Se o Prefeito Neto chamar o Paulo César, Diretor Executivo do SAAE-VR, e lhe perguntar – “O que devo fazer com este montão de lixo na cidade?” O Paulo responderá de bate pronto – “Um samba-enredo!” E enriquecerá com detalhes: Na frente, numa faixa em Amarelo e Preto, as cores da cidade, o convite: “Se quiser saber o que é lixo vem aqui!" Na comissão de frente, o prefeito e um bando de gente do terceiro andar da Prefeitura Municipal, menos a Jussara (A Jussara eu conheço muito bem). Na alegoria, um imenso carro-alegórico, empurrado por puxa-sacos muito dedicados e muito bem pagos. Lá, em cima, o Lincoln Botelho, num carro, também imenso, quebrando cestinhas de lixo a murros e pontapés. Logo a seguir a Dra. Suely Pinto e uma tampinha de cerveja na mão com o dístico "mais perigoso que a Ilha São João". E todos cantando a plenos peitos um deslavado plágio de Noel Rosa - "São Paulo dá café, Minas dá leite e Volta Redonda dá lixo..." Mas um amigo meu tirou-me essa idéia da cabeça. Foi o Franklin da Prefeitura. Ele é de muita utilidade. Se o prefeito precisar de alguém para bater palmas ele quer bater, se precisar de alguém que grite “viva!, ele quer gritar, se o prefeito necessitar de algum elogio ele faz dois ou tres. Pois foi ele quem, com os olhos rasos dágua, me trouxe a novidade. O povo não suportava mais tanto lixo na cidade. O povo é muito exigente. Cheio de direitos! Aconteceu que a abertura da Campanha da Fraternidade foi justo na Ilha São João. E, gente, quem ainda não viu não dá para acreditar. É muito lixo na ilha. Dá vontade de sair correndo. Só quem não corre mesmo é a Dra. Suely Pinto. Ela vê perigo de dengue pra todo lado, inclusive numa tampinha de cerveja, mas não o vê na Ilha São João. Deve ser coisa combinada. O fato é que há lixo por todo lado. É muita gente sujando e ninguém limpando. Aí, já viu, né? Os padres também viram. Os fiés viram, também. Teve gente até que se benzeu e fechou os olhos para que a paisagem não lhe arrancasse a atenção que devia ao ofício religioso. Mas não teve jeito porque o lixo entrou pelo sermão adentro. E lá mesmo acertaram uma reunião na Câmara Municipal para o dia 22. O último a chegar vai ser o Zezinho da Ética.
O Ministro Aloísio Mercadante aboliu o ponto de exclamação por decisão própria ou partidária. Daí, essa facilidade que ele tem de reduzir o tamanho dos seus próprios pecados. Ele explica o mensalão como caixa 2 e chama a apocalíptica catástrofe japonesa de incidente. É tão grande essa sua capacidade que anunciaria o fim do mundo como um "incidente maior". Algo assim. Mas para que ninguém o julgue sob efeitos psicodélicos, ele disfarça alguma responsabilidade. Aí, falou que quem sabe até esse incidente possa nos levar a alguma revisão na política de segurança brasileira. Eis onde eu queria chegar - os desastres internos não o comovem. Não lhe suscitam nada ao coração. O equipamento militar brasileiro está parcialmente sucateado. Já não serve sequer para meter medo em crianças. Ou pra exibir em exposições escolares. A metade dos nossos caças já não levanta vôos mais. Muitos helicópteros já não competem sequer com elevadores prediais. Nem mesmo a Estratégia Nacional de Defesa para combate ao tráfico proposta em 2008 saiu do papel. Na Marinha há planos de renvovar a frota por submarinos com propulsão atômica e, na Aeronáutica a aquisição de novos caças está presa a uma discussão que se arrasta há dez anos. Para o Ministro Mercadante, entretanto, talvez esse incidente no Japão nos suscite alguma necessidade.
Muita gente conhece o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ele já foi personagem do Millor Fernandes. Não gosto de mexer em feridas. Só o faço, aqui, por ser eminentemente ilustrativo. É o seguinte: Esse mesmo Aldo fez um projeto com que se proibia no Brasil o uso de palavras que não fossem brasileiras ou do vocabulário tupi. Xenofobismo brabo! Millor Fernandes que não perde uma piada falou que aquele projeto era uma idioletice. Aldo ficou brabo e o processou, pedindo R$ 50 mil de indenização por danos morais. Perdeu. Idioletice, criação do Millor, vem de idioleto que é a língua falada por uma pessoa só. O Aldo pensava que tinha a ver com idiota. Aí, foi que ele passou atestado de idiotice a ele mesmo. Pensa que o deputado se emendou? Aí, é que o distinto ou a distinta está muitíssimo (a) enganado (a). O deputado entrou de unhas e dentes na defesa da produção agrícola contra o meio ambiente. Ele pretende reduzir as áreas de proteção de córregos e rios em 50%, conforme reivindicação da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Ele disse que já estudou bem o projeto. Mas se ele foi incapaz de uma corrida mínima ao dicionário para ver o que queria dizer idioletice, como é que a gente pode confiar nos seus estudos?
CURTAS
bemsaude.com.br |
O que leva uma pessoa a sofrer de zumbido no ouvido? Esta pergunta estará sendo estudada e possivelmente respondida no Congresso Mundial de Zumbido, que pela primeira vez acontecerá no Brasil. o encontro se dará ainda este ano. É crescente a proporção das pessoas com este mal, no mundo. Nos últimos 15 anos aumentou de 15% para 24%. Aqui, também se inclui o Brasil, segundo pesquisas realizadas no Hospital das Clínicas em São Paulo. De uma coisa, entretanto, já se tem absoluta certeza: A saída para o paciente desse mal não é de nenhuma forma aprender a conviver com o problema.
A Universidade de Oxford promoveu aulas de aramaico na hora do almoço e o número de alunos foi surpreendente. Só na primeira aula apresentaram-se 56 alunos, vindos de várias cidades da Inglaterra, além de professores da própria universidade. Aramaico é um idioma com mais de três mil anos de idade e teria sido a língua falada por Cristo. É uma língua considerada em extinção mas a Universidade de Oxford está conseguindo promove-la. Pelo curso pretende-se estudar 13 cartas do século V ac. As apostilas usadas no curso estão disponíveis no site http://arshama.classics.ox.ac.uk/aramaic/index.html
DA COLUNA DE SEBASTIÃO NERY, NA TRIBUNA DA IMPRENSA
DILMA
Indignados, leitores mandam pencas de exemplos, toda vez que a presidência da Republica anuncia na TV ou nos jornais a presença da “presidenta Dilma”. A lingua é um dos símbolos da unidade nacional.
O que a Dilma está permitindo que seus puxa-sacos repitam é uma agressão. Se o pais todo fala “a presidente”, por que querer ser exclusiva e “diferenta”? Já não bastam a retumbancia física e o cabelo em espiral?
As “gerentes” dos programas do governo ela chama de “gerentas”? As “serventes” de seu cafezinho são “serventas”? E as “estudantes” da Universidade de Brasília ou da escolinha da Ceilandia são “estudantas”?
As jovens das baladas do Lago Sul de Brasilia são “adolescentes” ou “adolescentas”? Quando a Presidente vai ao medico é uma “paciente” ou uma “pacienta”? Ela prefere ser chamada de “elegante” ou “eleganta”? Ora, presidente Dilma, não deixe que, só para rimar, a chamem de anta.
“PRESIDENTA”
O filólogo e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), José Bones, pôs na internet esta frase absurda e palaciana :
- “A Presidenta se comporta como uma adolescenta, pouco pacienta, imaginando ter virado eleganta depois que se tornou nossa representanta. Esperamos vê-la sorridenta numa capela ardenta, pois nossa dirigenta não tem o direito de violentar o pobre português só para ficar contenta.
Pior é que a Voz do Brasil já fala Presidenta. Caramba! Além de estropiarem o país estão a estropiar nosso idioma, desrespeitando seus fundamentos etimológicos. Infelizmente ela não é nossa “ouvinta”.
CURIOSIDADES
Praça da Concórdia. Está localizada em Paris. Foi construída nos tempos do Rei Luis XIV. É um lugar, apesar do nome, marcado pelo estigma da fatalidade. Ali estava fixada uma das guilhotinas e portanto muito sangue correu ali na Revolução Francesa. Entre os mais conhecidos que ali morreram guilhotinado tem-se Luis XVI, Maria Antonieta e o cientista Lavoisier. O obelisco que se encontra aí levantado foi um presente oferecido por Mohamede Ali, uma relíquia que fez parte do Templo Luxor, no Alto Egito. Este obelisco está levantado justamente sobre o ponto em que estava situada a guilhotina local.
Panacéia. Panacéia é o remédio para todos os males. O termo teve origem na Mitologia Grega. Esculápio, filho de Apolo, se tornou deus da medicina. Teve duas filhas – Hígia e Panacéia – as quais ensinou sua ciência. De Hígia derivou higiene e panacéia sobreviveu com este sentido de a tudo curar. Ficaram, portanto, o pai e as duas filhas nomes muito ligados à Medicina. Daí, quando se criou o juramento médico entenderam de homenageá-los com a introdução dos seus nomes no texto solente.
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