domingo, 29 de maio de 2016

GERAÇÃO PÓS PAULO FREIRE



Um dos confrontos mais conhecidos é a Batalha de Itararé. Na Revolução de 1930, Getúlio Vargas saiu do Rio Grande para  São Paulo. Entre os dois pontos, havia a cidade de itararé, onde se esperava um combate sangrento. Mas o caudilho foi recebido com flores e tapetes no chão para ele pisar. Não houve um tiro sequer. Houve, talvez, pedidos de autógrafos. Mas a Batalha de itararé ficou no nosso imaginário como um furioso encontro com uma montanha de mortos. A fama acho que é efeito do nome – batalha. Paulo Freire é também um pouco disto, uma espécie de Mons Parturiens – a montanha que pariu um rato. Acho também que é efeito do nome, pedagogo. Até os anos 60, 70, a metade do Brasil era de analfabetos. Hoje, esse número está pelos 7 ou 8%, com uma única diferença. Apesar do que nos dizem as estatísticas, somos quase todos analfabetos. Foram 500 mil zeros na prova de redação do ENEM. Antigamente, as professoras eram chamadas de professoras. As tias são tratamento pós-catástrofe. Faziam apenas o Curso Normal e seus alunos saíam sabendo as quatro operações, flexionar verbos e sabiam que a capital do Brasil não era Buenos Aires. Aí, vieram os pedagogos, um bando de esquerdistas que pululando daqui e dali desbrochou-se na flor do “sócioconstrutivismo”. E Paulo Freire estava ali junto e misturado. Nas faculdades de letras, Jean Piajet era a coqueluche com os seus “Seis Estudos de Psicologia”. O “Emílio” de Jean Jaques Rousseau abria passagem. O skindô, skindô! A Pedagogia do Oprimido chegou! Este novo sistema pretendia implantar nas cabeças virgens das crianças uma cosmovisão socialista. Treinar as criancinhas para serem militantes socialistas, reproduzirem palavras de ordem e estaria feito o trabalho da escola. Do ponto de vista da alfabetização isto foi um monstruoso erro. Do ponto de vista filosófico era uma contradição em si mesmo. Muito do contrário do que se propunha a decantada pedagogia, ela também oprimia. Conscientizar é impor esquemas de pensamento às classes mais baixas. Perguntaram a Paulo Freire quem era o “opressor” e ele respondeu com uma tautologia “– É aquele que não é oprimido”. Então ele próprio era um opressor. Ainda assim, essas técnicas foram aplicadas no Brasil e outros países tais como Guiné Bissau, Porto Rico. E, é só olhar para ver. Produziu este processo algum gênio? Alguém que se destacasse no seu meio profissional? Claro que não. Mas Freire continua glorificado. E como! Criticá-lo é como se desafiasse a Al Kaeda. É perigoso mesmo. Ele foi até escolhido como Patrono da Educação Nacional. E aqui, reconheçamos, com todo merecimento. Não vejo nome melhor para representar a educação no Brasil, hoje. 

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