Talvez
o estimado leitor não tenha se dado conta de que Uóxinton Granato e América
Teresa não são a mesma pessoa. Os políticos são os únicos culpados por isso, de
tanto que se repetem nos gestos, nos gostos, nas palavras. Entretanto, se digo
que os políticos são todos iguais, sei de uns que são iguaisinhos. Por exemplo,
os dois legisladores municipais. Mas não nos prendamos nas aparências. Teresa é
uma, Granato é outro e o Conrado é um outro ainda. Há, enfim, um monte dessas
réplicas por aí. Quem os torna assim é uma entidade chamada Presidência da
Câmara Municipal. Botou o bumbum naquela cadeira o bicho incorpora
impiedosamente. O bicho é sempre o mesmo. O que muda é o cavalo. Ou o cambono
como o dizem os iniciados. Quem viu a América Teresa naqueles dias sabe do que
estou falando. Ela se julgava imbatível. Pensava até que era mais do que a
Dodora. Logo quem!!! Dodora, Presidente do SEPE há cinco gerações. Foram muito
turbulentos aqueles dias. Dodora segurava o funcionalismo de um lado e a
América Teresa segurava os vereadores, do outro. Só o prefeito é que estava de
mãos desatadas. As duas fizeram, portanto, um trabalho importante. O Prefeito
de tão agradecido mandou que tomassem conta da vereadora. A Guarda Municipal
montou acampamento de frente a casa dela e lhe batiam continência. Com a
segurança da Dodora ninguém se incomodou, não. Acham que ela já está cascuda. É
claro que Uóxinton Granato vendo uma coisa dessas falou com os seus botões “Eu
também quero!” E a última terça feira lhe veio como encomenda. Um menino com o
seu carrinho-de-mão vendia mandiocas lá na Amaral Peixoto. A Guarda Municipal
apareceu e foi um rolo só. O menino, que abusado aquele menino, não tinha
alvará para vender mandiocas. Leva a mandioca ou levam o menino? Juntou gente.
Uns achavam isto, outros achavam aquilo. Um soldado da PM se aproximou. Uma
inspetora da municipal chegou junto. Segundo disseram ela deu uns tabefes no
menino. O caso foi parar na 93ª DP. Em seguida foi para o Conselho Tutelar.
Levaram-no enfim para a Câmara Municipal. Aí, os vereadores que estavam
sossegadinhos lá no canto deles de repente aquele estrupício. “É sempre a
guarda!” um vereador falava. “É sempre a guarda!”, um repetia. E porque falavam
a mesma língua resolveram trancar a pauta até que o Prefeito desse um jeito
nisto. Mas o Granato que só compareceu à Câmara no dia seguinte quis ver o
filme a partir do início. Destrancou a pauta, convidando os colegas para tomar
um café com o prefeito. Irem conversar um bocado. De uma boa conversa ninguém
escapa.
Se acaso você precisar de um
poste, fale com o Lula. Ele está rifando o Alexandre Padilha. Marta “Relaxa e Goza”, também conhecida como
Marta Suplicy, já está no aquecimento. O Padilha até que vinha todo animado,
mas no seu caminho tinha um doleiro, tinha um doleiro no seu caminho. Coisa
chata! Aí, não tinha outro jeito. Lula meteu, de novo, a mão na cartola e saiu
o nome dela – D. Marta. Parece pouco, quase nada, mas é o melhor que se tem. O
público interno se sente bem servido. Emídio de Souza, presidente do diretório
estadual, endossa: “Melhor do que uma Marta, só duas Martas.” É verdade que, acima dela, tem o Lula. Mas
este ta aí é pra coisas maiores.Acima dela, só tem o Lula que está aí pra
coisas maiores. Apenas D. Marta deve se sentir um tanto encafifada com esta preferência
e se beliscar perguntando: “Mudaria o PT ou mudei eu?” Quem sabe? Ela fora
derrotada duas vezes no Estado – Pelo Zé Serra e pelo Kassab. Depois perdeu em
duas eleições familiares, dentro do próprio PT – uma para o Mercadante e outra
para o Fernando Haddad. Fernando Haddad? Quem é Fernando Haddad? A única coisa
que se sabia dele é que escreve “cabeçário” em vez de cabeçalho. E, por ironia
do destino, era Ministro da Educação na Reforma Ortográfica. E a Marta andou
perdendo pra gente assim... Mas valeu a resignação. De derrota em derrota,
chegou a vez dela de novo. E, se muito não me engano, ta vindo uma outra
substituição por aí. Será a Dilma cedendo
a vez para o Lula. Chamaram as pesquisas pra ver se salvam a moça. Pesquisa é
assim: quando não cai na galhofa, atrai votos. Carlos Augusto Montenegro, dono
do IBOPE, não nenhum dos candidatos mais forte do que o outro. Em entrevista à
Veja e à Tribuna, foi taxativo: O PT não ganha a eleição com Dilma e, talvez,
nem mesmo com a sua substituição por Lula. Não era mais preciso, mas resolveu
ir em frente: disse que o PT está em decomposição. Foi longe. Eu achei. Afinal,
o IBOPE tem contratos de R$ 4,2 milhões com o Planalto. Na semana seguinte, se
redimiu. Veio um milagre daqueles que, abaixo de Deus, só o Montenegro pode
fazer: Dilma saltou de 30% para 38% na preferência eleitoral. Está tudo lá
registrado no TSE sob o protocolo BR-00120/2014. E, outro milagre, a pesquisa
foi custeada pelo próprio IBOPE. Coisa muito bonita esta de querer a verdade e ainda
custeá-la. É bom ter o povo bem informado. O problema é que o instituto vem
errando muito. Seja, por exemplo, a última eleição municipal para Manaus. O
IBOPE apontava empate técnico entre – Arthur Virgílio e Vanezza Graziotin. As
urnas, entretanto, deram 32% a mais de votos para Arthur. Os fatos desmentiram
o IBOPE. Agora, o IBOPE desmente o IBOPE. Já estamos pertinho de ver onça
largar da cria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário