domingo, 17 de julho de 2011

QUANDO O CARNAVAL CHEGAR





O contribuinte, sentado ao meu lado, enfia os dedos pelos cabelos, sacode a cabeça para um e outro outro e diz quase pedindo desculpas para um coice que pretende dar - “Não há quem não fique nervoso com uma coisa dessas!” Ensaia mesmo levantar-se, mas o risco é grande. Há muita gente querendo se sentar e quem vai ao vento perde o assento. Este é o nosso grande mal: um homem indignado não pode se manter sentado por mais fulminante que seja o seu olhar. Aliás, assim sentado, o seu olhar jamais será fulminante. Estamos todos aguardando a vez de pegar a guia do IPTU atrasado. O Prefeito concedeu uma anistia nas multas e veio gente de monte. O atendimento é lento. O funcionário tem que deixar uma mão sobre o teclado e a outra fazendo concha junto ao ouvido para entender o que cada contribuinte fala. É que junto aos degraus da entrada instalou-se um caminhão de som. E, nesta sala, em vez de uma música ambiente é invadida por alguma coisa que eles chamam de música. É a festa junina dos idosos. A sua presença ali garante uma viagem com hospedagem em Búzios. Alguns até poderão trazer um copo, uma toalha, uma colher ou, quem sabe um cobertor de lembrança. Volta Redonda virou isto: a cidade mais barulhenta do Brasil, em vários pontos. A Ilha São João é o principal deles. Lá, além de se realizarem eventos municipais a Prefeitura ainda aluga para festas dos outros, como recentemente foi a formatura da medicina de Petrópolis. E somos muitos os indignados. No dia da eleição, queiram ou não queiram, nos colocaremos de pé. A gente pode não saber ainda em quem votar, mas já sabemos em quem não votar.



BOTANDO LADRÃO PELO LADRÃO

Quem não viu o que foi a tragédia da Região Serrana pode ainda vê-la, hoje, dezoito meses depois. E, sem nenhuma dúvida, ampliadíssima! Agora, o trabalho para sua recuperação é muito maior. Há, também, o entulho político, esse lixo não reciclável. Há dezoito meses, o Brasil acordou com a destruição estampada na TV. E o Datena se consagrando como o Galvão Bueno das tragédias. Sempre há alguém tirando vantagem. E, enquanto grupos voluntários buscavam a todo custo sobreviventes, enquanto resgatavam até animais domésticos, nos silentes porões das prefeituras locais se acertava um reajuste melhorzinho nas propinas para as obras municipais. Era o político fazendo o seu pé-de-meia. O percentual pulou de 10% para 50%. E as obras sairiam sem licitação. Seis meses depois, o Ministério Público Federal estranhava o desaparecimento de R$ 100 milhões sem que se tivesse adquirido sequer um tijolo. E assim chegou ao esquema envolvendo, pelo menos, quatro municípios. Um dos empresários envolvidos aceitou o benefício da delação premiada e abriu o bico. Disse que até em um banheiro da prefeitura de Teresópolis, administrada pelo PT, ele fizera pagamentos. E disse que pagava as propinas aos secretários José Alexandre (de governo) e Paulo Marquesine (de obras). O Prefeito da cidade saiu em defesa dos seus meninos... Repete-se sempre a mesma cena. Parece até que ensaiam o papel desde crianças.



A IMAGEM CHEIROSA


Já estou até vendo. Ou melhor, sentindo. A gente sentado na poltrona, assistindo o Titanic pela TV e a água do mar entrando pela nossa janela. Isto, é claro, num futuro que talvez já não esteja tão longe. Pesquisadores na Universidade da Califórnia, San Diego, em cooperação com a Sansung, pretendem construir um sistema de televisão que não transmita apenas as imagens mas, também, os seus cheiros característicos. Eles já possuem mais do que 10 mil cheiros catalogados. Vai desde a rosa mais perfumada ao fedorento gambá. Eu não sei se o cheiro do Zé Sarney está nesse intervalo, mas recomendo aos meus amigos terem todo cuidado quando sintonizarem o senado ou a câmara federal

O RESGATE DO CHULÉ

Burt Konls, há dez anos, provou que o odor dos pés – o mal afamado chulé – atrai moscas. Foi o primeiro passo. Agora, Fredros Okumu , chefiando uma equipe de pesquisas para o Instituto de Saúde de Ifakara, Tanzânia, avançou com esta descoberta. Criou uma armadilha que atrai quatro vezes mais o mosquito causador da malária do que qualquer outro meio de combate tradicional. A pesquisa foi reconhecida e premiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, EUA, e a Grande Challenge, Canadá, com um prêmio de US$ 775 mil à equipe de Okumu. Sua grande inovação promovida na Tanzânia, foi o cheiro artificial, mais eficiente e o uso da armadilha com o inseticida.

CURIOSIDADES


François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, foi um campeão na luta pela liberdade. Este seu jeito polêmico o levou à prisão algumas vezes. Conta-se que, um dia, o regente da França, Felipe d’Orleans, anunciou a venda da metade dos animais que compunham a cavalariça real. Seria uma medida de contenção de custos. Voltaire achou que havia uma melhor saída. Escreveu que melhor faria o governante caso se livrasse não dos cavalos, mas dos asnos que circundavam o trono. Dias depois, passeando no Bois de Boulogne, o regente deu de cara com o filósofo e lhe falou: “Monsieur Arouet, vou lhe proporcionar uma visão de Paris que o senhor jamais conheceu.” Imediatamente, mandou aquele irreverente jovem para uma cela na Bastilha. Por lá ele ficou durante alguns meses. Até que o regente arrependido mandou que o soltassem e lhe deu como reparo, uma pensão anual de centenas de francos. Alguns dias depois, recebeu uma carta de Voltaire, agradecendo a pensão e anunciando o seu exílio voluntário na Inglaterra: “Fiquei feliz em ver que Vossa Majestade está providenciando minhas refeições, mas aproveito para dizer que de minha moradia, cuido eu mesmo…”




Vaso sanitário. Este objeto colocado num canto escondido da casa tem um especial destaque nas invenções do mundo. No livro As 100 Maiores Descobertas de Tom Philbin ele ocupa o décimo sexto lugar. Sua história é antiga, com mais de 4 mil anos. Mas com este conceito com que ele é conhecido hoje surgiu no final do século XVI. Seu criador foi o poeta inglês John Harrington, afilhado da Rainha Elizabeth I, no ano de 1596. Em 1778 este invento ganhou um importante acréscimo. O mecânico e engenheiro Joseph Bramah, também inglês, criou a bacia sanitária com descarga hídrica.

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