segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ATE AÍ MORREU O NEVES



Ah, se o Neto lesse jornais!... Se o Neto lesse qualquer além das embalagens de chocolate o Lincoln já tinha levado um ponta pé nos fundilhos. Eu, sinceramente, acho que era bom para os dois. Depois do episódio das cestas de lixo o Lincoln ficou meio azougado. Não precisa ir aos dicionários, é o mesmo que meio tã-tã. Vinte e dois. Mas deixemos o Lincoln por conta das orações dos parentes e voltemos ao Prefeito. É evidente que se deve preocupar com as calorias, mas os secretários não estão isentos de cuidados.  Deu na  São Paulo que a prefeitura vai fechar  sete helipontos naquela cidade causa do barulho que eles produzem. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente não conversou. Interditou-os.  Entre eles estão os do Banco Santander (em Santo Amaro) e do hotel Renaissance, nos Jardins. Eles têm 90 dias para a mudança.   O Neto tem uma fábrica de barulho muito mais potente do que esses sete helipontos juntos, que é lá na  Iha São João. Fora seus shows, está agora  cedendo (ou alugando) o espaço para festas privadas. O pessoal faz abaixo assinados aos borbotões e leva ao Ministério Público. O Lincoln Botelho até foi lá. Deu razão ao pessoal e pediu 15 dias para resolver o problema. Até aí morreu o Neves. Nunca mais voltou. É por essa e por outras que o Lincoln está devendo. Ele mentiu em nome do prefeito. O prefeito está assim de assessores errados. Aliás, ele tem um acessor que é a figura certa no lugar certo. É o Zezinho da Ética. Quando ele vai à Câmara Municipal o pessoal morre de medo dele. Há encontrões nos corredores, pessoas dependuram-se nos lustres. Outros querem se esconder nas gavetas. Quando o Zézinho aponta lá longe tem um alarme que toca. E um fala com o outro - "Vem o caveirão!" Entretanto, quando ele vai a prefeitura não vê nada, não houve nada. Eu acho que se o Zezinho não ganha nada do prefeito, devia ganhar. Ganhar, não pelo que faz, mas pelo que deixa de fazer.

ILUSTRAÇÃO: BLOG JEFFCASTRO
A PROFISSÃO DO LULA





Carlos Lacerda, a cada vez que respondia um questionário ou preenchia uma ficha de hóspede sentia cosquinhas de colocar VIVER no ítem da profissão. Parecia dizer com isso que era natural, intuitivo, que com ele não tinha nhém-nehém-nhém. Depois, veio uma peça teatral "Brasileiro, profissão esperança." Corri então a buscar para mim uma forma de definir-me profissionalmente de uma forma igualmente ampla. Meu paí me dizia homem tem que ter um ofício pra poder tratar da família. Um ofício! Vim crescendo sempre com essa idéia na cabeça. Ainda hoje não cheguei a nenhuma palavra que desse peso especial ao meu labor. Mas compenso essa falta.  Fiquei com tres profissões - professor, jornalista e servidor do Estado. Tres ofícios. Meu pai ia ficar orgulhoso de mim. Por isso, me assustei quando no dia 10, sexta feira, o presidente disse que ao deixar a presidência vai continuar na vida política. Até aí tudo bem. Afinal, na vida política estamos nós todos. Ele dizia que não ia fazer mais nada a não ser política. E não era por opção, não; era por incompetência mesmo: "Eu vou continuar na vida política. Eu não tenho como fazer outra coisa a não ser política." E estava na cerimônia de diplomação de alfabetizados. Podia ter dito que ia também  se alfabetizar. Não me queiram mal os petistas, quem falou que o Lula é analfabeto é uma pesoa da base do governo - Senador Magno Malta.


A VOLTA DO ESCAMBO




Venezuela e Cuba voltaram para o escambo: "Eu mando petróleo para vocês e vocês mandam médicos para nós" E há 10 anos a coisa vem assim. O petróleo vai para Cuba e fica por lá; os médicos vêm pra Venezuela e pretendem-se que não escapem. Mas com gente é diferente, já cantava Vandré. Justo por isto  esses mais de 30 mil profissionais cubanos na Venezuela. têm as rédeas curtas. Como os atletas nas competições internacionais, esses médicos enfermeiros e técnicos podem fugir. Daí estão como que armazenados em acampamentos construídos pelo governo. Só podem sair com o consentimento do governo. Ainda que pretendam adquirir um palito de fósforo têm que pedir liberação. Estão proibidos de tomar bebidas alcoólicas e lhes é recomendado não entrar em bares, discotecas ou cinemas. Se quiserem namorar que peçam autorização ao governo. E, no entanto, muitos fogem. O médico Miguel Majfud é um desses. Hoje, mora nos EUA onde pede na justiça uma indenização pelo tempo que trabalhou como escravo em Cuba e na Venezuela. Vive lá favorecido por um programa de concessão de vistos criado por G.W Bush em 2006. Hoje, são 1762 vistos concedidos. A maioria deles para ex-integrantes da missão Venezuela. Documentos agora vazados pelo Wikileaks revelam que só na primeira tacada foram concedidos 722 vistos. Frei Leonardo Boff podia fazer a quatro mãos com o José Dirceu uma monografia explicando por que tem gente que foge de Cuba.

UM MONTE DE GRAVETOS




É possível com arcos e flexas vencerem os canhões? Em 2003, foi assim. Um bando de uimarás cercou La Paz e bloqueou-lhe as estradas. Nada entrava e nem saía que não fosse por suas ordens. Puseram o Presidente Gonzalo Sanchez nas cordas. A falta de combustível e de alimentação o levaram a lançar sobre eles o exército. E não cessou o combate e nem cessaram-se as mortes enquanto o presidente não saísse corrido. Foi parar em Miami. Um processo de genocídio o aguarda se quiser voltar. Esta foi a Guerra do Gás, que pavimentou a estrada para a ascenção de Evo Morales. Em 1781, esses mesmos uimarás cercaram essa mesma La Paz. Queriam o fim da escravidão indígena e expulsar autoridades espanholas do país. Foram 109 dias de confronto. Os admnistradores venceram graças aos esforços espanhóis recebidos. Morreram  10 mil pessoas. Quase a metade da população. Mas os rebeldes deixaram uma boa semente. deixou uma boa semente. Foi suspensa a exploração das minas e libertados os escravos. E ainda foi mais longe como inspiração para os movimentos de independência das colônias espanholas. Na mesma época,  veio a Revolução Francesa e a Inconfidência Mineira. Será que foi uma safra?


A IMAGINAÇÃO E A BALANÇA



Que bom que é sentar-se a uma mesa de natal sem precisar pegar-se com o Menino recém-nascido para não se exagerar no garfo. E é justo deste sossego que fala o último número da revista Science. Um grupo de pesquisadores  observou que o pecado da gulodice pode ser afastado aproximando-se mais e mais do alimento que se quer evitar e não fugindo-se dele, mas procurando-o como se tivesse movido por um encanto. Só vendo a ele. Viu-se que se uma pessoa passar a imaginar detidamente, detalhe por detalhe o prato que será servido depois. Lembrando de cada  uma das suas dobrinhas, de cada ponta de sua gordura...  procurando-o sentir seu cheiro, seu calor, seu gosto... quando chegar a hora do repasto já estará enfastiado. E, claro, esta falsa-alimentação não provocará nenhuma mudança fisiológica como, por exemplo, alteração no nível de açúcar no sangue. Essa descoberta pode ser adotado como método para  emagrecimento sem as torturas das dietas. Basta que o candidato tenha imaginação. Em breve, aparecerão os controladores da imaginação. Os professores de Matemática, serão glorificados. Sempre se ouviu deles "dêem asas a imaginação!"  

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