sexta-feira, 29 de outubro de 2010

FERIDOS CAPAZES DE ANDAR

CADÊ A PRACINHA QUE DEVIA ESTAR AQUI?




Diz-se que alegria de pobre dura pouco. De fato. Ontem, ao abrir a janela de casa, dei com um baita marzão logo, assim de frente. Falei com os meus botões da minha alegria e eles me responderam "Que mar que nada! Por acaso, você se esqueceu da América Teresa? Isto é obra dela". Não sei se já falei que converso muito com os meus botões. E dou muito ouvido a eles. Aceito o que eles dizem. Então, vi logo que eles tinham razão. Era isto mesmo! A América mentiu para mim. Disse que ia fazer uma pracinha pras crianças e fez uma lagoa pra peixes. Deixa estar comigo. Até já falei com ela para aterrar isto aqui,  direito. Já falei uma, duas, tres, quatro vezes... e parei de contar, mas não parei de falar. E vou falar de novo Meus botões, entretanto, me falam que é o mesmo que chover no molhado. Eles são de uma sinceridade absoluta. Não respeitam nem o Lula. Falam cada coisa... Falam o que pensam. Eu procuro aprender com eles. E , depois, eu vi que ela, a vereadora,  já tem aquela poça dágua enorme na frente da casa dela. Então, ela não tem cabeça para pensar em outra coisa. É isto. Pensei em mandar uma carta pro Prefeito Neto. Chamava ele de V. Excia que eles gostam. O Imperador Frederico III assinou um decreto concedendo a um alto funcionário do Estado o tratamento de V. Excia. Eu, que não imperador nem nada, distribuo excelências a torto e a direito. Até vereador mesmo eu as vezes chamo de excelência. Mas estão cá os meus botões a me falar que de nada adiantará tão respeitoso tratamento com o prefeito. Dizem-me que ele pode até brigar. Enquanto ele não acabar de aterrar o rio não vai sobrar terra pra nada.

A PETROBRÁS VIROU PORCARIA



Se Lula, deixada a presidência, bater à sua porta vendendo lebres, põe um pé atrás. Puxa as orelhinhas do  bicho para ver se ele mia. Ele vende gato por lebre. Eu explico. O distintíssimo leitor, por mais aluado que seja, ainda deve ter gravado nas suas retinas a comemoração da auto-sufiência da Petrobrás. Foi em abril de 2006. O Presidente Lula falou que nunca ninguém antes... e toda aquela gente perfilada como se ouvissem o Hino Nacional - Gigante pela própria natureza. Foi inesquecível! Foi como um milésimo gol de Pelé. Petistas emperdenidos vibravam "e o FHC que quase vendeu a Petrobrás!" E a própria Dilma Rousseff veio repetindo essa cantilena com que imaginava exorcizar demômios. Vai que na segunda feira ela própria, a Dilma, é vista conduzindo a Petrobrás para o matadouro. Foi no debate da Record que a gente ficou sabendo disto, por ela mesma. Talvez esta aproximação com a religião a tenha feito temente a Deus. E, quem sabe, confessava agora este pecadilho. Não sei. Procurou um pecado confessável e escolheu este. O José Serra lhe perguntara se enfiar 108 empresas dentro da Petrobrás, como ela fizera, não era uma privatização branca. Ela nem gaguejou. Explicou que fizera isto porque a Petrobrás é uma carne de pescoço, não vale nada, é uma porcaria. Mas que com o pré sal ela se comportará diferente. Cherchez la femme que sai mais.

Ilustração: Jornal O Estado de São Pau

FERIDOS CAPAZES DE ANDAR



WikeLeaks é  uma espécie de buraco da fechadura por onde se espia os malfeitos do governo. Fez coisa errada, comprometedora, tá na boca do sapo. Não tem corpo fechado, não tem mandinga e nem reza braba para salvar o facinoroso. Um grupo de  dissidentes políticos, matemáticos, jornalistas, professores e tecnólogos se juntaram e montaram esse site. Colabores anônimos o mantém bem alimentado. Chegam documentos aos borbotões. E eles vão publicando. Em julho, Obama levou um susto de estatalar. Sem mais sem menos, viu, de repente, 91 mil dos seus documentos secretíssimos na boca do povo. Tinha tudo sobre a guerra do Afiganistão.  Aí, ele saiu pisando duro pelos corredores da Casa Branca querendo saber quem passara adiante aquelas informações. Cê viu quem foi que vazou? Cê viu quem foi? Cê viu?... foi cansando, cansando e aí foi brincar com as eleições do Legislativo. Presidente é assim. Tem uma porção de brinquedinhos. E, quando menos esperava, lá vem o chato do WikeLeaks de novo. Agora, revelavam torturas nas delegacias iraquianas. O exército americano está lá para garantir a paz. E chicotadas, queimaduras de cigarros, hematomas e espacamernos não podem ser sua pedagogia. Cruz credo! Mas foi o que o WikeLeaks viu lá. Viu e mostrou pra todo mundo. E não adianta o Bush ficar rindo porque isto vem assim desde o tempos de Sadam. Em 13 de novembro de 2005 foram descobertos 173 presos perto de Karada. Todos muito machucados por torturas, divididos em dois grupos, um dos quais era "feridos capazes de andar". Mas os oficiais americanos, querendo garantir a paz própria, deixou que os próprios torturadores investigassem o caso. No final da história Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz.

O TEMPO DOS NEFELIBATAS



Você aí que sempe viveu no mundo da Lua, o seu dia chegou! Creio mesmo que devia ter direito a fotógrafos, foguetes e passagem de graça nessa viagem espacial que se anuncia nos esteites. Você tinha é que ser o primeiro passageiro, mas, agora, é tarde. Falta 1 ano e meio para a primeira viagem e já foram vendidas quase quatrocentas passagens. A coisa é séria. O congresso americano já aprovou este plano a que chamou de uso de naves espaciais pela órbita terrestre. O governo constrói o espaçoporto e agências particulares exploram as viagens. A Virgem Galatic é uma dessas empresas e participou festivamente da pedra fundamental. A sua nave SpaceShip Two sobrevoou por várias vezes o espaço porto. E anunciou o preço, US$ 200 000,00, e a duração de cada viagem, 2 horas. E cada passageiro experimentará o sentimento da perda do próprio peso por cinco minutos. Em 18 meses estará se iniciando a primeira dessas viagens. Pensando bem, 18 meses é pouco. Pergunte ao Neto. Ele precisou de muito mais tempo para pintar as paredes e recuperar o portão de uma escola.


NOTA: Duas personalidades do meio artístico-cultural brasileiros tiveram, à revelia das suas vontades, seus nomes incluídos na lista dos que apóiam a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. Abaixo, publicamos os seus protestos.
Ruth Rocha

Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha… “acontece”. Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas: falta de educação e a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo
e por qualquer meio.

Acho que todos sabem do que estou falando. O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do
pragmatismo total. Essa transformação teve um “abrakadabra” na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil “os outros também
fazem…”. De lá pra cá foi um Deus nos acuda!

Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução
nacional após o desastre da ditadura. Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real. É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal)
tratada na cozinha.

O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e
ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil

E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.
Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a
democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos.

Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.
1) desprezo ao culto à personalidade;
2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então…
3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.
Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.
SP, 25/10/2010
Ruth Rocha, escritora

Confira abaixo a nota de José Padilha na íntegra:
Parafraseando o filósofo americano Henry David Thoreau, gostaria de esclarecer que eu não pertenço a nenhum partido, grupo político, agremiação, sindicato ou lista de apoio a candidatos, na qual eu não tenha me inscrito voluntariamente; e que ao contrário do que certos sites e tweets têm afirmado, e do que consta em lista de apoio enviada por um grupo que apoia a candidata do PT para os grandes jornais brasileiros, eu não aderi a candidato algum nesta eleição pelos motivos explí¬citos em Tropa de Elite 2. É uma pena que a falta de crítica e de compromisso com a verdade esteja sendo a principal marca dos dois lados desta campanha presidencial. Um desrespeito ao eleitor brasileiro.


NOMES DA 7 ARTE
Por Morrisson
Max Linder

Max Linder nasceu em Saint-Loubés em 1883. Foi um ator de cinema francês da era do cinema mudo. Linder pode ser considerado o pai da primeira geração de comediantes do cinema norte-americano, especialmente de Chaplin, que o estudou profundamente. Sua linguagem, ainda incipiente, era a câmera parada acompanhando o que aconecia no quadro, o chamado “teatro filmado”. Uso de poucos cenários, quando não um único. Sua comicidade não se baseava em oscilação de extremos, mas sim pelo movimento e uma fina observação psicológica na criação de personagem. Depois de desenvolver e estgudar difeentes personagens, Linder encontrou seu “alter-ego cinematográfico” no personagem Max, um homem urbano, de chapéu e terno elegantes que constantemente se dava mal por ser um típico bon vivan e correr atrás de belas garotas. Com a criação de um personagem fixo Max Linder se tornou uma figura c^mica, ou melhor, a primeira figura reconhcível ao público na história do cinema.
Como exemplo do estilo de Max Linder temos o curta-metragem Max et La Doctoresse (1909) no qual Max vai até o consultório de uma médica e, sem demora ouexcentricade nos movimentos, o público descobre as maliciosas intensões do galante malandro.
Seu verdadeiro nome era Gabriel Leuvielle Maximilien e fez sua primeira aparição no cinema em 1905. Foi o maior sucesso comediante do seu país e na Europa no período anterior à Primeira Guerra Mundia e do aparecimento de Charles Chaplin, que mais tarde reconheceu como um discípulo. Encarna um ilustre personagem de aparência, elegantge no vestir (que ele fez muito bem apreciado pelo público feminino da época, foi protagonista de algum tumulto durante suas aparições em público, que se via atrapalhado com os mais insólitgos enredos amorosos. O seu sucesso levou-o logo em 1912 a ser o ator mais bem pago na França. Já por esta altura ensaiou a direção de alguns filmes, atividade em que ele se mostrou igualmente hábil.
Foi chamado às fileiras do exército do seu país durante a Primeira Guerra Mundial e nela, como muitgos milhares de soldados, foi vitima dos gases asfixiantes utilizados durane a guerra. A sua participação no conflito deixou-lhe feridas físicas e emocionais que alteraram a sua saúde e prejudicaram sua carreira cinematográfica. O boato da sua morte nas trincheiras tinha provocado no seu público, entretanto, uma verdadeira histeria.
Em 1916, mudou-se para os Estados Unidos contratado pela Essanay Studios, que também contava com Charles Chaplin entre seus atores a quem já conhecia. Sem o sucesso que esperava, retornou à França em 1918.
 Protagoniza tres filmes num segunto retorno a Hollywood em 1919, incluindo “L’etroit mosquetaire”, conhecido nos EUA como os The Three Must-Get-Theres, ambos jogos de palavras com o título da obra de Alexandre Dumas, paí, Os Três Mosqueteiros.
De regresso ao seu país, Max Linder foi conduzido entre outros por Abel Gance em 1924 num filme curioso, que combina comédia e horror: Au secours! (Help!), onde podem apreciar-se os seus grande capacidade de interpretação.
Vítima de depressão, que o levou ao uso de drogas, fez um pacto suicida com sua esposa, a jovem Jean Peters, com quem tinha se casado em  1923. Em 31 de outubro de 1925, Max Linder cortou as veias da esposa antes de o fazer a si.
Condenado pelas gerações posteriores ao equecimento, seu nome foi resgatado pela filme Na Companhia de Max Linder, em 1923.Um esforço da sua filha Maud Linder.

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