Inês Pandeló é o típico neo-petista. Cuidado! É o petista reciclado, insípido, inodoro. Um remake de Hamlet que diz ser e não ser. Pode-se se desdizer sem fugir ao script. E isto ao sabor do momento e da paixão, conforme as conveniências. Ela é a nossa calunga, a Mulher do Dia que carnavalizou o desfile cívico de Volta Redonda. Claro que não agradou a Iemanjá nem a Oxum. Faltavam, no boneco, os cabelos compridos, o dente de ouro, o vestido amarelo e azul. Mas essas confusões é próprio dessa gente que é capaz de entrar numa missa tocando reco-reco e tamborim. E na hora da comunhão há de pedir hóstia com sabor laranja. E se desculpar dizendo que precisa de vitamina C. Nesses tempos de campanha se toma muito sereno. E, se deixarem, ali mesmo, ao pé da sacristia, ela pede voto. E há sempre um eleitor incauto. Gente, não vote tanto no Tiririca. Os votos dele vão levar muita gente - Agnaldo Timóteo, aquele Esper, que roubou jarros no cemitério, e uma cambada de mensaleiros. Tá tudo dominado! Mas eu queria dizer é da Inês Pandeló. Não sei porque me lembrei do Tiririca. Desculpa, Inês. O fato é que ela lançou suas ventosas aqui. Foi Prefeita em Barra Mansa, há uns bons 30 anos e aumentou tanto os impostos, tanto, tanto, tanto... que passado todo esse tempo não houve mais necessidade de aumentá-lo. Isto é que é previsão! Mas o povo não entendeu assim e ela foi escorraçada de lá. E quer pegar votos aqui. Eu, se fosse autoridade, pegava essa moça, embalava bem direitinho e devolvia para Barra Mansa, com uma etiqueta assim: "Toma que o filho é teu!"
ESSE AÍ EU SEI QUEM ELE É
Conhece o Zézinho da Ética? Não? Jura? Fica um dia, ali em frente a Câmara Municipal de Volta Redonda que vais conhecê-lo. Toda manhã, ainda com o gosto do café na boca ele dá uma passadinha lá. Quer saber se a Casa do Povo está de pé ou se já instalaram ali um soviet. Mas vê o prédio impávido colosso e limpo. Limpo para nós, uns incuráveis obtusos, faltos de inteligência. Mas com Zezinho não tem nada disto, não. Ele se concentra. Parece até que reza. E, como um oriental, respira fundo e cuidadosamente de forma que nenhuma das moléculas aspiradas passem sem ser meticulosamente examinadas pelos seus pelos nasais. Não fica nenhum grãozinho de poeira debaixo do tapete de que ele não sinta o cheiro. Nem um. É um ato heróico, este de dar aos pelinhos do nariz esta missão cívica. Zezinho é nosso herói! A sua última descoberta foi que o orçamento anual da Câmara Municipal acabou antes de acabar o ano. Bem antes. Não sobrou nem para pagamento de pessoal. Soró, seu presidente, foi correndo pedir dinheiro ao Prefeito. E Zezinho correu ao Ministério Público com duas solicitações. Uma é a de caçar a assinatura do Soró. Fazê-la um iougurte com validade vencida. A outra é impedir a concessão do empréstimo. Os funcionários estão no sal! Mas o Soró também tá no sal! Essa coragem do Zezinho, às vezes, espanta. Mas o que me espanta mesmo é ele ter tanta coragem contra o Legislativo e nenhuma contra o Executivo. Dizem que quando passa perto da Prefeitura ele tampa o nariz. Se alguém pergunta alguma coisa, ele diz que tá gripado.
SUPLICY NA CRACOLÂNDIA
Suplicy foi ao basfond. Não por nenhuma libertinagem, dissipação ou outros vícios. Não, não, não! Foi a trabalho. Foi buscar, na Cracolândia, o interlocutor para o seu projeto de Renda Básica da Cidadania. De terno e gravata, e duas moças de saltos deslizaram ali pelos escombros humanos e prediais. Foi tudo agendado com muito respeito e antecedência - qual seria o melhor dia e hora para conversar com os drogados. Mas, ainda assim, poucos foram os que o receberam. Pouquíssimos! Um rapper lhe deu as boas vindas, cantando: “Suplicy ficou bolado/e fez uma reunião/quer todo mundo presente/e prestando atenção". Quem cantava era um mulato com olho vazado por tiro de um traficante. Se foi um apelo ou uma ordem ninguém o atendeu. O senador tentou qualquer início de conversa: "Estou aqui para um diálogo que é difícil, mas possível. Quero ouvi-los e explicar a proposta da RBC". Nenhum eco. Um homem nos seus 35 anos pediu "Excelência, a gente não tem mais espaço na rua. Por que não arranjam um prédio e verticalizam logo a cracolândia. Mete a gente lá e deixa rolar o nosso suicídio coletivo". Suplicy deslocou-se calmanente para o centro da praça, onde o "rapper" que o recebera cantando, já dormia no gramado com a cartilha da Renda Mínima aberta ao lado do corpo. Podia, ao menos, lhe ter servido de travesseiro.
ORA, DIREIS OUVIR CORRUPTOS....
Ora, direis, acaso perdeste o censo? E eu respondo que não, que o caso é verdadeiro. Verdadeiríssimo! Tenho o lugar, a data e a hora do acontecido. E eu conto como ele foi direitinho. Foi assim: No dia 10 de setembro, a Polícia Federal prendeu 16 sujeitinhos, desses da laia do pessoal da Casa Civil, mas foi lá no Amapá. Era gente que não cabia num camburão! Tiveram que levar num ônibus. E, depois, era tudo autoridade. Estavam lá o Governador Pedro Paulo Dias, também o candidato a senador Waldez Goes e digníssima esposa. Dignissima para ser presa, naturalmente. Porque ela levou ao pé da letra a promessa feita no altar às últimas consequencias - "Juntos até que a morte os separe!" E lá foram ver o sol nascer quadrado. Parecia até um ônibus de excursão de uma irmandade - corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, tráfico de influência, fraude em licitações públicas e formação de quadrilha. A coisa estava feia para o lado deles. Nove dias depois, revirou tudo pro lado de cá de novo. Mas povo é povo! E olha lá um punhado dele que podia estar descançando ou contando mentiras no portão, petrificados em frente ao aeroporto olhando o céu. Ora direis, ouviam estrelas? Não! Aguardavam a chegada de Paulo Dias, Waldez Goes e esposa. Chegaram, subiram num trio elétrico e fizeram uma carreata. Uma chuva que caiu na horinha impedindo o comício que já se iniciava. Mas Paulo Dias é danado para transformar castigo em bênção. E disse: "É São Pedro me saudando e saudando o povo do Amapá”. Deus lá do céu pensava: "da próxima vez vou jogar um raio".
Fonte: UOL notícias
A ONU, AS POTENCIAS, AS TROPAS
Taí, os Estados Unidos não querem mais saber do Iraque. Está saindo de fininho. No Afganistão, cinco soldados seus começam a matar afegãos para fugirem do tédio. Matam por distração. Um desses soldados conta para o pai do novo brinquedo que descobriu. Fala como se tivesse ganhado um patinete, uma bicicleta. Depois, todos ficamos sabendo dessas traquinagens pelas páginas do Washington Post. Até os anos 80, militares europeus e americanos predominavam nas missões de paz da ONU. Em 2001, representavam 22% das tropas. Agora, não chegam a 8% . A retirada começou na Somália em 1992 com o assassinato e exibição pública de soldados americanos. Em Ruanda, de 93 a 96, as tropas abandonaram a missão, incapazes de conter o genocídio. Para preencherem essas vagas abertas, os países desenvolvidos começaram a alugar homens no andar debaixo. O Brasil aproveitou essa via expressa e, nos últimos 8 anos, saltou 47ª posição para a 12ª, no ranking de fornecedores de homens. Os países do Sul da Ásia e do continente africano ocupam as primeiras posições. E o Pakistão é o primeiríssimo! Participa em 11 missões de paz com 10 744 homens. Claro que o interesse econômico pesa nessas inciativas. Nepal e Uruguai sabem disto muito bem. E criaram unidades de paz que lhes dão lucros. Não é o caso do Brasil, que não tem unidades especializadas e recebe apenas 25% do que investe nas missões. O objetivo brasileiro é ter destaque na ONU, ser membro permanente no seu Conselho de Segurança. Está disputando pra rainha da bateria.
Fonte: A Folha de São Paulo
RELIGIÃO E CIENCIAS
Werner Keller lançou em 1955, o livro E a Bíblia Tinha Razão, que o tornaria mundialmente conhecido. Hoje são mais de dez milhões de exemplares vendidos. Suas páginas revistas, ampliadas e atualizadas são uma leitura básica sobre os relatos bíblicos para os leigos interessados. É um imenso conjunto de material provando como verdadeiros os acontecimentos bíblicos. O tema é inesgotável. Centenas de filmes, reportagens, livros, etc, sucedem-se nessa exploração. Com Carl Drews, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, e Weiquin Han, da Universidade do Colorado também – é assim. Com recursos de computadores recriaram a abertura das águas para a passagem de Moisés e escravos israelitas. Concluíram que um vento de velocidade próxima de 100 km/h, soprando sobre a desembocadura do rio Nilo por 12 horas, seria suficiente para abrir uma passagem com alguns quilômetros de largura. Tal e qual o consideram as Escrituras. Os dois cientistas apenas discordam que isto tenha se dado no Mar Vermelho. Aliam-se aos que interpretam o termo hebraico "Yam Suph", como “mar de caniços” e não como "mar Vermelho". Uma referência a uma região pantanosa. Daí o caniço, uma planta aquática. O vento leste descrito no Êxodo, portanto, teria feito recuar as águas rasas (com cerca de 2 m de profundidade) em um trecho do Rio Nilo. Esta hipótese tem tido ocorrências recentes. Tais e quais. Em 2006 e 2008 foi assim, no lago Erie, nos EUA. No fim do século 19, oficiais britânicos viram coisa semelhante. Drews, por exemplo, fez algo pouco comum em outros artigos científicos: declarou, logo no início do estudo, que poderia ter conflitos de interesse sobre o tema, já que é cristão e tem um site no qual defende a compatibilidade entre ciência e fé. Na realidade, é difícil isenção nesses casos. Nem ele nem Han dizem ter provado a veracidade do Êxodo. Toda a história da fuga dos israelitas do Egito, aliás, é muito contestada por arqueólogos e historiadores.
Fonte: Jornal do Brasil
NOMES DA7ª ARTE
Por Morrison
Sergio Leone
Nascido em Roma, Itália, no dia 3 de Janeiro de 1929, filho de um antigo industrial do cinema, ficou conhecido mundialmente por popularizar o gênero do wetern spaghetti. Sua carreira iniciou aos 18 anos, como assistente de direção de Vitório de Sica, Luigi Comencini e Mreyyn LeRoy. Na década de 60, estreou como diretor em O Colosso de Rodes, fazendo em seguida Por um punhado de dólares. No final da década estava consagrado mundialmente.
Finalizaria o seu projeto mais ambicioso até então, o filme Era Uma Vez no Oeste. Era para ser o último wester como diretor, mas acabaria aceitando realizar mais um da série, o filme Giù La Testa, em 1971, também conhecido como Once Upon a Time... The Revolutionis. Passando os anos seguintes como produtor, somente em 1984 ele dirigiria seu último grande filme dessa segunda trilogia, conhecida por trilogia da América, e que acabou se tornando também o último filme de sua carreira.
Nos anos 60, quando o cinema italiano era essencialmente voltado para as comédias, Sérgio Leone foi dissidente, primeiro especializando-se em filmes épicos de depois na recriação do Oeste e nos filmes de western. Ele passou treze anos preparando o clássico Era Uma Vez na América, um épico ganguerista lançado em 1984 no Festival de Cannes.
Foi um dos mais brilhantes cineastas da sua geração e inventor de um estilo em que não faltam lances de pura genialidade. Ele e hoje fonte de inspiração para novos cineastas como Quentin Tarantino e Robert Rodrigues. Morreu em 30 de abril de 1989.
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