Volta Redonda. Eu já ia percorrer minha lista dos personagens obrigatórios quando dei por mim escrevendo o nome da Dra. Suely Pinto. Foi um gesto espontâneo. Muito natural mesmo. Sinceramente, não gosto de repetir seguidamente nomes de pessoas aqui nestas minhas mal traçadas linhas. Faço sempre um rodízio. Tenho uns vinte ou trinta personagens robustos. Mas, desta vez não pude resistir. Até porque a Dra. Suely, Secretária Municipal da Saúde, é a flor dessa estação – estação da dengue. A secretária como que numa florada aparece em todos os noticiários convocando a população para o combate a esse tal de aedes aegipty. Quando ela aparece no jornal, os meninos falam logo: “Olha a tia da dengue. Ela vai falar que mesmo uma tampinha de cerveja no chão pode se tornar um perigoso e até fatal criadouro de dengue.” Aí, a Dra. Suely, limpa a garganta e fala que quer alertar a população de que mesmo uma tampinha de cerveja no chão pode se tornar um perigoso e até fatal criadouro da dengue. E o menino fala “não falei, papai!” Mas a Dra. Suely fala, fala, fala, manda seus vigilantes de casa em casa. Passa uma semana ela tem que voltar de novo. O Prefeito Municipal mantém lá na Ilha São João (e em outros próprios municipais) seus criadouros intocáveis. Mosquito dali, ninguém mexe. Ninguém toca naquela montoeira de lixo, pedaços de plástico, copos descartáveis, marmitex, pneus e poças dágua, e sapatos usados. Dra. Suely é incapaz de cobrar dele. Liga de quando em quando para notificar a confirmação de mais um caso. E diz que é preciso melhorar a cabeça do povo. Aí, Prefeito Neto responde que se melhorar estraga.
Franklin leva tão a sério o voto que deu à Dilma como se fosse um voto de castidade. Se quebrar o voto é um desando na vida. Todo o sacrifício passado é declarado sacrifício perdido. Quando Dilma falou que ia fazer um corte no orçamento ele julgou receber uma mensagem. Chegou em casa e mandou a mulher trocar uma dúzia de rolo maciíssimo de Papel Neve que trouxera, pelo crespo papel Tico-Tico que recusara. Nada de desperdício. E emendou: Tudo é papel. De mais a mais, todos passarão por esse sacrifício. A presidenta - ele fala presidenta - fez isto lá nos ministérios. Sua mulher teve vontade de visitar a cada um deles e examinar a qualidade do papel nos seus banheiros. Franklin ficou brabo. Ele não sabe que em 2003, Lula recebeu das mãos de Fernando Henrique Cardoso 26 ministérios e quando os transferiu para Dilma Roussef recebeu 37 e os pretende passar para 39. É grande a companheirada. Eis o crescente inchaço de prédios e salas que o Poder Executivo vem alugando para acomodar a máquina. São pelo menos 9 milhões mensais de aluguel. O Ministério da Pesca e Agricultura gasta R$ 575 mil reais por mês em aluguel. Ocupa um prédio espelhado de 14 andares com 374 funcionários. Entretanto, a ministra Ideli Salvati não fica ali. Ela e 67 assesores dão expediente num outro prédio na Esplanada. Os recursos federais para a pesca aumentaram 70 vezes na administração Lula. Foi de R$ 11 milhões para R$ 803 milhões, mas a produção do ministério 990 mil toneladas manteve-se inalterada. Queria falar isto para o Franklin, mas nunca mais o vi. Parece que ele foi internado.
Recebo um e-mail muito respeitoso querendo saber se a Vereadora América Teresa existe mesmo. Ou see é personagem inventada por mim tal e qual Lima Barreto criara o Policarpo Quaresma. Tudo porque na última sessão de 2010 a vereadora confessou que a câmara fora muito improdutiva. Enfim, que eles não fizeram nada. Dizia o distante leitor que o político pode produzir tanta coisa errada que quando ele não faz absolutamente nada é mais um caso de aplauso do que de censura. Disse, enfim, que se isto fosse realmente verdade, se a vereadora existe mesmo, eu devia era botar a mão pros céus e agradecer a Deus. Eu respondi que a vereadora existe mesmo e que mora no mesmo bairro que eu. Um dia até ofereci um butijão de gás a ela, quando o Soró prendeu o pagamento dos veredores. Mas, perco-me nessas divagações e não digo o que quero. O que eu quero mesmo dizer é que este blog atinge leitores distantes. Leitores que não conhecem Volta Redonda nem de ouvir falar. Leitores que não conhecem o Lincoln Botelho, o Zezinho da Ética, enfim. Nos Estados Unidos foi divulgada uma pesquisa em que 61% dos entrevistados procuram informações na internet. E que esse meio de comunicação está crescendo, muito. Jornais centenários como o Washington Post e o New York Times cortaram salários e funcionários. Como quase tudo na tecnologia, a realidade americana de hoje, é muito provavelmente a nossa realidade de amanhã. Esse blog vai crescer. Um dia nenhum leitor vai duvidar mais da minha palavra.
CURTAS
Cientistas suecos estão a caminho de tirar o café da galeria dos vilões. Estudos publicados pelo Instituto Karolinsla, no Journal of the American Heart Association nos dão conta de que o consumo do café pode reduzir em até 25% as chances de as mulheres sofrerem um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Cerca de 35 mil mulheres foram observadas durante 10 anos e se constatou essa menor taxa de risco entre as que consumiam mais de duas xícaras de café por dia. Segundo a pesquisadora Susana Larsson “... há, cada dia, mais evidência de que o consumo moderado de café possa diminuir o risco de doenças diabetes, câncer e fígado e provavelmente, acidentes cardiovasculares”. Mas esclarece que, apesar do número favorável a tese, a pesquisa não é conclusiva.
O punguista desapareceu e talvez poucos se lembrem desse nome. Nem sei se os dicionários ainda o registram. Era punguista, no Rio de Janeiro; era lanceiro em São Paulo. E é provável que tinha tantos outros nomes por esse Brasil afora. Maas, enfim, digamos logo que esse era o batedor de carteiras. O mão-leve. Essa figura que metia a mão no seu bolso sem você sentir está dando lugar ao batedor de bagagens. É cada vez mais comum nos aeroportos brasileiros se embarcar num avião e, ao chegar ao estino inal não receber a mala de volta. Ou encontra-la violada. Só em 2010, foram 7 170 queixas envolvendo problemas com a bagagem na ANAC, um aumento de 74% em relação 2009. Há uma falta de infraestrutura nos aeroportos.
CURIOSIDADES
Nero. As corrridas fizeram parte dos Jogos Olímpicos e tiveram até um governante entre os seus campeões. Em 67 dC, Nero, Imperador Romano, tornou-se campeão participando com um carro de dez cavalos. Segundo Cláudio Carlan, eminente historiador brasileiro, professor de História Antiga, Nero ganhou a corrida apesar de ter espirrado para fora do seu carro. Mas seus cavalos continuaram correndo com o carro vazio e cruzaram a chegada em primeiro lugar. Não houve ninguém que contestasse o resultado.
Luigi Pirandello. Autor italiano nascido em 1867 e falecido em 1936. Foi um grande renovador do teatro com profundo sentido de humor e grande originalidade. Suas obras mais famosas são: Seis personagens à procura de um autor, Assim é se lhe parece, Cada um do seu modo... Pirandello ficou tão emocionado quando recebeu o Prêmio Nobel da Literatura em 1934, que desmaiou na própria cadeira em que estava sentado no momento em que seu nome foi anunciado.
Fonte - Valmiro Rodrigues Vidal IX Volume de Curiosidades
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