Quem vê o
Vereador Maurício Batista não diz que é ele o nosso homem-bomba. É ou
foi. Nunca se sabe. Seus orgulhosos eleitores diziam: “Eu voto no Homem-Bomba!”
Ninguém falava eu voto no Maurício Batista. Seu eleitor se sentia valente
assim. Eu mesmo corri para vê-lo na posse. As pessoas apontavam por cima
das cabeças “É aquele! É aquele!” Uma militante do PSTU estranhava
furiosamente: "Não pode! Cadê seu colete com mil bolsos,
carregadinhos de explosivos?” Eu, do meu lado, pensava : Toda a arte de um
homem-bomba está em não parecer um homem bomba. Se não, ninguém iria aceitar o
seu abraço. Talvez, por isso, o nosso Homem-Bomba lembre muito mais um desses
radiantes vovô que se põem de quatro para os netinhos fazerem de cavalo.
Na última sessão da câmara, estava como um papai noel com o respectivo
saco de bondades. Um doce. Para a América Teresa e Paulo Conrado ele trazia uma
moção de agradecimentos. Reconhecia-os como responsáveis pela conversão do
Prefeito Neto que mandou pagar o processo da ASVRE. Era a água feita em vinho
pela perseverança desses dois discípulos. Os outros dezesseis prepostos do prefeito,
na casa, morreram de ciúmes. É claro! Mas agradou à Teresa, ao Conrado e ao
Prefeito com este gesto. Como se dizia antigamente, quem beija meu filho minha
boca adoça. Pois é. Maurício Batista
sabe da força do elogio – Abracadabra! Eu também o sei. E, de fato, o
angu não cobria toda a carne: Ele queria mesmo era sair mais cedo e reforçava
antecipadamente o pedido. Quis engambelar a Teresa. E ainda reforçou com um
manjadíssimo “tenho um compromisso inadiável!” Tudo perfeito mas a Teresa não caiu
no papo dele, não. Acho que ela até foi ingrata. Afinal não é todo dia
que ela recebe um elogio desses. Já tinha dispensado dois ou três
vereadores antes. Podia ter dispensado o homem. E, depois, o Maurício é o
homem-bomba contra o prefeito. Quanto mais longe, melhor. No entanto, ela o
segurou. E o seu motivo inadiável tornou-se tão adiável como um chopp na
esquina, como, aliás, tem sido adiável é o momento dessa explosão dessa bomba.
Antes de ela explodir três anos se passarão e estará cumprida a escrita. O
Maurício Batista anunciará uma nova eleição e o Neto estará comendo uma
casquinha de siri quem sabe numa casa lá em Miami.
Dalmo Dalari e
Celso Bandeira de Melo montaram num porco: solidarizaram-se com José Dirceu e
José Genoíno e deram uma banana para os demais mensaleiros. Nada para Marcos
Valério e Kátia Rabelo, por exemplo. O bandido são os outros. O PT
expulsou o Delúbio do partido e Lula, cinco ministros do governo. Agora, já
estão todos resgatados. Falta só retocar a maquiagem da dignidade. Mas,
convenhamos, nesse episódio, Roberto Jeferson tem se mantido muito mais digno
do que todos eles. Sem nenhum apoio, sem sequer o benefício da denúncia
premiada, Roberto não carnavaliza sua doença. E, basta olhá-lo para ver seus
sinais de doente. José Genoíno, ao contrário, alardeia que é portador de uma
moléstia inexistente como o confirmam todos os laudos médicos. O caso deles é
outro. Ele já goza do bolsa-ditadura e quer mais. Quer se aposentar por
invalidez. É essa a vitrine do PT. Compreende-se que o mocinho pode fazer o
papel de bandido. O que não acontece com o Genoíno. A sua biografia é linear. É
o major Curió quem o diz: Genoíno não precisou levar nem um cascudo para
entregar à morte e a tortura todos os seus companheiros do PCdoB no Araguaia.
Curió quer repetir este depoimento na Comissão da Verdade. Eu, entretanto,
continuo admitindo que, com raríssimas exceções, existe um tráfego entre o bem
e o mal. Se Lampeão, o terror do cangaço, tivesse nascido no século XVIII
poderia ser um corsário a serviço da coroa inglesa. E teria, quem sabe, um
monumento na Trafalgar Square. Roberto Jeferson teve o seu tempo para
servir à sociedade.
A ELEIÇÃO DA DILMA
ROUSSEFF É O PLANO A DA MARINA SILVA
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