segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

DO QUE PODEMOS APRENDER COM OS ERROS DOS OUTROS




Fui dormir tava de um jeito; no dia seguinte, tava de outro. Neste mundo é assim mesmo. As coisas mudam de um dia para o outro. Portanto, foi assim com Teori que também era coisa deste mundo. Eu que o diga! Por isso, sinceramente, acho um erro quererem fazê-lo santo. Na véspera, seu nome estava no bico do urubu. Ele puxara para debaixo das suas vastas asas as investigações do ex-presidente Lula e recomendara silêncio obsequioso sobre as gravações telefônicas de Lula X Dilma X Bessias. Não se falava mais naquilo daquele momento em diante. Já era! Aí, como ninguém tem sangue de barata, deu no que deu! Uma pá de gente foi pra Brasilia. Puseram um caixão lá com uma faixa: Teori Zavaski. Escreveram o nome dele completo à guisa de endereço certo. Eu até me arrepio de ficar repetindo essas coisas. Mas o pessoal tava um siri na lata e não economizava nas pragas. Era uma raiva danada. E ainda cantava zombando: “olé! Olé... Puxadinho do PT”. Este era o relator da Operação Lava Jato do Supremo Federal. Na verdade, ele era um pouco pior. É que para bom entendedor meia palavra é suficiente. Mas se o leitor quiser pode botar também na conta do ministro o encerramento da Operação Métis. Quatro policiais legislativos foram pegos com a boca na botija. Eles obstruíam as investigações sobre senadores. Polícia obstruindo polícia. Renan Calheiros não deixou por menos. Disse que não ia permitir que um juizeco fizesse de alvo nenhum dos seus colegas. Carmem Lucia não gostou da palavra juizeco. Nem um pouquinho. Não engoliu mesmo! Era só olhar na cara dela e ver. Estavam em rota de colisão. Renan de machadinha na mão, faca entre os dentes e na outra ponta a presidente do STF. Vejam só! Dizem que o Renan é cangaceiro. A coisa prometia feder. Fedeu? Uns até tamparam o nariz; outros acharam o cheiro normal. Por via das dúvidas, Zavaski anulou aquela investigação. Ele sempre foi rápido no gatilho nas suas necessidades. De certa feita, num átimo de duas horas mandou o Eduardo Cunha para as cucuias. Sério! Teori acolheu o pedido do Procurador da República e, em 120 minutos, autorizou investigação da grana que o deputado tem na Suiça. E tudo sem sigilo de justiça para que não lhe acusassem da falta de transparência. Já com Mercadante e Edinho Silva é outro papo. Aí, o avião caiu. E veio a morte do ministro. Seus processos serão batidos por outro martelo; sua alma será julgada no outro andar. Quanto a nós que nos fique a lição: façamos o bem enquanto é tempo. Se é que vocês me entendem.

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