quarta-feira, 3 de maio de 2017

A CAMINHO DA PRÉ-HISTORIA




“De pé contra a parede, filho da puta!!!” É Mark Rudd, latindo grosso contra um professor, na Universidade de Berkeley, 1962. Ele lidera o grupo de universitários que tomou o campus e faz dali o seu bunker. Nas rondas sistemáticas, de vez em quando, esbarram com um suspeito que é conduzido aos empurrões para interpelação e revista. E, se julgarem necessário, chegarão ao espancamento. Não tem essa, não! Seja professor, diretor ou qualquer outra pessoa o pau come. Rudd era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones. Seus professores lhe tiraram esse romantismo da cabeça e preparam-lhe as mãos para um instrumento que sempre dá a mesma nota ra-ta-tá. Ele vem progredindo. Agora, já tem a clareza que a violência, às vezes, é necessária. Tudo depende. Na sua galeria de ídolos estava Guevara, Fidel, Stalin, Trotsky, Ho Chi Min, Le Pot... e ele, modestamente, se incluía ali embora tivesse rachado tão poucos crânios ainda. Rudd, isto ele podia afirmar, era um esquerdista com muito orgulho. Um esquerdista como seus ídolos. Que não se vá, portanto, em respeito à sua memória, confundi-lo com um fascista. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa já o dizem os compêndios escolares. Mas, honra seja feita, os fascistas também não eram bolinho, não. No dia 27 de julho de 1922 eles tomaram as ruas de Roma. E aí foi aquela montoeira de ossos quebrados, cabeças partidas, espancamentos, fuzilamentos, pavimentando o caminho. Tomaram o Estado, fecharam os jornais, acabaram com os partidos políticos e legalizaram a pena de morte. É. Os fascistas também racham cabeças, quebram braços e pernas, fuzilam, formam grupos de capangas para todos os fins. Tinham uma excelente tropa de choque – os Camisas Negras – que dava preferência ao porrete. A Alemanha também não ficava pra trás. Logo, logo os nazistas perceberam que a retórica sozinha não os levaria ao poder, não. Também precisavam de instrumentos especiais para abrir as muitas cabeças recalcitrantes pelo caminho. Assim, nasceu uma nova ala do partido a que se chamou Proteção ao Recinto. Tudo uniformizado direitinho com camisas e calças curtas, botas de cano alto, bonés e os indefectíveis porretes na mão. Não falhavam mesmo! Ernst Rohm, co-fundador das SA – tropas de arruaceiros – adorava aquele jeito de fazer política. E, agora, tem essa gente aqui no Brasil pensando que inventam a roda. Fizeram uma arruaça a que chamaram de greve. Ruas, pontes e barcas bloqueados... Black Bocks depedrando e incendiando ônibus e vidraças. Passageiros espancados brutalmente no Aeroporto Santos Dumont... Não sei como chamá-los. Comunistas? Fascistas? Nazistas? Sinceramente, não sei. Sei apenas que são pessoas do outro século. 

domingo, 23 de abril de 2017

FEMINISMO HISTÉRICO








Lambisgoia. É dispensável a corrida aos dicionários pois já lhes darei um desses exemplos em carne e osso – A minha vizinha do 65. Ela se mete em tudo. Diz-se uma feminista desde as longas orelhas aos cascos. Por isso, o caso do ator José Mayer e a figurinista foi como um soar de trombetas para ela. Sabia-se que a moça era uma figurinista e, aos olhos do Zé, bonita de merecer uma burrice; do ator eram conhecidas até as intimidades mostradas em cenas de novela – uma sedução aqui, um estupro ali. Cenas aplaudidíssimas, de cujo realismo poucos duvidavam. Aí, veio essa tal mão boba espalhando indignação do Oiapoque ao Chuí. Até na minha pacata rua houve uma manifestante – a minha vizinha do 65. Na verdade, o caso estava meio que passado e a empresa já dera um pito no ator. Meses depois, demitiu a moça que jogou tudo no  ventilador. A Globo, que não dorme com os olhos dos outros,  colheu o limão e fez a limonada! Sua troupe feminina vestiu a camisa da casa – “Mexeu com ela,mexeu comigo!” – e invadiu programas e palcos. Como interpretam bem as danadinhas! Minha vizinha que não tem o crachá da empresa também foi na onda e surfou na avenida, na padaria, no supermercado – por onde lhe permitissem a entrada. Sempre vestida a caráter – “Mexeu com ela, mexeu comigo”. O caso ia se apagando quando Silvio Santos juntou-lhe novas brasas. Foi no Troféu Imprensa. Ele entregou o prêmio a Rachel Scherazade mas passou-lhe um carão, repudiando-lhe os comentários no Jornal do SBT. Havia cinco anos que a jornalista fora atacada furiosamente por conta de sua opinião naquele mesmo noticiário. Era um eco desses useiros e vezeiros usados na TV, sobretudo pelo Datena, Marcelo Resende e tutti quanti. Mas a deputada Jandira Fhegali não quis nem saber o preço do pato. Alguém ia ter que pagar a conta. Pediu   intervenção federal no SBT. O negócio foi calar os comentários da moça que não mais deu sua opinião daquele dia em diante. E assim se fez e assim se faz. Lá se vão cinco anos. Sílvio Santos requentou o caso fazendo críticas sobre aqueles comentários idos e vividos, muito antes do caso do Zé. Evidentemente era uma brincadeira dele. Uma galhofa. Minha vizinha do 65, feminista histérica,  vê tudo de outra forma. Cismou que aquele chiste era uma censura pública, portanto, assédio e danou a montar o seu arsenal de intrigas. Encontrou o texto de outra lambisgoia, copiou e colou aqui no face. A autora diz que Scherazade, apesar de ser fascista, conservadora e retrógrada, merece sua solidariedade. Como se pode cometer tantos erros numa simples frase! Essas palavras – fascista, conservador e retrógrado – são mutuamente exclusivas. Não se pode ser fascista e conservador ao mesmo tempo e também não se pode ser conservador e retrógrado concomitamente. Temos aí uma lambisgoia que não sabe o que escreve e uma outra que a entende perfeitamente. Eis um milagre da nossa cultura. 

sábado, 1 de abril de 2017

A VERDADEIRA HISTORIA DO FAKE DE VERDADE






Volta Redonda nem parecia a mesma. Pelas ruas da cidade, ninguém falava na tarifa zero, ninguém falava na falta de dágua, nem nos tres secretários municipais que deram nos calos quando viram a coisa preta; só se falava no  chanceler do Qatar. Na nossa história nunca que o nosso prefeito conversava com pessoa tão importante. Agora, um chanceler de carne e osso viria nos visitar. As pessoas buscavam informações no Google e viam que o Qatar, um dos países mais ricos da península arábica,  era da hora. Mal cheguei em casa minha mulher ralhou comigo: “Meu bem, como é que você sai assim tão desarrumado, de chinelos?... Será que você não tá sabendo que a nossa cidade vai receber um chanceler?” Suponho que não precisa mais para dizer que a confusão era geral. Na prefeitura começou de véspera. O Prefeito Samuca Silva chegou em casa, quase sem respiração. Os olhos brilhavam e a mão suava. Parecia que ia ter um troço. A Sra. Silva abriu a porta e, antes de qualquer saudação, ele jogou-lhe a pergunta no colo : “Adivinha com quem vou conversar, amanhã!” Só podia ser alguém muito importante mesmo, Madame deduziu logo.  Arriscou palpites dentro das possibilidades - Torresmo? Zézinho da Ética? Abacaxi? Não passou nem perto. Estava fria. O prefeito então disse escandindo as sílabas: o chan-ce-ler do Qa-tar. Veio o grito da parte dela “Mentira!”. Não, não era mentira, não. E puseram-se a arrumar as malas. A primeira dama esbaforida, reclamou de ele andar varrendo ruas no cemitério… Agora, ele ia ter que tomar um bom banho. E que não se esquecesse de limpar debaixo das unhas e lavar bem atrás das orelhas.  Providenciaram uma buxa para ele se esfregar. E o prefeito tranquilizando, dizendo que tudo estava providenciado. Afinal, tinha quatro conselheiros, até destacou o Sérgio Boechat, o de maior salário. Disse que Sérgio tivera uma visão extraordinária. Recomendou que se comprasse uns galões dágua lá para a Prefeitura. Nunca se sabe o que pode acontecer. Foi até aplaudido. Sérgio animou-se e recomendou que o Prefeito fosse do aeroporto para o escritório do chanceler de bicicleta. O telefone tocou. A empregada gritou animada “Deve ser o chanceler”. Não era o chanceler; era o Sérgio Boechat dizendo pra não se esquecer de levar a bicicleta e o capacete. Enfim, o prefeito viajou e chegou lá. Da conversa saiu promessas de muito dinheiro pra nossa cidade. Ele viria a Volta Redonda para amarrar tudo direitinho. O prefeito voltou cheio de gás, contando e repetindo, repetindo, repetindo essa história. O Diário do Vale achou que era muita pipoca por dez centavos e descobriu que o chanceler era fake. Que coisa! Mas Samuca garante que não cai mais. Nunca mais, Diz que ficou esperto, que é outro, agora. Não sei. Sinceramente, não sei. Soube de fonte limpa que ao atender um telefonema no gabinete ele ouviu do outro lado: - "É o Severino, chanceler do Japão, filho do Virgulino da Serra da Barriga, em Tókio”. O prefeito bateu o telefone e falou pra todo mundo ouvir. Eu conheço essa voz; é o Neto. Tá pensando que me engana. Eu não sou mais bobo, não!

terça-feira, 21 de março de 2017

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DOS VEREADORES





Se eu presidisse um legislativo, o Artigo Um do seu Regimento Interno seria: “Quando um burro fala os outros murcham as orelhas”. Parágrafo Único - Revogam-se as disposições contrárias. Isto é essencial para o entendimento. Não sei porque vereadores, deputados e senadores gostam tanto de falar. Ninguém os ouve. Nem mesmo os seus pares. Verba volant. Se alguém precisar de tirar a prova não precisa ir longe. Aqui, em Volta Redonda, tem um baita exemplo - a Câmara Municipal. Vereadores se reúnem feito meninos no recreio escolar. Só lhes falta subir nas mesas brincando de pique alto. Jogar bolinhas de papel um no outro tem muita gente que diz que já viu. Eu, nunca vi, dado um vezo muito antigo que tenho, ponho toda a atenção na tribuna. O orador solta o verbo pra valer mas seus colegas não se tocam; continuam tagarelando ou no celular. Chegam até a tampar a orelha desocupada para ouvirem melhor o aparelho. Ninguém disfarça a baixa conta em que tem o legislativo. Veja como é a vida. Apesar de ter os ouvidos impenetráveis eles não querem que o povo fale nada. Isto ficou muito claro com o projeto do Paiva. O Paiva foi um vereador nosso - branco, alto, olhos azuis e arregalados, voz suave, barba por fazer, manso como uma cambaxirra e uma aparência anêmica. Ele era um vereador sem projeto, sem brilho, sem trabalho, porém um número expressivo de seguidores - a imagem cuspida e escarrada de um Antonio Conselheiro. Veio, então, um dia em que um anjo torto, desses que vivem pelas trevas (royalties para o Drummond) e soprou-lhe nos ouvidos essa ideia imortal de deixar o povo falar. O Paiva pegou e fez um projetinho simples. Deu-lhe, entretanto, um nome pomposo - Tribuna Popular. Coisa simples mesmo. De quinze em quinze dias, essa gente simples ia falar na Câmara Municipal, desde que observasse com excelso rigor os bons modos da casa. É claro! É fácil de imaginar a satisfação que daria. Era a catarse sem custo. Com tudo isto a projeto nunca foi aprovado. Quer dizer, nunca foi aprovado mas tem oferecido grandes dividendos. O Paiva ganhou quatro mandatos para Vereador, dois pra vice-Prefeito e ainda fez seu sucessor, Jari, o vereador mais votado. E tudo o que o Paiva fazia era requentar o projeto. De quando em quando, trazia-o de volta para nova votação. O Jari pegou a manha e vem fazendo igualzinho. O povo vai falar quinzenalmente. O povo vai se inscrever previamente, antecipando o que pretende falar. É vedado falar dos vereadores, dos seus assessores, dos seus parentes, amigos e vizinhos. Tudo conforme era. E, conforme foi, o projeto não será aprovado com a anuência inclusive do seu autor. Afinal, não se mata a galinha dos ovos de ouro. E ao som desse bolero, vida, vamos nós. E não estamos sós, veja, meu bem, a orquestra nos espera, por favor, mais uma vez, recomeçar. 

domingo, 5 de março de 2017

É MELHOR CHAMAR OZÔME







Nilton Almeida deu uma pedrada no Jango. Mirou bem no quengo. Não se sabe se acertou. Algum caça-talentos, é provável, valorizou-lhe o gesto e viu ali um promissor guerrilheiro. Acolheu-o sob suas asas parvas e começou a lhe enfiar minhocas na cabeça. Tres ou quatro anos depois o  nosso Nilton já estava desempregado e morando na França: “Mesmo estando só eu me sinto feliz/ Larará / cantando a canção que embala Paris/ sob este céu azul…” Um dia, porém, Au revoir, Cidade Luz. Chegou a hora de voltar para casa. Foi bom o retorno. A pátria o devolveu-lhe o emprego e deu-lhe uns bons trocados à guisa de indenização por  relevantes serviços prestados à democracia. Veio pra Volta Redonda, de mala e cuia. Casou-se e, pelo que sei, foi visto recentemente atirando pedras em pombos com seus netinhos. Não sei o pensam. Com o casal Colombo e Jessie Jane o buraco foi mais embaixo. No dia 1 de julho de 1970, Colombo com uma pistola escondida na bota, Jessie Jane com armas por baixo da roupa simulando gravidez e mais dois companheiros de fé, Fernando e Eraldo, tentaram sequestrar um Caravelle, no Galeão. Deu errado, mas deu certo. Ou vice-versa conforme seja a perspectiva. Ele foi para a Ilha Grande e ela pro Talavera, Bangu. Logo, logo passaram a se encontrar semanalmente. Um dia, o Sol da Liberdade em raios fúlgidos brilhou, de novo, para eles. Eles Vieram para Volta Redonda. Aí, veio a mão estendida do bispo Waldir Calheiros, a mão do  Sindicato dos Metalúrgicos, a  mão da Prefeitura Municipal. E o governador Leonel Brisola, que sabia das coisas, tornou-se seu benfeitor também.  Receberam indenização ele e a mulher. Pleitearam indenização também para a filha nascida em 1976. A prisão fora em 1970, mas nada de miséria. A pátria é generosa, rica e bondosa. Eram tantos os  pedidos de indenização... Só na família do Colombo eram 14 e foram concedidos 7: Marido, mulher, a sogra dele, a sogra dela, dois irmãos e um cunhado. Todos por relevantes serviços prestados à democracia. Era tanta a grana que rendia que Millor Fernandes criou a frase lapidar: “Eu pensei que era ideologia, mas era investimento”. Chico Buarque pensou responder-lhe, socando-lhe um murro. Que gente desprezível esta! Agora, por imensa dificuldade de aprendizagem estão nos levando a repetir a mesma lição. Muitos desses que foram presos/soltos/indenizados estão presos de novo. E já pleiteiam liberdade. Não tardarão pedir indenização. É preciso acabar com esse ciclo. Há sócios de um clube aqui que entendem ser melhor irmos convivendo com este governo de gangsters do que pormos a perder essa tão custosa democracia. Que democracia? Democracia pressupõe ordem, instituições fortes e povo organizado. O que se vê, entretanto, como disse o Mestre Jucá é uma imensa suruba. Eu, sinceramente, se os bandidos fossem menores, até concordaria em chamar a polícia, mas do jeito que está é só intervenção militar, que tem o dever de defender os poderes constitucionais.

quarta-feira, 1 de março de 2017

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

domingo, 26 de fevereiro de 2017

UM HOMEM DE MORAL






Li as Confissões de Rousseau quando eu ainda era um ginasiano da Rede Municipal. Que paulada! Daquela leitura duas coisas me foram bem marcantes: O filósofo tinha zumbidos no ouvido e era um tremendo de um mau caráter. Rosseau era um crápula! Colocou seus cinco filhos no orfanato e nunca mais os procurou. Assim, pôde frequentar os salões, angariar benfeitores e conquistar  suas mulheres. Secadas essas fontes ele saía caluniando os dois, chamando-os de opressores. Apesar de toda essa torpeza cometida e confessada, ele  se considerava o melhor dos homens. O mal e a torpeza que cometera aqui e ali deviam ser debitados à sociedade. Rosseau era isto - o homem nasce puro e a sociedade o corrompe. Suas confissões deram corpo a uma nova moral. O bandido, muito ao contrário do que se imagina, é uma vítima da sociedade. E, quanto mais torpe, quanto mais vil, quanto mais infame, quanto mais facínora maior é a graça por ele merecida, maior o nosso débito com ele. Sabia-se, pela formação moral-religiosa, que a conversa era outra. O homem nasce impuro, fruto que é do pecado original. A vida é o caminho que lhe permitirá o aprimoramento. Os erros na caminhada serão os pecados e cada um deverá pagar pelos seus. A literatura atual abre espaço para o pensamento conservador e reacende esse  debate, que parecia vencido. Theodore Darypaul é um psiquiatra dessas vítimas sociais há tempos. Pelo que viu e vê, a política redentora está destruindo o que pretende construir. Ela os  convence de que eles sãos incapazes de prover a própria sobrevivência, mas a vida é um direito, como é um direito viver com dignidade, viver com conforto, morar bem… ter, enfim, tudo que se precisa para a felicidade. E, quando o Estado não provê essas necessidades, ele próprio sustenta os movimentos que as buscam - Movimento dos Sem Terra, Movimento dos Sem Tetos… Movimento dos Sem Iphone. Na esteira desses acontecimentos, um latrocida requereu e ganhou indenização por ter ficado mal acomodado no presídio. O Estado vai pagar o pato. O Estado somos nós. E são mais de 600 mil presos. Pouquíssimos deles em celas confortáveis. O SUS também está lotado. D. Maria Nascimento, 72 anos, está há quatro anos  esperando por uma cirurgia no joelho. Rosely Fernandes, 42 anos, enfrenta, diariamente duas horas de ônibus lotados nas idas e vindas do trabalho. Pode ser que ao fim e ao cabo de uns dez, vinte anos elas também sejam indenizadas. Quem vai idenizá-las? Elas mesmas, pois pagam impostos. Pois é. A crise moral é a maior das que vivemos. Entretanto, há militantes dos direitos humanos que acham que a coisa está bem do jeito que está. Esses militantes nos fazem mais mal do que os bandidos a quem tanto defendem. Melhor fariam se ensinassem a esses clientes o samba de Paulo Vanzoline:  “Um homem de moral não fica no chão/ Nem quer que mulher lhe venha dar a mão/  Reconhece a queda e não desanima/ Levanta, sacode a poeira dá volta por cima”  

DA SÉRIE "NÃO É A ÁGUA QUE ESTÁ ENTRANDO PELO CANO" - Parte III

Em absoluta primeira mão, o bloco ganhador do carnaval de Volta Redonda 2017

BLOCO: TÁ FALTANDO ÁGUA E SOBRANDO DISCURSO





sábado, 25 de fevereiro de 2017

Da Série : "NÃO É A ÁGUA QUE ESTÁ ENTRANDO PELO CANO"








DA SÉRIE "NÃO É A ÁGUA QUE ESTÁ ENTRANDO PELO CANO"






Da série "Não é a água que está entrando pelo cano" 
Parte II


Volta Redonda já foi diferente. Com o SAMUCA mudou pra danar - dia sim, outro também, não tem água na torneira. Quem vencerá este jogo?






quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017





ENTREMENTES, ENQUANTO NÃO CHEGAM OS PROMETIDOS TEMPOS DAS VACAS GORDAS, TEMOS JOGO DE FUTEBOL E FALTA DE ÁGUA



domingo, 19 de fevereiro de 2017

USE A INTELIGÊNCIA SEM MODERAÇÃO

TODOS LÁ NO DIA 26 DE MARÇO



Jânio de Freitas ta que nem siri na lata. A esquerda perde espaço, ele perde a paz. Não vos vanglorieis, entretanto! Eles são numerosos e dissimulados. Disfarçam até o nome que têm: Vladimir Ilyich Ulyanov atendia por Lenin;  Lev Davidovich Bronstein, atendia por Trotsky; Ioseb Besarionis Dze Djughashvili, atendia por Stalin; Itajiba de Moura Brizola virou Leonel Brizola. Também escondem o que são: Vanessa Graziotin, senadora pelo PCdoB, ficou indignada porque lhe chamaram de comunista. Onde já se viu chamar comunista de comunista? Jânio de Freitas faz parte dessa turba raivosa que, só por vingança, nos chama do que não somos - golpista, direitista e coxinha. E faz cara feia para nos assustar.  Mas é a valentia meia-boca. De um cão de guarda que pouco guarda – que vê pouco, ouve pouco. Agora, se a coisa não cabe debaixo do felpudo tapete da sala ele a carrega em ombros alheios. Nas costas do PT,  é  que não fica nada. O gozado é que ta todo mundo vendo esses numerosos, custosos e repetidíssimos assaltos aos cofres públicos. E muitos desses roubos tem impressão digital claríssimas! São pessoais e intransferíveis. Dilma presidiu o conselho da Petrobrás de 2003 a 2010, e da sua gestão ficou o rombo de US$ 800 milhões. Mas isso não lhe afetou a pose. Ao contrário, aumentou-lhe a audácia. Logo, logo estaria prometendo o que não podia cumprir. Garantiu que não ia aumentar os impostos, que não mexeria nos direitos do trabalhador. Uma frase sua viralizou: “Tem coisas que eu não concordo, como mexer nos direitos do trabalhador e não abro mão nem que a vaca tussa!”. Pura farofa. Antes que a vaca tussisse já estava tudo por terra. Apesar dessa ficha chinfrim,  pro Jânio Freitas fora uma baita de uma injustiça tirarem o governo das mãos dessa dona com o fito de entregá-lo  a esse bando que nos dirige agora - Renan, Moreira Franco, Eduardo Cunha e Geddel Viana. Ledo engano. Eles já estavam lá desde o outro carnaval. O Renan estava porque esta é a sua natureza, rodear o poder. Esteve com o Collor, esteve com Itamar, esteve com FHC e foi da base parlamentar do PT enquanto o PT durou. Graças a isto foi presidente do senado duas vezes. Jucá foi ministro da previdência do governo petista. Nenhum deles é estreiante no mettier. Mas o olho torto de Janio Freitas lhe dá outra visão das coisas. Ele quer nos convencer que as passeatas, os bonecos infláveis, os panelaços se recolheram não por cansaço mas por tarefa cumprida. Não é. Basta ver que esse bando não é adventício. É do mesmo time que saiu. O resto fica fácil. Jânio de Freitas, velho jornalista, escreve na Folha de São Paulo. Pobre Jânio de Freitas. Ficou velho antes de se tornar sábio. Royalties para Shakeaspeare. 




quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


CASA DA MÃE JOANA




Tem um vizinho cá no face que assiste ao Jornal Nacional em posição de sentido. Há muito tempo ele presta essa reverência à Vênus Platinada. Se a TV mandá-lo odiar a PM, ele odeia... Faz o que seu mestre mandar. Deus o guarde. Ele não sabe que os comunistas querem acabar com a Polícia Militar e que a imprensa é assim com eles. Unha e carne. E a TV é cruel. Ela cria seus fantasmas e os enfia na cabeça do seu distintíssimo público. Veja quanta gente acredita que o Temer é presidente da república. Até o Temer acredita nisto. Se ela pudesse, dava um tanque de roupa para essas mulheres que obstruem as portas dos quartéis. Elas não querem que seus maridos morram como coelhos nessa caçada nas ruas. Bobagem. Há muitos anos eles trabalham em viaturas apodrecidas, portam armas de brinquedo e enfrentam bandidos verdadeiros e amados. E quanto mais verdadeiros, mais amados. Há três anos não ganham aumentos de salários e há meses não recebem pelos dias trabalhados. Dia a dia eles tem notícia que um colega tombou nessa refrega em que morrem defendendo-se a si mesmos e a nós também. Mas a lei é clara - Soldado tem que agüentar! A Constituição o diz e estamos conversados. Do outro lado da rua o papo é bem diferente. Sérgio Cabral tem na sua residência um banheiro muito jóia. Até o assento do vaso tem temperatura regulável. Material importado. Ele nem se envergonha de suas extravagâncias. Em Paris, amarrou um guardanapo na cabeça... Mas a TV sempre mostra as autoridades em traje a rigor. O “presidente” Temer também está sempre nos trinks. Muito elegante ele fez uma solenidade para anunciar uma idéia brilhante. Mudou o nome do Ministério da Justiça para Ministério da Justiça e Segurança Pública. Aplausos, aplausos, aplausos... muitos aplausos! Só faltou mesmo é quem gritasse gooollll. As 95 mortes no Espírito Santo não pertubavam a alegria da festa. Dias depois, Alexandre Moraes cabulava votos para sua candidatura ao STF – posso contar com seu voto para ministro? Enquanto isto Paulo Hartung desesperado pedia a volta da PM às ruas. Mas era tudo conversa. Logo depois, o governador mostrava que estava de mal com a polícia. Prometia misérias. A confusão é geral. Um juiz de primeira instância embarreirava uma nomeação feita pelo “presidente” da república: o presidente do senado não cumpria determinação do STF. Presos de Rondonia negociavam com a justiça os colegas que queriam transferidos daquele presídio. Uma mobilização coletiva impunha que o Estado indenizasse as famílias de bandidos mortos por outros bandidos. Ao lado disto, PMs sem salários são espezinhados pelas autoridades, que não percebem que o número dos que vêem TV é cada vez menor.
Existe, Espelho Meu, Programa Pior do que o BBB? SIM!



Deus que me perdoe se exagero, mas penso que o BBB não é o que há de pior na TV. Os informativos são os piores,sim. Ganham de lambuja. Ora pois, não se assiste ao BBB esperando adquirir conhecimentos para uma suposta prova do ENEM. Ninguém é besta assim. Já os que buscam os noticiários querem informações e saem desinformados. Portanto... A desinformação é, talvez, a mais importante arma de guerra. A calúnia e o alarmismo são, quase sempre fatais. Não precisam mais do que um brevíssimo tempo para transformar numerosas populações em uma massa inerme. Ou, se for o caso, conduzi-las a sangrentos e ferozes confrontos. Elas as levam para onde querem. E você está sempre na sua alça de mira. Por isso, não faça como o Chapéuzinho Vermelho; não se esqueça do conselho da vovó: Todo cuidado é pouco! Portanto, cuidado! Cuidado especialmente se é o Cortela que se aproxima. No Jornal da TV Cultura ele não teve a menor cerimônia. Quis derrubar o muro que o Trump ainda nem começou a levantar. Comparou-o com o muro de Berlim. Cáspite! Então, o mestre não vê diferença? Construiu-se o muro da Alemanha Oriental para que ninguém de lá fugisse; o muro americano é para que ninguém o invada. Simples assim. Não obstante, o moço foi valentemente adiante. Alegou que com esse muro os EUA pretendiam negar ao México a terras que lhe foram tomadas na guerra 1846/48. E citou o Texas e a Califórnia como partes desse butim. Não, Sr. Cortela! Em 1846, o Texas já era uma república livre. Portanto não se podia ser subtrair do México o que não era dele. Isto é tão simples. Depois, o México era uma república conflagrada, profundamente instável. Havia rebeliões e insurreições em quase todo seu pretenso território. A própria Califórnia já tivera sua liberdade temporária e, agora, junto com o Novo México, repudiavam o centralismo mexicano imposto pelas Sete Seis (1836). Last but not least, também nós, cordialíssimos brasileiros que somos, tomamos de Portugal esse imenso território onde se plantando tudo dá. Mas os portugueses também não eram fáceis não. Já tinham tomado essa mesma terra dos índios... e muito antes, os sambaquis que habitavam o Espírito Santos tinham perdido o seu lar doce lar para os guaranis. O México, valha-nos Deus, tomou suas terras dos espanhóis, que as haviam tomado dos astecas... Gente, os alunos do Cortela tem que ouvir isto tudo, ficar calados e guardar na cabeça para a prova... Coitados.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017


UM POUCO DE POESIA - FERNANDO PESSOA



Poema em Linha Reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. 
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
GOVERNANDO EM NOVO ESTILO



Mais uma vez sem água na torneira. É a nova moda em Volta Redonda. Tem água nas poças, tem água nos rios, mas não tem água nas torneiras. Tomara que seja incompetência mesmo e não estilo de governar. Te esconjuro! Tá certo que o problema não é de hoje. Mas nestes 30 dias de governo, piorou uns 30%. Valha-nos, Deus! Até o diretor administrativo do SAAE-VR anda ressabiado. Foi à Delegacia de Polícia tirar o dele da reta. E falou de um suposto homem malvado que com sua picareta corta o asfalto e estoura as tubulações em vários pontos da cidade todas as noites. Ninguém o ouve, ninguém o vê, mas que ele existe, existe. Quer apuração tim-tim-por-tim-tim. Impressiona, né? Estação pequena e a população grande dá nisto. Mas eles não querem saber e inventam moda - meia hora de água para o Bairro A; meia hora de água para o Bairro B. Depois para um outro, um outro até que volta tudo de novo. Ora, eu sei, tu sabes, todo mundo sabe (até o prefeito deve saber): O SAAE-VR precisa crescer também. Para o Samuca dinheiro não era o caso; o caso era falta de gestor. Ganhou a eleição. Tomou posse, pegou uma vassoura e saiu a varrer a cidade. Levou assessores e muitos fotógrafos. No dia seguinte, andou de bicicleta, no outro, de ônibus, fez uma caminhada, saudou um pedinte na praça, olhou vitrines e constatou para o seu próprio gáudio que ele era a única novidade na nossa terra. Ele disfarça e diz que está é tomando o pulso da cidade. Quer saber onde lhe doem as dores. Realmente, o passeio à tarde é bom para se descobrir um bueiro sem tampa, um poste sem luz, um cão abandonado. Mas o precário abastecimento dágua, não exige tanto!!! É só abrir a torneira e se vê. Moradores da Vila Rica fizeram isto e não precisou mais. Foram pro meio da rua armados de paus e pedras reivindicando uma gota dágua. A cidade está todinha assim. A semana começou com sete rompimentos de rede e se encerrou com 24 bairros sem água. E o prefeito tirando fotos com vassoura na mão. Não estranhem se ele aparecer empurrando um carrinho de picolé. Não dá certo como prefeito. Mas, quem sabe, se algum dia você tiver que vender uma mula manca, ou uma galinha com gogo, fale com ele. Quem sabe?

DO QUE PODEMOS APRENDER COM OS ERROS DOS OUTROS




Fui dormir tava de um jeito; no dia seguinte, tava de outro. Neste mundo é assim mesmo. As coisas mudam de um dia para o outro. Portanto, foi assim com Teori que também era coisa deste mundo. Eu que o diga! Por isso, sinceramente, acho um erro quererem fazê-lo santo. Na véspera, seu nome estava no bico do urubu. Ele puxara para debaixo das suas vastas asas as investigações do ex-presidente Lula e recomendara silêncio obsequioso sobre as gravações telefônicas de Lula X Dilma X Bessias. Não se falava mais naquilo daquele momento em diante. Já era! Aí, como ninguém tem sangue de barata, deu no que deu! Uma pá de gente foi pra Brasilia. Puseram um caixão lá com uma faixa: Teori Zavaski. Escreveram o nome dele completo à guisa de endereço certo. Eu até me arrepio de ficar repetindo essas coisas. Mas o pessoal tava um siri na lata e não economizava nas pragas. Era uma raiva danada. E ainda cantava zombando: “olé! Olé... Puxadinho do PT”. Este era o relator da Operação Lava Jato do Supremo Federal. Na verdade, ele era um pouco pior. É que para bom entendedor meia palavra é suficiente. Mas se o leitor quiser pode botar também na conta do ministro o encerramento da Operação Métis. Quatro policiais legislativos foram pegos com a boca na botija. Eles obstruíam as investigações sobre senadores. Polícia obstruindo polícia. Renan Calheiros não deixou por menos. Disse que não ia permitir que um juizeco fizesse de alvo nenhum dos seus colegas. Carmem Lucia não gostou da palavra juizeco. Nem um pouquinho. Não engoliu mesmo! Era só olhar na cara dela e ver. Estavam em rota de colisão. Renan de machadinha na mão, faca entre os dentes e na outra ponta a presidente do STF. Vejam só! Dizem que o Renan é cangaceiro. A coisa prometia feder. Fedeu? Uns até tamparam o nariz; outros acharam o cheiro normal. Por via das dúvidas, Zavaski anulou aquela investigação. Ele sempre foi rápido no gatilho nas suas necessidades. De certa feita, num átimo de duas horas mandou o Eduardo Cunha para as cucuias. Sério! Teori acolheu o pedido do Procurador da República e, em 120 minutos, autorizou investigação da grana que o deputado tem na Suiça. E tudo sem sigilo de justiça para que não lhe acusassem da falta de transparência. Já com Mercadante e Edinho Silva é outro papo. Aí, o avião caiu. E veio a morte do ministro. Seus processos serão batidos por outro martelo; sua alma será julgada no outro andar. Quanto a nós que nos fique a lição: façamos o bem enquanto é tempo. Se é que vocês me entendem.
ENTREMENTES, NA CIDADE DE VOLTA REDONDA
Em Volta Redonda, a nova administração municipal começou seus dias varrendo as ruas da cidade... Estou torcendo para eles chegarem à minha rua. Vão deixá-la um brinco. São os garis mais caros que já tivemos. Um luxo! O serviço tem que compensar. Veja como trabalham com uma disposição inaudita. 




ENTREMENTES...





PLAQUINHA QUE SÉRGIO BOECHAT GANHOU COMO CONSELHEIRO DO PREFEITO SAMUCA














quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O JORNALISTA INFELIZ
Antônio Carlos Santini

Por não levar em conta o meu espaço,
Exagerei nas laudas do meu texto.
Veio o editor e logo vi no cesto
O meu suor vestido de fracasso.
Eu cometi, confesso, um erro crasso
Que só comete um escritor bissexto
E, agora, já não sei com que pretexto
Hei de ocupar de novo o meu pedaço!
Ao ver a edição sem a matéria,
Chorei como um peixinho sem aquário,
Um triste vira-latas na miséria...

Na próxima semana, o semanário
- E não riam de mim: é coisa séria! –
Trará meu nome no obituário...




Este soneto foi feito pelo Prof.: Antonio Carlos Santini numa carinhosa referência ao tempo em que trabalhávamos em jornal. A ilustração também é dele.
10000 FREIS BETOS x UM LEITOR DO PATO DONALD
Há quanto tempo eu não lia o Estadão. Ontem quebrei o jejum: Fui ao jornaleiro e comprei o dito. E não é que esse tal jornal O Estado de São Paulo não fala nada de São Paulo. Não fala da cidade; não fala do Estado. E nem fala do santo. Tá tudo dominado. Partidos chamados de democratas tratam a democracia a pontapés; Partido dos Trabalhadores não tem um humilde e escasso trabalhador; Ministério da Justiça aplaude a injustiça. Aqui, bananeira dá laranja e coqueiro dá caju. Assim, o Estadão que não é bobo, não é nada, obedece o mote e deixa a gente aqui para pegar o Trump lá nos esteites. Deu-lhe a primeira página do caderno Alias. Foi o maior pau. E, para dissimular qualquer inglisia pessoal, qualquer rabugice, incorporou expressões de analistas americanos e europeus, que - convenhamos - impressiona. Assim, fortalecidos, pisaram o futuro presidente com suas sandálias messiânicas imaginárias : Eis ai, um mau agouro para a democracia. - um populista! Bem, Vargas e Perón são os dois desses exemplos mais conhecidos por nós. Não têm nada a ver com Trump. Misturam alhos com bugalhos. Trump é por um estado forte bélica e economicamente. Não dispensa armas nucleares nos combates ao terrorismo islâmico como nos ataques feitos a Bruxelas, Alemanha, França. Trump se propõe enfrentá-los com a indispensável parceria de muçulmanos aliados. Para o problema interno do desemprego ele propõe redução nos impostos para aqueles que derem empregos preferencialmente a americanos. E promoverá ações compensadoras para conter a emigração de empresas suas para o México e China tal como perdemos as nossas para o Paraguai. Só de indústrias têxteis temos 28 indo para o Pais vizinho. Lá, terão uma energia mais barata e não pagarão impostos extorsivos. Viva! Essa é a agenda que Trump discute. A esquerda conduz o abortismo, o gaysismo, a ideologia de gênero e toda essa fajutice dos direitos humanos. São bandeiras esgarçadas nos constantes choques com a realidade. Como explicar, por exemplo, todo o esforço coletivo pela indenização dos bandidos mortos por ordem de outros bandidos e o sepulcral silêncio sobre as tantas mortes de trabalhadores que ocorrem nas ruas das cidades? Mortes ainda mais numerosas… Podem se juntar 10 000 freis Betos que não convencem um leitor do Pato Donald. O fracasso do esquerdismo americano assusta o esquerdismo tupiniquim. Estão em pânico! É só aparecer alguém defendendo a família, a educação, o direito à propriedade, a promoção por mérito… Eles carimbam. Assim, fecham a porta para um João Dória, para um Jair Bolsonaro e tutti quanti. O Estadão conclui “A vitória de Trump pode ser apenas o começo de uma nova onda global de populismo”. É… Foram essas condições, enfim que elegeram um João Dória para prefeito de São Paulo e podem levar Jair Bolsonaro à previdência da república, em 2018. Evoé!


É PRECISO DAR UM JEITO NISSO




Foram 56 os mortos. Desde o Candiru, 111 mortos, não rolavam tantas cabeças e não apareciam tantos palpiteiros. Uns acham isso e outros acham que é aquilo outro. No Amazonas, também os participantes se separam em grupos - membros do PCC e estupradores, de um lado ; e vingadores vingados membros do FDN – Família do Norte do outro lado. Sérgio Fontes da Secretaria Pública do Amazonas declarou com ênfase aquele segredo de polichinelo. Era uma briga de facções. Se bem que há muita gente que acha que foi tudo por falta de ressocialização, que foi por falta de horas de sol. Qual nada! Era só ter olhos de ver. Havia um ano que as autoridades monitoravam esses dois grupos. A coisa não cheirava bem. Em 2015, azedara de vez. A FDN dominava a rota Solimões e faturava 1 milhão por mês. A produção de drogas da Bolívia e do Peru passava por suas mãos . O PCC cresceu o olho e iniciou logo o batismo de afiliados na área. A FDN não gostou como não havia de gostar. Não demorou para encafifar a idéia de eliminar o PCC do pedaço. Não ia deixar nem unzinho pra remédio. A Administração do presídio que tem muitos olhos e muitos ouvidos, ficou logo sabendo e deu seu jeito lá dela. Separou os dois grupos um do outro e, de quebra, ainda colocou uma forte proteção policial. Foi o mesmo que nada. A FDN fez um buraco na parede. E armados de facões, espingardas e pistolas invadiram a outra galeria. A polícia ficou como quem aguardasse uma ordem para entrar enquanto a matança prosseguia. Depois, entrou para juntar os pedaços dos corpos mortos e desmontados. Preferiram aguardar para não tomar partido. Marluce da Costa Sousa, Coordenadora da Pastoral Carcerária do Amazonas ficou pasma com tanta arma lá dentro. Ela própria, da Pastoral, passava por uma revista rigorosíssima para entrar. No entanto, lá dentro até espingarda tinha. O Brasil, como se vê, é um país apodrecido. Mensalão, petrolão não exemplos de corrupção que se encerram em si mesmos; eles se alastram. Ontem, na bucólica cidade de Caratinga um político foi algemado e uniformizado de preso tomar posse como vereador... Há corrupção também no presídio? Claro que sim. Em caso contrário, como foram parar tantas armas lá dentro? Tem conserto isto? Tem, mas não é com eleição, não.
ESTÃO DANDO MOLE PRA KOJAK


Gente, tem coisa que a gente fala e, depois tem que bater na boca. É um jeito de punirmos nossa maledicência. Porque uma coisa é certa. O tempo põe cada coisa no seu lugar. Agora, mesmo está ele aí mostrando que, pelo menos, nem todas palestras do Lula eram falsas. A Lava Jato foi quem o constatou. Como este mundo é pequeno! A Lavo Jato interceptou e-mails trocados entre a Cervejaria Itaipava e o ex-presidente Lula. Precisavam dar uma alavancada na empresa e ainda não tinham descoberto a Eles ainda não tinham descoberto a Aline Riscado, “Vai, verão!” A Sandy não tinha dado certo na Devassa porque ela não é dada a cerveja; ela está mais é para toddinho. Buscavam, quem sabe, um cara com o perfil de pinguço. Era disto que tratava o e-mail. A Itaipava ia inaugurar uma nova unidade em Alagoinhas, na Bahia. Então, dizia o e-mail: ““Se o presidente puder falar que ‘A cerveja Itaipava, por ser 100% brasileira, é a sua cerveja preferida...’ Tava tudo providenciado. Emílio e Marcelo Oderbrecht iriam de companhia e mais nove lugares a serem preenchidos. Aí, ele não se fez de rogado. Ele sabia que uma mão lava a outra. Mal pegou o microfone, disse direitinho conforme o combinado: ‘Não bebo muita cerveja, mais [sic] quando bebo é Itaipava’. O não bebo muita cerveja foi para dar maior realismo. A gente sabe que tinha que deixar um lugar para a branquinha. Tá certo. Isto foi em 2013. De 2013 a 2015, a empresa pagou um total de R$ 1,55 milhão a título de palestras realizadas pelo presidente. Fique claro, entretantol, que o presidente não falou só em Alagoinhas, não; ele ainda foi a Itapissuma (PE) e Atibaia (SP) – “a Itaipava é a melhor cerveja do mundo e que gostaria de experimentar uma cremosa da marca”. Eu e muita gente boa estamos achando que estão dando mole pra Kojak. Os advogados de Lula dizem que não é nada disto que a gente está pensando. Eu, do meu lado, entretando, reconheço que numa coisa o ex-presidente está falando a verdade: “Antes de Lula nunca se viu nada igual”.
PETRALHA CALUNIADOR DE UMA FIGA!




Leandro Karnal não merece a careca que tem. Como brilha a danada! Porquanto Mestre Leandro menospreza a inteligência alheia. E ele fala pelos cotovelos! Um dia desses, na TV Cultura, ele falou que a corrupção no Brasil vem de berço. Vem desde quando Cabral arribara por aqui. E que tudo estava muito bem documentado na Primeira Carta de Caminha ao Rei. O escrivão depois de relatar o achamento incluira no documento um pedido de emprego para um parente seu. Caminha o nosso primeiro corrupto. Pura mentira. Calúnia. Coisa de gente que não presta. Mas que eu não peque por exagero. Essa mentira, apesar de gigantesca, não foi inventada por Karnal; Ele apenas a tomou para si porque lhe servia aos propósitos. As linhas acrescidas pelo caluniado diziam: ‘E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro, o que Dela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza’ (Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500).” Não havia, enfim, nenhum pedido de emprego. Pero Vaz Caminha era fidalgo e escrivão. Fora vereador na Câmara do Porto. E lutara na guerra contra Castela. Agora, servia como escrivão junto a Cabral e trazia no peito uma preocupação: Seu genro era um degredado na ilha de São Tomé por conta de um crime que cometera. Eram vários os crimes punidos com degredo. A condenação as galés ou pena de morte eram para os crimes mais pesados. Feita a condenação só o rei poderia comutá-la. O monarca e apenas o monarca tinha poderes para conceder indulto aos apenados. Era isso que Pero Vaz Caminha pedia. Apenas isto. Mercê que só se alcançava pedindo ao rei. Afirmar o contrário disto é servir aos corruptos. É buscar convencer que a corrupção está no nosso DNA, que é uma fatalidade histórica. É conduzir-nos ao perdão do PT.
MORRE O HOMEM, FICA A FAMA





Não sei se faria melhor deixando o Vereador Jerônimo Telles pra lá. Há coisas que, como se dizia antigamente, é melhor deixar quieto. O povo já o mandou de volta pra casa mesmo... E, depois, muita gente pode pensar que é inglisia minha. Mas a voz não quer calar. Que fazer? Vamos nessa! Afinal quem o mandou trocar o nome da Ponte Presidente Médici para Ponte Bispo Waldir Calheiros. E ainda, por cima, falou um desaforo: “Tenho duas avaliações históricas a fazer: A primeira é tirar o nome de um ditador de uma ponte no município e a outra é homenagear um homem que combateu as ações desse ditador”. Bem, o homem em que ele via apenas um ditador, fizera um governo que nos legara 15 hidrelétricas entre elas Solteira e Urubupungá; a construção da Ponte Rio Niterói; a criação do Plano de Integração Social (PIS); a aposentadoria para o trabalhador rural; a criação da Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL; criação da Eletrobrás, criação da Polícia Federal; um salto na produção de petróleo de 75mil barris/dia para 750 000 barris dia; exploração da plataforma marítma... Ainda tem uma pá de coisas, que a gente não vai ficar citando aqui pra não humilhar ninguém. Do lado da sua vida pessoal, o general foi irrepreensível. “Presidiu o país em silêncio, lendo discursos escritos pelos outros, sem confraternização sociais, implacável com mexericos. Passou pela vida pública com escrupulosa honorabilidade pessoal. Da presidência tirou o salário de Cr$ 3 439,98 líquidos por mês (equivalente a 724 dólares) e nada mais. Adiou o aumento da carne para vender na baixo os bois de sua estância e desviou o traço de uma estrada para que ela não lhe valorizasse as próprias terras” (Elio Gaspari, A Ditadura Escancarada, pag 133). Mas se se medir o ex-presidente pelos anos de chumbo que foi o seu governo, ainda assim acho pouco para a mudança. É que o bispo, apesar da sua presumida santidade, defendia torturadores, justiceiros, assaltantes, desordeiros que compunham o lado da luta armada.
O TIMONEIRO SUMIU


Aonde vai dar este barco a gente não sabe. O timoneiro sumiu. A gente só sabe é que o mar não está para peixe. Tem gente do judiciário, tem gente do legislativo e tem gente do Executivo citadas nas propinas e quejandos. Um aponta o dedo pro outro. É o porco rindo do toucinho. E, como todos tem foro privilegiado, é ao STF que caberá dar destino a todos eles. E ainda há as delações dos Odebrecht que estão vindo aí. Serão quantos mais? Mais 100? Mais 1000? E teremos 11 ministros para a empreitada. É... Neste ano de 2016, 25% do trabalho do STF foi perdido. Alguns processos em que trabalhava desde 2007 saíram da sua obrigação. Os políticos neles envolvidos já não possuem mais mandatos. Portanto, perderam o foro privilegiado. Vão baixar noutro centro. Começar tudo de novo. E, se por acaso, forem de novo eleitos, voltam para o STF e recomeça de novo. Se já passaram 10 anos assim, talvez passem mais 20, mais 30... Nunca se sabe. A prescrição se consumará para aqueles que não tenham se encerrado pela morte dos réus. Mesmo que se multiplique por 10 os membros do STF é humanamente impossível que consigam enfrentar toda essa demanda ainda mais quando acrescidas de todas as chicanas jurídicas que lhes cabem. É essa situação assim que hoje dá 33% a favor da intervenção militar. E só tende a crescer.