elson sepulveda

FEIRINHA DA AMERICA TERESA

Esse caminho aí era pra ser usado só nas enchentes. Fora disto, permitia-se que cada um passasse por ali  com seu cachorro. E só.  Morador só podia passar a pé. O caminho tinha que ficar livre para a eventualidade de uma enchente. Até que um dia deu na telha da Vereadora América Teresa que ali podia-se instalar uma praça de bebeção. E, porque não dizer de alimentação também. Sempre vai um tira-gosto, todo mundo sabe. Agora, as enchentes mandavam temerosos recados - o nível do rio estava alto, chovia direto e algumas cidades vizinhas estavam com água até o pescoço. Mas a Vereadora entendeu que 13 barracas tinham prioridade sobre mais de 1000 moradores. É que ela tem outros compromissos. Valha-nos Deus! Tinha que acomodar suas barracas e pronto. Tá acabado! O comandante da Guarda acatou. E foram longe.A PMVR arranjou-lhes banheiros químicos e a SUSER (para que mesmo que serve a SUSER?) colocou cavaletes para evitar o trânsito de algum morador incômodo. A Guarda Municipal disponibilizou homens para ali se conterem os ânimos.  Já as ruas do bairro tiveram suas porteiras desguarnecidas para tranquila passagem de rebanhos. 

AQUI PASSARAM REBANHOS

De longe dava de ver que se aproximava a manada. Gritaria, garrafas quebradas, xixi nos muros, sexo nas praças são o rescaldo da festa na Ilha São João. Para a PMVR é apenas mais dinheiro na caixinha. A associação de  moradores nem é com ela. Dá de ombros. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Já fez seu negócio, ganhou uma pista de dança (é sério!) em troca de engolir duas ou tres valas negras e ainda nos levaram algumas árvores de quebra, quem sabe para um futuro churrasco. São coisas do câmbio político. Mas as associações de moradores estão todas assim. Eu, sinceramente, se tivesse fosse autoridade, pedia aos índios os espelhinhos e as miçangas de volta e lhes devolvia o Pindorama. Não tem jeito, não. 

Foto 1 e Foto 6 cacos de vidro na pracinha das crianças

Foto 2 calçado feminino na quadra. Alguma mulher perdeu as botas

NA CÂMARA DOS VEREADORES

O Vereador Paiva anda precopado com a sua pré-candidatura a deputado. Não é pra menos. Vai ser dinheiro jogado fora (Como é que se queima dinheiro assim, meu Deus! Tanto pobrezinho aí precisando de um pão...) Na eleição passada veio apoiado em duas muletas, D. Waldir e Neto. Era assim, como um palpite duplo na loteria. Deu no que deu. Quer dizer, não deu nada. É incrível! Agora, tá mais brabo ainda. Até abandonou a última reunião na CMVR para fazer prestação de contas numa associação de moradores. A Câmara se reúne tres vezes por semana, 2 horas em cada vez. E o Paiva marca reunião justamente numa dessas horas. Faltar a reunião porque a mãe morreu está muito manjado... Sei lá! Eu fico brabo mesmo. Preciso de um retratinho dele aqui pro blog e quando eu vou lá... ele já saiu. Isto é papel? Então, para a nota não ficar sem ilustração eu coloco a foto de uma vala negra na Vila Santa Cecília.

Mentirosos unidos jamais serão vencidos

Um mentiroso isolado só serve de zombaria, mas unidos, sai de baixo!!! Governo Federal,  do Estado e Prefeitura, como se fizessem parte de um mesmo coral, soltaram a mesma nota. Afinadíssima! Quando estão sentados no mesmo formigueiro são solidários. Apontaram os favelados como suicidas, que ainda arrastou inocentes na tragédia das enchentes no  Rio de Janeiro. Uma espécie assim de homens-bombas da oposição. Chuvas excessivas caíram no  Morro Bumba (foto acima) e caíram no bairro da Lagoa Rodrigo de Freitas (área nobre, foto abaixo). Para as casas no Morro Bumba a Prefeitura deu até material. Não pode alegar desconhecimento. Se um daqueles moradores desse de fazer um barraco na Avenida Atlântica em Copacabana, não ia nem chegar a descer as folha de papelão das costas. A Prefeitura não colaboraria nem com uma fita adesiva para colar as paredes e ainda chamava a guarda municipal.

TEATRO  RÁPIDO

Peça em um único ato

Cena única: porta de um bar

Personagens: Um guarda municipal, um fiscal de postura e o dono do bar

Dono do Bar desliga o som quando vê os dois que se aproximam

Fiscal de Postura (identifica-se. E com a voz empostada  diz):  Sou fiscal da Prefeitura e vim te autuar. O som do seu bar está alto demais da conta.

Dono do Bar: (Fazendo a mão em concha atrás do ouvido para ouvir melhor) Anh? O que o senhor disse?

Fiscal de Postura (identificando-se de novo, e de novo empostando a voz, diz) : Sou fiscal da Prefeitura e vim te autuar. O som do seu bar está alto demais da conta.

Dono do Bar: Ah... com este barulho que tá vindo lá da Ilha São João não dá para te entender direito

Fiscal de Postura: Tá me tirando, é?

Meu Hai-kai (5)

O Guardião da Liberdade

É em ouro esculpido

Mas não tem mobilidade

AVISO: Próxima edição Quinta Feira