O Prefeito é o mentor intelectual de uma ala no PT-VR. Fica
assim meio de longe com ar de quem não quer nada, mas dá mole só pra você ver
uma coisa! Ele tem ali um congá. É santo naquele terreiro e o Paiva é seu
cambono. A imposição das suas mãos consagra qualquer
mortal. Foi assim que o modestíssimo Vagner se tornou candidato a presidente do
diretório municipal do PT, a figura mais importante do partido. Uma outra
corrente é a da Cida Diogo que, só para mostrar que tem bala na agulha, lançou
o, também modesto, Dejair Martins. Só que o Dejair já tem história para contar.
Uma vez ele foi até escolhido para vice na chapa com o Neto. O Neto riu de
segurar a barriga. Pensou que era piada. Eu também. Neto, todo mundo sabia, além
da amizade com o Paiva, precisava de votos e o Paiva lhe garantia o voto do
Padre Juarez Sampaio e do Ítalo Granato. Agora, o Dejair trazia o único e
escasso voto, o voto da própria Cida. Restou a este grupo a quarentena dos
contaminados. A Cida ficou isolada, em quarto bem fechada, sem porta nem janela.
Sem a mínima aproximação com a administração municipal. E, consequentemente,
sem chances de boquinhas para o seu pessoal. Pode, quando muito, dependurar uns
dez ou vinte lá na Assembléia
Legislativa. Mas isto é pouco perto de uma prefeitura como a nossa. Há, ainda, uma outra corrente, a Democracia Socialista,
que apóia Geslia Marques e mais um outro candidato de quem me esqueci do nome. Não
passam de desconhecidos. A coisa está entre o Paiva (Leia-se: pode me chamar de
“ratinho” que é a mesma coisa) e Cida Diogo (Leia-se: não me chamem de feia que
eu viro bicho). A proposta de Paiva é a mais atraente. Ele quer a Prefeitura
para o partido. Êta coisa boa! Já pensou que maravilha o PT mandando? Assim, poderá
fazer crescer a militância à vontade. Na
prefeitura há lugar pra todo mundo. E ainda fará um imenso favor ao deputado
Edson Albertassi, com candidato
majoritário, no PT. Albertassi um dia agradecerá essa traição. Ele ia pagar um
vexame danado saindo candidato a prefeito em Volta Redonda.
NOTA: Esta
crônica foi escrita na última quinta feira, três dias antes da convenção
partidária. Deu Dejair para presidente. Diferente do que aqui fora previsto.
Talvez isto seja o aviso de que o Neto está mesmo no sal e de que, em breve,
será despejado da prefeitura. Deus escreve certo por linhas tortas. Vou
correndo avisar o Luís Alfredo do Aqui. Ainda está em tempo.
Aécio acusa D. Dilma de fazer leilão na Petrobrás.
Fernando Henrique Cardoso diz que não é pra ralhar com ela, não, que ela tá simplesmente
imitando o PSDB. Aécio é muito distraído. Também, D. Dilma tinha dado um pito
no Obama por conta de umas bisbilhotices que ele faz nas nossas intimidades.
Coisa feia. Ela até falou que não iria mais a casa dele enquanto ele não pedisse desculpas. A gente foi dormir com orgulhoso
daquela valentia feminina. Mas, no outro dia, acordamos desacorçoados com uma
notícia na Folha de São Paulo. A notícia era a de que também nós espiávamos a
vida dos outros pelo buraco da fechadura - diplomatas da Rússia, do Irã e do Iraque estavam
entre os nossos vigiados. Aí, foi que o ministro da justiça José Eduardo
Cardoso mostrou que é um homem bem treinado. Do jeito que a bola foi, voltou.
Ele falou que nós não tínhamos espionado, mas contraespionado. E que, portanto,
era um ato não só legal, mas altamente recomendável. Todos os países deviam
praticá-lo. Uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa. Contraespionagem,
explicou, é quando você suspeita que o estão espionando aí você espiona o
suspeito para ver se ele realmente está espionando você. É. Mas apesar dessa “inquestionável”
legalidade o governo promete arrancar o couro do autor desse vazamento, da
mesma forma que Obama pretende ferrar o Edward Snowden. Tutti buonna, gente! Aliás,
a operação foi batizada de Miúcha, o mesmo nome de uma das irmãs de Chico
Buarque, o censor. Tá tudo fechando.
E Bill de Blasio é o novo prefeito de Nova York. O
eleitorado confirmou o que até as pesquisas já falavam. Blasio propôs o céu e o amor para aquela
cidade e o povo disse que quer. Diz que vai acabar com as desigualdades entre
os habitantes. Os ricos pagarão tributos mais pesados e os pobres receberão
mais benefícios. Os inquilinos serão resguardados da sanha dos proprietários e
os trabalhadores, sob suas asas, estarão mais protegidos do que pelos sindicatos.
Tudo novo, no novo reino. Os professores terão a sua solidariedade e os
imigrantes ganharão o status de cidadão americano. No mais, no velho estilo
populista, concederá o mais amplo e irrestrito atendimento ao que se chama
pauta progressiva - saúde, alimentação, moradia serviços essenciais... para
todos. Parece até que fez um estágio no Brasil. Só não falou : “vinde a mim os
oprimidos...” porque teve humildade, mas como um São Francisco redivivo,
prometeu para o seu primeiro dia de governo, a extinção dos serviços de
charretes no Central Park. Os cavalos irão curtir sua aposentadoria no santuário eqüestre e os 150 cocheiros,
então desempregados, serão aproveitados na condução de pequenos veículos
elétricos. E assim pretende fazer a
“República Popular de Nova York”, conforme o dizem os republicanos que
governaram a cidade por mais de vinte anos e conseguiram abaixar o índice de
criminalidade com o Tolerância Zero. É o avesso, do avesso, do avesso...
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