braços do Senhor e de Maria Santíssima. Ao seu lado, sua mãe Noemi, que se estivesse aqui, hoje, estaria completando 96 anos. No céu deve estar uma festa!  


Marilene Pereira dos Reis: Meus sentimentos
Rosangela  Rosa : Conheci muito o seu cunhado. Que Deus o receba de braços abertos.
Miriam Tavares de Castro: Mais um Sepulveda que nos deixa. Mesmo estando longe de nós aqui deixa um espaço vazio na família. Junte por nós mais uma rosa para ele. Abraços a todos aí dos Sepulveda de Castro. 

Neia Vachod : Sentimentos amiga à todos!

Lú Sepulveda um abraço no meu sogro mais querido...orando por ele!!!!

Ezequiela Sanglard Nossos sentimentos a todos os famíliares!!

Claudete Marta Barros Amorim Que Deus conforte o coração dos familiares!

Lila Vó Que Deus abençoe a todos neste momento de tristeza.

Vanilda Pimentel Muito legal!!!!

Marcelo Machado Que Deus console aos familiares e amigos.

Marlene Sepulveda Agradecemos pelo carinho!

Verginia Aparecida Que Deus abençoe vc e seus familiares. Feliz Páscoa p/ vcs.Bjs.

Marilene Pereira dos Reis: Meus sentimentos
Rosangela  Rosa : Conheci muito o seu cunhado. Que Deus o receba de braços abertos.
Miriam Tavares de Castro: Mais um Sepulveda que nos deixa. Mesmo estando longe de nós aqui deixa um espaço vazio na família. Junte por nós mais uma rosa para ele. Abraços a todos aí dos Sepulveda de Castro. 






quarta-feira, 2 de abril de 2014

VOU TE CONTAR




Fui à Câmara Municipal. Paguei meus pecados. Para eles aquilo é uma festa. Fiquei quase duas horas lá vendo um vereador chamar o outro de excelência. É coisa do Regimento Interno da Casa. Há muito exagero no seu uso. Houve um vereador nosso, o Parente, que se sentindo ofendido no plenário falou para o seu suposto ofensor: "Vossa Excelência ofendeu a minha Excelência!" O Parente era assim. Deus que o tenha em bom lugar que ele era gente boa. Mas eu estava dizendo mesmo é da Câmara Municipal da semana passada. Voltemos a ela. A Casa estava engalanada porque ia receber as mulheres destaques da sociedade. Era uma festa dos vereadores, uma invenção do Vereador Adão Henrique. Ele criou o dia da "Mulher Participativa", uma espécie de dia móvel da mulher. Pode cair no dia 8, no dia 9... ou, conforme a necessidade, cair duas ou tres vezes no mesmo ano. As homenageadas levam sempre familiares e os seus amigos.  E juntou gente! Muito mais do que a semi-final Flamengo X Cabofriense. O Ananás, que todos conhecem como Aquela Besta, fazia mirabolante raciocínio para multiplicar esses encontros. Até que lhe deu ocorreu o "estalo de Vieira": disse que ia falar com o Adão para criar também o dia do "Varão Participativo!" Vi, que nesse diapasão ele iria logo sugerir também a criação do dia do "Gay Participativo". Fechei-me em copas porque o Ananás é o maior aproveitador das péssimas idéias. E, depois, não dá certo uma sociedade dividida assim em fatias como uma pizza. Uma lei contra a violência, elimina todo esse lixo de proteção ao negro, proteção ao idoso, proteção a mulher, proteção a criança... Mas a moda tá pegando e arrasta até ministros. Leio no blog do Sérgio Boechat que o Ministro Marco Aurélio pensa assim: "Todo poder à mulher e a esperança de um Brasil mais equilibrado". Ledo engano. Exagero dele. Taí a Ângela Guadagnim, por exemplo. Chegou lá  e o muito que fez foi criar a coreografia do mensalão.


"Adorei a revolução no Brasil. Não houve morte, nem tiro". Foi como Brigitte Bardot tratou aquele 31 de março. E eu acrescento, faltou também a guilhotina, a Bastilha e a Maria Antonieta, embora tivéssemos uma Maria Teresa. A nossa revolução foi, enfim, quase um dia como os outros. Incrível! Era uma nova Batalha de Itararé, a guerra sem tiros, sem sangue e até mesmo sem palavrões. Apenas amistosas saudações. O dia da Revolução de 64 foi uma grata surpresa, apesar do tom ameaçador que havia no ar. Há muito vinham todos se preparando para o confronto. A Revolução Cubana se dera em 1959 conquistava admiradores pela América Latina. Aquelas filas enormes aguardando a vez para serem fuziladas no paredon enchia os olhos de muita gente. Brisola chegou até a fazer sua lista de condenados. Havia um culto aos cubanos. Um dos seus assassinos mais cruéis, Ché guevara, foi condecorado no Brasil. Sua figura servia para estampar camisetas e flâmulas de jovens e orientar o sonho de marmanjões. Muitos deles iam à Cuba aprender com o Fidel como estourar crânios de adversários. Voltavam ungidos, com dinheiro e armados. Alexina Lins Crespo de Paula, mulher de Francisco Julião, era uma das mulas que trazia armas de lá para os guerrilheiros da Liga Camponesa. Devia trazer da China também, mas isto não ficou claro na sua entrevista a O Globo. As reformas viriam na lei ou na marra. Era seu hino. Cá em Volta Redonda, vi peão gritar para diretor da empresa : "A sua casa vai ser minha e o seu carro também." Lima Neto, João Alves dos Santos Lima Neto, prometeu dependurar a cabeça do Engenheiro Helio Motta Haidt num poste em frente à Passagem Superior. Mas, na hora H, nada disto se deu. Ainda bem. Luis Carlos Prestes fugiu tão rápido que se esqueceu de uma pasta com os nomes, endereços, CEPs e retratos 3X4 dos companheiros. E Brisola, foi outro. Deixou os arquivos dos grupos dos onze. Os cabecinhas perderam a diligência e ficaram por aqui querendo brincar de mocinho. Mas no dia foi só isto. Um menino, vizinho meu, falou que ia lá na Avenida Amaral Peixoto vê a revolução. A mãe dele respondeu: "Vai, mas não demora que hoje tem escola".  




sábado, 22 de março de 2014

NETO E PAIVA VERSUS HOMEM BOMBA



O Vereador Maurício Batista é o nosso Homem Bomba. Dizem que até que explodiu uma vez. Parece. Mas isto faz muito tempo... Agora, ele está mudado, comedido. Não dá um passo sem contar até 200. Um homem prevenido vale por vinte. Por isso, ele inventou esse projeto de organizar o serviço de táxi na cidade, que não mexe com o serviço de táxi. É  muito difícil se entender o povo.  Uns falam que há taxis de mais, outros acham que os tem de menos.  Durma com um barulho desses!  Vereador tem que ficar esperto.  De vez em quando um  joga a toalha e se torna um vereador autônomo. Age por conta própria. Agrega seu mandato à Prefeitura e se torna prestador de serviço. Aí, basta-lhe seguir o prefeito. Dizem que em todo lugar tá assim, que os vereadores são assim, que tá tudo dominado. O vereador Tem que seguir o prefeito.  Agora, se o prefeito for assim feito o Neto, sai de baixo! É difícil segui-lo. Ele diz que vai fazer uma coisa e faz outra. Ou não faz coisa nenhuma. Sinceramente, eu não sei como o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal conseguem acompanhá-lo. Decisivamente, isto não se aprende na escola. Maurício Batista se esforçou com esse seu projeto - não incomodar.  Conforme se diz, ele trocava seis por meia dúzia ou uma América Teresa por um Conrado. Não sei que vantagem a Maria leva, mas há desse comércio. Nosso Homem Bomba não queria que se aumentasse nem diminuissem o número de taxis, na cidade. Deu até um caráter científico a sua proposta mas faltou-lhe maiores cuidados. Não se lembrou da  Aritmética do Antonio Trajano. Lá tinha muita coisa útil - tabuada de somar, de tirar, de multiplicar e de dividir. Tinha também a prova dos noves fora, prova real... Aí, deu no que deu. Vejamos o projeto do moço.  Em Volta Redonda, há 258 táxis e 264 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Aí, veio o nosso homem bomba com seu projeto dizendo que deve haver 1 táxi para cada 1 300 habitantes. Logo, o número de taxis devia ser 203,08 e não 258. Quase 60 a menos. E, no entanto, era só fazer uma regrinha de tres simples e direta. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos. O Vereador Baltazar foi quem primeiro o viu. Chamou o caro colega e, assim sem cobrar nada, explicou, explicou, explicou o erro. O Maurício foi ficando com raiva, com raiva, com raiva... Eu tava vendo a hora de ele explodir. O Baltazar quis até explicar usando palitinhos mas o Maurício Batista falou assim: "Eu quero ver é você arranjar 264 mil palitos".  

 



Josef Blatter, que sabe das coisas, foi definitivo: “Vamos fazer uma cerimônia de uma maneira que não aconteçam discursos”. Ele é presidente da FIFA e não quer que ninguém apareça mais do que a bola. E se Dilma Rousseff fizer um pronunciamento a vaca vai pro brejo - receberá uma vaia inesquecível. Virá outra copa, virão outras copas, mais outros presidentes, outros torcedores, outras vaias... Mas da vaia na Dilma não se esquecerá. Ninguém se lembrará mais do Neimar, do Fred... mas ainda estarão se lembrando dessa vaia.  “Lembrai-vos da abertura do PAN!” O, então, Presidente Lula não falou "gato". O que se ouviu foi uma vaia de 10 minutos sem intervalo.  D. Dilma sabe que, se quisesse, ela tomava essa coroa fácil, fácil, fácil, mas não quer humilhar seu patrono embora pareça que está concorrendo sim.  Tanto que as faixas de junho estão dentro da validade. Podem ser usadas sem nenhum risco de estarem impróprias para o uso. São atualíssimas! Continua  a precariedade no transporte, na Educação, na Saúde, na Segurança... Para Napoleão de tudo se podia fazer com uma espada, menos se sentar em cima dela. Mas essa gente senta em cima de qualquer coisa. Não tem sentimentos.  Arrumaram um arremedo para aquelas reivindicações e vem tocando.  Havia dois anos que a D. Dilma acertara com os irmãos castros o envio de médicos para o Brasil. Baratinho. Cuba antigamente exportava banana; hoje exporta médicos porém nos mesmos preços módicos das bananas. É que lá gente vale pouco. A presidente aguardava o momento certo da importação. As manifestações de junho foram o tcham. E o Mais Médicos está aí com cada vez menos médicos. Engambelaram o Zé Povinho. Somos todos de menor.  Tem coisa que a gente não pode saber. Mas o eleitor petista é incorrigível. Ele tem sempre uma explicação pra tudo.  Quando o Presidente Lula foi vaiado no Engenhão ele disse que era armação do César Maia, agora, por certo dirá que é isto é coisa do Eduardo Cunha.