Por Deus do Céu que se estivéssemos na Semana Santa o Neto seria o Judas da vez. Eu já brinquei muito de malhar o Judas. Tenho prática. Eu até recheava o boneco com bombão cabeça-de-nego só pra vê-lo estourar, na hora de queimar. Era divertido. Pena que o Sábado da Aleluia esteja tão longe. Acho que o Neto está dando graças a Deus. Ele deu sorte. Mas, no fundo, no fundo, eu acho que ele deve ter muito cuidado. Ele não está numa boa maré e há um ditado aí que diz que urubu quando está com azar o de baixo faz cocô no de cima... Não sei se é bem o caso, mas prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém, né Benjor? Depois, ele levou com ele a turma dele todinha junto - Deley, Paiva e até o Ubirajara Vaz que eu não sabia que era dele, também. Aquele da associação dos aposentados, tá ligado? Também, o que que o Ubirajara tinha que se meter nisto. Ora, se o Deley votara contra os aposentados não tem nada de defender o moço, não. E ainda botou a associação dos aposentados, no meio. Que coisa feia, Ubirajara, pregando mentira assim, na cara de todo mundo! Mas eu fico pensando mesmo é quando acabou a apuração. Neto e Deley se olharam e o diálogo foi mais ou menos assim: "Não deu, Deley!" "Não deu, Neto!". Aí, ficaram assim sentidos, calados... Claro que o Neto podia e pode falar com o Sérgio Cabral. Pode pedir pro Governador arrumar um bico de pão pra ele ir roendo até a próxima eleição pra vereador. Mas como explicar ao governador tamanho fracasso. Em Volta Redonda há 212 mil eleitores e só 92 mil votaram em candidatos da cidade. Aí, o Governador pode até pensar assim - eu não vou ajudar esse cara, não. Pode até me pegar essa zica. Vou mandar ele ligar para o Lula que já criou 30mil empregos federais, sem concurso. Só para os companheiros.Viva a república!
FOTO: puvr.uff.br
Lula é o Neto do segundo andar e a Dilma é o Deley parede-meia. Estão no mesmo patamar de rebocados. Dilma, por um curto exemplo, um dia se formou na Unicamp/ no outro dia, não formou na Unicamp; Deley votou contra os aposentados/ no outro dia, não votou contra os aposentados. E também não foram Dilma e Deley que perderam as eleições. São seus patrocinadores os derrotados. Lula baixou o tom para os permitidos decibéis. O primeiro turno foi o estalo do chicote que serenou a fera. Todos o vimos tirar o sapato alto e subir no banquinho. Na terça feira, quando seus amigos chegaram para conversar ainda o encontraram equilibrando-se custosamente. Disse que estava triste com o "abatimento" da Dilma Rousseff, nos últimos dias. Queria um remédio para resgatar-lhe aquela cara de sábado tão soberana. Todos sentadinhos ali em torno da mesa comprida, de mãos segurando os joelhos trêmulos, pensando, no que viria. E Lula deu o puxão de orelha geral: Todo mundo vai ter que trabalhar muito! Aí, o verbo trabalhar dito assim como uma ordem foi a kriptonita deles. Tiveram urticária. Mas aí, Roberto Requião, ex-governador, agora senador, aquele mesmo que quebrou o dedo de um jornalista, não deixou por menos. Pediu a palavra e disse mesmo assim: "Lembro de uma eleição em que eu estava xingando todo mundo. O senhor ligou para que eu fosse mais como o senhor: "Lulinha paz e amor". "Agora, eu vi dizer isto pro senhor". Que gracinha! Todo mundo riu do gracejo do menino. Até aplaudiu. Aquilo era mais um mimo do que um pito. Viva a república!
foto: radiocabiuna.com.br
FOTO: puvr.uff.br
LULA E O SEGUNDO TURNO
Lula é o Neto do segundo andar e a Dilma é o Deley parede-meia. Estão no mesmo patamar de rebocados. Dilma, por um curto exemplo, um dia se formou na Unicamp/ no outro dia, não formou na Unicamp; Deley votou contra os aposentados/ no outro dia, não votou contra os aposentados. E também não foram Dilma e Deley que perderam as eleições. São seus patrocinadores os derrotados. Lula baixou o tom para os permitidos decibéis. O primeiro turno foi o estalo do chicote que serenou a fera. Todos o vimos tirar o sapato alto e subir no banquinho. Na terça feira, quando seus amigos chegaram para conversar ainda o encontraram equilibrando-se custosamente. Disse que estava triste com o "abatimento" da Dilma Rousseff, nos últimos dias. Queria um remédio para resgatar-lhe aquela cara de sábado tão soberana. Todos sentadinhos ali em torno da mesa comprida, de mãos segurando os joelhos trêmulos, pensando, no que viria. E Lula deu o puxão de orelha geral: Todo mundo vai ter que trabalhar muito! Aí, o verbo trabalhar dito assim como uma ordem foi a kriptonita deles. Tiveram urticária. Mas aí, Roberto Requião, ex-governador, agora senador, aquele mesmo que quebrou o dedo de um jornalista, não deixou por menos. Pediu a palavra e disse mesmo assim: "Lembro de uma eleição em que eu estava xingando todo mundo. O senhor ligou para que eu fosse mais como o senhor: "Lulinha paz e amor". "Agora, eu vi dizer isto pro senhor". Que gracinha! Todo mundo riu do gracejo do menino. Até aplaudiu. Aquilo era mais um mimo do que um pito. Viva a república!
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Mohammad Omar, governador de Kunduz, rezava numa mesquita quando uma bomba explodiu jogando 23 pessoas para o ar. Onze delas morreram e entre elas, Omar. Kunduz é uma província do Afeganistão, onde se paga pedágio aos talebãs para manter-se vivo. Estão ricos os talebãs. Riquíssimos! Mohammad Omar era um mulá, lider religioso, mas o voto de pobreza estava longe do seu modo de viver. Seus bolsos também estão recheados. Ele domina o comércio de ópio naquela região. Quer dizer, dominava. Aquela região sempre foi violenta. Mas desde 2001, ano da invasão dos americanos, vem numa espiral ascendente. E 2010 foi o mais sangrento desses anos todos. A Força Internacional de Assistência à Segurança comandada por americanos está ali para impor a paz e o que mais faz é registrar as mortes diárias. Está difícil de se impor porque já perdeu todo seu crédito. Os 91 relatórios de operações americanas que vazaram para os jornais desnudaram o governo americano. A revista Time expôs as numerosas mortes de civis na guerra secreta que os estados unidos travam no Afeganistão. Há duas frentes - uma para garantir a vida e outra para levar a morte. Não era novidade esse comportamento. Claro! A novidade era a amplitude dessas operações. Uma disparidade com os discursos da Casa Branca. Task Force 373 (Força Tarefa 373) é o centro dessas operações secretas. Ela é encarregada de capturar ou assassinar líderes do grupo islâmico Talibã e da rede terrorista Al Qaeda. Existe tres dessas bases no Afeganistão. O Pentágono lhes enviou uma lista com 2 mil nomes, com número de registro e número de prioridade. E, conforme essa prioridade, são presos ou assassinados. A Força Internacional de Assistencia em Segurança não é sequer notificada desse documento. Essas operações tem provocado muito desgaste para os estados unidos até porque tem feito muitas crianças vítimas.
foto: wilkpedia
ATACAMA
Deserto de Atacama fica no Chile e já não é mais um deserto. De início, instalou-se, ali um acampamento – Acampamento da Esperança. Familiares de 33 mineiros, confinados a 700m de profundidade, juntaram-se às equipes de resgate e com suas preces e angústia ajudam nessa penosa escavação. Lá embaixo dos 700m ficaram os homens por 17 dias aguardando um contato; na superfície ninguém os sabia se vivos ou mortos. Até que receberam uma comunicação redigida com pincel atômico. O bilhete dizia - “Estamos bem os 33”. Gomes, 63, o mais velho da turma era quem assinara o recado. Lilian Ramirez, 51, sua esposa, virou celebridade. Já deu cerca de 20 mil entrevistas. Agora, essas entrevistas tendem a aumentar e muito. Vão sufocá-la com as mesmas perguntas novamente - "como você está se sentindo?" O governo chileno anunciou orgulhoso que está perto o resgate. Até já se fez um ensaio geral com helicópteros, socorristas. Vai dar tudo certo. Com essa expectativa tão próxima o Acampamento da Esperança foi tomado por um exército invasor. Um enxame de jornalistas, técnicos, eletricistas, marceneiros, segurança e toda sorte de profissionais vem se instalando, ali. Todos querem os melhores lugares para o espetáculo. E, ainda se tem, o grande número de operários, engenheiros, médicos e enfermeiros envolvidos diretamente no resgate. O que era um deserto, viu nascer um acampamento que agora se transforma numa cidade. Não demora muito já vai aparecer associação de moradores, candidatos a prefeito e batedores de carteira. Na sua única rua estão todos se acostumando com a poeira das viaturas transportando banheiros químicos. Já foram instalados mais de cem. E, como aguardam a chegada da primeira-dama Cecilia Morel seus assessores impediram que se instalasse outros banheiros ali. Não os querem como pano de fundo nas imagens de tão ilustre mulher para a TV. Esse pessoal pensa em tudo. Ou quase tudo.
No princípio era um continente único e esse continente se chamava Pangeia, há 200 milhões de anos. Esta foi a teoria proposta por Alfred Wegener em 1912. Na verdade, quase quatro séculos antes dele Abraham Ortelius, 1596, fizera a mesma observação, deduzida pelos recortes nas costas da África e das américas. A cartografia não era tão precisa como hoje, mas já dava a idéia. Entretanto, ninguém deu muita atenção à afirmação. Passou como uma coisa curiosa, uma nota de rodapé de almanaque. Mais tarde, outros cartógrafos e geógrafos vieram repetindo a mesma observação. Com Wegener, entretanto, a coisa foi diferente. Ele defendeu essas idéias ardorosamente, com diversas exposições científicas e trabalhos. Ainda assim essa teoria só foi aceita em 1940, 15 anos após sua morte. Agora, geólogos da Universidade de São Paulo (USP) estão fazendo levantamento geológico sobre essa área em que vivemos, América do Sul e suas semelhanças com a África. Segundo as avaliações mais recentes África e América continuam se afastando a velocidade de alguns centímetros por ano, enquanto outras regiões estão em processo de aproximação. Entender essa dinâmica é fundamental para traçar o caminho que o continente fez até encontrar a atual configuração.
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