quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TODO O MAL DO URUBU É PENSAR QUE O BOI TÁ MORTO

O NOME DO BOI




Em Volta Redonda, o boi tem nome e uma porção de urubus em volta. Tudo de garro e faca, na mão, e muita saliva na boca.  Mal se aguentam de tanta ansiedade. Esperar até 2004 vai ser o bicho! Mas eu, cá pra nós, não acho que o boi tá morto, não. Os bois são muito sonsos. Ficam com esse olhar morteiro, mas não tem nada a ver. Aliás, não tá morto mesmo! Vê que ele não elegeu o Deley mas levou-o pertinho da porta. Qualquer empurrãozinho pronto. São mais R$ 126 000,00 pra família, no fim de cada mes. Esse pessoal aí que anda falando isto e aquilo é bom prestar atenção nos votos que o Deley teve em  Volta Redonda. Foi o segundo mais votado. Ele só perdeu para o Zoinho. E por pouco. Com uma diferença: Quem vota no Zoinho é Zoinho mesmo; quem vota no Deley é Neto. Está votando a pedido. Quem sabe pagando um favor ao Neto. Há muitos casos assim. Por exemplo, quem vota no Paiva é meia dúzia de padres. Não são muitos mas eles se reproduzem. Junto com as promessas de Deus metem uma promessa do Paiva. Aliás, por falar em padres, domingo o Paiva foi à missa lá na Igreja Nossa Senhora das Graças. O Padre Bernardo parece até que retardou um pouco a missa esperando a chegada do moço. Não. Não foi nada disto. Estava tudo combinado. O atraso e tudo. Teve até um flanelinha que entrou e fez sinal positivo com o polegar direito. Aí, quando o padre falou Pai Nosso que estáis nos céus... o Paiva entrou na igreja. Mas não entrou assim como o filho pródigo que pegou o dinheiro e foi gastar tudo na campanha esquecido dos menininhos pobres querendo um bico de pão duro para roerem. Claro que ele não veio como o filho de Deus, que todo mundo tá careca de saber que Deus só tem um filho. Mas o Paiva veio como um neto.


MARINA E O VERDE

O PV - Partido Verde - amadureceu. Seus frutos foram mudando a cor das cascas. Uns amarelos, outros verdes e houve também os que apodreceram e estão colhidos ai nessas cestas de fim de feira. Votos a baciada. É hora da xepa. Lá em casa eu tenho cinco votos, mais os dos meus amigos e blá, blá, blá... E Marina Silva, desde o dia 3 de outubro, com a mão no queixo pensando, pensando, pensando: "Serra ou Dilma?" , debruçada na janela, com suas tranças jogadas feito Rapunzel: Quem quer casar com a D. Baratinha? que tem laço no cabelo e votos na caixinha? Podia ter decidido de uma vez, dizendo tô fora! Mas não. É tão gostoso esse assédio. Ora vem um promete amor eterno. Depois vem o outro e canta as derretidas músicas que  Roberto Carlos fez para Maria Rita. E assim,  passam os dias. Passaram. E veio a inevitável fragmentação do partido. Viria de qualquer modo. Estão aí, a viúva e a filha de Chico Mendes, uma de um lado e outra do outro. A viúva com Serra e a filha com Dilma. Se bem que essa filha aí teve um problema de grana com uma ONG... Um dia falo no assunto. Era uma questão de sobrevivência. Agora, se as famílias se dividem o que não dizer dos partidos que já começam com o nome de partido. Marina, quando já não tinha mais comando do barco declarou-se neutra. Vai se distrair, agora, com outra diversão - sua candidatura 2014. Talvez não tenha sido boa opção essa. Pode sair derrotada neste segundo turno mesmo sem o ter disputado. A neutralidade talvez não seja o melhor caminho para preservar os votos que as circunstâncias lhe deram



AFGANISTÃO





No dia 11 de novembro de 2001, as lojas de televisão escancararam as portas para o povo ver o bombardeio nos EUA. Igualzinho quando os homens pisaram à Lua havia os incrédulos, pensando que era coisa de cinema. Mas muita gente ficou assustada. Um homem que na lanchonte ao lado manteve o pastel suspenso no ar e os olhos no vídeo por uns bons 10 minutos. Parece até que ficou com a boca aberta. Com aquela montoeira de prédios lá, acreditava-se que o espetáculo viraria o dia. Gente comprava TV 29 para assistir tudinho junto com a família. Não sei se já havia home theater. Acho que não havia. Para o som ficar melhor teriam que ligar num amplificador. Eu vi um moço falando isso. Não que ninguém tivesse ódio contra nossos irmãos do norte ou morresse de amor por Osama Bin Laden, de Talebã, de Al Qaeda. O acontecimento tinha sua força própria. Bush fazia, pacientemente, as contas batendo com os dedos na perna da calça. E Bush querendo fazer uma guerra por atacado elegeu um "eixo do mal", formado por países que queriam o mal dos EUA. E, que, portanto, mereciam ser, como dizia o Lula, extirpados. Entre eles colocou o Iraque de Saddan Hussein, seu antigo aliado. Uma espécie assim de lúcifer, o anjo caído. No dia 7 de outubro já estava ele, o Bush, bombardeando o Afganistão, tirando os talebãs do governo e entregando-o Hamid Garzai. Aí, desandou a procurar por Osama Bin Laden sem o menor sucesso. "Você viu um homem barbudo, assim-assim, passar por aqui?" Não adiantava. Nunca o encontrou. Mas queria também pegar Saddan. Pé que corre atrás de dois, perde um ou perde os dois. Deixou o Osama, que também tinha sido aliado do seu pai, de lado.  Reduziu o investimento no Afganistão e o aumentou no Iraque. E pendurou Hussein na ponta de uma corda. Barak Hussein Obama pensava diferente. No primeiro debate, na campanha presidencial, achava que o negócio era investir no Afganistão. E investe o quanto pode.  Então, a César o que é de César. O Iraque é uma guerra do Bush e o Afganistão é do Obama. Agora Hamid Garzai é os dois. Bush o enfiou lá e Obama o mantém.

MEU NOME É FLORISBELA MAS PODE ME CHAMAR DE BELA




Eu, quando via o desenho da vaquinha Mococa na lata de leite homônimo, sabia que aquilo não era a toa. Ela dava o leite e havia qualquer coisa de agradecimento no olhar dela. Lá se foi o Leite Mococa e a vaquinha também porque tudo se vai mesmo, neste mundo, vasto mundo. E até chegar a 2010 muita coisa chegou, muita coisa se foi. Mudamos de moeda muitas vezes, e mudamos de leite. E por que não teria mudado o Prêmio Nobel? Foi bem isto que pensei quando vi os laureados de 2010 pelo Prêmio ig-Nobel. Não, eu estava fazendo era muita confusão. Existem as duas premiações e são dois títulos internacionais.  Aí foi que eu pensei, olha aí um segundo turno pro Lula. Eta cara de sorte! Eu explico: Lula fez de tudo para ser o Prêmio Nobel da Paz. Parece até que pediu oração ao frei Beto e ao frei Boff, e, segundo acreditam, mensageiros de Deus.  O frei Beto, às vezes, fala mal do Lula, mas é só por falar. Passa logo.  Não ficam de mal muito tempo. Mas enfim, correu, correu atrás do prêmio nobel da paz e não conseguiu. E agora tem a chance do prêmio ig-Nobel da Paz.  O Prêmio ig-Nobel foi criado pela revista de humor científico Annals of improbable Research (Anais da Pesquisa Improvável). Os premiados, não raro, são pessoas admiradas nossas.  Está entre os seus laureados, por exemplo, o escritor sueco Erich Von Dâniken autor do Eram os Deuses Astronautas uma espécie assim de Código da Vinci do Dan Brown. Mas a vaquinha Mococa veio muito a propósito. É que o Prêmio Ig-Nobel de Biologia este ano coube aos veterinários   Catherine Douglas e Peter Rowlinson (Universidade de Newcastle, Reino Unido). Seu trabalho foi de provar que as vacas que têm nome são mais felizes e dão mais leite. Não demora muito vai ter numerólogos escolhendo os nomes certos para as vacas. E que não se esqueçam eles do nome Mococa e nem da Salomé, aquela pela qual o boi Barnabé estava apaixonada, numa velha canção rural.


ÓCUTPLOS


Pouquíssima gente neste mundo poderá bater no peito e dizer - "eu já usei uma vez na vida a palavra óctuplos!" Quase ninguém. Mas Nadya Suleman certamente falará este adjetivo durante toda a vida. E, talvez, mesmo depois que ela morra, ainda haverá gente a repeti-la por causa dela. É que ela teve oito filhos em um único parto. Portanto, filhos óctuplos. E este é o maior grau de gemelidade em que todos nasceram e se conservaram vivos. No mundo inteiro, há apenas tres casos assim. No primeiro caso, sobreviveram sete crianças e no segundo, as oito. Neste terceiro também as oito sobreviveram.   Ângela, avó dos óctuplos, veio para tomar conta dos outros seis filhos de Nadya, por apenas alguns poucos dias. Está assustada. Quando ela tiver alta eu vou cair fora ela fala com a vizinha por cima da cerca. Ela sabe que não pode ficar. Sua filha é solteira e tem obsessão por crianças. Sobrou uns trocados recorre à fertilização. Foi assim que ela procurou o Dr. Michael Kamrava e disse-lhe que queria ganhar filhos gêmeos. Kamrava não se fez de rogado.  Implantou-lhe doze embriões. Até feriu o protocolo nacional que estabelece no máximo dois embriões transplantados. Não tem importância. O importante é o cliente satisfeito.  Mas a promotora Judith Alvarado entende que ele deve perder o registro profissional, por tanta irresponsabilidade. Uma gestação de muitos bebês pode resultar complicações para as crianças, como, por exemplo, a paralisia cerebral. Fora os riscos da parturiente. O médico Victor Fujimoto, que testemunhou ontem entende que Kamrava foi muito irresponsável porque ele tinha que ter avaliado a saúde mental de Nadya. Até porque no histórico dela ela ela pediu para engravidar de gêmeos em 2002 após ter dado à luz outras duas crianças. Agora, eu acho que a saúde mental do médico é que deve ser investigada. 


NOMES DA 7ª ARTE
Por Morrison
NICHOLAS RAY




            Nicholas Ray nasceu em 1911, na pequena cidade de Galesville, no Estado de Wisconsin. Descendia de alemães (por parte de pai) e noruegueses (por parte de mãe). Durante a adolescência, pulou de colégio em colégio, sendo expulso e suspenso de vários deles. Apesar deste histórico escolar nada recomendável, em 1930 foi aceito pela Universidade de Chicago.
            Em 1932, chegou à Nova York, metrópole que estava anos-luz à frente da sua cidade natal, tanto do ponto de vista cultural quanto político. Foi lá que Ray teve o primeiro contato com um de suas paixões: o teatro. Não demorou muito para que ele se incorporasse a famosas companhias como o Theater of Action e Group Theater, muitas delas interessadas em introduzir nos EUA o pensamento socialista. Participou como ator na estréia na direção de um até então desconhecido Elia Kazan, cujo talento começava a despontar nos palcos norte-americanos (anos mais tarde, em 1945, quando se preparava para dirigir Laços Humanos, seu primeiro filme, Kazan convidaria Ray para ser seu assistente de direção). Nesta época, adquiriu larga experiência técnica no Federal Theater Project, produção teatral de Joseph Losey.Em 1936, Nicholas Ray casou-se com Jean Evans, jovem escritora com quem já vivia desde o início da década.O casamento durou até 1940. Veio a Segunda Guerra e Ray foi contratado por John Houseman, para tocar um programa de rádio chamado "Vozes da América". O tempo que trabalharam juntos durante a guerra foi o suficiente para que ele percebesse um talento em potencial naquela figura alta, de cabelo crespo, fala mansa e jeito misterioso. Em 1946, logo após o conflito mundial, Houseman emprestou a Ray o romance Thieves Like Us, de Edward Anderson. Ray o adorou. A ambientação da história no sul americano, pós-depressão de 1929, lhe era muito familiar. Houseman, em parceria com o lendário produtor da RKO, Dore Schary, resolveu bancar. Juntos, produziram o primeiro longa-metragem de Nicholas Ray: Amarga Esperança(1948). Seus filmes mais famosos foram: No Silêncio da Noite (1951), Johnny Guitar (1953) Juventude Transviada (1955).
             Em 1960, com a conta corrente pra lá de negativa, e cada vez mais dependente da bebida, Ray aceitou a proposta do produtor Samuel Bronston para dirigir dois épicos: O Rei dos Reis, refilmagem do clássico mudo de Cecil B. de Mille, lançado em 1961, e 55 Dias em Pequim, estrelado por Charlton Heston e Ava Gardner, que estreou em 1963. Durante as filmagens deste último, Ray sofreu um forte ataque cardíaco, que o obrigou se afastar do trabalho. Ao sentir que estava recuperado, viu que sua cadeira de diretor havia sido trocada por outras duas, nas quais se liam os nomes Andrew Morton e Guy Green. Deixando de ser um profissional confiável, cujos graves problemas de saúde poderiam colocar em risco os milhões de dólares investidos pelos executivos dos estúdios, Ray percebeu que sua carreira, na prática, estava encerrada. Passou a freqüentar as reuniões dos Alcoólicos Anônimos e, com muito esforço, conseguiu de fato dar uma basta no álcool. Num exame médico, descobriu que contraíra um câncer no cérebro. Ray morreu em 16 de junho de 1979, em Nova York, de um novo câncer que aparecera em seus pulmões.

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