A polícia francesa
inda ia precisar de um tempo para saber a natureza daquelas mortes, mas o
déjà-vu era inevitável. E, de fato, era mesmo mais um ato de terrorismo
islâmico. E , outra vez, na França, o mais democrático dos países. Em Nice,
cidade de repouso e férias, em pleno e ensolarado verão. Muitas crianças e
adolescentes morreram, ali. E parecia até terem morrido na minha rua. Minha
vizinha, embora acostumada com o Programa do Datena, estava comovida: “Como é
que pode uma coisa dessas?” Ah, mundo, vasto mundo... E há tantos a quem o
terrorismo encanta. Em 1964, na Assembléia Geral das Nações Unidas, Ché Guevara
declarou com orgulho: “Fuzilamentos? Sim! Fuzilamos e continuaremos
fuzilando!”. E, de fato, continuou, aqui e ali matando gente. Andou pela
África, por muitos cantos até que encerrou seus dias na Bolívia. Matou até
gente sua mesmo. Com Eutímio Guerra foi assim. Ele, acusado de traição, foi
executado em 18 de Fevereiro de 1957. Enquanto se discutia a forma de matá-lo,
Ché se adiantou, sacou da pistola e lhe deu um tiro na têmpora. E descreveu
este ato no seu diário “… acabei com o problema dando-lhe na têmpora direita um
tiro de pistola [calibre] 32 […] Ao revista-lo os pertences não conseguia tirar
o relógio amarrado com uma corrente no cinto, então ele me disse com uma voz
distante e sem tremer: ‘Arranque, menino, tudo…’ Isso foi o que fiz, e seus
pertences passaram a meu poder.” Mas, hoje, a figura de Guevara está na camisa
de muitos jovens. Alguma psicanálise há de explicar isto. No Brasil, também é
assim. Lamarca, 5km acima de Palmital, BR 116, executou Alberto Mendes Junior
com coronhadas de fuzil, fazendo sua cabeça esfacelada. Foram 119 execuções com
esta. Nelson Rodrigues entendia que um cachorro atropelado diante dos nossos
olhos comovia mais do centenas de mortos no Vietnã. Havia até um ditado, hoje
muito esquecido, por essa doutrinação esquerdista – “O que os olhos não vêem o
coração não sente...” Hoje, há muita gente que, embora as coisas aconteçam no
seu nariz não se comove nada.
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