quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

NESTA EDIÇÃO, FALTOU O ZEZINHO DA ÉTICA





Enfim, encontrei uma coisa boa no governo do Neto. Uma coisa boa de dar gosto até de falar. Festejemos esta alegria, o governo do Neto está acabando. Mas, por via das dúvidas, livrai-nos Deus de todo mal. Amém! Nunca, nenhum outro governo, ou desgoverno, teve o fim tão aguardado. Hoje, ele já concorre com o Natal, o Dia de Ano e o Carnaval. Não se sabe qual o mais esperado. É cada vez maior os que querem o fim do governo Neto. Tem gente que a cada dia que passa, arranca carinhosamente a folhinha do calendário e murmura um sentido graças a Deus. E diz: "Menos um dia". Por isso, reconheçamos também essa sua conquista, tirando-lhe nosso chapéu. Cuidemos, entretanto, que não nos tirem o voto.   Tenho um amigo, o Mendonça, que arranca as folhinhas de tres em tres para o tempo andar mais depressa. Mas a mulher dele cata tudinho na cesta de lixo e recoloca no lugar. Ela teme represálias. Aliás eu acho que o nome dele é Marcondes, mas ele diz que é  Mendonça para ficar mais livre para agir.  Outro dia ele me procurou. Veio reclamar que os carros da Defesa Civil estão com insulfilm. Disse-lhe que este blog não é posto de reclamação; é apenas uma tábua onde eu bato a roupa que o governo deixa de lavar em casa. Aconselhei-o, entretanto, a falar com o Vereador Paiva que, afinal, é alto funcionário do DETRAN e, portanto, pode tomar providências. Mendonça então falou que, agora, o errado era eu, que o Paiva trabalha é no SAAE. Eu emendei: "trabalha no DETRAN, no SAEE e na COHAB" Mendonça sorriu meio que derrotado e falou "Ah já sei - o PT é o insulfilm dele".

EI! VOCÊ AÍ, ME DÁ UM DINHEIRO, AÍ!  

Foto de Mariana Belley e Nathalia Nhan,
repórteres da Folha de São Paulo




Talvez, o Lupi até esteja certo. Ele não pode mesmo ser derrubado com uma dessas espingardas de caçar rolinha. Aliás, o próprio Lula já avisara que o pessoal dele tinha que ter casca grossa. Dito e feito. Ele próprio, o Lupi, como se fora o boneco do ventríloquo,  disse que era cascudo, que para matá-lo só com munição pesada. E olha que quando falou isto já estava com o rabo bem grande.  Tanto que a comissão de ética recomendara seu afastamento "Não podemos continuar com um homem desses". Tá certo que, no dia seguinte, o Lupi pediu perdão e até disse que amava a presidente. Pensei cá com meus botões:  "Não tem mais jeito... Tá no sal". E, depois, com uma rendição daquelas... Saiu do ministério, mas já tá recebendo dinheiro público de novo.  É representante da Cidade do Rio de Janeiro em Brasilia. Eduardo  Paes o nomeou.  Orlando Silva é outro ministro caído que não está mal. Passou pelas ruas da Vila Madalena, em São Paulo, num bloco carnavalesco. Ouviu tímidos gritos de “ladrão” e até sorriu quando o povo cantou para ele  - Me dá um dinheiro aí! Até cantou junto, como se vê na foto


MUSICA NEM SEMPRE E ALEGRIA.

Grupo Musical Rem

Que a música influi nos nossos sentimentos é coisa que todos sabem - os compositores, os cantores, os cerimonialistas e qualquer carnavalesco. Há a música certa para cada momento. Seja Carnaval, Natal, Festa Junina e até música fúnebre como o caso da Marcha de Chopin.  Mas a BBC quis pesquisar o óbvio. Contratou um estudo sobre essa conhecidíssima influência da música. David King, produtor teatral foi quem coordenou a pesquisa. Levantou dados estatísticos que confirmaram o que buscavam: Nem o homem, nem a mulher escapa dos efeitos musicais, com apenas uma pequena variação percentual. Entre os homens entrevistados, 70% deles admitiu já ter chorado ao ouvir uma determinada música. Entre as mulheres a incidência foi maior - 90%. Também, fato curioso é que essa susceptibilidade diminui com o passar dos anos do indivíduo. Dos 18 aos 24 anos, se chora mais. E a música considerada a mais deprimente foi a canção "Everybody hurts" do grupo REM.  Parabéns ao grupo.


BERÇÁRIO DE ESTRELAS 



O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla, em inglês), controlador da APEX, um dos mais importantes centros de observação espacial do mundo, situado no no deserto de Atacama, no Chile. A mira dos seus telescópios persegue por 24 horas diárias qualquer novidade nos céus. E, sempre as encontra. Foi assim na última semana quando descobriram um rastro de poeira cósmica com mais de 10 anos-luz de comprimento. Chegaram ,enfim, à conclusão de que se tratava de um sem número de estrelas recém-nascidas e nuvens muito densas que se preparam para formar novas estrelas num futuro. É o que se trata por berçário de estrelas. Seus descobridores deram-lhe o nome de nebulosa Gabriela Mistral, em homenagem à poetisa chilena ganhadora do Nobel de Literatura em 1945.


CURIOSIDADES


Em 1991, a cidade de Rio Claro (SP), descobriu que a melancia era uma fruta proibida nos limites do município. A inofensiva fruta estava proibida para consumo, mas da própria presença desde 1894. Nos últimos anos do século XIX, a ciência teve considerável avanço no tratamento de um grande número de doenças. E o Brasil teve seu destaque nesta luta com o médico Oswaldo Cruz (1872-1917), que deixou no seu currículo o combate à peste bubônica, à febre amarela e a varíola. Mas na trajetória dessa história há tantas bizarrices como é o caso dessa lei no município de Rio Claro. A cidade, então preocupada com a transmissão da febre amarela e do tifo resolveu o problema impedindo a convivência dos munícipes com o  supostamente retransmissor, a melancia.
 Fontes: Revista de História da Biblioteca Nacional; Paginalegal.com
 Mundoestranho.abril.com

São Longuinho


Estátua de São Longuinho
Santuário Bom Jesus do Monte, na cidade de Braga
Portugal
Relata a Bíblia que Jesus teve o coração perfurado com uma lança. Está lá em  João (cap. 19, v. 34). A tarefa coubera a um centurião romano chamado Longuino. Esta tarefa ficara a cargo de um centurião chamado Longino. Não era por nenhuma crueldade, mas para cumprir um ritual. No dia seguinte ao da crucificação era o shabat, e não era conveniente que nenhum condenado ainda aguardasse a morte dependurado na cruz profanando o dia santo. Então, deviam-lhe quebrar-lhes as pernas para adiantar o óbito.  Ao chegarem a Jesus viram que ele já estava morto. E, para afastar qualquer dúvida da  morte, um soldado foi escolhido para perfurar-lhe o coração com uma lança. Longuino, o escolhido, tinha sérios problemas de visão. Executou a tarefa e o sangue que explodiu do peito de Jesus caiu sobre os olhos do solado, curando-o imediatamente. Longuino converteu-se ao cristianismo e se tornou o São Longuinho. Na tradição popular brasileira seu nome é invocado para encontrar objetos perdidos:” São Longuinho, São Longuinho, se eu achar (nome do objeto perdido) dou três pulinhos”.
Fonte: Revista Aventuras na Historia, edição 103 e Wikipedia


UM POUCO DO POETA.


Ferreira Gullar


Nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem permissão. É com enorme dificuldade que abordo este assunto: mais uma vez – a 19ª – o governo cubano nega permissão a que Yoani Sánchez saia do país.


 A dificuldade advém da relação afetiva e ideológica que me prende à Revolução Cubana, desde sua origem em 1959. Para todos nós, então jovens e idealistas, convencidos de que o marxismo era o caminho para a sociedade fraterna e justa, a Revolução Cubana dava início a uma grande transformação social da América Latina. Essa certeza incendiava nossa imaginação e nos impelia ao trabalho revolucionário.


Nos primeiros dias de novo regime, muitos foram fuzilados no célebre “paredón”, em Havana. Não nos perguntamos se eram inocentes, se haviam sido submetidos a um processo justo, com direito de defesa. Para nós, a justiça revolucionária não podia ser questionada: se os condenara, eles eram culpados.


E nossas certezas ganharam ainda maior consistência, em face das medidas que favoreciam aos mais pobres, dando-lhes enfim o direito a estudar, a se alimentar e a ter atendimento médico de qualidade. É verdade que muitos haviam fugido para Miami, mas era certamente gente reacionária, em geral cheia da grana, que não gozaria mais dos mesmos privilégios na nova Cuba revolucionária.


Sabíamos todos que, além do açúcar e do tabaco, o país não dispunha de muitos outros recursos para construir uma sociedade em que todos tivessem suas necessidades plenamente atendidas. Mas ali estava a União Soviética para ajudá-lo e isso nos parecia mais que natural, mesmo quando pôs na ilha foguetes capazes de portar bombas atômicas e jogá-las sobre Washington e Nova York. A crise provocada por esses foguetes pôs o mundo à beira de uma catástrofe nuclear.


Mas nós culpávamos os norte-americanos, porque eles encarnavam o Mal, e os soviéticos, o Bem. Só me dei conta de que havia algo de errado em tudo isso quando visitei Cuba, muitos anos depois, e levei um susto:  Havana me pareceu decadente, com gente malvestida, ônibus e automóveis obsoletos.


Comentei isso com um companheiro que me respondeu, quase irritado: “O importante é que aqui ninguém passa fome e o índice de analfabetismo é zero”. Claro, concordei eu, muito embora aquela imagem de país decadente não me saísse da cabeça.


Impressão semelhante – ainda que em menor grau – causaram-me alguns aspectos da vida soviética, durante o tempo que morei em Moscou. O alto progresso tecnológico militar contrastava com a má qualidade dos objetos de uso. O que importava era derrotar o capitalismo e não o bem-estar e o conforto das pessoas. Mas os dirigentes do partido usavam objetos importados e viam os filmes ocidentais a que o povo não tinha acesso.


Se a situação econômica de Cuba era precária, mesmo quando contava com a ajuda da URSS, muito pior ficou depois que o socialismo real desmoronou. É isso que explica as mudanças determinadas agora por Raúl Castro.


Mas, antes delas, já o regime permitira a entrada de capital norte-americano para construir hotéis, que hoje hospedam turistas ianques, outrora acusados de transformar o país num bordel. Agora, o governo estimula o surgimento de empresas capitalistas, como o faz a China. Está certo desde que permita preservar o que foi conquistado, já que a alternativa é o colapso econômico.


Tudo isso está à mostra para todo mundo ver, exceto alguns poucos sectários que se negam a admitir ter sido o comunismo um sonho que acabou. Mas há também os que se negam a admiti-lo por impostura ou conveniência política.


Do contrário, como entender a atitude da presidente Dilma Rousseff que, em recente visita a Cuba, forçada a pronunciar-se sobre a violação dos direitos humanos, preferiu criticar a manutenção pelos americanos de prisioneiros na base aérea de Guantánamo, o que me fez lembrar o seguinte: um norte-americano, em visita ao metrô de Moscou, que, segundo os soviéticos, não atrasava nunca nem um segundo sequer, observou que o trem estava atrasado mais de três minutos. O guia retrucou: “E vocês, que perseguem os negros!”.


A verdade é que nem eu nem a Dilma nem nenhum defensor do regime cubano desejaria viver num país de onde não se pode sair sem a permissão do governo.






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