quinta-feira, 29 de maio de 2014

VOCES PRECISAM ACREDITAR EM MIM





Talvez o estimado leitor não tenha se dado conta de que Uóxinton Granato e América Teresa não são a mesma pessoa. Os políticos são os únicos culpados por isso, de tanto que se repetem nos gestos, nos gostos, nas palavras. Entretanto, se digo que os políticos são todos iguais, sei de uns que são iguaisinhos. Por exemplo, os dois legisladores municipais. Mas não nos prendamos nas aparências. Teresa é uma, Granato é outro e o Conrado é um outro ainda. Há, enfim, um monte dessas réplicas por aí. Quem os torna assim é uma entidade chamada Presidência da Câmara Municipal. Botou o bumbum naquela cadeira o bicho incorpora impiedosamente. O bicho é sempre o mesmo. O que muda é o cavalo. Ou o cambono como o dizem os iniciados. Quem viu a América Teresa naqueles dias sabe do que estou falando. Ela se julgava imbatível. Pensava até que era mais do que a Dodora. Logo quem!!! Dodora, Presidente do SEPE há cinco gerações. Foram muito turbulentos aqueles dias. Dodora segurava o funcionalismo de um lado e a América Teresa segurava os vereadores, do outro. Só o prefeito é que estava de mãos desatadas. As duas fizeram, portanto, um trabalho importante. O Prefeito de tão agradecido mandou que tomassem conta da vereadora. A Guarda Municipal montou acampamento de frente a casa dela e lhe batiam continência. Com a segurança da Dodora ninguém se incomodou, não. Acham que ela já está cascuda. É claro que Uóxinton Granato vendo uma coisa dessas falou com os seus botões “Eu também quero!” E a última terça feira lhe veio como encomenda. Um menino com o seu carrinho-de-mão vendia mandiocas lá na Amaral Peixoto. A Guarda Municipal apareceu e foi um rolo só. O menino, que abusado aquele menino, não tinha alvará para vender mandiocas. Leva a mandioca ou levam o menino? Juntou gente. Uns achavam isto, outros achavam aquilo. Um soldado da PM se aproximou. Uma inspetora da municipal chegou junto. Segundo disseram ela deu uns tabefes no menino. O caso foi parar na 93ª DP. Em seguida foi para o Conselho Tutelar. Levaram-no enfim para a Câmara Municipal. Aí, os vereadores que estavam sossegadinhos lá no canto deles de repente aquele estrupício. “É sempre a guarda!” um vereador falava. “É sempre a guarda!”, um repetia. E porque falavam a mesma língua resolveram trancar a pauta até que o Prefeito desse um jeito nisto. Mas o Granato que só compareceu à Câmara no dia seguinte quis ver o filme a partir do início. Destrancou a pauta, convidando os colegas para tomar um café com o prefeito. Irem conversar um bocado. De uma boa conversa ninguém escapa.







Se acaso você precisar de um poste, fale com o Lula. Ele está rifando o Alexandre Padilha.  Marta “Relaxa e Goza”, também conhecida como Marta Suplicy, já está no aquecimento. O Padilha até que vinha todo animado, mas no seu caminho tinha um doleiro, tinha um doleiro no seu caminho. Coisa chata! Aí, não tinha outro jeito. Lula meteu, de novo, a mão na cartola e saiu o nome dela – D. Marta. Parece pouco, quase nada, mas é o melhor que se tem. O público interno se sente bem servido. Emídio de Souza, presidente do diretório estadual, endossa: “Melhor do que uma Marta, só duas Martas.”  É verdade que, acima dela, tem o Lula. Mas este ta aí é pra coisas maiores.Acima dela, só tem o Lula que está aí pra coisas maiores. Apenas D. Marta deve se sentir um tanto encafifada com esta preferência e se beliscar perguntando: “Mudaria o PT ou mudei eu?” Quem sabe? Ela fora derrotada duas vezes no Estado – Pelo Zé Serra e pelo Kassab. Depois perdeu em duas eleições familiares, dentro do próprio PT – uma para o Mercadante e outra para o Fernando Haddad. Fernando Haddad? Quem é Fernando Haddad? A única coisa que se sabia dele é que escreve “cabeçário” em vez de cabeçalho. E, por ironia do destino, era Ministro da Educação na Reforma Ortográfica. E a Marta andou perdendo pra gente assim... Mas valeu a resignação. De derrota em derrota, chegou a vez dela de novo. E, se muito não me engano, ta vindo uma outra substituição por aí. Será a Dilma  cedendo a vez para o Lula. Chamaram as pesquisas pra ver se salvam a moça. Pesquisa é assim: quando não cai na galhofa, atrai votos. Carlos Augusto Montenegro, dono do IBOPE, não nenhum dos candidatos mais forte do que o outro. Em entrevista à Veja e à Tribuna, foi taxativo: O PT não ganha a eleição com Dilma e, talvez, nem mesmo com a sua substituição por Lula. Não era mais preciso, mas resolveu ir em frente: disse que o PT está em decomposição. Foi longe. Eu achei. Afinal, o IBOPE tem contratos de R$ 4,2 milhões com o Planalto. Na semana seguinte, se redimiu. Veio um milagre daqueles que, abaixo de Deus, só o Montenegro pode fazer: Dilma saltou de 30% para 38% na preferência eleitoral. Está tudo lá registrado no TSE sob o protocolo BR-00120/2014. E, outro milagre, a pesquisa foi custeada pelo próprio IBOPE. Coisa muito bonita esta de querer a verdade e ainda custeá-la. É bom ter o povo bem informado. O problema é que o instituto vem errando muito. Seja, por exemplo, a última eleição municipal para Manaus. O IBOPE apontava empate técnico entre – Arthur Virgílio e Vanezza Graziotin. As urnas, entretanto, deram 32% a mais de votos para Arthur. Os fatos desmentiram o IBOPE. Agora, o IBOPE desmente o IBOPE. Já estamos pertinho de ver onça largar da cria.


domingo, 18 de maio de 2014

ACUDIRAM TRES CAVALEIROS...




Haverá sempre um homem que, por mais que sua casa desmorone, ele tem os olhos voltados somente para o mundo.  São os nefelibatas. A frase é de Ernesto Sábato, escritor argentino. Mas posso fazê-la nossa também sem cometer exageros. Ela cabe perfeitamente dentre nós voltarredondenses. Com folga até.  Só no Governo Neto há três dessas tristes figuras. Antes, porém de citar-lhes os nomes, digo-lhes que não se aborreçam. Esse negócio de viver com a cabeça nas nuvens é uma coisa muito gostosa. Vejamos, então, esses tres nomes:  o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal e o Jornal Aqui. A administração municipal se desmorona, falta água em toda cidade, o funcionalismo em véspera de greve, a saúde doente e o Jornal Aqui preocupado com a agenda que a prefeitura de Barra Mansa distribui aos empregados. Não é diferente com o Zezinho da Ética em cujas mãos drapeja uma única e solitária bandeira. É contra o Governo Alkmin (Bem feito! Quem mandou o Alkmin não ser do PT... estaria ungido.). Adelson Vidal também foge - troca a nossa cidade pelo Programa da Regina Casé. Com muita coragem e absoluta sinceridade proclama:  “Eu aumento, mas não invento”, feito Nelson Rubens, quem sabe, seu patrono. É possível que algum incauto leitor afirme que nenhum dos tres citados é gente do governo municipal e que, portanto, viajei na maionese. Eu responderia , entretanto, que nessa história de ser ou de não ser do governo há insondáveis mistérios. Há até daqueles que têm um pé no governo e o outro pé no desgoverno. Mas isto não os impede de caminhar e saudar seus amigos. Há gente de todo tipo. Seja, por exemplo, Dra. Suely Pinto.  Quem vê assim nem diz que puseram outra pessoa no lugar dela na Secretaria de Saúde. Dra. Marta Magalhães tá lá. Só que a Dra. Marta Magalhães é cuspida e escarrada a Dra. Suely. Tanto que ela quer nossos médicos como monitores dos colegas cubanos recém chegados à cidade. Entrem ambos no mesmo consultório, ao mesmo tempo e atendam o mesmo paciente. O médico brasileiro vai e cola o ouvido nas costas do paciente e lhe manda falar 33. O paciente fala uma, duas, tres vezes, por insistencia do examinador que,, logo empós, limpa o pigarro da garganta e diz para o outro - "Agora é sua vez." O cubano vai e escuta uma, duas, tres vezes. Tudo igualzinho. Limpa o pigarro e devolve o paciente: "Agora é sua vez". E o pior é que um tutorado ganha quase tanto quanto dois médicos e tem uma carga horária menor. E aí é que aparecem o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal e o Jornal Aqui, que muita gente supõe inuteis. São os nossos cavaleiros de Granada que, como nas palavras de Cervantes:  “Alta madrugada saíram em louca cavalgada, brandindo lança e espada. Para quê? Para nada...” 




A conversa ainda estava na sala e o pessoal lá da coxia de orelha em pé, matutava. Eram os vereadores de São Paulo ouvindo falar que lá em Brasilia iam criar uma certa comissão nacional da verdade pra passar metade do Brasil a limpo. Iam investigar os crimes militares. E só. O outro lado da história era um rolezinho de jovens correndo atrás da utopia, conforme diz a Professora Marlene Fernandes. Uma investigação assim, tem tudo para render votos - os militares são um bom saco de pancada. Como não tinham nada a perder, esses vereadores criaram logo a sua comissão municipal da verdade. Escolheram o caso JK para investigar. O que JK tem a ver com São Paulo? Nada. Ele não nascera em São Paulo, não fizera política em São Paulo e morrera no Rio de Janeiro... Aos 76 anos de idade não era nenhuma jovem ameaça ao regime que se esgotava... E daí? Isto servia apenas para mostrar como os militares eram malvados. Concluíram, enfim, como haveria de concluir que o Presidente Juscelino Kubitschek e seu motorista Geraldo Ribeiro tiveram suas mortes por homicídio doloso, na Rodovia Presidente Dutra, Rio de Janeiro. Encaminharam seu relatório. Pedro Dalari, entretanto, ao recebê-lo não quis deixar o seu na reta. Examinou cuidadosamente todos os documentos recebidos. Como quem conta um conto acrescenta um ponto ele sentiu logo que a verdade não era bem aquela : “Não há documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise, qualquer elemento material que, sequer sugira que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinados, vítimas de homicídio doloso”. O problema é o ânimo com são formadas essas comissões.  Muitos partem de um princípio de que a ditadura militar era um confronto entre bandidos e mocinhos. Também foi assim em Volta Redonda com a Comissão da Verdade de Jerônimo Teles. Já-já haverá quem proponha a Comissão da Verdadíssima. 








Não entregamos o Cesare Batisti fiando, talvez, que,  por burrice ou vingança, os italianos também ficassem com o nosso Henrique Pizzolato pra lá. Mas a Itália, primeiro mundo, está muito acima de nós, das nossas expectativas. O procurador Alberto Candi, encarregado do fato, não teve nenhuma dúvida e ligado as antigas convenções recomendou - quem pariu Mateus que o embale. Este foi o seu encaminhamento à coorte de Bolonha. Pediu a extradição do peralta do Henriquinho, que anda tão assustado que só faz rezar lá no Hemisfério Norte. Quando ele vê a cara do Genoíno nos noticiários até se benze com a mão esquerda. Genoíno tá um trapo. Pediu ajuda, uma vaquinha e lhe deram um rebanho inteiro. É generosa a esta irmandade. Entretanto, não adiantou muito. Genoíno está desacorçoado. Anda muito longe daquele homem valente de punho cerrado para cima, desafiando corajosamente os limites da ignorância. Agora, taí. Mas eu não lhe boto o dedo na boca não, que não sou tonto. Pizzolato não quis esperar um fim assim e deu no pé para a Itália. Mas não está garantido. Vão mandá-lo de volta. Pizzolato é ex-diretor do Banco do Brasil, condenado a 12 anos de cadeia pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. É um baú cheiinho de informações. Até a boca. Vale quanto pesa. Sua defesa faz das tripas coração para mantê-lo na Itália. Até apela para sentimentos humanitários dizendo que as nossas penitenciárias são péssimas. Longe, muito longe dos ressorts por onde seu cliente tem andado a custa do erário. Pizzolato fica rezando sozinho pelos cantos. Genoíno não enganou os médicos; Pizzolato tenta enganar a Deus... E ambos enganam gente assim feito o Professor Doricélio Pinheiro que não cabe dentro de si com a Copa que está vindo aí.