segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

CABEÇA BRILHOSA NÃO QUER DIZER CÉREBRO BRILHANTE




Leandro Carnal traz uma casca de banana grudada no seu pé esquerdo. Como escorrega! Para ele, Marechal Deodoro foi o nosso primeiro presidente impinchado. Erro grosseiríssimo! Até porque os congressistas, na época, estavam todos presos. Foi assim: Deodoro era o cara. Militar condecorado por bravura, amigo do Imperador a quem devia uma meia dúzia de favores impagáveis que achou de pagar com a moeda da vil ingratidão. Proclamou a república, e, em ato contínuo, mandou D. Pedro II dar nos calos daqui. O imperador se foi sem resistência. O marechal tava que tava. No dia anterior, enxotara o visconde de Ouro Preto do gabinete. Mas ainda era um monarquista. Até saldara a coroa naquela exoneração: “Viva a Majestade Imperial!”. No dia seguinte foi que o bicho pegou. Gaspar Silveira Martins, indicado para substituir o ministro defenestrado, era amigo de um político gaúcho que lhe roubara uma namorada na juventude. Ainda agora, embora sexagenário, tinha aquela espinha atravessada na sua garganta. “Me roubou a namorada...” reverberava-lhe na alma envelhescente. Aí veio o tresloucado gesto – proclamou a república. Aristides Lobo republicano de quatro costados não sabia de nada. Até escreveu no Diário Popular de 18/11/89: “O povo assistiu aquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram que era uma parada militar...” Mas teve muita gente esperta, naquele dia. José do Patrocínio, líder abolicionista, que jurara defender a Princesa Isabel e garantir-lhe o trono, foi justo quem lavrou a ata da Proclamação da República e entregou-a fresquinha nas mãos do marechal. E veio o primeiro ato da república: “- Fica proclamada provisoriamente e decretada como forma de governo da Nação brasileira – a Republica Federativa.” Provisoriamente, ora vejam só. A coisa tava de vaca não reconhecer bezerro. Mas em 25/11/1891 Deodoro foi eleito a presidente com Floriano Peixoto de vice. Não passava, no entanto, a crise econômica, a crise política não passava e havia o imbóglio entre civis e militares. O Congresso, temendo um puxão de tapete vindo de Deodoro, aprovou a Lei de Responsabilidade, restringindo-lhe os passos. Deodoro virou um siri na lata. Chamou Barão de Lucena e esbravejou: “Não posso por mais tempo suportar esse congresso; é mister que ele desapareça para a felicidade do Brasil”. O congresso foi dissolvido e os congressistas presos. Floriano Peixoto vendo o fogo chegar na porta, acirrou o almirante Custódio de Melo que, do couraçado

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