segunda-feira, 29 de novembro de 2010

AO VENCEDOR AS BATATAS



Ao vencedor as batatas. Eis o que recomenda o bruxo do Cosme Velho. Não sei se Dilma Rousseff leu o velho Machado de Assis, nem sei se ela já se deu conta que há, na sua fazenda, um imenso batatal. Mas o pessoal do PMDB está sabendo dele desde o carnaval que passou. E está pronto para colher a parte que lhe cabe deste latifúndio. E, convenhamos, estão certos. Certíssimos! Colaboraram na campanha eleitoral e até indicaram o vice.  Mas o PT é insaciável. Bem que Garotinho avisara - "O PT só quer saber é de boquinha". O PMDB sabe dessa fúria deles. Por isso, ao sentir a primeira cotovelada, convocou o blocão. E Eduardo Cunha, o deputado, chamou a pajelança pelo Estadão: "Eles não vão governar sozinhos!” Dilma chamou, então, o vice e lhe pediu que apascentasse seus meninos. E, já vestida da mãe de todos que  anunciara na campanha, avisou que cada um ia ganhar seu presentinho. Mas desconfiado morreu de velho.  Moreira Franco quer a presidência da Caixa Econômica, e Dilma prefere Maria Fernanda. Banco do Brasil também é alvo de disputas. D. Ideli Salvati pretende, e está quase acertado, ir para a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Ela diz que é uma questão de reintegração de posse. Só se for. Porque, sinceramente, o que fez a Dona Ideli a não ser cantar (e mal) parabéns pra você no aniversário do Lula? Sinceramente, Michel Temer fez mais. Ave, Maria!

FIDEL, ESTEBAN, RAUL






A gente não sabe se Esteban Morales pagou para ver, se foi desafio ou pura ingenuidade. Talvez tudo isto. Esteban, até há poucos dias, era o bam-bam-bam no PC de Cuba. Professor na Universidade de Cuba, titular nos estudos sobre Estados Unidos, um mestre. Um homem cultuado, enfim. Vai que, um dia, ele teve a belíssima idéia de dizer o que pensava. É, como diria o Márcio Ávila: "Não pode, gente! Esse negócio de se dizer o que pensa é furada!" Aí, o Esteban foi expulso do partido. Saiu com uma mão na frente e outra atrás. Não sei nem se lhe deram tempo para pegar a escova e a pasta de dente, no escritório. Parece que não. E, no entanto, ele queria apenas ajudar. Colocar, como mestre, a sua experiência e saber acadêmico a favor do governo. Viu que uma coisa errada e, como os pais, avisou.   Foi para o site dos escritores cubanos colocou lá uma ou outra crítica às mudanças propostas pelo governo e  aos casos de corrupção que, aqui e ali,  despontavam. Se deu mal.  E tudo estava confirmado.  Raúl Castro havia destituido, sem maiores explicações, o diretor do Instituto de Aeronáutica Civil e o ministro dos Transportes, numa mesma tacada. E a Central de Trabalhadores de Cuba já havia anunciado a demissão de 500mil trabalhadores do setor estatal.  O Estado é o maior empregador em Cuba.  Como se vê, fizeram tempestadade com um copo dágua. Mas os regimes totalitários são assim mesmo.  Frei Beto e Leonardo Boff adoram isto. Eles pensam assim: Já que Deus é único, vamos para o partido único. É nisso que dá. A direção partidária asfixia as bases. E, muitas vezes, uma liderança assume por toda a cúpula. Aí, esse dirigente totalitário tem que dar a impressão de infalibilidade. E só funciona assim. Quando se aponta erro deles, dança. E o Esteban não sabia disto.

DIREITOS HUMANOS SEGUNDO O PT



Roxana Saberi é uma peregrina dos Direitos Humanos. Já tem pagos os seus pecados e quer pagar pecados alheios. É dura a vida de quem procura e promove a paz. Esteve presa no Irã por cem dias.  Uns em cela solitária, outros em coletiva. Até que em maio de 2009 foi libertada depois de intensa , campanha internacional. Posta em liberdade pôs-se a correr mundo com o livro que escrevera na cela - "Minha vida de Prisioneira no Irã" - que divulga na sua volta pelo mundo. É uma denúncia e, ao mesmo tempo, um pedido de socorro para ex-companheiros seus ainda não libertados. Foi nesse passo que chegou ao Brasil. Quis falar com o Presidente Lula. Enviou-lhe uma carta em que dizia: "Se o senhor fosse liderança sindical no Irã, estaria preso." Mas isto não o comoveu. Seu assessor Marco Aurélio Garcia foi quem a recebeu. Marco é arremedo de Marta Suplicy também chegado às obscenidades. O top-top-top da TAM, em São Paulo. Não sei o que ele fez, mas parece que não era para fazer nada mesmo. Mas devia. É obrigação constitucional amparar a luta pelos direitos humanos. Está lá no seu artigo 4. Roxana, no entanto, não desistiu. Marcou um encontro na Câmara  Federal. Apenas o deputado Chico Alencar (PSOL) compareceu. Aliás, o PT tem maioria na casa e o Direitos Humanos é uma das suas bandeiras. Imagina se não fosse.

ESSA  ESTRANHA MANADA
Tudo o que é grande já foi pequeno um dia, até o PT e o bigode do Senador Mercante. Gente, eu conheci o PT vendendo broches nas calçadas e usando caixotes como palanques nas portas das fábricas. Agora, está desse jeito que se vê. Também foi assim com os elefantes, que eram muito menores do que os vemos hoje, nos circos, nos zôos e na Discovery. Um elefante perto do dinossauro era como um desses cãezinhos que as madames põe pra tomar leite na mesa do café. Uma gracinha. E, nós humanos, uns diminutos ratos de laboratório. Mas tudo passa o tempo todo no mundo, conforme na música de Lulu Santos e Nelson Mota. A paleontóloga Felisa Smith, chefe na pesquisa, nos garante que foi só os dinossauros morrerem e os mamíferos cresceram, aumentaram de tamanho. E cresceram para valer. Ganharam mais espaço e alimentação. Esses pesquisadores saíram da Universidade Novo México e se espalharam pelos continentes. Recolheram, reconstituíram e compararam os fósseis encontrados. Chegaram ao  Indricotherium de 17 toneladas, seguido de perto por uma criatura semelhante ao elefante, o Deinotherium africano. Os maiores mamíferos, hoje, conhecidos. Isto indica que os mamíferos cresceram e diminuíram embora ainda estejam maiores do que o eram no tempo dos dinossauros. A história do PT também é meio assim. Pensei em fazer a  tese: Os dinossauros foram morrendo e o PT crescendo. Mas não fui muito longe. A transformação do PT é muito mais complexa. Na verdade, os dinossauros políticos não morreram;  foram assimilados pelo PT. Ou alguém acha que o Senador Sarney, por exemplo, faz nessa história toda o simples papel de subir num banquinho no centro do picadeiro?

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