domingo, 27 de abril de 2014

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO





Anda tão desacreditada esta Câmara Municipal que, de vez em quando, o Prefeito põe a turma dele para brigar com a turma dele. Aproveita o vácuo. Mas é tudo de mentirinha. Claro! É só pra inglês ver – a base parlamentar contra a base administrativa. Lincoln Botelho, Paulo César Barenco e major Luis Henrique de um lado; América Teresa, Conrado, Neném e mais quinze do outro. Querem dar a impressão de que são diferentes. É uma questão de sobrevivência. A vida é mesmo assim: Em ano de eleição vale tudo menos perder a eleição. O Prefeito sabe disto e libera o pessoal. Podem xingar à vontade, desde que não metam minha família no meio. E a família do Prefeito não é pequena, não. A América Teresa faz isto com uma precisão cirúrgica. Eu soube de fonte limpa que ela está fazendo um curso de xingar prefeito com o Baltazar, que – conforme sabemos – é um mestre nesse tipo de destampatório. É que tudo tem sua hora e a vereadora cismou que chegou a vez dela. Quer ser deputada federal. Pode parecer muito, mas ela tem grandes projetos: Uma casa na praia, um carro moderno e uma fazenda é pinto perto dos seus sonhos! E ainda tem que arranjar a família... Se bem que o Conrado vem se dando bem esse danado. E isso só como vereador. Eu conheço o Conrado desde o tempo em que ele fazia cocô na fralda. Mudou muito. Honra seja feita – trabalha bem a turma. Não precisa de ajuda. Por isso eu acho um desperdício o Baltazar ensinar o pulo do gato para Teresa. Ele tem um ódio sincero ao Neto e pode prestar um desserviço a si mesmo. No período pré-diluviano foram amigos. Muito amigos mesmo! Uma vez até bateram na porta da minha casa, pedindo votos. Na verdade, era só o Baltazar quem falava: “Neste você pode confiar. Eu assino embaixo!” E o Neto fazia cara de sério. O Neto é muito gozado, gente! Só vendo, só vendo! Mesmo agora, tanto tempo depois, eu me lembro da cara dele e fico rindo. Parecia até que ensaiavam o número sob a direção do Bernardo Maurício, nosso decano em interpretação cênica. Caprichavam. Mas o casamento durou pouco. O Baltazar se arrependeu feio. E, agora, vive pedindo a Deus forças para refazer aquela mesma caminhada desmentindo aquilo tudo que falara então. Mas é casa pra dedéu. Da minha parte, ele está dispensado desses cuidados. E, depois, tá todo mundo sabendo da verdade apesar do Jornal Aqui. Tanto que a Teresa tá assim de bico torcido. É o modelito da estação.



Há mais de 30 anos conheço o Ananás. Já o apresentei aqui algumas vezes e aviso sempre que ele é mais conhecido como Aquela Besta, por merecimento. Pois bem. Eu o conheci distribuindo santinhos numa campanha eleitoral. Pedia votos para Jandira Feghali, candidata a deputada estadual. E como que encantado explicava aos eleitores que abordava: “Ela é morena, cabelos longos, alta, bonita e jovem”. Era tudo que ele sabia da moça e, segundo suas convicções bastava. Há muito marmanjão que vota assim. Mas nem todos. Em caso contrário, não haveria a América Teresa, a Ines Pandeló e a Cida Diogo. E, se formos botar os pingos nos is nem mesmo a Jandira Feghali haveria mais. E, no entanto, ela está na área: A mesma tez morena, o mesmo cabelo longo e trinta e poucos anos a mais no lombo. De qualquer forma, continua vivendo às nossas expensas, como deputada federal. O Brasil se permite essas dicotomias: A política não é profissão, mas os políticos são profissionais. Até aposentam. Daí esse cuidado permanente para defenderem o espaço que entendem como seus próprios. Assim, a deputada como toda a esquerda, farejou na Rachel Sheherazade uma ameaça. Achou que a moça estava roubando o seu discurso de apologia da violência porque julgara compreensível populares no Rio de Janeiro terem amarrado um ladrão no poste. Foi um pânico, uma histeria na esquerda. Alguém mexeu no meu queijo. Soltaram os cachorros. Jandira Feghali e Ivan Valente, do PCdoB e do PSOL respectivamente – primos pobres do PT-, se puseram a freqüentar os corredores palacianos federais. Foram ao Procurador Geral da República e deram as cartas: “Que a moça seja demitida ou que se casse a concessão do SBT”. E, que se suspendessem os pagamentos da verba publicitária até que se resolvesse a questão. Vejo as pessoas defendendo Sheherazade, mas não vejo ninguém acusando esses dois deputados. Enquanto o crime deles me parece muito maior. Se é que Sheherazade cometeu algum crime. Eles nem processaram a moça, sequer. Foi julgamento sumário. Colocaram o Estado a seu serviço. E, cá pra nós, militante do PCdoB ficar arrepiado com incitação à violência é uma mui suspeita susceptibilidade... O PCdoB estava enfiado até o gogó na guerrilha do Araguaia. E seus membros, entre outras mortes, mataram um menino de 17 anos de idade na frente dos pais, cortando-lhe inicialmente a orelha. E o Ivan Valente também não pode rir da Jandira não que o seu partido, PSOL, foi lá na Papuda dar a mão amiga ao terrorista Cesare Batisti, condenado por quatro assassinatos na Itália. E, mais recentemente, tinha alguns dos seus meninos envolvidos no assassinato do jornalista da Bandeirantes morto em serviço, cobrindo passeata. 






Concluiu que elas não eram nenhum recurso de camuflagem e se deu por feliz. Agora, um século e meio depois, vem o Tim Claro da Universidade da Califórnia e começa a observar a zebra e os seus parentes mais próximos – o cavalo, o jumento e o asno. Viu que a região habitada pela zebra é totalmente inóspita para estes outros três animais. Se o cavalo, o asno e o jumento quisessem ser seus vizinhos não sobreviveriam. Essas regiões são infestadas de moscas sugadoras – tsé-tsé, muriçoca – que são inofensivas às zebras e fatais aos outros três. Tim Claro percebeu que aquelas moscas não pousam em  superfícies listradas. O trabalho está na revista Nature Commuications. Estou louco para mandar essa postagem para o prisioneiro José Genoíno. Assim ele se sentirá mais confortável naquele seu uniforme da Papuda.



domingo, 20 de abril de 2014

O Jerico já não é mais dono das suas próprias idéias





Quem dera se se tivesse pelas crianças o mesmo amor que se tem pelas idéias! Não haveria órfãos neste mundo de meu Deus. E - contrariando o adágio popular - mesmo os filhos feios teriam seus pais conhecidos e orgulhosos. Não sei se o estimado leitor já se deu conta de que não nenhuma idéia abandonada por aí. Não há mais idéia de jerico. Mesmo que ela nasça da cabeça de um asno vem logo um esperto adotando-a de lhe dando o nome de família em cartório. Como profetizou Caminha: "Nesta terra tudo que se planta dá". Diz-se que jaboticaba só dá no Brasil. Mas não é esta a nossa única exclusividade. No campo das idéias, também somos assim: O Brasil é o único país do mundo que leva o comunismo a sério. Não se espante, portanto, o leitor com este bando de gente e a decantada transposição do Rio Paraíba do Sul. O Alkimim quer puxar  água do Rio Paraíba e o Zezinho da Ética não quer deixar. Ora, vejam só! A briga promete muito pano pra manga e, quiçá, votos na eleição. O bicho tá pegando. Começou a juntar gente de um lado e de outro. E veio a Câmara Municipal de Iatiaia e, com ela outras câmaras vizinhas: Quatis, Porto Real e Resende. Tá crescendo pro lado de São Paulo também. O Governador Alkimim está desesperado e correu pros braços da Dilma, mesmo sabendo que não é aconselhável aceitar abraço de afogado. Mas ele não tinha escolha, coitado. O bispo de Volta Redonda até riu dele. Zombou mesmo: "Correu pros braços da mamãe." Sei não. Talvez o bispo preferisse mesmo era o ver incendiando ônibus, apedrejando vitrines ou saqueando lojas feito os meninos do Freixo. Nunca se sabe. O que se sabe mesmo é que é ano de eleição. E, como disse a Dilma Rousseff – “em época de eleição a gente faz o diabo”. Zezinho que se cuide. Logo, logo, vão aparecer por aí, batalhões de candidatos reivindicando a paternidade dessa idéia anti-cristã de não se dar água a quem tem sede. O governador quer é 2% dessas águas. Ele já retira 50% do rio Piracicaba; não quer secá-lo de vez. Evidentemente, fica o medo com o previsível crescimento das nossas indústrias e população no futuro. Devemos então disciplinar o uso do rio. Todas cidades tem que fazer o tratamento de esgoto. O Zezinho podia começar por aí e nem precisava ir muito longe. Começava por Volta Redonda mesmo, onde o Prefeito Neto construiu a sede da Defesa Civil dentro do leito do rio. 





O Conselheiro Acácio deixou as páginas do velho Eça de Queiroz e foi morar no Planalto. Está lá em Brasilia trocando figurinhas com Dilma Rousseff. Não foi ninguém que me disse nada disto. Eu é que conheço o moço e sua conhecidíssima  obra. Pelo dedo se conhece o gigante. A Copa do Mundo de futebol no Brasil é coisa dele - a criação, a organização e a justificação. Entregou tudo prontinho ao governo. E assim, foi-se enfiando dinheiro nela. Só o Estádio Mané Garrincha engoliu R$ 1,6 bilhão. Se a gente for um desatento como o Ministro Aldo Rabelo pode não só considerar isto muito bom, mas até como um excelente exemplo para tampar a boca de uns derrotistas que tem por aí - Você, por exemplo, contribuinte-eleitor,  que, no final, paga o papo e a laranja, é um deles. Segundo, o Tribunal de Contas, feitos os últimos acertos o Mané ficará por R$ 1,9 bilhão. Acreditam os acacianos que isto é investimento. Que iniciada a competição o dinheiro voltará aos borbotões. Parece até que é o Vereador Maurício Batista quem faz essas contas. Em um ano inteiro, pleno de grandes e concorridos eventos, o Estádio Mané Garrincha arrecadou R$ 2,871 milhões. As contas de água e luz somaram R$ 1,5 milhão e ficaram nas costas do Estado. Portanto, o Poder Público arrecadou R$ 1,371 milhão. Isto com 30 megaeventos. Quase um a cada semana e meia. Estiveram lá o show da Byonce, o jogo Flamengo X Santos, despedida do Neymar, o jogo da abertura da copa das copas... Imagina que reproduzam como coelhos tantos bem sucedidos governos como este, e que venham repetidos em cascatas novas Beyonces, novos Flamengos X Santos, novas copas a se perderem nos séculos futuros. Ainda assim, o estádio levaria mais de mil anos para devolver aos cofres públicos o dinheiro que com ele foi gasto. E ainda vem a olimpíada...


NOTA
Estes textos já estavam prontos para publicação no domingo passado. Pensava colocar mais dois textos mas não tive nenhuma condição de fazê-lo. A postagem abaixo que  minha mulher fez no face como os comentários seguintes explicam melhor o que houve:

Marlene Sepulveda: Uma rosa com amor para o meu cunhado Emerson Sepulveda. Partiu hoje. Está nos braços do Senhor e de Maria Santíssima. Ao seu lado, sua mãe Noemi, que se estivesse aqui, hoje, estaria completando 96 anos. No céu deve estar uma festa!  


Marilene Pereira dos Reis: Meus sentimentos
Rosangela  Rosa : Conheci muito o seu cunhado. Que Deus o receba de braços abertos.
Miriam Tavares de Castro: Mais um Sepulveda que nos deixa. Mesmo estando longe de nós aqui deixa um espaço vazio na família. Junte por nós mais uma rosa para ele. Abraços a todos aí dos Sepulveda de Castro. 

Neia Vachod : Sentimentos amiga à todos!

Lú Sepulveda um abraço no meu sogro mais querido...orando por ele!!!!

Ezequiela Sanglard Nossos sentimentos a todos os famíliares!!

Claudete Marta Barros Amorim Que Deus conforte o coração dos familiares!

Lila Vó Que Deus abençoe a todos neste momento de tristeza.

Vanilda Pimentel Muito legal!!!!

Marcelo Machado Que Deus console aos familiares e amigos.

Marlene Sepulveda Agradecemos pelo carinho!

Verginia Aparecida Que Deus abençoe vc e seus familiares. Feliz Páscoa p/ vcs.Bjs.

Marilene Pereira dos Reis: Meus sentimentos
Rosangela  Rosa : Conheci muito o seu cunhado. Que Deus o receba de braços abertos.
Miriam Tavares de Castro: Mais um Sepulveda que nos deixa. Mesmo estando longe de nós aqui deixa um espaço vazio na família. Junte por nós mais uma rosa para ele. Abraços a todos aí dos Sepulveda de Castro. 






quarta-feira, 2 de abril de 2014

VOU TE CONTAR




Fui à Câmara Municipal. Paguei meus pecados. Para eles aquilo é uma festa. Fiquei quase duas horas lá vendo um vereador chamar o outro de excelência. É coisa do Regimento Interno da Casa. Há muito exagero no seu uso. Houve um vereador nosso, o Parente, que se sentindo ofendido no plenário falou para o seu suposto ofensor: "Vossa Excelência ofendeu a minha Excelência!" O Parente era assim. Deus que o tenha em bom lugar que ele era gente boa. Mas eu estava dizendo mesmo é da Câmara Municipal da semana passada. Voltemos a ela. A Casa estava engalanada porque ia receber as mulheres destaques da sociedade. Era uma festa dos vereadores, uma invenção do Vereador Adão Henrique. Ele criou o dia da "Mulher Participativa", uma espécie de dia móvel da mulher. Pode cair no dia 8, no dia 9... ou, conforme a necessidade, cair duas ou tres vezes no mesmo ano. As homenageadas levam sempre familiares e os seus amigos.  E juntou gente! Muito mais do que a semi-final Flamengo X Cabofriense. O Ananás, que todos conhecem como Aquela Besta, fazia mirabolante raciocínio para multiplicar esses encontros. Até que lhe deu ocorreu o "estalo de Vieira": disse que ia falar com o Adão para criar também o dia do "Varão Participativo!" Vi, que nesse diapasão ele iria logo sugerir também a criação do dia do "Gay Participativo". Fechei-me em copas porque o Ananás é o maior aproveitador das péssimas idéias. E, depois, não dá certo uma sociedade dividida assim em fatias como uma pizza. Uma lei contra a violência, elimina todo esse lixo de proteção ao negro, proteção ao idoso, proteção a mulher, proteção a criança... Mas a moda tá pegando e arrasta até ministros. Leio no blog do Sérgio Boechat que o Ministro Marco Aurélio pensa assim: "Todo poder à mulher e a esperança de um Brasil mais equilibrado". Ledo engano. Exagero dele. Taí a Ângela Guadagnim, por exemplo. Chegou lá  e o muito que fez foi criar a coreografia do mensalão.


"Adorei a revolução no Brasil. Não houve morte, nem tiro". Foi como Brigitte Bardot tratou aquele 31 de março. E eu acrescento, faltou também a guilhotina, a Bastilha e a Maria Antonieta, embora tivéssemos uma Maria Teresa. A nossa revolução foi, enfim, quase um dia como os outros. Incrível! Era uma nova Batalha de Itararé, a guerra sem tiros, sem sangue e até mesmo sem palavrões. Apenas amistosas saudações. O dia da Revolução de 64 foi uma grata surpresa, apesar do tom ameaçador que havia no ar. Há muito vinham todos se preparando para o confronto. A Revolução Cubana se dera em 1959 conquistava admiradores pela América Latina. Aquelas filas enormes aguardando a vez para serem fuziladas no paredon enchia os olhos de muita gente. Brisola chegou até a fazer sua lista de condenados. Havia um culto aos cubanos. Um dos seus assassinos mais cruéis, Ché guevara, foi condecorado no Brasil. Sua figura servia para estampar camisetas e flâmulas de jovens e orientar o sonho de marmanjões. Muitos deles iam à Cuba aprender com o Fidel como estourar crânios de adversários. Voltavam ungidos, com dinheiro e armados. Alexina Lins Crespo de Paula, mulher de Francisco Julião, era uma das mulas que trazia armas de lá para os guerrilheiros da Liga Camponesa. Devia trazer da China também, mas isto não ficou claro na sua entrevista a O Globo. As reformas viriam na lei ou na marra. Era seu hino. Cá em Volta Redonda, vi peão gritar para diretor da empresa : "A sua casa vai ser minha e o seu carro também." Lima Neto, João Alves dos Santos Lima Neto, prometeu dependurar a cabeça do Engenheiro Helio Motta Haidt num poste em frente à Passagem Superior. Mas, na hora H, nada disto se deu. Ainda bem. Luis Carlos Prestes fugiu tão rápido que se esqueceu de uma pasta com os nomes, endereços, CEPs e retratos 3X4 dos companheiros. E Brisola, foi outro. Deixou os arquivos dos grupos dos onze. Os cabecinhas perderam a diligência e ficaram por aqui querendo brincar de mocinho. Mas no dia foi só isto. Um menino, vizinho meu, falou que ia lá na Avenida Amaral Peixoto vê a revolução. A mãe dele respondeu: "Vai, mas não demora que hoje tem escola".