Se o Bispo Waldir
Calheiros fosse vivo eu não sei onde ele ia meter a cara com este papelão do
Ratinho. Digo, Paiva - Carlos Alberto Paiva, o Vice Prefeito. Desculpem-me. É
que enquato o Clinger se ajeitava como prefeito, o Paiva vivia rondando o
gabinete. Espreitava uma vaguinha no governo que se iniciava. Ele só tinha um
ou dois empregos, naquele tempo. Ficava de olho comprido para as vacas gordas
do vizinho. Em se tratando de Paiva dois empregos era um tempo de vacas
magrelíssimas! Aí, um dia, o Ítalo Granato apareceu ali e me perguntou se eu
tinha visto o Ratinho. Eu não sabia quem era o Ratinho e ele explicou "é
um que tem a cara assim". E franziu o nariz. O Ítalo é danado. Ele imita
muito bem. Se ele fosse num programa de calouros: "Quem que o senhor vai
imitar?" E ele: "Vou imitar o Ratinho". Não tinha pra ninguém.
Tanto que eu vi logo de quem ele tava falando. Mal o Paiva pôs os pés na sala
eu lhe falei: "Ratinho, o Italo está te procurando." Ele fez um
sinal positivo com o polegar direito e ficou feliz como fosse ganhar um pedaço
de queijo. Quem vê não acredita. Tudo mudou muito. Acho que nem mesmo o
Ítalo o chama mais de Ratinho. Quando muito há de trata-lo como S. Excelência
Ratinho. O Ítalo é um gentleman. E o Paiva cresceu muito. Até o idolatrado
bispo Waldir Cavalheiros se fez cupincha dele. Foi seu cabo eleitoral nas
eleições. Dele e do Neto. Um de cada lado e ele no meio. Parecia até uma
alegoria do Calvário. Agora, veio esse caso aí do Adeilson de Paula, o Neném. Foi
só o bispo fechar os olhos e pronto! Deus que me perdôe, mas acho que o bispo
deu foi é muita sorte. Já pensou ele ter que passar envergonhado, relando pelas
paredes, de óculos escuros, gola alevantada e um chapéu enfiado até as orelhas
para não ser reconhecido? Ou, quem sabe, ficar recolhido dentro de casa e a
cada um que batesse à sua porta ele respondendo: “O bispo sai-eu!” feito o
judeu da piada. Ou, talvez a pior de todas as provas, ele fosse de igreja em
igreja dizendo que estava enganado. Sinceramente, ia ser duro para ele.
Voltemos ao Adeilson. Esse moço, por razões ainda desconhecidas levou uma
facada no pescoço. Correram com ele para o Hospital do Retiro de onde saiu
medicado, costurado e uma indiscutível dívida com Deus: "Podia ser
pior". Pelos dias que se seguiram, ele ainda sentindo dor, mas aquele
recado o confortava - "Podia ser pior..." No trigésimo quarto dia ele
não aguentou mais e voltou ao mesmo hospital de antes. Feita a radiografia
estava lá, por trás do corte que já cicatrizava um pedaço da faca com oito cm.
Pescoço restaurado, o moço processou o hospital. O moço era assessor do Paiva.
Não tinha escapatória. O Paiva não respeitou nem mesmo a sua licença
médica - Demitiu-o sumariamente. O Adeilson não teve o que sobrou ao bispo, que
não precisou encarar o seu amigo, Paiva.
Cristóvão Buarque, Leonardo Boff e Eduardo Suplicy são da geração “aborto
sim; palmadas, não”. Esta é uma forma de pensar que os deixa à vontade. E,
assim, não se vexam de passar receitas de comportamento para o distinto público. Recomendam afeto, compreensão e muito
carinho para esses marmanjões que em nome da nação quebram tudo o que a parte
que trabalha constrói. Por isso, Leonardo Boff se comoveu com a Ministra Maria
do Rosário no episódio do cinegrafista Santiago. Boff achou muito bacana aquele
gesto dela de puro perdão e nada de julgamentos. Nem pré, nem pós. Aliás,
não vi o Suplicy defender os black blocs, não. Mas nem era preciso
fazê-lo. Suplicy a gente já sabe como ele é. Defenderia aqueles meninos se não
estivesse ocupado com os meninos mensaleiros. Cristóvão Buarque é que se
fartou. Usou a tribuna do senado e ainda foi para os jornais. Cercou pelos sete
porque a sua lição é difícil de se engolir: "O Projeto 499 está
errado porque desqualifica esses manifestantes aplicando-lhes o nome de
terroristas. E isso é um perigo por causa dos excessos policiais e judiciais
que pode proporcionar. O que há de melhor é estudar porque eles são assim, em
vez de puni-los". Ele aconselha que observemos bem esses meninos talvez
por mais duas ou tres décadas. E, durante esse período, que lhes seja permitido
e até incentivado a estourar novos crânios. Que tragam novas pedradas, novos
petardos, novos rojões. E que, também, se ampliem as suas vítimas; não fiquem
só no cinegrafista, não. Que venham dentistas, advogados, idosos, crianças,
fartas... Uma abundância de cabeças explodidas. E os incêndios que passem dos
ônibus para as carretas cegonhas, das carretas cegonhas para os trens do
metrô... Só assim, nesta escalada, a gente terá uma visão ampla do
acontecimento. Um diagnóstico, portanto, mais confiável. Leonardo Boff, nem
precisa de tanto. Ele tem certeza de que isto não é terrorismo. Pra ele
terrorismo tem atos espetaculares, como um gol assinalado do meio do campo.
É. Fascismo e nazismo começaram assim. Eram grupos histéricos e quebrando
tudo pela frente. Também se escondiam atrás de máscaras. Talvez até pra alguns
seja necessários ouvir mais e mais esse trio e tantos outros até que se entenda
porque eles agem assim. Para mim bastou.
Valeria Lukyanova é uma ukraniana que deu de sonhar um sonho de princesa. Ela quer virar a boneca Barbie. Uma versão que a tecnologia ainda não ousou: Uma Bárbie de carne-e-osso, que fala, anda, dorme faz pipi e cocô. Tudo que ela tem feito é nessa direção. A custa de dezenas de cirurgias e outros tantos procedimentos, hoje ela pode se gabar com o que conseguiu. E se, acaso, precisar de alguns trocados, pode fazer papel da própria numa vitrine de loja. Com a vantagem de posar para fotografias e conceder autógrafos. Ela é feia. Em compensação como pouco. Quase nada. O International Business Times assegura que ela vive de luz e ar. É adepta do Respiratorianismo. Gostou do que viu nos Estados Unidos: Justin Jedica- um jovem que fez 90 cirurgias para ficar parecido com o boneco Ken. O mundo tá assim. Há mais loucos nessa corrida. Blondie Bennet é outra delas. Contratou até sessões hipnóticas para se tornar burra feito boneca de fato. A ukraniana acha que não precisa disto. Eu acho que nenhuma das duas precisa.
O Príncipe Herdeiro William levou a porta na cara. Quem diria? Há
pouco tempo provocara um frisson pelo mundo. Minha vizinha, Odete, até deixou o
feijão queimar naquele dia, acompanhando o casamento real pela TV. Agora, a
visita do Príncipe é recusada por umas tribos lá do fim do mundo. É que
ele vai dar um passeio na Nova Zelândia com a família. E queria passar uns
escassos minutos na Ilha Norte, que tem lá. Aperta daqui, aperta dali, arranjou
90 minutos para a vilegiatura, na ilha. Lá, há uma comunidade de pequenas
tribos que constituiram uma monarquia em 1858. É uma monarquia pro forma
porque não tem nenhuma representação constitucional. Mas é muito importante
para aquelas tribos maori. Tuheita é o seu rei atual, não aceitou a visita
real. Não quer recebê-lo por 90 minutos apenas. Considerou isto um pouco
caso. O Príncipe William ficou meio bolado. Ele queria tanto mostrar ao seu
pimpolho George aquela gente atrasada, aquela curiosidade quase selvagem...
O Papa Francisco deu uma de Henry Sobel e Ronaldo Esper, exemplos mais
notórios de apossadores do alheio. Em reunião com os párocos de Roma na última
quarta feira ele lembrou seu caso. Papa Francisco disse que nos anos 90, ele
era Viigário Geral em Buenos Aires. Naqueles dias ocorreu o falecimento de um
padre idoso chamado Aristides. Ele, Francisco, quando chegou ao velório, não
havia ninguém que não fosse o morto. Francisco foi ajeitar as flores no caixão
e viu preso ao rosário enrolado nas mão do padre, um crucifixo que o encantou:
"De repente, aquele ladrão que todos temos dentro de nós veio à minha
mente. Enquanto espalhava as flores, peguei a cruz que estava no rosário e, com
um pouco de força o desprendi". O Papa fez mensão ao caso porque fazia um
sermão sobre a misericórdia. Que o pessoal do PT não se assanhe com isto!
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