quinta-feira, 9 de junho de 2011

UM TELEFONEMA IMAGINÁRIO



O celular toca. O sistema não reconhece o número. Penso: Deve ser uma dessas pessoas que não tem o que fazer. Finjo ser um português. Ele vai desligar depressa, não querendo pagar uma ligação internacional. Digo:

- Estou a ouvir!

Sinto ânimo na outra ponta da linha. Talvez pensasse que era o dono de uma padaria. Pão doce, tortas, quantas delícias. Mas do outro lado, ele reconhece a minha voz e diz para alguém ao seu lado: "É o Elson mesmo!. Está fingindo que é português". Então diz:

- Alô, é o Zezinho da Ética. Preciso falar com você.

Também reconheço aquela voz. É o Prefeito Neto, usando uma outra identidade. E, de fato se parece. Quebro o gelo:

- Estou conhecendo a sua voz. Você é o Neto, o tal que tem um galinheiro cheio de votos de ouro.

- Ah, sim. Modéstia à parte.

- O dono da Câmara Municipal.

- Ah, sim, sim. Eu comprei baratinho, na bacia das almas. Ninguém dava nada por aquilo, aí eu rematei. Um lance só.

- Sei. Sei como é. Eu te manjo. Você também é dono do Zézinho da Ética, né isto?

- Isto mesmo. Mas o Zezinho eu não comprei, não; ele foi herdado.

- Como assim?

- Ele vai passando de prefeito pra prefeito.

- Entendi. Vai junto com o diploma de posse. Sei.

- Isto mesmo.

- Mas você perdeu o Renato, né? Aquele lá do sindicato.

- Perdi nada. Ás vezes acontece de se afastar um pouquinho mas volta na primeira trovoada.

- Mas tem uma coisa que é sua que a gente ainda não falou

- O que?

- Os pernilongos da dengue...

- Nada disto. Isto é coisa desse povo incompreensível, que não toma os devidos cuidados.

- Deixa de ser modesto, prefeito você tem criadores enormes do aedes. Lá na Ilha São João, no cemitério municipal...

- toim, toim (a linha caiu)


HUMANO, DEMASIADO HUMANO



O primeiro enigma na minha infância foi: “Tem cara de cabrito, tem orelha de cabrito, tem patas de cabrito e não é cabrito”. E a gente refletia num quase murmúrio: “Meu Deus que bicho será?” Era o nosso decifra-me ou te devoro. E, com o tempo, outros enigmas, outras ameaças. É assim com todos. Creio que mesmo o diabo, que é espertíssimo, também passa por isso. E, quando vier para catar os seus, haverá de esquecer alguns e levar outros enganados. O Deputado Chalita, é uma dessas almas cinzentas, que o diabo não reconheceria facilmente como sua. Nem Deus, pra encurtar a conversa. A gente não sabe a quem Gabriel Chalita serve. Só não é o nosso maior enigma por falta de estatura histórica e política. Mas, se ficarmos feitos bobos, ele chega lá. Teve 560 mil votos para deputado federal. Foi ultrapassado, apenas, pelo Tiririca. O que não é motivo nenhum de festa. Nem pra ele, nem pra nós. Mas, com um pouco de malandragem, pode fazer estrago. E ele joga com isto. Em dois anos, saiu de secretário do Alkimin, PSDB, para o PSB e deixou o PSB para se casar com o PMDB, mantendo um flirt com o PT. Foi ele quem certificou Dilma Rousseff como cristã, no preciso momento em que ela fazia o Pelo Sinal invertido. Sua intimidade no ramo lhe permite todos exageros. Tem até um programa na TV Canção Nova, onde dá conselhos e indica o melhor caminho de chegar a Deus. Então, falou, ta falado. “Tem cara de cristão, tem orelha de cristão, tem terço de cristão, tem tudo de cristão e não é cristão”. Deixou o PSB ao arrepio da lei, que jurara defender. E pela lei eleitoral as trocas de partido só se podem dar para fundar uma nova legenda. Se a mudança não preenche essas condições o deputado pode perder o mandato. Mas o Chalita não está nem aí. Ele tem intimidade no Panteão. Conta com a invulnerabilidade do governo. Tanto que não nega a sua incondicionabilíssima fidelidade. Mesmo agora que já ajeitavam o nó da corda no pescoço do Palocci Chalita não lhe faltava com o apoio: “Eu confio, no Palocci”.

 O TIGRE MACHO E SEUS FILHOTES

Foto Uol Notícias


O tigre macho não cuida dos filhotes. Pelo contrário, essa responsabilidade cabe totalmente à fêmea, que cuida das crias e os defende do pai que os vê simplesmente como um alimento. Cada um no seu papel. Nem sempre. É de uma reserva ambiental no Norte da Índia, que vem o desmentido. Os especialistas se surpreenderam com um tigre cuidando dos filhos órfãos de mãe. É o T25 com seus filhotes de oito meses. São ainda muito pequenos para caçarem por conta própria. Assim, são alimentados por funcionários da reserva. Na última segunda feira, o diretor do campo, Rajesh Gupta, disse tê-los visto se alimentando de uma presa em companhia em companhia do pai.


VOLTARÃO A INSISTIR COM PALOCCI?



Roberto Gurgel, Procurador da República, passou carinhosamente a mão na cabeça de Palocci-“Pode ficar sossegado, menino levado. Dessa vez passou". Palocci não  comemorou aquela perdão. Só falou, quase inaudível, um suado  graças a Deus.  Marta Suplicy também tentou salvá-lo. No almoço semanal com seus colegas senadores tentou sem conseguir que todos assinassem uma nota de apoio a Antonio Palocci. Em vão. Ninguém agüentava mais. Nem mesmo Dilma. Mas ela era só a metade da laranja nesse governo Lula-Rousseff. Palocci não encontrava explicações palatáveis para as inúmeras denúncias do seu enriquecimento meteórico e colocava o governo contra a parede. Mas Lula dizia aos quatro ventos que o governo Dilma não sobreviveria sem Palocci. O que sobreviveria? Palocci arrecadara 20 milhões. Gastara uns 7. Paulo Moreira Leite levantou esta dúvida na revista Época. O que fora feito do restante? Com quem estaria os 13 que sobraram? E, também, cá pra nós, foi muito de se estranhar que José Serra, Alkmin e Aécio Neves, principais líderes da oposição, se mantivessem de bico calado.

O LIXO NO EVEREST  




É preciso salvar o Everest. Seus turistas deixam um impiedoso caminho de lixo, nas suas trilhas pelo monte. Tem de tudo, nesse rastro. Vai desde cilindros de oxigênio a bujões de combustível, passando por latas e todo o tipo de baterias, cordas e papéis. As autoridades no Nepal tem se empenhado na sua preservação. Em 1986, estabeleceram por decreto a obrigação de todos os turistas que por lá passassem retornassem com o lixo por eles produzidos, sob pena de multa de 4 mil dólares. A dificuldade de fiscalização pos por terra o decreto. No mês de abril deste ano um grupo de alpinistas resolveu encarar o desafio mais difícil já proposto. Escalaram os seus 8 700m, no Nepal, para fazer uma faxina geral no renomado monte. São membros do Salve o Everest. Eles conseguiram retirar 8 toneladas de lixo em um mês.


Curiosidades


Terras Para os Escravos. Ruínas da Capela de São Joaquim da Grama, em Rio Claro, construída em 1809, pelo comendador Joaquim José de Souza Breves. Os Breves foram  os maiores fazendeiros do café (1820-1890), na região. Eles dominavam terras do mar fluminense até Minas Gerais. O comendador Joaquim José de Souza Breves era dono de um poderio feudal, chegou a possuir mais de 10 mil escravos juntamente com seus irmãos e aparentados em mais de 90 propriedades. Possuía navios e gozava de amizade com D. Pedro I. Seu irmão José de Souza Breves, falecido em 1879, deixou em seu estabelecimento a Fazenda Cachoeirinha no Município de Piraí, para ser dividida entre os escravos libertos: "Deixo a Fazenda Cachoeirinha e todas as suas bemfeitorias, com 200 alqueires e mais 50 de terras, na Freguezia do Arrozal, para nela morarem e trabalharem, os referidos crioulos de ambos os sexos libertos debaixo da condição expressa de não poderem vender as mesmas terras e só serem sucedidos nelas enquanto a lei permitir a sucessão de pais e filhos na falta desses, uns a outros na mesma origem. O meu testamenteiro mandará demarcar essas terras, afim de todos os libertos se aproveitem da minha doação com igualdade".
Fonte: Ana Maria Sloboda Cruz, pesquisadora e membro da Academia Arremse de Letras.

Bicho da Seda. Este é o nome vulgar da larva utilizada na produção do fio da seda. É originário do norte da China e utilizado há 5000 anos. Seu nome científico é Bombyx mori. Nasce com 2,5mm de comprimento, come sem parar durante os 40 dias em que passa da forma larvar para a adulta, imago. Ele se alimenta das folhas da amoreira. Na fase larvar ela tece em torno do seu próprio corpo o seu casulo que abandona quando a larva se torna uma borboleta branca. Daí, é tirado o fio da seda, que chega atingir a 1000 m de fio. Até ser contrabandeada para o Ocidente essa larva era a maior riqueza da China.
Fonte: Aventuras na História, Editora Abril

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