sexta-feira, 10 de maio de 2013

SE NÃO FOSSE A IMPRENSA ESTE GOVERNO ESTARIA PIOR





Jeito bom de governar é este que arrumaram de o governante falar demais, quando faz de menos. Às vezes dá até reeleição. Vai para o rádio, vai para o jornal e diz “eu fiz isto e aquilo”. E o rádio e o jornal respondem “fez mesmo!” O nosso prefeito está adorando esta moda. Neto fica à vontade, em campo. Parece um Seedorf. Nunca vi. E, pra falar a verdade, se o meu não estivesse na reta, eu até aplaudiria, igualzinho o Adelson Vidal faz. O Adelson é fogo! Ele não liga. Também... Deixa ele pra lá. O que me dá um pouco de gosto é saber que não estou sozinho, do lado de cá. E cada vez menos sozinho. Todo dia chega gente. Por conta de uma pequena reforma na Escola Municipal Graciema Coura veio um monte. Desde 6 de maio de 2011, os  alunos de lá estão acomodados na Igreja Sagrado Coração de Jesus. Mal acomodados, é verdade. Os alunos eram muitos e o espaço era pouco. Aí, tiveram que dividi-los em dois grupos. E cada um dos grupos passou a estudar duas horas por dia em vez de quatro. Educação em pequenas doses.  Minha vizinha, que votou no Neto, me diz que isto ainda não é nada. Diz que o pior, o muito pior é o que acontece com a saúde. Pra ela, o Neto perdeu a graça. E se acaso um dia ela passar por ele fazendo malabares num sinal vermelho, ela levanta o vidro da janela. Não quer nem saber mais dele. E eu a cumprimentei – “Até que enfim!” Ela tem mesmo razão. Dizem que ta faltando médico pra tudo que é lado. Dizem que há dois portadores de tuberculose multirresistente internados no mesmo isolamento pediátrico do Hospital do Retiro. Dizem... Pra encurtar a conversa,  até o Olavo Marassim do CREMERJ já falou mais do que uma vez: “A saúde vai mal em Volta Redonda”. É. Também o Prefeito paga aos médicos em RPA. Um contrato que além de pagar muito mal não estabelece vínculos empregatícios. Minha vizinha fala coitado deles. E eu digo coitados de nós.




Pra exemplificarmos que a confusão nasceu, cresceu e se reproduziu em todo o Brasil, basta-nos um único e indiscutível exemplo. E o nosso exemplo tem nome e sobrenome – Guilherme Afif Domingues. O homem é representante das elites, grandes empresas, faz parte do governo tucano e é chamado para Ministro das Pequenas Empresas, no governo PT. Presidente do Conselho Gestor de Parcerias Público e Privada, vice-Governador de São Paulo e, pegou mais esse biscate – Ministro das Pequenas Empresas. Mas pra não passar a imagem de olho grande deixou a presidência do conselho gestor para outro. Entregou a carta-renúncia ao governador. Quis ficar bem na fita. E, depois, sempre se tem um coleguinha numa pior, necessitando de um quebra-galho, de um farelo caído da mesa. Mas as outras duas vagas ele quer conservar. Continuou vice de Alkmin e é ministro de Dilma. Se não der para ficar com os dois salários, fica só com o de ministro que é de R$ 26 723,13. Tá feliz da vida em trabalhar com a Dilma. Há pouco mais de um ano ele dizia que entregar o Planalto a Dilma era como entregar o comando de um Boeing a quem nunca pilotou sequer um tecoteco. Mas o Guilherme não se  enrola com isto. Hoje, ele diz que ela aprendeu rápido. E, naturalmente, ele também.



Papo dez para discussão de juristas eméritos e assíduos freqüentadores de botequins é esta questão de abaixar ou não abaixar a maioridade penal. De permeio metam-se aí os políticos e outros desocupados.  Minha mãe diria que isto é conversa pra boi dormir. Ela jamais se sentaria numa mesa dessas. Esse negócio de saber o que é certo e o que é errado começa cedo. Qualquer coisa de errado que fazíamos ela perguntava “quê que você ta com essa cara de cachorro que quebrou o pote?” Ela dizia que até cachorro sabe quando erra. Só de olhar para a cara do bichinho ela sabia o que o fingido tinha feito. E o cachorro também sabia que ela sabia. Daí, aquela cara assim com que ele ficava.  Com gente, entretanto, querem diferente: Só depois dos 18 é que se tem consciência. Os anjos da guarda de meninos assassinos ficam furiosos com esta discussão porque ela sempre reaparece no rastro de cada crime bárbaro cometido por “menores”. Eles chamam essas “criancinhas” de infratores. Ora, infratores, em certa medida, somos todos nós. Matar é crime; não é infração. Infração é avançar sinal vermelho, dirigir na contra mão... Tem gente que quer acabar com esses crimes metendo esses menores na escola. Quase assim como: “Cometeu um crime? Agora tem que estudar!” Os cachorros com que mamãe ralhava nunca tinham passado por uma escola e eu nunca a vi dando-lhes um lápis e um caderno para não errarem mais.


Comentários

Para de chamar o Adelson de comunista, ele ta mais pra tucano, vai votar no Aécio e tudo. O hobby dele agora é chamar a esquerda de caduca e se vangloriar da democracia como valor universal, achando se uma esquerda reciclada. Eca. (Anônimo)

Essa turma é assim mesmo: Um pé em cada canoa. Não faz muito, o cara era discípulo do Soró lá no PCdoB. Agora é recruta no Rede. Agora, chamar isto aí de esquerda reciclada foi um achado. Muito legal. (Elson Sepulveda 




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