segunda-feira, 7 de março de 2011

MAIS DE MIL PALHAÇOS, NO SALÃO...


Tem Gato na Tuba

Suely Pinto ao centro
foto de joserobertomendonça.blogspot

"O município vai gastar milhões com a dengue". Foi mesmo assim que a Dra. Suely Pinto falou.  Por um momento até pensei que seria mais um show no Cine Nove de Abril, esse tal de dengue. Não me dei conta logo de que se tratava dessa doença que assusta a todos e está nos colocando bem classificados como área de risco. Estamos disputando os primeiros lugares. Acho que foi muito por conta de o nosso Prefeito Neto manter um criadouro de aedes aegypt lá na Ilha São João e, portanto, ter um carinho especial por eles. Sei lá... Eu sei que ela falou "milhões" de boca cheia. Parece até que ela colocou um ponto de exclamação, no final da frase. Colocou, sim. Estou me lembrando bem mesmo! Ela botou o indicador pra cima e repetiu "milhões". Falou duas vezes milhões, milhões. Ela é Secretária Municipal de Saúde e sabe das coisas. Até se se eximiu de toda culpa, dizendo que já tinha ido até onde podia. Até se dividiu em tres frentes de enfrentamento - conscientização, combate e assistência médica.  Agora, é com o  povo. Espera cumplicidade da população. São 330 casos notificados contra 22 no mesmo período do ano passado. A questão é séria. Mas mostrou-se quase desanimada, dizendo que “Já fizemos mutirões diversos e quando voltamos aos bairros notamos as mesmas condições". Desanima, não. Eu também tenho insistido com isto há um ano aqui no blog e parece que o prefeito não entende. Tem gente que tem muita dificuldade de entender as coisas. Eu, sinceramente, acho o Neto muito cabeçudo. Mas insisto.


A raposa e as galinhas


Foto: Revista Problemas Brasileiros
É possível que haja organismos vivos por todos os cantos da Terra. Seja  muito quente o lugar - tórrido mesmo - ou frio de mais não poder, quem vai lá sempre vê um bichinho, um plantinha. É a vida conferindo um valor especial a cada ponto.  Daí, essa, muitas vezes, má compreendida importância das cavernas. Elas guardam um vasto acervo paleontológico, arqueológico e biológico. Tão grande e tão rico que já se criou para elas um ramo das ciências - a espeleologia.  No Brasil, sua primeira especialista surgiu na década de 70,  a bióloga Eleonora Trajano, hoje, Chefe do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo.  Atualmente, temos 30 espeologistas no Brasil inteiro divididos em tres grupos, na USP, na  da Universidade Federal de Lavras e da Universidade de São Carlos. Estamos mais de um século atrasados. Nos Estados Unidos essas atividades começaram em 1830. Apesar dos pesares, caminhamos. A  Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) catalogou 5203 cavernas. Mas estima-se que esse número chegue a 100 mil. A Constituição Federal se lembrou delas e as cobriu com seu manto protetor, definindo-as como bens da União. Mas as traças do tempo trouxeram argumentos irresistíveis. E a  partir de 7 de novembro de 2008, as cavernas foram colocadas sob ameaça. As empresas de mineração reclamavam que a legislação “engessava” suas atividades e o governo federal, pelo decreto 6640, alterou o princípio de conservação do patrimônio ecológico. Agora, as cavernas com características únicas e notáveis só podem ser destruídas se o empreendedor se comprometer preservar outras duas de igual importância. As não classificadas como notáveis podem ser destruidas. O nível de importância de cada caverna é avaliado por serviços contratados pela própria empresa interessada. É isto aí que se chama botar a raposa para tomar conta do galinheiro.


Aedes senator paulus paim

Aedes Aegypti

Margareth Capurro, bióloga da USP, desenvolveu uma nova técnica para o combate da dengue que pode ser definitivo. Não tem nada a ver com inseticidas ou larvicidas. Nem é com essas raquetes eletrificadas que nos transforma em mata-mosquitos modernos.  Ela criou o mosquitinho transgênico. Parece aedes, tem a carinha do aedes, voa que nem o aedes e não é aedes. E feito assim o senador Paulo Paim. Parece que defende o trabalhador, parece que defende o aposentado, mas é pura transgenia. Voltemos ao mosquitinho. O trabalho dele é extinguir as fêmeas da espécie, que são as transmissoras da doença. Os machos não se alimentam de sangue humano. Ainda vão inventar um nome em latino para esse mosquito. Por enquanto fica assim – mosquito transgênico. Ele é criado com o material das drosófilas, aquelas mosquinhas da banana madura, que adoram coisas doces e enchem a paciência da gente. É esta característica que vai dar ao inseto transgênico um maior poder de sedução sobre as fêmeas, que, na hora da cópula, não pensarão duas vezes. Julgam que o transgênico vão lhe favorecer a prole, lhe dar filhos e netos e é aí que elas estão muitíssimo enganadas. O material genético que elas vão receber, só poderá gerar filhos machos. Não nascerão mais fêmeas. Daí, pra frente desaparecerão. Esse mosquitinho transgênico, bico-doce, que leva todas a população aedes no papo, bem podia se chamar senator aedes paulus paim. Eu acho justa a homenagem. Vou falar com a moça.

 
A caminhada da Dilma

Foto: O Globo

Com oito anos de vida, o Bolsa Família, se for extinto hoje, deixa seus beneficiários na  situação em que estavam quando se iniciou o benefício. Ou pior. Na campanha, Dilma Rousseff falava numa “porta de saída”. O Ministério do Desenvolvimento Social criaria programas complementares que permitiriam ascensão social aos seus beneficiários. Foi o que se chamou “PAC da miséria”. Mas o contingente desses beneficiários só faz aumentear e os recursos destinados a esses programas só diminui. Foi reduzido à metade do que se propunha. Em 2010, o programa de inclusão produtiva atingiu apenas a  0,5% das famílias que recebem o Bolsa Família. Agora reduzido o programa e aumentado o número de beneficiários....

O Mazda 6 e as centenas de aranhas


No salão de automóveis em Genebra, na Suíça, a novidade não era nenhum surpreendente modelo de carro novo. O que se falava mesmo em cada montinho de gente o que se falava mesmo era dos depósitos de combustíveis do Mazda 6. Todos queriam ver o carro, mas a fábrica tinha recolhido 50 mil unidades no mundo todo por conta de em 20 daqueles carros terem sido encontradas várias aranhas fazendo teia no interior dos tanques de combustível. E, evidentemente, poderiam provocar incêndio dos veículos. Jeremy Barnes, porta-voz da Mazda nos EUA, confirmou o fato e brincou dizendo que "talvez as aranhas gostem de carro esporte". 
Fonte: Folha.com

Engambela eles, Paim!


No início de janeiro, o Ministério da Previdência Social, estabeleceu 6,41% de aumento para o aposentado, pensando que este seria o INPC do período. Mas, segundo o IBGE, o INPC acumulado nos últimos 12 meses foi de 6,47%. Os aposentados esperavam que o governo corrigisse seus benefícios, mas o Ministério de Previdencia Social já disse que não mexe em nada. Dilma Rousseff  diz que já cortou R$ 50 bilhões no orçamento e pronto. Mas Warley Martins, presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) vai entrar na justiça. Em 2010, a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias incorporou um artigo garantindo que seriam "assegurados recursos orçamentários necessários ao atendimento da política de ganhos reais aplicável às aposentadorias e pensões". Eu penso que a presidente terá que chamar o Paim para engambelar os aposentados, de novo. 


CURIOSIDADES 

Terceiro Depoimento de Tiradentes




Auto de continuação de perguntas feitas ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier


Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos, e oitenta e nove, aos trinta dias do mês de maio nesta cidade do Rio de Janeiro nesta Fortaleza da Ilha das Cobras, aonde foi vindo o Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres, comigo Marcelino Pereira Cleto, Ouvidor, e Corregedor desta Comarca, e Escrivão nomeado para esta devassa para efeito de continuar estas perguntas, e juntamente o Tabelião José dos Santos Rodrigues e Araújo, e sendo aí mandou vir à sua presença o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, ao qual sendo presente continuou as perguntas na forma seguinte: e eu Marcelino Pereira Cleto, Ouvidor, e Corregedor desta Comarca, e escrivão nomeado o escrevi.
E sendo-lhe lidas as perguntas,  que se lhe haviam feito, e perguntando-se-lhe se eram as mesmas, e se de novo as ratificava. Respondeu, que eram as mesmas, e que de novo as ratificava. E sendo-lhe instado, que ele respondente não tinha falado com sinceridade, nem nas primeiras perguntas, nem nas segundas; porquanto nas primeiras tinha faltado a dizer o que nas segundas declarou, e nestas se houve ainda com diminuição, não dizendo tudo o que sabia; pois não tem declarado os projetos da sublevação, em que ele tinha entrado, como ele havia declarado a algumas testemunhas, nem igualmente disse aos sócios deste projeto, sem os quais ele se não podia fazer, nem do mesmo modo manifestou, que Menoel Joaquim Fortes, e Manoel José, e Domingos Fernandes, em casa de quem ele respondente se ocultou, sabiam dos seus projetos; pois que um lhe ocultou a mala, outro lhe chamava patrício, e lhe deu a carta de favor, e outro lhe consentiu, que se ocultasse em sua casa, cousas estas que bem mostram ser verossímil, que ele respondente lhes tivesse comunicado os seus projetos, e que neles tivessem parte.
Respondeu, que  nas segundas perguntas tinha dito tudo quanto era verdade, e que a elas se reportava; pois nem tinha entrado em projetos de sublevação, e as suas falas a este respeito eram sem malícia, nem sabia de sócios, que para ela houvesse, nem tampouco aos sobreditos disse cousa alguma, porque não sabia, que a este respeito a houvesse; porque a mala foi ter a casa do Capitão Manoel Joaquim por engano; pois que ele respondente a mandava para casa de Domingos Fernandes; e que a Manoel José nunca o tinha visto, senão na noite em que lhe deu a carta, e que o tratava de patrício, porque ele lhe dissera ser também filho de Minas, e que enquanto a Domingos Fernandes a este só pediu, que o deixasse ocultar em sua casa, pelo receio, em que ele respondente estava, de que o prendessem.
E sendo-lhe instado, que dissesse a verdade, do que soubesse a respeito da sublevação de Minas, que nesta cidade falou nela a certa pessoa, declarando-lhe, quem eram os cabeças dela.
Respondeu, insistindo  que não sabia nada; pelo que mandou ele desembargador vir o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, o qual com efeito vindo, lhe mandou, que repetisse o que tinha passado com o respondente na escada de Antonio de Oliveira Pinto, e com efeito repetiu, dizendo que o respondente lhe perguntara logo que ele dito coronel chegara de Minas, como estavam as coisas, em que lhe falara o Sargento-Mor Luis Vás de Toledo, irmão do vigário de S. José, que vinha a ser a sublevação, que se intentava em Minas, o modo de se fazer, as pessoas que nela entravam, entre as quais era uma ele respondente, o qual dizia estar arrependido de cá vir; porque não achava as cousas em figura; porque todos eram uns bananas com muito medo do Ilmo. e Exmo. Vice-Rei, e que voltava logo para Minas para ver se lá se efetuava, antes que viessem os quintos, que sempre lá serviam para muito, e que desconfiava do Ajudante João José, de quem ele se tinha fiado, por ser patrício, mas que era um cachorro, que certamente o tinha vendido, e declarado a Sua Excelência a prática, que tinha havido entre eles; e suposto o respondente só confessou, o que tinha dito o Coronel Joaquim Silvério dos Reis a respeito do Ajudante João José, negando o mais claramente se conhece a verdade do dito coronel, e a tibieza da negativa do respondente, do que eu, e o dito tabelião dou fé: E por este modo houve o dito desembargador estas perguntas por findas, e acabadas, dando juramento ao respondente de haver falado nelas a verdade pelo que respeitava a direito de terceiro, e assinou com o respondente, e o Tabelião José dos Santos Rodrigues e Araújo, e o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, depois de tudo lhes ser lido, e o acharem na verdade. E eu Marcelino Pereira Cleto, Ouvidor, e Corregedor desta Comarca, e Escrivão nomeado para esta devassa o escrevi, e assinei.

Torres.
Marcelino Pereira Cleto
Joaquim José da Silva Xavier
Joaquim Silvério dos Reis
José dos Santos Roiz

NOTA: Na próxima postagem o quarto depoimento de Tiradentes

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