quinta-feira, 30 de junho de 2011

E PUR SI MUOVE


E pur si muove
E no entanto ela se move


Bem diz o meu amigo Eloy Marcondes que o bom é que a Terra é redonda. Com isso, ela gira, as coisas mudam. E não está sozinho nessa constatação. Diz-nos o Evangelho que passarão o céu e a Terra... Isto é um conforto. Acompanhado dessas tão boas companhias eu proclamo minhas boas novas - passará o Neto, o Gotardo, Conrado, a Suely Pinto, o Zezinho da Ética, o deputado Edson Albertassi e mais os cinco mil que o seguiram na caminhada evangélica. Passará um Nelsinho, passará outro Nelsinho e passará a família toda. É a Bíblia quem garante. E tanto é verdade que já começaram a passar. Dizem os jornais que um certo Loureiro de quem eu não cheguei sequer aprender o prenome, já passou. Não quer mais ser candidato a prefeito. Como dizia minha mãe – sossegou o facho. O Renato, valha-me Deus que deste eu não sei o sobrenome, também se conforma talvez com uma vaguinha no próximo governo. Há sempre um chinelo velho. Ora, que o Loureiro e o Renato não iam sustentar suas candidaturas todo mundo sabia, mas o Albertassi desistir dela há de ter surpreendido a pelo menos uma pessoa – a Vereadora América Tereza. Até mesmo o próprio Albertassi sabia que não dava pra ele, mas a Tereza... vocês não sabem o que é uma pessoa supersticiosa. Também eu não tiro a razão dela, não. Dona de presumíveis 3 mil votos, os 20 mil do Albertassi lhe parece uma enxurrada, um tsunami. Mas, tirante ela, todo mundo sabia que 20 mil votos fazem talvez 2,5 vereadores. Isto é, duas Terezas e um Zezinho da Ética. O que, convenhamos, não é muita coisa. Continuam na corrida ao Palácio 17 de Julho Zoinho, Dodora, Sérgio Boechat e Neto. Ou um seu preposto. O Granato cisma que o preposto pode ser ele. Mas o Granato também já passou.


OS BOBOS E A CASCA DO OVO


Enganei um bobo. Era assim. A gente pregava uma mentira, mas a desmentia logo depois. Hoje, o mentiroso é resistente e o bobo também. Não sei quantos já deram conta que foram enganados na casca do ovo. Recente relatório do FBI afirma que a criminalidade caiu nos EUA. E diz isto citando os números de assassinatos, roubos de carro e de invasões de domicílios. São índices menores desde há 40 anos. Mas, Gary Becker, Nobel de economia, defendia uma ligação umbilical da recessão com a criminalidade. Dizia que andavam sempre juntas. E, de fato, as crises americanas de 70 e 80, confirmavam-lhe a tese. Os delinqüentes de então eram basicamente jovens desempregados. Isto mexeu até com as convicções religiosas. Havia padres que trocavam as palavras de Cristo, pelas palavras de um prêmio Nobel. Pau a pau.  Agora, o FBI vem com a novidade.  Diz que esta crise econômica que empalidece Obama não afetou em nada a criminalidade lá. Pelo contrário, o crime diminuiu diante da recessão e do desemprego. Para Franklin Zimring da Universidade da Califórnia, autor da Great American Crime Decline (A Grande Redução do Crime nos EUA) a queda da criminalidade está relacionada com a atuação da polícia americana que prende muito. E mantém os condenados presos por muito tempo. Aqui, os enganados na casca do ovo fazem diferente. Nossos condenados são favorecidos por uma série de benefícios. O Tribunal de Justiça de São Paulo está soltando presos aos borbotões. Detentos voltam para casa como crianças voltando da escola.  São liberados 61 por dia. Não há, exames psicológicos; o relatório do carcereiro é que instrui a soltura. Querem esvaziar as cadeias. O sociólogo Julio Jacobo Waselfisz afirma que apenas 8% dos homicídios são solucionados, ou o assassino é identificado e preso. Com um pouco mais de esforço chegaremos a 100% de impunidade.
Fonte: Revista Veja


CURTAS
Caboclo d'água. Vem de Minas a antiga novidade das assombrações. Passou o chupa-cabra de Campinas, passou o ET de Varginha e, agora, é a vez do caboclo d'agua de Barra Longa, Minas Gerais. Há seis meses é assunto dos homens, das mulheres e das crianças na cidade. São 6 135 almas assustadas com o bicho como dizem uns ou com a alma penada como querem outros. São 38 os que dizem que já o viram e o descrevem de forma que até parece combinada: tem pelos de macaco, patas de réptil, penas e é um exímio nadador. Dizem que arrasta até bezerros e que mora no rio Gualaxo, o único que corta a cidade. Mas homem que é homem não foge do bicho. E a Associação de Caçadores de Assombração de Mariana já está lá prestando serviço. Oferece R$ 10 000,00 a quem pegar ou fotografar o bicho.

As Passeatas. Agora, lascou. A moda das passeatas pegou pra valer. D. Dirce Ramos do Amaral, 56, anos mora na Av. Paulista, SP, e do no seu apartamento, 18º andar do edifício Baronesa de Araripe, vê toda semana uma multidão se serpenteando festiva e barulhenta lá embaixo. Interrompem o trânsito, fecham o comércio e entopem o ar com gritos,  palavras de ordem e assovios. E, nas janelas, moradores são saudados com acenos e beijos. Desaforo! D. Dirce declarou à Folha de São Paulo: "Não aguento mais tanta marcha". Nos últimos meses ela teve que suportar pacientemente  as passeatas pela liberação da maconha (21/5) e pela liberdade de expressão (28/05 e 18/6), além dos protestos das vadias (4/6), dos skatistas (19/6) e dos ciclistas pelados (12/3). A Av. Paulista abriga a cada final de ano o que chamam Show da Virada e ainda a Parada Gay, no meio do ano.
Fonte: Folha de São Paulo


CURIOSIDADES

Dia de São João. Desde a antiguidade o solstício de inverno era recebido como uma graça. Era o dia mais curto do ano, prenunciava a vitória do sol. Com a evangelização esse ritual foi incorporado ao calendário cristão. E o dia do solstício, 24 de junho, tornou-se dia de São João Batista. Com as descobertas marítmas, portugueses e espanhóis trouxeram esse rito para o Brasil, que o enriqueceu com as cantorias, xaxado, cirandas e cordel... Mas a fogueira é uma tradição antiga. Para os cristãos é uma referência ao dia do nascimento do próprio santo. Sua mãe, Isabel, mandara que se acendesse uma fogueira anunciando a chegada do filho ao mundo. É o símbolo da luz divina. Reza a tradição que esta fogueira deve ter a forma de uma pirâmide . Depois de apagadas suas brasas eram guardadas e garantiam vida longa a quem assim o fizesse. Talvez, daí tenham surgido algumas superstições que condenam brincar com fogo, urinar ou cuspir nas brasas ou arrumar a fogueira com os pés. Isto não é coisa de brasileiros. Na França, a árvore de São João também era queimada no dia 24 de junho em frente a Catedral de Notre Dame e o povo disputava o carvão para guardar como amuleto.


Fraudes na Ciência. Pablo Schulz e Issa Katime, cientistas, um argentino e outro espanhol, encontraram fundadas razões para encontrar plágio nos trabalhos de Cláudio Ptolomeu (90-168dC) para fundamentação do seus sistema geocêntrico. A própria idéia do geocentrismo não era original. Hiparco de Rhodes (190-126 ac), astrônomo, cartógrafo, matemático grego já refutara a teoria heliocêntrica de Aristarco de Samos, quase um século antes. Hoje, Hiparco, é considerado o pai da astronomia científica e da trigonometria. Mas foi Ptolomeu quem se consagrou com a teoria do sistema geocêntrico. Schulz e Katime asseguram, entretanto, que, para demonstrar sua teoria, Ptolomeu usou mapas que haviam sido feitos por Hiparco como se fossem seus. A chave para compreensão dessa fraude é que embora Ptolomeu morasse em Alexandria a sua descrição do céu era a do céu de Rhodes. O aspecto estrelado varia de acordo com a latitude. Assim Ptolomeu que nunca fora a Rhodes não poderia ter feito aquele mapa.

Fonte: Aventuras na História

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