O Neto perdeu a última parada. Podia ter descido lá em
2012, quis continuar viagem. Deu bobeira. Não tinha dinheiro nem para a Jujuba
e quis continuar a viagem. Agora, a próxima parada só em 2016. A menos que Deus,
na sua infinita bondade, não lhe alivie o sofrimento. Eu tenho rezado muito,
muito por isto. E está fácil fazê-lo: Ele já amarelou. Ta madurinho, madurinho.
Também, cá pra nós, o Neto é abusado demais da conta. Já tinha bebido o sangue,
comido a carne... podia ter deixado o osso para o sucessor e, quem sabe, curtir
umas férias lá em Miami. E, nestas alturas dos acontecimentos, já teria até
gente sentindo saudades dele. Não quis e, agora, fica meio acuado olhando o
protesto lá fora, por trás das cortinas. Todo mundo que passa se benze e olha
para sua janela. Neto pensa, com os seus botões: “Se esse protesto fosse igual
ao do Adelson Alves eu mudava o nome da Avenida Getúlio Vargas e pronto.” Mas o
Adelson estava longe dali. Bem longe. Juntou muita coisa errada. Tudo enfiado
embaixo do tapete. A moda até pegou na Prefeitura. Os processos que chegavam ao
Gabinete vinham com o despacho pronto. Prontinho: “Para debaixo do tapete.” E o
Prefeito só fazia assinar. Foi assim com o SAAE, com a Saúde, com a Educação,
com o Lixo... O vento estava a favor. De repente, a calmaria e o vento mudou de
direção. Mudou tanto e tanto que o Neto que trabalhava pela sucessão com Paiva
ou Albertassi, agora, trabalha pro Baltazar. Cada dia a mais do Neto, mais cinqüenta
ou cem votos para o Baltazar.
Nem sei se o Mercadante ainda usa aqueles fartos bigodes de
general. Dizem, aliás, que foi ele quem
ensinou Lula a desenhar as letras do seu nome: L-U-L-A. Era bom saber isto para
quem queria ser presidente. E o Lula chegou lá. Todo mundo tinha a plena convicção de que Mercadante seria o
Ministro da Fazenda. Até sei vizinho da frente mudou sua saudação: “Como vai
Sr. Ministro?” E o futuro ministro respondia: “Na boca da espera.” Mas, no
final da história, Mercadante chegou mesmo foi a líder do governo. Uma espécie
assim de América Tereza do senado. Daí é que eu penso que o seu bigode
tornou-se desnecessário. Enfim, o moço foi ficando, foi ficando na liderança
até que um dia entendeu que o estavam engabelando. Tem gente que custa entender
as coisas. O Mercadante, então, virou
uma fera e pediu demissão IRREVOGÁVEL. Mas Lula mandou ele ficar caladinho no
canto e ainda lhe deu um pito: “Aqui, quem diz o que é IRREVOGAVEL sou eu!” Mercadante
afinou e, sejamos sinceros, tem ganhado muito com isto. Vive viajando. Pra onde
a D. Dilma vai ele vai atrás. E nem precisa carregar as malas dela feito o Lupi
fazia com Brisola. Ainda por cima, ganhou um ministério – o Ministério da
Educação. É só ficar bonzinho que ainda pode ganhar mais. O Haddad já está lá
na Prefeitura de São Paulo. É só ficar quietinho e não dar bola para esse
pessoal aí que quer mais educação, na fita. Ele tem que ter presente que é
membro do PT. E vem se saindo bem. E olha que O Globo não poupou nas tintas, na
semana passada. Qualquer um outro morreria de vergonha com a notícia. É que
dois meninos, o Fernando Maioto Junior, acadêmico de medicina, e Carlos
Guilherme Ferreira, estudante de engenharia, deram uma calça arriada no ENEM.
Eles se inscreveram para o concurso e, na prova de redação, um incluiu a letra
do hino do Palmeiras e outro, uma receita de miojo. Pensa que tiraram ZERO? Não!
Aí é que o distinto está muitíssimo enganado. Suas redações ficaram entre as
melhores apresentadas. O Ministério não se deu por achado e explicou: “O ENEM
visa às múltiplas inteligências. Um aluno que sabe uma receita de miojo está
preparado para a vida, muito mais que um aluno que sabe escrever uma redação
coerente. Se nós zerarmos uma prova dessas, estamos dizendo a este aluno que saber cozinhar é ruim e
estaremos sustentando a ordem machista da sociedade atual que só quer as mães
na cozinha.” Falou.
A Secretaria Estadual da Justiça do Piauí chegou lá. Sentou
com os home, conversou um pouco e concordou em tudo com o PCC. Brasileiro, de
fato, aprende logo quando sua pele corre risco. Aconteceu bem no final do ano
passado e vigora até hoje. Os presos do PCC se amotinaram lá na Penitenciária
Regional Irmão Guido, Zona Rural de Terezina. No ar ainda estava aquele halo
das coisas todas que aconteciam no Estado de Santa Catarina. A secretaria não
quis pagar pra ver. “Qual é a pauta das reivindicações?” Tomou conhecimento e
sem um muxoxo, sem um resmungo, enfim, sem perda de tempo, concordou logo com
tudo que leu. Eram só coisas boas: Carne de sol, ervilha, milho e azeitona,
alargamento do horário de visitas e transferência de José Ivaldo Celestino dos
Santos para a sede, na capital de São Paulo. Fechado o acordo; motim encerrado.
É muita organização. Merecem mesmo o nome de crime organizado. Ave, Maria! O
Secretário Estadual de Justiça Henrique Rabello não quis saber de brincadeira,
não. “Esse pessoal é muito perigoso”, disse ao site da UOL. Uma correspondência
trocada entre os pavilhões atestava o sucesso nas negociações: “ A rapaziada da
Casa de Custódia entrou em contato com
nós (sic) e disse que eles conseguiram tirar o “Nissin” (Nilson Martins de
Vasconcelos, ex-chefe de disciplina da casa de custódia e assim só nós se unir
(sic) que nós vamos conseguir nosso objetivo”. É.
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