domingo, 18 de maio de 2014

ACUDIRAM TRES CAVALEIROS...




Haverá sempre um homem que, por mais que sua casa desmorone, ele tem os olhos voltados somente para o mundo.  São os nefelibatas. A frase é de Ernesto Sábato, escritor argentino. Mas posso fazê-la nossa também sem cometer exageros. Ela cabe perfeitamente dentre nós voltarredondenses. Com folga até.  Só no Governo Neto há três dessas tristes figuras. Antes, porém de citar-lhes os nomes, digo-lhes que não se aborreçam. Esse negócio de viver com a cabeça nas nuvens é uma coisa muito gostosa. Vejamos, então, esses tres nomes:  o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal e o Jornal Aqui. A administração municipal se desmorona, falta água em toda cidade, o funcionalismo em véspera de greve, a saúde doente e o Jornal Aqui preocupado com a agenda que a prefeitura de Barra Mansa distribui aos empregados. Não é diferente com o Zezinho da Ética em cujas mãos drapeja uma única e solitária bandeira. É contra o Governo Alkmin (Bem feito! Quem mandou o Alkmin não ser do PT... estaria ungido.). Adelson Vidal também foge - troca a nossa cidade pelo Programa da Regina Casé. Com muita coragem e absoluta sinceridade proclama:  “Eu aumento, mas não invento”, feito Nelson Rubens, quem sabe, seu patrono. É possível que algum incauto leitor afirme que nenhum dos tres citados é gente do governo municipal e que, portanto, viajei na maionese. Eu responderia , entretanto, que nessa história de ser ou de não ser do governo há insondáveis mistérios. Há até daqueles que têm um pé no governo e o outro pé no desgoverno. Mas isto não os impede de caminhar e saudar seus amigos. Há gente de todo tipo. Seja, por exemplo, Dra. Suely Pinto.  Quem vê assim nem diz que puseram outra pessoa no lugar dela na Secretaria de Saúde. Dra. Marta Magalhães tá lá. Só que a Dra. Marta Magalhães é cuspida e escarrada a Dra. Suely. Tanto que ela quer nossos médicos como monitores dos colegas cubanos recém chegados à cidade. Entrem ambos no mesmo consultório, ao mesmo tempo e atendam o mesmo paciente. O médico brasileiro vai e cola o ouvido nas costas do paciente e lhe manda falar 33. O paciente fala uma, duas, tres vezes, por insistencia do examinador que,, logo empós, limpa o pigarro da garganta e diz para o outro - "Agora é sua vez." O cubano vai e escuta uma, duas, tres vezes. Tudo igualzinho. Limpa o pigarro e devolve o paciente: "Agora é sua vez". E o pior é que um tutorado ganha quase tanto quanto dois médicos e tem uma carga horária menor. E aí é que aparecem o Zezinho da Ética, o Adelson Vidal e o Jornal Aqui, que muita gente supõe inuteis. São os nossos cavaleiros de Granada que, como nas palavras de Cervantes:  “Alta madrugada saíram em louca cavalgada, brandindo lança e espada. Para quê? Para nada...” 




A conversa ainda estava na sala e o pessoal lá da coxia de orelha em pé, matutava. Eram os vereadores de São Paulo ouvindo falar que lá em Brasilia iam criar uma certa comissão nacional da verdade pra passar metade do Brasil a limpo. Iam investigar os crimes militares. E só. O outro lado da história era um rolezinho de jovens correndo atrás da utopia, conforme diz a Professora Marlene Fernandes. Uma investigação assim, tem tudo para render votos - os militares são um bom saco de pancada. Como não tinham nada a perder, esses vereadores criaram logo a sua comissão municipal da verdade. Escolheram o caso JK para investigar. O que JK tem a ver com São Paulo? Nada. Ele não nascera em São Paulo, não fizera política em São Paulo e morrera no Rio de Janeiro... Aos 76 anos de idade não era nenhuma jovem ameaça ao regime que se esgotava... E daí? Isto servia apenas para mostrar como os militares eram malvados. Concluíram, enfim, como haveria de concluir que o Presidente Juscelino Kubitschek e seu motorista Geraldo Ribeiro tiveram suas mortes por homicídio doloso, na Rodovia Presidente Dutra, Rio de Janeiro. Encaminharam seu relatório. Pedro Dalari, entretanto, ao recebê-lo não quis deixar o seu na reta. Examinou cuidadosamente todos os documentos recebidos. Como quem conta um conto acrescenta um ponto ele sentiu logo que a verdade não era bem aquela : “Não há documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise, qualquer elemento material que, sequer sugira que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinados, vítimas de homicídio doloso”. O problema é o ânimo com são formadas essas comissões.  Muitos partem de um princípio de que a ditadura militar era um confronto entre bandidos e mocinhos. Também foi assim em Volta Redonda com a Comissão da Verdade de Jerônimo Teles. Já-já haverá quem proponha a Comissão da Verdadíssima. 








Não entregamos o Cesare Batisti fiando, talvez, que,  por burrice ou vingança, os italianos também ficassem com o nosso Henrique Pizzolato pra lá. Mas a Itália, primeiro mundo, está muito acima de nós, das nossas expectativas. O procurador Alberto Candi, encarregado do fato, não teve nenhuma dúvida e ligado as antigas convenções recomendou - quem pariu Mateus que o embale. Este foi o seu encaminhamento à coorte de Bolonha. Pediu a extradição do peralta do Henriquinho, que anda tão assustado que só faz rezar lá no Hemisfério Norte. Quando ele vê a cara do Genoíno nos noticiários até se benze com a mão esquerda. Genoíno tá um trapo. Pediu ajuda, uma vaquinha e lhe deram um rebanho inteiro. É generosa a esta irmandade. Entretanto, não adiantou muito. Genoíno está desacorçoado. Anda muito longe daquele homem valente de punho cerrado para cima, desafiando corajosamente os limites da ignorância. Agora, taí. Mas eu não lhe boto o dedo na boca não, que não sou tonto. Pizzolato não quis esperar um fim assim e deu no pé para a Itália. Mas não está garantido. Vão mandá-lo de volta. Pizzolato é ex-diretor do Banco do Brasil, condenado a 12 anos de cadeia pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. É um baú cheiinho de informações. Até a boca. Vale quanto pesa. Sua defesa faz das tripas coração para mantê-lo na Itália. Até apela para sentimentos humanitários dizendo que as nossas penitenciárias são péssimas. Longe, muito longe dos ressorts por onde seu cliente tem andado a custa do erário. Pizzolato fica rezando sozinho pelos cantos. Genoíno não enganou os médicos; Pizzolato tenta enganar a Deus... E ambos enganam gente assim feito o Professor Doricélio Pinheiro que não cabe dentro de si com a Copa que está vindo aí. 







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