sexta-feira, 22 de abril de 2011



Volta Redonda. Até pensei que o Prefeito tinha dado um treco. De uma hora para outra, ele deixou de ser o neto que todos sabemos que é e assumiu a gravidade de um avô, que a gente sabe que ele não é. Chamou os diretores da Verdurama, botou todos sentadinhos em volta da mesa e, daí pra frente, foi só esculacho o que se ouviu.  Ralhou com eles todos. Faltou só chamá-los de isso e aquilo, conforme se dizia antigamente. Faltaram também os bolos na palma da mão. Mas que falou poucas e boas, falou. E, sempre com a cara amarrada, mandou que pagassem as merendeiras municipais. E se despediu seca e ameaçadoramente - "Espero que isto nunca mais se repita!" Quer dizer, na verdade, ninguém viu nada. O que se soube foi pelos jornais. O Neto chamou o Foco Regional e disse: - "Fala que eu disse assim, assim, assim e que eu fiz assim, assim, assim". Aí, a gente ficou sabendo dessa surpreendente verdade. De fato essa tal Verdurama vinha  atravessando o samba. Onde já se viu atrasar pagamento de pessoal, dormir tranquilo e acordar feliz da vida com o dia? Que maravilha ter uma empreiteira na Prefeitura! Eu, sinceramente, não contava com uma reação tão imediata. Essa greve das merendeiras começou e acabou quase que num único ato. Não houve nenhuma passeata, nenhuma palavra de ordem, nenhum ato cívico. Não houve sequer um discurso da Dodora. Quando as merendeiras voltaram às escolas suas panelas ainda estavam quentes da última jornada. Mas algo me diz que o Neto tomou esta atitude assim por ciúmes. Nada de ninguém ombreando com ele. Neto é Neto, Verdurama é Verdurama. A Prefeitura acha que é só ela que pode ficar devendo na cidade. Coitado do ECAD. 


Dilma Rousseff cismou. Bate o pé no chão. Quer porque quer uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ela diz que não se trata de nenhum capricho. Eu penso que sim. Na  última participação interina, no conselho, o Brasil, se recusou a votar. A questão era a de haver ou não a intervenção internacional na Líbia. O Brasil acomodou-se no muro. E, depois, por boca de um e de outro representantes o Brasil dava explicações contraditórias.  Na hora H em que devia falar, opinar, seguiu as orientações da mamãe - Em boca fechada não entra mosquito. votar o Brasil. Então, quem não tem pescoço não compra cachecol.  Aqui, no Brasil, a gente tem muitos problemas na fila, pedindo atenção. E a Dilma nos deixa com o pé atrás.  No dia 27 de janeiro, ela veio à região serrana ver de perto a tragédia fluminense.  Mais de 1000 mortos. A Presidente compungida declarou: “Vamos construir 6 mil unidades para as famílias desabrigadas. Sérgio Cabral, ao seu lado, sorriu “é minha irmã”. Talvez, estivesse se lembrando das promessas que ele fizera no Morro  do Bumba, em Niterói e não cumprira.  E, até hoje, nem em uma catástrofe nem na outra, nenhuma casa foi construída. Ninguém saiu dos abrigos improvisados. É. E, no entanto, vejam o caso do Japão. Atingido por um terremoto seguido de um tsunami. O governo encomendou logo  4 mil casas pré-fabricadas. Quando os japoneses estiverem todos acomodados em novos tetos esses nossos flagelados ainda estarão mal acomodados em abrigos improvisados, e o País brigando por uma vitrine internacional.




Tive uma tia que deve ter apanhado muito na boca, quando era criança. Era muito da desbocada. Pessoa boa, religiosa e mãe de família. Não tinha nenhuma vaidade a não ser essa confortadora capacidade de calar um ofensor com um xingamento, no justo ato da ofensa. Ela, entretanto, tratava seus palavrões como tratava suas moedas. Nada de xingar à toa. Nada de desperdício. Nas situações menos graves, ela usava o  “filho da mãe”! . Para as situações sérias ela possuía um excelente e vasto repertório de palavrões pesados.  No mais, vivia feliz, cantando seus hinos evangélicos enquanto remexia as panelas ou esfregava roupas no tanque. Morreu de velha sem nunca ter tomado um calmante. Agora, tantos anos depois, vem esses gringos - Richard Stephens e Claudia Umlamb, dois cientistas britânicos – com sua tese acadêmica defendendo que xingar é bom. Vão até defendê-la lá no CNA British Psycological Society na Escócia. Tudo com prova provada. Juntaram 71 voluntários, submetidos a um questionário. Assim, pode classificá-los. Afastou-os em dois grupos. Para um lado, os que falavam até 10 palavrões/dia e do outro os que falavam até 40. Daí, os mandou meterem as mãos em baldes de água gelada. E podiam falar apenas duas vezes. Na primeira diziam uma palavra comum escolhida pelos pesquisadores. Na segunda, a escolha era pessoal. Os que mais resistiram a dor estavam entre os que xingaram na opção individual. Entretanto, observou-se que o efeito analgésico do palavrão foi quase nenhum para aqueles que o usa com muita freqüência. Fico pensando na cara da minha tia lendo esta notícia.


CURTAS


Barulho de sinos levou moradores a entrar na Justiça contra o Mosteiro das Carmelitas. O Engenheiro Antonio Celso Cancilieri acordava todos os dias com enxaqueca. Aquele infernal badalar de horas, o despertava às cinco da manhã. Eram os sinos do Mosteiro das Carmelitas. A vizinhança se juntou e foi parar na justiça, que decidiu por silenciar o Mosteiro das Carmelitas de Piracicaba, a 160km de São Paulo. Desde a inauguração da igreja os sinos tocavam 10 vezes por dia, das 5h da manhã as 21h. O laudo do som aferido mediu 57 db que já pode ser considerado poluição sonora. Os limites estabelecidos pela ABNT são de 55db em bairros residenciais. Os fiéis consideraram ilegítima a contagem, fizeram um abaixo-assinado e vão pedir a justiça que o sino volte a tocar.



Em 1922, Earl Carnavon, arqueólogo inglês, descobriu a tumba de Tuntacamon. E assim chegaram às suas jóias pessoais – simples berloques sem valor, e tantos outros objetos levados para a tumba com ele. Lá estavam também dois trompetes - um de prata e outro de bronze.  Tutacamon foi rei do Egito morto aos 19 anos de idade em 1524 aC.  Os trompetes ficaram guardados no Museu do Cairo. No recente levante popular, o trompete de bronze foi roubado dali, mas logo depois devolvido. A BBC então trouxe mais uma vez ao público uma gravação feita com aquele mesmo instrumento em 1939. Depois, de três mil anos mudo no Vale dos Reis puderam ouvir seu som. Estão de novo calados. Dada a repercussão do caso, o Serviço de Antiguidades Egípcias vai autorizar uma nova transmissão com eles do Cairo para o mundo.




Vira e mexe tem gente reclamando da mídia e quer regular a liberdade de imprensa. Isto é mais coisa de ditadores – Fidel, Chavez, Mubarak... há uma infindável lista deles. Tem que se acabar com este conceito curiboca de que um cidadão só é bom se ele for vigiado. Agora, tem aí essa Frente Parlamentar pelo Direito à Comunicação, lançada no dia 19. E, para mostrarem sua lisura de propósito, anunciam que nesta frente parlamentar há deputados que enfrentaram a ditadura. E, por isso, sabem o que é conviver com o arbítrio. Apontam que a Grande Imprensa quer sempre impor algo contra a sociedade e que foi ela quem derrubou Getúlio Vargas em 1954 e Jango Goulart dez anos depois. Mas isto não passa de ignorância histórica. Os blogs como este e tantos outros têm a liberdade de colocar as coisas como acreditam. Se não o conseguem é por incapacidade própria... no Egito  conseguiram se impor e Lassange está aí arrastando para baixo das suas asas os maiores jornais do mundo.

CURIOSIDADES


O AbortoO aborto é questão fechada para a Igreja Católica. Não admitem nenhuma discussão sobre o tema. Mas nem sempre foi assim. Ao contrário do que se pensa, a condenação do aborto pela Igreja Católica é algo mais ou menos recente na sua história de 2000 anos. A interrupção da gravidez só se tornou pecado em 1869, por um acordo entre o Papa Pio 9º e o imperador francês Napoleão 3º. Isto porque a França passava por uma crise de baixa natalidade. Preocupava o governante. Para colaborar com os interesses do imperador o papa a partir daquele momento definiu o aborto como pecado. Antes disso, a igreja não tinha uma posição firme, determinada. Oscilava entre condenar ou absolver o aborto em certas fases da gravidez. Fonte Superinteressante



O frei e o decoteNão é de hoje que algumas modas no vestuário fazem corar os mais conservadores. Durante o Século XVIII, a convivência de um mundo profundamente marcado pelo moralismo religioso com as inovações nas vestimentas das classes mais abastadas causou um choque. Foi o caso do decote nos vestidos das mulheres na corte francesa, logo copiado nos altos círculos sociais do ocidente, inclusive em Portugal. Em visita a Lisboa, em meados daquele século, o bispo do Pará, frei João de São José Queiroz, chegou a cometer um ato disparatado por conta da novidade. Em recepção no palácio viu o vasto decote da rainha e, em nome da virtude, não resistiu: atirou um lenço sobre o busto real. Fonte No tempo dos vice-reis de Luis Edmundo



Zuzu Angel. Zuzu Angel foi uma modista estabelecida em Ipanema, no Rio de Janeiro. Mas sua vida não ficou marcada apenas nem principalmente pela alta costura. A repressão militar provocou uma reviravolta em sua vida.  Seu filho, Stuart Angel, era um militante político filiado ao MR8. Foi preso, torturado e morto nas dependências de uma unidade da Aeronáutica, no Rio. Além de causar polêmicas e buscar permanentes contatos com autoridades, Zuzu utilizou a moda como campo de batalha contra o regime autoritário. Criou coleções com estampas de manchas vermelhas, pássaros em gaiolas e símbolos militares. A estilista recebeu ameaças, sua casa foi incendiada e ela morreu num suspeito acidente de carro  na madrugada de 14 de julho de 1976

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