domingo, 16 de fevereiro de 2014


Ilustração jornal o Estado de São Paulo


Ananás morria de pena do Neto. Quem o visse nas suas orações lembraria logo do legendário patriarca. Só que o nosso Ananás não pretendia salvar uma cidade, mas o seu prefeito. Era o Abrahão Papagoiaba. Lá, no seu canto celestial, o Senhor cofiava as barbas brancas, pensando - "Tenho feito tanto por aquele gajo e ele não se emenda".  Mas o Ananás perseverava. Um dia, talvez para ficar livre daquela latumia, Deus pediu-lhe que trouxesse 50 pessoas justas e puras endoçando seu pedido e o Neto não teria seu mandato interrompido. Convenhamos que era  dose para elefante, mas para o Ananás valia a pena. E saiu fincado na busca daquele meio cento de gentes salvadoras. Mas voltou no mesmo pé que foi. Era muito 50 pessoas. Deus aceitou e reduziu o lote:  40, 30, 20 e, por fim 10 pessoas. Aí, foi que o Ananás me pediu ajuda. E, por sugestão minha, colamos uma cartolina num poste escrito assim: "Se você apoia o Neto continue sério". Ficamos de longe só espiando. Não havia quem passasse ali e não risse. Mesmo aquela gente sisuda que a gente conhece no bairro se desarmava ao passar por ali. Veio até gente das outras ruas e de todo o bairro só para desopilar. A América Teresa é que não veio. Ela ficou com medo de rir também e ela não podia fazer uma coisa dessa. Pegava mal. Já a minha vizinha gorda, que votou no Neto passou um monte de vezes ao lado daquele poste. Ela ria de segurar a barriga. Parecia que estava se vingando. Dizia: "Eu tenho filho em idade escolar! Eu tenho filho em idade escolar!..." De fato, é duro de ver  o seu pequeninho se aprontando todo, pegar o giz de cera, caderno, tudo e chegar à escola e dar com a cara na porta. Mas este governo não se deixa pegar. Dá desculpas como nós distribuímos bons dias na cidade. Prometeu para o início deste ano uma escola no Vale Verde e a escola ainda está na fundação. A Secretaria de Educação repetiu Penélope com o seu tapete. Disse que a escola não foi concluída porque o que a prefeitura fazia de dia, os vândalos derrubavam de noite. Mas há pior. Eles são especialistas em sempre piorar um pouquinho.
 




Uma andorinha só não faz verão. Era oo Ministro Arthur Chioro falando da Dra. Ramona. Ela, médica cubana, trocara o Mais Médicos pelo Menos Bobos. Fizera as malas e pé no caminho. Parte da fuga fora mesmo feita a pé. Para o ministro aquilo era pouco. Era apenas um dentre os 7 mil contratados. Evidentemente, se demorasse mais um pouco, já seriam cinco. E, agora, já se perde a conta. Mas ainda assim teria sempre uma desculpa à mão.  Aquilo tudo seria arrumação dessa direita inconformada com o bem estar do nosso sofrido povo. O demônio é o outro. Sempre o outro. Para o PT  tudo está sempre certo. Evidentemente não se vai dizer que o PT é inventor do trabalho escravo. Claro que não! Mas podemos conceder que ele  o vem aperfeiçoando.  Hoje o trabalho escravo está muito mais abrangente. Já atinge profissionais de anéis e diplomas. Há gente de roupa branca como aqueles trabalhadores das minas de carvão.  Feito esses trabalhadores escravos há médicos fugindo também. Ninguém quer ser escravo. Os médicos cubanos descobriram essa sua condição quando souberam que levavam só 10% do que o governo brasileiro pagava por seus serviços. Foi de doer. Aliás, esta história de médicos cubanos fugirem vem de longe. Fugiram aos mangotes da Venezuela e da Bolívia e hoje, fogem do Brasil. Muitos estão nos EUA. No Brasil, o último que fugiu foi Ortélio Jaime Guerra que também já está lá. Mandou lembranças pelo face, Disse que qualquer dia volta para agradecer a hospedagem. A ilha ganha 58 milhões mensais com essa exportação. Vender gente é muito melhor do que vender cana-de-açúcar.


Bem que o instrutor avisava a todo instante: "Todo cuidado é pouco". Era o grupo terrorista Isis, na província Anbar, Iraque, treinando o seu mister de matar gente. A coisa lá está apertando. No início deste mês seus militantes haviam assumido o controle de vias de acesso e os escritórios nas cidades de Fallujah e Ramadi. Mas o Iraque está reagindo junto a tribos sunitas para resgatar essa região. Por isso o comandante tinha todo zelo ao transmitir suas lições ao grupo. Era preciso formá-lo logo, porque havia outros grupos aguardando novas vagas no curso. Aí, era tanto o perfeccionismo que terminou puxando o cordãozinho da bomba pra valer, quando era só para fingir. Pum! Foi-se para o ar a turma de formandos Dezesseis deles morreram. E tem uns oito que sumiram. Não se sabe se inteiros, ou despedaçados.   







Coitadinha da Inês. Por uma má interpretação do Evangelho uma gente malvada quer levá-la para a caldeirinha. É da Inês Pandeló que eu to falando. Ela não entendeu muito bem aquela lição do "A César o que é de César..." Ela o entendia assim "A nós o que é vosso". É o tal do rachid, processo pelo qual o político toma parte do pagamento dos seus assessores para si. Ela fazia isto sem nenhuma maldade. Estava, apenas, dançando conforme a música.  Tanto que ela comungava nas missas dominicais sem nenhum receio. É bem verdade que as beatas se cutucavam quando viam aquilo e se perguntavam: "Pode isto?" No fundo, ela até achava que tava cobrando pouco. Mas não crescia o olho. Ela sempre refletia - o pouco com Deus é muito. Enfim, veio vivendo até que um dia um dos seus fiéis não quis mais lhe pagar o dízimo e abriu o bico. Desde então a Inês não cansa de explicar que é apenas uma doação que pede, tanto que o funcionário ainda fica com a metade do salário.

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