EU VI O PAIVA ONTEM
Eita! Menino, na véspera da eleição, eu vi o exército vermelho do Paiva. Uma ponta estava lá na feira e a outra não se sabia onde estava. Contato por celular. A vista não alcançava. Volta Redonda quase virou uma Caracas. Tinha gente de encardir! Tinha até gente que não precisava de dinheiro. Umas duas ou tres, mas tinha. Duas horas e meia para passar e dar passagem. Quem tinha negócio urgente deixava pra de tarde. Um cristão passou falando com outro que a igreja já não faz uma procissão assim. E o outro respondeu assim que o Paiva é um santo muito forte. Aí, o primeiro falou assim eu vou falar pro bispo canonizar ele. É. Pode ser. Eles se gostam muito. Aí, veio o resultado da eleição: O Paiva perdeu. Dizem que teve um padre aí que ficou uma fera com o rebanho dele. Como é que deixaram o Paiva perder, assim. Só não xingou mesmo porque padres não fazem essas coisas nem quando dão martelada no dedo. Mas eu pensei cá com os meus botões que essa coisa de perder eleição não era nada demais para o Paiva, não. Já é a segunda vez que ele perde pra deputado. Segunda ou terceira. Mas que nada. Na quinta feira, eu o vi na Câmara Municipal e ele estava realmente abatido. Creio em Deus Pai, eu gostei. Vocês vão me desculpar mas me deu uma vontade de rir danada. Tive até que morder a língua. Mordi pra valer mesmo porque a vontade de rir era muita. Parece até que saiu sangue. Aí, eu fiquei com cara triste também. Aí ele olhou pra mim pensando que eu estava triste por causa da tristeza dele. Mas aí alguém me disse que esse é o jeitão dele mesmo. Que ele já mandou lavar e passar as milhares de camisetas e bandeiras e que daqui a quatro anos, ele será candidato de novo. Talvez até o Prefeito já seja outro, o bispo já seja outro e mas o Paiva será indubitavelmente o mesmo. Com os mesmos empregos.
CRISTO NASCEU NA BAHIA, MEU BEM... E O BAIANO O CRIOU
Dilma Rousseff bagunçou com a Igreja Católica no Brasil. Criou o cisma do cristão ao seu modo. Ela criou o cristão apostólico baiano. Na Bahia é que há esse sincretismo sério. Dima foi fundo. Já tem até sacristão e vigário - Frei Beto e Chalita. O primeiro, fez um laudatório texto na Folha de São Paulo para garantir que Dilma é cristã e que, por extensão, Lula também é cristão. Que nunca em suas vidas cometeram sequer um ato que contrarie o evangelho. Eu me assustei porque o homem é frei. E frei é frei, né verdade? Mas aí eu me lembrei que ele já foi preso político. Deve ter passado fome compulsória e levado muitos cascudos na cabeça. Aí, sei lá, eu acho que a gente não pode cobrar nada dele, não. Já pagou os pecados antecipadamente. Quem sabe até os pecados do Lula e da Dilma. Aliás, por falar em pagar antecipadamente e Lula, me lembrei. Lula também pagou antecipadamente ao FMI. Não sei se você se lembram do tempo que Lula mesmo ia pra TV e falava que era contra o pagamento das dívidas ao FMI. A gente achava bonito aquela coragem. Tem gente até que votou nele por causa daquilo. Aí, ele foi eleito e a primeira providência que tomou foi a de pagar aquela conta que ele mesmo dizia que era roubo. E pagou sem nenhum desconto. Lula é surpreendente. A Dilma, também. Frei Beto diz que a Dilma é católica desde os tempos em que estava no útero da mãe. Mas aí pela foto ela não fez a perseguinação junto com os demais irmãos na igreja. Deve ser mesmo um novo catolicismo.
foto: Uol notícias
LULA E OS DIREITOS HUMANOS
O governo chinês não tem lá esses escrúpulos com a imprensa. Na sexta feira passada, mandou desligar as tomadas da CNN e da BBC. Lula deve ter morrido de inveja. Ele não queria ver divulgada a conquista do Prêmio Nobel da Paz para um dos seus encarcerados - Liu Xiabo, um dissidente. Mas não ficou só nisto, não. Televisões, rádios, jornais, internet e telemóveis tudo vigiado pelo Departamento de Propaganda chinês. Se aparecer o nome laureado, bloqueia. E, no entanto, Liu Xiabo, 54 anos, é um homem da paz. Um campeão da paz. Em 2008, foi condenado à prisão por ser um dos subscritores da “Carta 8”, um texto que reivindica uma China Democrática. Dalai Lama protestou em defesa de Liu. E daí em diante seguiram-se protestos de todas as nações civilizadas. Mesmo os EUA que mantem relações intensas com os chineses tendo inclusive obtido aprovação dela contra o Irã, ousou pedir – “Solte o Sr. Liu o mais depressa possível”. O Brasil, entretanto, nem um pio. Foi tão eufórico no ano passado com a premiação de Barack Obama. Enquanto que, pela paz, seria muito mais lógico se congratular com um dissidente que luta pacificamente pelos direitos humanos do que se congratular com o presidente de um país que vive metido em guerras. Mas quando se trata de direitos humanos contra ditaduras Lula acha que é avacalhação. De que tem medo o presidente? Cartas para o blog.
PROVOCA, DEPOIS CORRER
Era uma manhã de abril de 1982, quando os ingleses reviveram os dias de glória no mar. Ao som do hino Royal Navy - "O oceano só tem um dono..." - sua frota de guerra saía de Portsmouth, para cuidar de uns desaforos cá no hemisfério sul. E com eles traziam canhões, foguetes, torpedos exocet, caça bombardeiros, e a missão de não voltarem com as mãos abanando. Guerra é guerra. E iam brigar pelas Malvinas, pedaço de terra que não valia uma espingarda. Cá na outra ponta, a Argentina também tava falando sério. Seu povo já não suportava mais a péssima situação econômica. O governo tinha que arrumar uma outra bunda para eles chutarem. Já fizera 2000 presos só da última manifestação. Aí foi que as Ilhas Malvinas caíram feito uma luva. Iam reaver uma terra que lhes fora tomada havia 150 anos. E partiram pra cima. A Argentina invadiu as Malvinas com armas e raiva verdadeiras. Saldo final: 649 argentinos, 255 ingleses e 3 civis mortos. Enfim, a Argentina entregou os pontos, a ditadura militar caiu e, agora, temos a Cristina Kirchner na cabeça. E a coisa está apertando para ele também. A doença do marido que às vezes a abandona no front, a situação econômica, corrupção... está também precisando de arranjar alguém para ser chutado. Processou os dois maiores jornais argentinos. Acusa-os da compra irregular da maior fábrica de papel portenha. Teriam o Clarin e La Prensa forçado a venda com auxílio da ditadura militar, prendendo a Sra. Gravier ex-proprietária da fábrica. Só que a compra ocorrera muito tempo antes dessa prisão. A denúncia caiu. Agora, Cristina aponta suas denúncias contra a Inglaterra chamando o Reino Unido de Piratas, após a Marinha britância ter noticiado testes com mísseis nas Malvinas. Cristina falou pelo twitter e pelos contovelos. Foi bater lá na porta da embaixada britânica que estranhou muitíssimo aquele aborrecimento uma vez que esses testes são feitos de 6 em 6 meses há 28 anos.
Foto: Revista Veja
Beira a 100 anos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas ele ainda não se estendeu por todos países. Ora um, ora outro tem sempre alguém a rasgá-lo. Agora, França entrou na berlinda com os dois pés. Nicolas Sakovy, expulsou 8030 ciganos romenos e búlgaros. Teve apoio de 79% da população, mas achou bom pedir a bênção de Bento XVI. pelo desumano gesto. Na verdade, uns foram expulsos; outros repatriados. A França paga 300 euros aos adultos e 100 às crianças, como incentivo ao regresso às origens. Se não o quiser vai à força mesmo. Já que é assim, tem gente que pega a grana, vai e... volta. Só mesmo com a ajuda do papa. Ainda resta mais um tanto para ir embora. A legislação impede que eles permaneçam em território francês por mais de tres anos se não tiverem ocupação. Mas por outro lado o acesso ao trabalho lhes é muito penosa. Assim, vinham tocando o barco, até que o assassinato de um jovem cigano pela polícia entornou o caldo. Armados de machados e barras de ferro, os ciganos fizeram um estrago. Daí a expulsão deles, agora. Também não são bem recebidos no destino, para onde vão. Na periferia de Sófia (Bulgária) um cortiço é alvo de preocupação de moradores. É o edifício onde se acomodaram os ciganos expulsos da França. nos últimos meses. Os vizinhos não os querem ali. Eles dizem que pretendem voltar para Europa Ocidental em busca de empregos. Stefan Angelov, que viveu em Lyon por dois anos e trabalhava no setor de construção, admite que recebeu cerca de 300 euros para deixar a França com sua família. Mas diz que apenas está esperando "baixar a poeira" para voltar para o país. "Lá, a saúde é melhor do que aqui e com o que ganhava podia até guardar um pouco de dinheiro. Na Bulgária não há trabalho, nem escola, nem saúde", disse.
Fonte: O Estado de São Paulo.
Fonte: O Estado de São Paulo.
NOMES DA 7ª ARTE
Por Morrison
Klaus kinski
Klaus Kinski nasceu em 18 de outubro de 1926 em Zoppot (hoje Sopot, Polónia). Em 1930/31, a família mudou-se para Berlin, onde Kinski frequentou o Prinz-Heinrich-Gymnasium. Teve uma infância e juventude atribuladas. Os seus pais eram muito pobres e por vezes teve de roubar para comer. Desde cedo se mostrou empreendedor e desembaraçado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem Kinski foi convocado e serviu nos Países Baixos. Kinski deserta e rende-se às tropas britânicas, passando a maior parte da guerra como prisioneiro de guerra. Foi no campo de prisioneiros que descobriu seu talento de ator, representando para os outros prisioneiros. Após a guerra, decide retornar à Alemanha Ocidental em vez da Polônia devido ao regime comunista lá instalado.
Na Alemanha, Kinski estudou teatro sob vários mestres, mas era sobretudo um autodidata. Tornou-se famoso como recitador de textos de Shakespeare, Oscar Wilde, Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire ou François Villon. Trabalhou no teatro e em 1948 estreou no cinema, desempenhando um pequeno papel no filme Morituri. Tornou-se ator do emergente cinema alemão do pós-guerra e no início dos anos 60 a sua carreira internacionalizou-se, tendo participado no filme Doutor Jivago de David Lean, em western-spaguethis e em inúmeros filmes de série B.
Durante a sua carreira, Kinski teve propostas de realizadores como Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti ou Steven Spielberg, mas, segundo ele, recusava quase sempre a favor de papéis em filmes de realizadores menores ou medíocres, que lhe pagassem melhor e lhe dessem menos incómodo. No entanto, essas recusas deviam-se, provavelmente, ao fato de Kinski não querer trabalhar com realizadores com personalidades tão fortes quanto a sua, que o pudessem ofuscar ou, de alguma forma, subjugar.
A sua reputação internacional foi obtida depois de cinco colaborações com o cineasta Werner Herzog nos filmes |Aguirre, a cólera dos deuses (1972), Woyzeck (baseado na peça de Georg Büchner) (1979), Nosferatu: o vampiro da noite (1979), Fitzcarraldo (1982) e finalmente Cobra Verde (1987). Em 1989 Kinski foi também realizador do filme Kinski Paganini.
A personalidade Kinski era bastante pitoresca e controversa. Era uma vedeta caprichosa e difícil e as suas violentas explosões coléricas, por motivos insignificantes, tornaram-se lendárias. Era o terror dos realizadores e produtores. Por outro lado, era um Don Juan insaciável e chegava a querer participar num filme só para ter oportunidade de seduzir determinada atriz. Não era um ator camaleónico ou minimalista ou que pudesse representar vários tipos de personagens. A sua personalidade forte sobressaía e representava quase sempre personagens do tipo dostoievskiano: atormentados, fanáticos, violentos, obcecados, intensos, criminosos, apaixonados ou loucos.
Em 1975, publicou sua rabelaisiana autobiografia Ich bin so wild nach deinem Erdbeermund , onde relata a sua vida intensa e atormentada, as suas ardentes e inúmeras paixões e aventuras eróticas, e onde também revela a sua personalidade excessiva e algo fantasiosa.
Foi casado quatro vezes e pai de três filhos, entre os quais a atriz Nastassja Kinski.
Um comentário:
Elson; eu adoro os seus textos. São amostras da excelente escola com as palavras, os fatos e a crítica. Um dia ainda escreverei com a sua técnica - e enquanto esse dia não chega não hesito nunca em compartilhar os seus textos com os leitores do Na Mira.
Receba o meu abraço e o meu amplo sorriso ao conjunto dos seus textos, prezado blogueiro.
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