domingo, 30 de setembro de 2012

MINHAS ELUBRAÇÕES PRE-ELEITORAIS




Ataíde Oliveira é uma dos nossos centauros municipais. Figura dúbia, metade uma coisa, metade outra coisa. Ou talvez nem metade. Antes, o que sabíamos é que ele era Presidente do Sindicato do Funcionalismo de Volta Redonda. Não eleito porque não tinha votos, mas favorecido pela fatalidade. O presidente de verdade morrera e ele, o Ataíde, vice que era, assumiu. Aí, veio, tardiamente, sendo construída sua biografia. Foi justamente na sua gestão que o sindicato ganhou, talvez, a sua mais importante questão trabalhista - o cumprimento do PCCS. Uma ação que tivera início muito antes de ele assumir, mas a decisão veio depois. Os funcionários vibraram. Afinal, era mais dinheiro do bolso do trabalhador. E dinheiro legal! Só quem não gostou mesmo foi o próprio Ataíde. Ficou preocupado: "Ai, meu Deus do céu! E agora se o Neto não gostar mais de mim". E o Prefeito, encastelado na sua torre de marfim, nada de pagar o pessoal. Um dia, Ataíde se cansou e resolveu dar um basta naquela tristeza que o incomodava. Criou coragem e foi falar com o prefeito. Olhou-o bem dentro dos olhos e falou: "Não posso me acovardar mais. Eu vim aqui dizer que estou com o senhor e não abro". O Neto comemorou aquele gesto. Mandou botar no jornal e tudo. Haverá o atento leitor de questionar os motivos da comemoração. Se o Ataíde não tem votos nem para si mesmo como poderá ajudar o prefeito? Mas a  questão não é essa. É claro que esse homem mais solitário do que um Robson Crusoé não vai evitar o enterro da sua candidatura. Mas pode impedir que o funcionalismo lhe jogue terra em cima, antes da hora.
                                     




Jonas Marins era um desconhecido. Fora dos domínios da família -  o quarto, a sala, a cozinha e o banheiro -  fora dessas dependências, ele era um anônimo. Aí, veio o caso ASBAM, denúncia de desvios de dinheiro público. E o Jonas, então, ficou falado. Muito falado. Faladíssimo! Toda a cidade ficou sabendo do caso - Boa Sorte, Monte Cristo, Saudade, Bocaninha... até lá onde o meu amigo Eloy Marcondes mora chegou a conversa. Quando o Jonas se aproximava, as conversas davam lugar a uma advertência  "lá vem o Homem da Asbam". E ele se tornava o Homem da Asbam, como tem o Zezinho da Ética, como tem o Negão da Feira, como tem o Baixinho do Estádio. Jonas Marins veio se acostumando e até gostando do seu apelido. Às vezes, o repetia baixinho para sentir-lhe a sonoridade. Quem sabe até pensou registrá-lo para uma próxima eleição. Afinal, era um nome que estava nas ruas -  "O Homem da Asbam". Mas, neste mundo em que, o dia seguinte é pior do que o dia anterior o caso da Ascam veio perdendo força tanto, tanto e tanto que o Jonas Marins preferiu usar Jonas Marins mesmo. E está, na frente  para prefeito de  Barra Mansa. E o Zé Renato perdendo o segundo lugar para a Inês Pandeló. Ora, perder para a Inês Pandeló, não é ser derrotado; é ser escorraçado. Nem sei se ele merece isto. Fico com pena mesmo é do deputado Albertassi. Perder em Volta Redonda e perder em Barra Mansa... Tá certo que o forte do deputado é São Pedro da Aldeia, mas nunca é bom uma coisa dessas. O Jornal Aqui sentiu logo na sua terceira pele. Na horinha mesmo. Aí, foi requentar o caso da ASBAM. Afinal, amigo é pra essas coisas. A reportagem teve repecussão na sede do jornal. Talvez a pressa em servir, talvez outra coisa qualquer, atrapalharam o serviço. O Aqui já foi melhor, nessas coisas. Talvez essa concorrência do Fatos e Notícias esteja lhe fazendo mal.



Lula e Marcos Valério eram amiguinhos do peito, mas, agora, estão de mal. Tá de mal come sal. Daqui a pouco estão se beijando, diria o leitor descrente desses amores e desses ódios. Marcos dera uma entrevista a Veja enfiando Lula até o pescoço no mensalão. Veio logo gente oferecendo seus trabalhos para o ex-presidente. Podemos fazer isto, podemos fazer aquilo. Do outro lado, a oposição também se perguntava: “O que podemos fazer com isto?”  Juntaram-se Lula, Falcão e Eduardo Campos e acertaram uma carta à sociedade. Pensei que vinha um daqueles documentos formais – “esclarecemos para os devidos fins e efeitos que não somos corruptos...”. Aquelas cartas que satisfazem o Franch. Mas que nada. A melhor defesa é o ataque. E, talvez, por isso mesmo, não trazia nenhuma novidade. Pareceu-me mesmo copiada daqueles surrados discursos do Frei Leonardo Boff. Aquelas besteiras de conspiração da direita e outras ainda maiores. Leonardo Boff é uma espécie de Zezinho da Ética que já foi excomungado.  Roberto Jefferson é mais lúcido e já nos prestou um serviço melhor do que os dois juntos. Roberto diz que o PT  tem a oposição que pediu a Deus. Ele sabe o que está falando. Já enfrentou o PT.  Na Constituinte, andava com um 38 na cintura por toda a Câmara. Depois, integrou a tropa de choque do Fernando Collor. Em 2005, denunciado na Veja, sentiu-se traído pelo PT, de quem então era aliado, e denunciou a compra de votos da base aliada, o mensalão. Jogou  fora a sua carreira, mas liquidou o Rasputin do Lula, o Zé Dirceu. A nação lhe deve este grande favor. Ele nos livrou do Zé Dirceu! Se não houvesse Roberto Jefferson era ele, o Zé, quem estaria lá, hoje.  Ele dominava tudo, o PT e o Lula. Não lhe seria difícil continuar mandando. Combativo, inteligente, falando várias línguas... e, do outro lado, Lula, o ignorante, o iletrado e de caráter duvidoso. Lula contava se gabando que sua família só comia carne quando seu irmão roubava mortadela no mercado onde trabalhava.







Há, de fato, muita coisa entre o céu e a terra de que a gente nem desconfia. Eu, apenas, acrescentaria – há muita coisa mesmo! Shakespeare foi modesto. Muito modesto. Por isso, essa gente aí pensando que sabe tudo. De vez em quando vem uma descoberta e põe todo mundo de pés no chão.  Dr. Gary W. Lewandowski  é psicólogo e professor na Monmouth University e nos trouxe uma novidade dessas. Sua missão é olhar, olhar as pessoas e, depois, contar o que viu. Pois bem, Gary descobriu que o mau humor é contagiante. Aliás, minha mãe foi uma precursora desta teoria.  Quando uma visita, lá em casa, se esquecia de ir embora, ela não jogava sal no fogo, não colocava vassoura virada atrás da porta, nada disto de simpatias. Ela ia para a sala e ficava bocejando. Daí a pouco meu pai também bocejava e, aos poucos, eu e meus irmãos estávamos todos bocejando, inclusive o visitante que logo se levantava e dizia “tá tarde”  e se ia. Minha mãe sabia que o bocejo era contagiante, mas nunca fez caso desta descoberta. Nunca a patenteou. O mais que ela fazia era passar esta informação para os filhos usarem num futuro certo que viria.  Agora, vem o Dr. Gary com a autoridade que todos os seus títulos lhe dão e diz “o mau humor é contagiante”. Contagiante como uma gripe. Se alguém tosse ao nosso lado, logo nos resguardamos. Afastamo-nos um pouco e cobrimos nosso nariz com um lenço. E ninguém nos censura. Mesmo os namorados, por mais enamorados que estejam, dizem um para o outro “hoje, não tem beijo” e estamos conversados. Devemos nos acautelar dos mal humorados, adverte o Dr. Gary. O mau humor passa de um para o outro sem que o contaminado sinta nenhuma coceira, a garganta não arranha, não há coriza, não há febre... Não há absolutamente nenhum sinal. Mas já sai dali batendo a porta, chutando o cachorro, pisando no rabo do gato.  O Dr. Gary recomenda cautela com os mal humorados. Eu vou um pouco além. Acho que todo cuidado é pouco. Recomendo que além de nos acautelarmos é bom evitar o ar contaminado, é bom que se abram as portas e as janelas para a luz do céu entrar.   






No Oiapoque, os caciques nas aldeias indígenas mandam mais do que os caciques da cidade. Os brancos sbem muito bem disto. E aqueles que pretendem algum cargo político vão direto atrás deles.  Por isso, de dois em dois anos é aquela fila de dobrar quarteirão na entrada das aldeias. Os caciques os recebem e fazem suas exigências. Conforme for a conversa, fecham ou não fecham o apoio. analisa as propostas e,conforme for, recomendam ou não o nome ao seu povo. Segundo o cartório eleitoral são 2 871 os votos indígenas e 17 023 os brancos. Pode parecer que os 2871 sejam poucos.  Mas são votos fechados. Fechadíssimos!  Já os brancos se dividem muito. Um tijolo aqui, um saco de cimento, ali, um botijão de gás, acolá... é o bastante para esparramar votos pra aqui, pra ali, pra acolá. Fora o tapinha nas costas que também tem seu peso. Os caciques são firmes nas suas conversas. Orientam os candidatos: ter um índio na composição da chapa é mais conveniente. E, para os que duvidam da expressão desses votos, os caciques tem um exemplo, na ponta da língua. Em 1996, as comunidades se reuniram e decidiram que tinha que ter um índio´lá na prefeitura. E conseguiram eleger  João Neves, da etnia galibi marworo, a prefeito. Ele foi o primeiro índio a conquistar um mandato executivo no Brasil. 


CURIOSIDADES




Oiapoque é um município brasileiro localizado no extremo norte do Estado do Amapá. Tem uma área de 22 625km2 e se notabilizou com a expressão do Oiapoque ao  Chuí. Um monumento na cidade reforça ainda mais esta expressão – “município de Oiapoque, aqui começa o Brasil”. Ali, há uma placa que traz o registro de uma viagem que teria saído de Oiapoque e atingido a cidade de Chuí, no Rio Grande do Sul. Talvez tenha nascido daí este erro tão freqüente de se pensar que o Oiapoque é o extremo norte do Brasil. De fato, não o é. A cidade mais ao norte brasileiro é Uiramutã, no Estado de Roraima, onde fica o Monte Caburaí. A expressão “Do Oiapoque ao Chuí” refere-se à extenção do litoral brasileiro.  





Getúlio Vargas chegou à presidência da república no dia 3 de outubro de 1930. Esta data marca o fim da República Velha. A Revolução de 1930. Foi assim deposto o então presidente Washington Luis. Na despedida do Palácio do Catete executava a vingancinha contra o homem que lhe roubara o cargo. Pediu ao mordomo que escondesse muito bem escondida a faixa presidencial, símbolo do poder delegado pelo povo. Getúlio o novo presidente chegou a palácio e não encontrou a faixa. E a procurou, sem sucesso, por quatro anos seguidos. Ela só lhe foi entregue em 1934, quando assumiu o cargo após eleição da assembléia constituinte. Fonte : Guia dos Curiosos.


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