quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ZEZINHO, CONRADO E SORÓ TRES PERSONAGENS EM BUSCA DE UM AUTOR




Volta Redonda. Paulo Conrado mantinha o bico calado, mas resolveu falar. Os outros vereadores também. É pura imitação. Na Câmara Municipal, nada se cria; tudo se copia. Chegou a hora da buzina, um programa que acaba quando termina. Sentado na sua cadeira de costas largas, bem largas, Conrado, às vezes, deitava-se para trás, levantava o rosto para os céus numa prece - "O Senhor tem muitos filhos... Eu sou um deles!" E ria agradecido essa a fortuna de ser vereador. Fosse careca, barrigudo e se preocupasse cotidianamente com os indicadores econômicos podiam tomá-lo por um banqueiro. Mas ele é cabeludo, esguio e tranquilo como uma cambaxirra. Preocupação mesmo é só de quatro anos com os votos. Por isso mesmo, todo mundo estranhou quando ele, no meio do mandato, fez um discurso. Deu até o jornal. E, ainda mais surpreendente, o vereador se disse preocupado. Pre-o-cu-pa-do! O que, meu Deus, estaria ameaçando aquela calma quase santa. Seria a emissão do CO2? Seria o aerodilma (que vem aí!)? Seria a queda do dólar? Seria o Complexo do Alemão? Não, não, não! Estão todos muito frios, se pensam assim; ele estava preocupado com o Complexo do Soró, Presidente da Câmara Municipal. Aliás, isto não é só coisa dele não; os outros onze comungavam o mesmo sentimento. Fizeram o cerco. Doze vereadores de muitas palavra  e pouco senso montaram a barreira. Mas o Soró parece que sabe de um túnel, uma saída de emergência. Não se entrega. E deve de ter mesmo. Há dois anos preside a casa. Agora, a vinte poucos dias do final do seu mandato, querem denunciar irregularidades na sua gestão.  Essa gente é paga para fiscalizar a Prefeitura Municipal e levou 24 meses para perceber irregularidades que se passavam  diante do seu nariz. Enfim, Paulo Conrado diz que está preocupado porque será o futuro presidente da câmara. Como? nem houve eleição ainda e ele já está eleito?  A escolha não é através de voto secreto? Como se sabe o resultado se nem sequer houve a eleição? Certamente compraram os votos. Há indícios.  Sei não, eu acho que vou chamar o Zezinho da Ética, mais conhecido como Caveirão do Legislativo. 

SE VOCÊ NÃO ME QUERIA... NÃO DEVIA ME PROCURAR... LÁ-RÁ-RÁ, LÁ-RÁ-RÁ,LÁ-RÁ-RÁ



Estão armando uma cama-de-gato para o Michel Temer e, de resto, pro PMDB. Cochilou o cachimbo cai.  Pois bem. Na campanha, não são só os eleitores que são enganados; o companheiro ao lado também.  Ciro Gomes chamou o PMDB de uma quadrilha e Michel Temer o chefe de todos os ladrões. Dilma Rousseff, de frente com William Bonner, disse que Ciro Gomes era um grande companheiro e nenhuma palava para o seu vice, que certamente pensava assim: O que é seu está guardado. Veio a transição e o PMDB sentiu uma forte cotovelada atirando-o para longe da mesa. Assim como um abano espantando as moscas. Aí, ele fez o que podia ser feito. Fecharam num blocão e proclamaram  - Por aqui ninguém passada. Mas Dilma veio  com uma canequinha de água e  apagou o incêndio. Chamou o Michel e fez-lhe um afago e umas duas ou tres promessas de cargos. Há lugar pra todo mundo. Michel, então, mandou seus meninos irem brincarem no quintal, por enquanto. Aí, tudo se acalmou. Mas a mansidão é perigosa. No dia 3 de novembro, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou uma emenda constitucional retirando do vice-presidente a condição de sucessor em caso de vacância da presidência. Mais ou menos o que fizeram com o Pedro Aleixo, na definitiva doença do Costa e Silva. O vice ocuparia o posto interinamente, até a definição do novo presidente. Cassaram o Michel! Taí, o governo fala tão mal da imprensa, mas ela escondeu isto. Nem a Folha de São Paulo, nem O Globo...  O Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo... nenhum grande jornal, nem nenhum canal de TV deu esta notícia. Eu a pincei na coluna do Sebastião Nery, na Tribuna da Imprensa, jornal virtual.


'''LIVRAI-NOS DEUS DE TODO O MAL



O Wikileaks abalou os EUA  sem ter sequer  uma espingardinha de rolha, dessas que se atira em massos de cigarros nos parques de diversão. Ele apenas recebe documentos comprometedores e, sem aquela preocupação dos padres no confessionários os passa adiante. Caíram-lhe nas mãos 250 mil telegramas dos  EUA e outras países. Pôs tudo no ar. No meio dessa avalanche de documentos tinha um bom fardo de correspondências árabes.  Mortos de medo com a ameaça do programa nuclear iraniano, os árabes apelavam pelo socorro do Tio Sam. Os pedidos eram os mesmos. Queriam que as botas americanas pisassem a cabeça da daquela serpente. E a serpente era o amicíssimo de Lula,  o trans-lunático Ahmadinejad. O  rei saudita Abdullah fez mais do pedir. Apelou dramática e persuasivamente -  acabe com ele antes que Israel o faça. Não queria nehuma porta aberta para gratidão com o carrasco. E esses telegramas se espalharam. Os árabes quando viram suas correspondências ultraconfidenciais transformadas em ti-ti-ti nas Tvs e nos jornais, trancaram-se em copas. Israel a festejou como a redenção para o seu ódio ao Irã. Agora, todos viam que o Irã não passa na garganta de ninguém. Só do Lula. O presidente iraniano, entretanto,  tratou tudo com muito desdém. E acusou os EUA de estar fazendo fofoca porque  "O Irã e os países da região são amigos". Não aludiu, entretanto, aos  19 misseis no Teerã, enviados pela Coreia do Norte. Os EUA sentiram-se machucados com este arranhão na sua confiabilidade.  Deputados e senadores republicanos quiseram classificar o site como terrorista (aí, já viu, né? Outro Bin Laden).  A proposta, por enquanto, foi rechaçada. Mas, por via das dúvidas, livrai-nos Deus de todo mal.


HÁ UMA PROFUNDA SIMPATIA ENTRE O DIÓXIDO DE CARBONO E A ESPIGA DE MILHO



Luiz Carlos Baldicero Molion é desses cabras que matam a cobra e mostram o pau.  Molion, cientista brasileiro, com currículo de dar volta e meia no quarteirão denuncia como farsa toda essa epidêmica campanha contra a emissão de CO2. Lê-lo e  escutá-lo é  um exercício de cidadania. Dr. Molion entende que o controle da emissão é uma re-edição da campanha contra o CFC (clorofluorcarbono), anos 90. Por ele teríamos que jogar fora as nossas geladeiras, acabar com os anúncios luminosos e  transformar nossos aparelhos de ar condicionado em chocadeiras. E, no entanto... Agora, vem a campanha de controle da emissão de CO2 também com os mesmos objetivos colonialistas. Para ele "o gás carbônico não controla o clima global". A maior seca do nordeste foi em 1877 até 1879 e nós não emitíamos sequer 5% do que emitimos, hoje. Além do que o CO2 é fundamental para a vida das plantas, nossas vidas. Há uma profunda amizade entre o CO2 e a espiga de milho. Todo ano são mandadas 200 bilhões de toneladas de carbono para o ar. E o homem só manda 6. O impacto dessa redução, portanto, seria irrisório. Não torça o nariz; há um vasto material na internet. Vídeos no youtube.  Países como os do G7 já não dispõem de recursos naturais, recursos energéticos. Por outro lado, eles não querem perder a hegemonia.



ERA UMA VEZ O AEROLULA




Era uma vez o aerolula. O Aerodilma, vem aí! O Planalto vai comprar a versão feminina do aerolula - o Airbus-A340. Imagina-se que Lula se adiantou na compra para evitar desgaste para Dilma. Afinal, para quem vem recomendando austeridade e mandando apertar o sinto, reivindicando a volta do CPMF não ficaria bem iniciar o mandato com um avião novinho em folha. Não sei se o incauto leitor se lembra que deram para a compra do aerolula era a de aposentar o sucatão. E só com a economia de combustível se pagaria o novo. Pois bem, o sucatão segue praticamente em todas as viagens, carregando o segundo quadro dos puxa-sacos! Vai que alguém contunde e não pode ir bater palmas. Este novo modelo custará entre R$ 395 milhões e R$ 465 milhões dependendo da versão. A negociação corre discretamente. Isso indica que poderá ser feita compra direta, o que depende de projeto de lei. Procuradas, as assessorias do Planalto e de Dilma ninguém falou nada. E talvez não saibam nada mesmo. Quem sabe será um presente surpresa para a Dilma e, porque não dizer, para o contribuinte também. Presente de grego.
foto: noticiasterra.com
NOMES DA 7º ARTE
Por Morrison



Max Ophüls
                 Max Ophüls, também escrito Opuls, nasceu em 6 de maio de 1902 em Saarbrücken, Alemanha.   Foi ator,diretor de cena e produtor teatral na Alemanha e na Áustria de 1921 a 1930. Estreou no cinema com 'O Jogo do Amor'(1932), baseado numa peça de Arthur Schnitzler. Judeu, com ascenção de Hitler foi obrigado a fugir da Alemanha em 1933. Na Itália dirigiu a 'A Mulher de Todos'(1934); na França, 'A Suave Inimiga'(1936).
                 Naturalizado francês em 1938 realizou 'Sarajevo'(1940) e uma versão francesa 'Liebelei'(1940).Forçado a abandonar a França na Segunda Guerra Mundial, em 1947 foi para os Estados Unidos, onde fez quatro filmes, dos quais se destacaram 'O Exilado'(1947), capa-e-espada com Douglas Fairbanks Jr., e 'Carta de uma desconhecida'(1948). Ophüls voltou à França em 1950 e dirigiu 'A Ronda'(1950).
                 De seu último filme - a obra-prima 'Lola Montes'(1955) que conta a história de uma célebre atriz - foram exibidas duas versões: a original, montada pelo cineastra e raramente vista, e outra, montada por produtores que não respeitaram a estética do autor. Max Ophüls morreu em Hamburgo, Alemanha em 26 de março de 1957.

Um comentário:

Doralice Araújo disse...

Prezado Elson: adoro ler as suas postagens; cutucam com vara curta os temas e personagens e ainda oferecem ao leitor a oportunidade do riso.

Receba a minha saudação blogueira; mantenho a regularidade na leitura da sua página, porque sei do quanto você é capaz de bem comunicar. \0/É um dos meus blogs preferidos.