terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PARAISO NÃO É MAIS AQUELA

 

1917. Eram 23 horas de 3 abril e Lênin chegava à estação Finlândia. No meio de milhares de trabalhadores e bandeiras que o saúdam, ouço a entusiasmada voz da Dodora. Chego a crer que foi ela quem puxou o  panelaço da Revolução de Outubro. De lá para cá, desconsiderando-lhe os trajes e o raleamento dos cabelos, ela continua rigorosamente lá a mesma de 1917. E quanta coisa mudou, nesse mundo! Mudou o Lula, mudou o Franck, mudou o Gotardo e mudou meu jardineiro, que já não tem os mesmos cuidados com as plantas. Mas mudar mesmo, mudar pra valer, quem mudou foi a Aparecida Paraíso. Quem só a viu agora, com esta naturalidade de deslizar de gabinete em gabinete pensa que ela é assim de nascença. Ledo engano. Paraíso esbarrava nas mesas, chutava cadeiras e chamava o prefeito de você. É o nosso mais célebre exemplo de mutação. Ela foi a La Passionaria Tupiniquim. Bastava um anúncio de greve do funcionalismo ela ia deitar-se em frente ao portão da garagem. No chão mesmo. E não levava travesseiro e nem sequer uma folha de jornal PAra servir de colchão. Anunciava-se o fim da greve, ela levanta-se num salto empertigada. Sacudia a poeira com as mãos e estava pronta para conversar com o Prefeito. Prontinha. Eu admirava muito a Paraíso. Não por essa sua coragem cívica; mas por sua condição física. Ela ficava deitada lá horas e horas. Houve vez que ficou mais do que um dia e levantava-se sem nenhuma dor nos quartos. Hoje, ela mudou muito e o salário dela mudou também... Dizem que mudou muito. É natural. Mudança atrai mudança. Não pára mais. Só agora sinto que fuji do assunto, mas foi inevitável. Esqueci da Dodora lá em 1917. Mas parece que ela ficou bem

MAIS UM



 
Em 2 de janeiro, o primeiro dia útil do ano, Fernando Bezerra cortou a fila de demissões. Não sei. Acho que o caso do Pimentel ficou meio encruado e préfiriram sacrificar logo o Bezerra, que acreditam já esteja na hora do abate. Também pudera! Ele destinara 90% da sua verba contra desastres naturais ao Estado de Pernambuco. Tudo a pedido do seu filho deputado Fernando Coelho PSB-PE). Sabe como é... havia outros 219 pedidos de deputados, mas pai é pai. Logo que a coisa explodiu, Eduardo Campos (PSB-PE), que é meio pai do Bezerra saiu em sua defesa. E juntos partiram para o ataque. Falaram que Pernambuco foi melhor atendido porque foi o único que apresentou projetos. Não colou. Até pegou mal. Aí, Dilma Rousseff escalou a ministra do planejamento Miriam Belchior para defendê-lo. A Miriam fez o melhor que pode. Foi lá pegou o já tão surrado adjetivo indevida a acusação: "o ministro devia estar sendo elogiado".  Também não adiantou nada. Já apareceram novas e piores denúncias contra o moço. Eu, por mim o exonerava logo. Mas acho que a Dilma não quer ultrapassar sua média do ano passado – Um ministro a cada dois meses. Esperemos pois.


PADRE MARCELO II



 
O Padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, 51 anos, é do Movimento Carismático em Goiás. Por 15 anos dirigiu a paróquia da Sagrada Família. Agora, sua igrejá já não acomodava mais tanta fiés. Aos domingos, lá estavam 20 mil deles se acotovelando para receber a bênção, para receber a hóstia, para ver o padre de perto. Sua paróquia tornou-se uma referência de devoção e campeoníssima no recolhimento de dízimos - R$ 430 mil mensais. Ao lado do trabalho religioso tinha o trabalho social - distribuição de cestas básicas, acolhimento de moradores de rua, recuperação de drogados eram o seu carro chefe. E tinha tudo para crescer ainda mais porque essas atividades eram canais abertos para novos recursos. Entretanto, a  Arquidiocede de Goiânia tolheu o sacerdote. Mandou-o para uma comunidade pequeníssima em Atos, a 30km da cidade. O padre não se fez de rogado. Iniciou a construção de um galpão, onde receberia tres mil fiéis. Mas a arquidiocese não está de brincadeira e o fez assinar um documento onde se considera impedido de celebrar missas públicas. Agora, somente para a comunidade. A população fez abaixo assinado, fez passeata mas não demoveu o arccebispo de Goiania Dom Washington Cruz. A igreja as vezes recorre a passeatas também. Mas pimenta nos olhos dos outros é refresco.

MUZZICYCLES


Tirar leite das pedras é o que se faz cada vez mais com o lixo. Lixo, nem sempre, é pra se jogar fora. Há excelentes trabalhos com resíduos sólidos, inclusive, no Brasil. Juan Muzzi é um deles. Nasceu no Uruguai mas mora no Brasil, São Paulo, há quatro décadas. Por dois anos, pesquisou e experimentou até chegar a essas modernas bicicletas que ele faz com garrafas PET. Fora o baixo custo de produção elas são mais resistentes e mais flexíveis. Não enferruja, tem amortecimento natural. O processo constitui  na granulação das garrafas, que, depois, é misturada a outras substancias químicas e injetado num tubo de aço, o molde. É tudo muito rápido. Em dois minutos e meio, medido no cronômetro,  se obtém um quadro de bicicletas. Em cada um deles são utilizadas 200 garrafas PET. Vai de vento em popa a indústria. Produz uma média de 15 mil bicicletas por mês, vendidas por de  R$ 400,00 a R$ 3 000,00, dependendo dos acessórios escolhidos pelo cliente. As bicicletas podem ser adquiridas pelo site  http://www.muzzicycles.com.br/

CURIOSIDADES

Abreugrafia é um método para o diagnóstico precoce da tuberculose. Foi criado pelo brasileiro Manuel Dias de Abreu. No Brasil, o método recebeu o nome do inventor. No exterior ganhou outros nomes. Manuel de Abreu formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, aos 21 anos. Em 1915, mudou-se para Paris onde se aprimorou. Nas décadas de 30 e 40 a tuberculose fez muitas vítimas principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Manuel de Abreu já estava no Brasil e foi ainda mais motivado nas suas pesquisas. Em 1936, o médico apresentou o invento o invento à sociedade. E em 1937 foi instalado o primeiro aparelho. Somente em 1939 o método foi chamado de abreugrafia. Em 1950, o médico recebeu indicação para o Prêmio Nobel. Doze anos depois, ele morreria aos 70 anos de idade. (fonte : http://www.akisrx.com/htmtre/abreu_brasil.htm



 
D. Pedro I viveu 45 anos (1789-1834). Foi uma vida tortuosa, controvertida. Uma vez, valoroso lutando por liberdades constitucionais, no Brasil e em Portugal; outra vez, é um monarca absolutista, como rasgando a constituição em 1924. Ora, é um amante devasso, ora é um pai que abre mão de dois reis, em favor de dois filhos – o Brasil para D. Pedro II (1831) e Portugal para Maria da Glória (1826) . Em Portugal, ainda precisará guerrear contra Miguel, o próprio irmão, E o venceu restabelecendo a monarquia constitucional em Portugal. A memória coletiva o tem como um ignorante, um iletrado. Não foi bem assim. Falava Português, francês e inglês. Tocava quase todos os instrumentos, cantava e compunha – o Hino da Independência é da sua autoria. Seu casamento com a arquiduquesa da Áustria enriqueceu sua formação intelectual. Ela o introduziu no estudo do alemão. Venceu o irmão e restabeleceu a monarquia constitucional. Morreu em 1834, no Palácio em Queluz no mesmo quarto em que nascera. Sua vida marcou profundamente Portugal e o Brasil. Esses dois países disputaram seus restos mortais. A partir de 1972, por meio do acordo diplomático luso-brasileiro, ficou decidido que o coração do imperador permanceria em Portugal e os demais restos mortais foram transladados para a cidade de São Paulo e colocados na cripta do Monumento do Ipiranga, às margens do famoso riacho, hoje córrego canalizado e poluído. Fonte : Revista de História da Biblioteca Nacional

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