quarta-feira, 28 de novembro de 2012

OLHA EU AQUI TRAVEIZ!




Nunca mais li o "Jornal Aqui V R". Imagino o que andam escrevendo! Um enfarte levou-me para o hospital por oito  dias. E, lá, não dá esse jornal nem para as funções menos lisonjeiras  que o papel assume.  A última das suas edições que eu vi era uma comemorativa. Edição inesquecível: Duas manchetes e duas vírgulas erradas. Bem na capa.  Eu fico pensando bem assim: se esse pessoal gosta mesmo de escrever, não custa nada aprender. Conheço um homem que aprendeu a ler aos sessenta anos de idade. E, agora, tá feliz da vida. Pode tomar ônibus sem ajuda de ninguém. Ele próprio lê direitinho – “CON-FOR-TO”. Cheio de orgulho toma o ônibus e sabe direitinho pra onde está indo. As vezes, ele se diverte e passa de cabeça erguida lá em frente ao "Jornal Aqui". Ele pensa que tem essa missão. Conto isto porque pode servir de estímulo. Só por isso. Este nem é o meu assunto. Eu quero mesmo falar é daquela desastrosa entrevista do  ex-bispo Waldir Calheiros, na véspera do segundo turno. Não é que esse religioso teve a coragem de dizer que nunca vira o Zoinho numa luta sindical!? Como é que pode? Estaria o clérigo ruim da cachola? Pois é. E uma vez o Zoinho até o ajudou a subir no caminhão de som. Entretanto, o ex-bispo diz impávido como um santo - "Nunca vi este homem!" Era o ex-bispo imitando o apóstolo  São Pedro, na passagem mais vergonhosa da sua historia. Justamente aquela em que o apóstolo se  escondeu atrás da capa. 


Na hora do café, entre biscoitos e canapés, Dilma Rousseff abriu seu caçuá e vendeu seu peixe. Estava na reunião do BRICS, mas usava o intervalo para uma pauta própria - ela tratava da decantada carência de médicos no Brasil. Quase um milhar deles formados na da Bolívia, Peru, Argentina, Colômbia, Equador e Cuba vem bater às nossas portas a cada ano. Só que há um impasse para se aproveitar essa mão de obra. O impasse é que essas faculdades não tem credibilidade nenhuma.  As nossas associações médicas e respectivo conselho lhes impõem uma severa resistência. Só admitem a entrada desses profissionais através de um exame de validação.  E tem sido assim. Essa peneira, entretanto, tem se tornado uma barreira quase intransponível. Em 2011,  eram 628 os inscritos e sómente dois foram aprovados. Dilma quer remover este entrave.  Há quem diga que ele pretende, no fundo, no fundo, no fundo, é fazer a  homologação automática desses diplomas. Isto  é, abrir a porteira de vez especialmente para  Escola Latino Americana de Medicina em Cuba. Amigo é pra essas coisas. Por enquanto, o que está acertado é uma reformulação nos exames já solicitadas à Casa Civil e ao Ministério da Saúde. As  associações médicas brasileiras entendem que essa mudança pretende mais melhorar as estatísticas do que a saúde. Quem sobreviver, verá.



É sempre assim. Depois das eleições, os problemas amontoam-se nas ruas, com mais força. "Na casa do seu Thomaz quem grita é quem manda mais". Todo mundo sabe disto. É preciso forçar os governos antes mesmo que sejam governos. Em   São Paulo está assim. A Frente de Luta por Moradia (FLM) entendeu assim e pôs 2 mil pessoas na rua para reivindicar moradia própria. Evidentemente, o movimento tende a crescer. Tudo nasce pequeno e este já nasceu com um bom tamanho. São  712 mil pessoas sem teto, na cidade. E todos animados com o anúncio dos 400 domicílios abandonados. É simples, entende? Em Minas Gerais, há um outro tipo de sem teto, mas que não dá nenhuma bola para esse desconforto de não ter um teto oficial. Até dispensa esse favor. É a vida. Mas tem, também, uma instituição brigando por eles. O Fundo  Penitenciário Nacional (Funpen) tá correndo atrás.  Isto mesmo! O Estado precisa prender muitos meliantes, mas não tem onde colocá-los. É preciso acomodá-los e acomodá-los bem. Trabalhador pode ter sua familia toda socada num cubículo. É normal. Com o preso tem-se que ter mais carinho. Carinho de verdade. Padre Juarez Sampaio que o diga. 




Foi-se o tempo em que um escorrupião no bolso afugentava o gatuno. Não há nada como o tempo para passar. O governo foi o primeiro a tirar nosso dinheiro sem se expor ao escorrupião. Foi um sucesso! Torna a si mesmo cada vez mais ricos e os contribuintes mais pobres. Com os impostos, toma nosso dinheiro, muito antes de ele entrar no nosso bolso. Os punguistas ficaram só de olho, nessa artimanha. Inventaram o conto do vigário, o conto do paco... e chegamos, enfim, à fraude nos cartões de crédito, nas solicitações de empréstimos bancários e inúmeros pagamentos no comércio em geral. E o terreno é fértil. Estão roubando de montão. O Serasa Experian de Tentativas de Fraudes alerta, tentando ajudar os incautos. O Ipen elabora um cartilha com este mesmo sentido. A cada 15 segundos uma vítima. São 240 por hora. Só no primeiro semestre desse ano foram 1 565 028 casos.


CURIOSIDADES




Alegre-Veado: Guaçuí é um município do Espírito Santo. Desde a chegada dos primeiros desbravadores a localidade teve várias denominações, até chegar ao atual Guaçuí. Em 1826, quando elevado à condição de distrito tomou o nome de São Miguel do Veado, referência ao santo do dia da chegada dos desbravadores e aos simpáticos cervídeos que vagavam pela região. Em 1928, talvez pelos encantos da república laica, tiraram o nome santo, ficando apenas como Veado. A população não andava nada satisfeita com a troca. E em 1931,  a cidade passou a se chamada Siqueira Campos . As cartas para lá endereçadas vinham assim subscritas - Siqueira Campos, ex-Veado. A homenagem não era, de fato, adequada ao tenentista. Mudaram-lhe o nome, de novo. Passou a se chamar Guaçuí ("Rio Veado", em tupi). Por fim, A companhia de energia elétrica da cidade passou a atender também a cidade de Alegre. O nome da empresa tornou-se Companhia de Eletricidade Alegre-Veado. Fonte Revista de História da Biblioteca Nacional.




Varandas e Janelas: É comum, em algumas cidades do interior, as bonecas namoradeiras, nas janelas das residências. Essas peças de artesanato são uma referência histórica nossa. A janela foi um importante espaço para a socialização da mulher no Brasil. Assim como a terra, os escravos e os animais a mulher também era propriedade do homem. Submissa, incialmente, ao pai; no casamento, mudava de dono - passava pertencer ao marido.  E, muito curioso, quando a mulher não tinha marido nem pai ela era administrada por tutor do sexo masculino -  irmão mais velho, filho ou qualquer outro encarregado oficialmente para isto. Há registros de mulheres provedoras dos seus lares também naquele período. Mas eram casos raríssimos. As saídas femininas estavam condicionadas as idas à igreja.  Fonte Helena Câmara Lace Brandão – “Varanda e modo de vida da Zona Sul”).


NOTA: Por motivos de saúde do redator, este jornal esteve suspenso por alguns dias. Agora, ele volta com a pilha recarregada. (Elson)

Um comentário:

B positivo disse...

é um imenso prazer percebe-lo de volta com a mesma verve e mordacidade -- abraços festivos ----seguidores assíduos da rua Onze