Tal qual as empresas de ônibus fazem o Neto também apelou para uma
liminar e espichou seu mandato de mais vinte centavos. Não é lá grande coisa,
mas pra quem é bacalhau basta. É pena que ficamos com esta cidade sem água,
cheia de lixo e de obras paradas. Governo meia-boca. É muito triste isso de se
ver um governo agonizando em público. Tanto poder nas mãos mas ele só pode usar vinte centavos. Vinte centavos. Espero em Deus que, um dia, as autoridades se compadeçam desse moço e lhe abreviem os sofrimentos. Seja
louvado! Falo isto nem é por gosto meu, não que a vida é que é assim. Tudo passa
neste mundo. Só quem não passa mesmo de jeito nenhum é a Dodora. Há
cinquenta anos ela preside o SEPE. Dodora é a minha candidata ao Guiness. Mas
voltemos aos mortais que é a minha especialidade. Voltemos para o Deley enquanto o podemos. Daqui a pouco sua história não nos interessará mais. Ele já está respirando por canudo. Tá prontinho
pra ser defenestrado. E já-já chega a vez da América Teresa, Conrado,
Albertassi, Gothardo... tanta gente que tem. Ao fim e ao cabo todas essas
cabeças rolarão. A fila anda. Só na presente fornada o MP encaminhou 13 nomes para
a cassação. Um deles é o nosso Deley. Bem que o povo quis avisá-lo antes,
mandando-o para casa no pleito anterior, mas ele se fez de bobo. De fato, sem ter mais idade para dar pontapés na bola, não tinha aonde ir. Mas a sua condição de sócio remido no time do Neto foi mais forte e o salvou. E, agora, é ele mesmo que vai dar a vaga, quem sabe para um outro
deley. Mas não importa. O que importa mesmo é rodar o Waldir Calmon que ele vai dançar. Vão dançar. Não se sabe quem será o primeiro. Façam suas apostas, senhores! Aqui, em casa, eu me divirto ensinando uma ciranda aos meus netos: "Passaraio, passaraio, algum deles há de rodar/ Se não for o da frente há de ser o de trás...."
Na cabeça dos nossos progressistas, o rolezinho é uma Revolução Francesa. Esquecidos de que são eles próprios os donos da Bastilha saem correndo na busca de uma Maria Antonieta. Mundo, mundo, vasto mundo, colocaram em cena, mais uma vez, o decantado confronto da massa excluída e do capital. É assim: Um sujeito trabalha mais do que os outros, estuda mais do que os outros, guarda mais do que os outros, paga mais impostos do que os outros e, ao cabo e ao fim, é o culpado pela desgraça dos que não trabalharam tanto, não estudaram tanto... Eis a óptica da esquerda: Se alguém trupica, é culpa do capital. Estão nessa linha de raciocínio a Sra. Luiza Barros e o Sr. Gilberto de Carvalho. Ambos do PT, respectivamente, ministra da Integração racial e Secretário Geral da Presidência. Podia citar toda a esquerda, esses cinquenta tons de cinza na política. Tudo cinza. E todos na contramão dos fatos. Acham o shopping um símbolo do appartheid social. Colocar ali apenas lojas de luxo é um insulto aos mais pobres. Tem que se misturar tudo. O shopping precisa ter também uma quintanda, uma birosca, uma bicicletaria de reparos, um vendedor de sacolé, um ponto de aluguel de carroças. É. Acontece que Evandro Farias de Almeida, um dos criadores do rolezinho, morador da Zona Leste, gosta do shopping assim como é. Não se sente ofendido. É um conhecido usuário da internet onde posta frequentemente fotos e videos seus com roupa de marca. Tem 130 mil seguidores. Alguns comerciantes lhe presenteiam com camisas, tenis e bonés para divulgá-los no seu espaço. Tudo de etiqueta. Dá bom retorno comercial. Um dia Evandro quis conhecer seus parceiros mais de perto e marcaram um encontro no shopping que veio se repetindo normalmente desde o final do ano passado. Agora, grupo desordeiros acharam que aquilo era o canal e a coisa se transformou em bagunça. Como sub-intelectuais gostam de bagunça isto ganhou logo o seu apoio desastrado. Só o deles. O resto da população está contra. O Data Folha apurou que 82% da população paulistana não apóia o rolezinho e que na Zona Leste, o maior bolsão de exclusão social, a rejeição é de 92%. Só quem o defende é essa turminha que é incapaz de arrumar sua gaveta de meias mas tem pretensões de arrumar o mundo. Estamos fritos!
Iroo Onoda foi enviado a Filipinas em missão militar. Era 26 de dezembro de 1944, plena guerra mundial. Entre suas obrigações estava a de manter-se vivo. Iriam resgatá-lo dentro de tres ou cinco anos. Podia esperar. Entretanto, deu tudo errado. As forças aliadas tomaram a ilha, um punhado de soldados japoneses foram presos, mas Iroo e tres companheiros se enfiaram num densa selva onde sobreviveram até 1972. Daí pra frente Iroo ficou sozinho no mato e sem cachorro. Em 1974, autoridades japonesas o reencontraram e o convenceram de que a guerra já havia acabado e o reintegraram à vida comum. Assim, ele se readaptou e veio viver no Brasil. Faleceu em 17 de janeiro de 2014.
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